sexta dez 04, 2009 4:30 pm
Agora que as introduções, agradecimentos, e outras coisas que tal, parecem ter já sido ultrapassadas, permito-me fazer uma breve análise da edição deste ano da AVISAN, no que ao stand da APT e à sua interacção com os visitantes diz respeito.
Penso que foi manifestamente visível a maior abertura e interesse dos visitantes não só em informar-se sobre as espécies, bem como das suas necessidades, mas também em tocar ou mesmo manusear alguns dos exemplares que acabavam por fazer a "delícia" de muitos.
Obviamente também ainda se podiam ouvir alguns comentários ou conversas menos inteligentes “but then there´s no antidote for that anywhere”.
Tal como a minha mulher referiu o Stand da APT na terça-feira era muito provavelmente o stand com o maior número de visitas, ao longo de todo o dia, facto que o pessoal que estava mais direccionado para o “contacto com o público” notou bem. Creio que numa das conversa que tive, com um casal de uns 50 anos, devo ter ficado mais de 20 ou 30 minutos a conversar, nomeadamente sobre a responsabilização e formação dos proprietários, e nos possíveis efeitos perniciosos de políticas proibicionistas.
Do lado negativo devo salientar que fiquei preocupado com duas questões.
Em primeiro lugar o elevadíssimo número de pessoas que queriam saber se tinha-mos “pithons”, algumas mesmo se estavam para venda, sendo óbvio, mesmo para os mais incautos, que na maioria dos caso não faziam a menor ideia do que estavam a falar. Traduzindo para miúdos, queriam ver/ter uma “python” porque era “cool”, independentemente de não fazerem a mínima de que python fosse (se é que tinham noção da existência de várias espécies, como características tão diferentes). Na verdade espero que para o ano possamos contar com um exemplar de porte grande (dentro do legalmente permitido está claro) e com alguma personalidade, para consciencializar as pessoas que ter uma “python” até pode ser “cool” mas não são um brinquedo, não são todas iguais, e não são para toda a gente.
Em segundo lugar fiquei abismado com o n.º de pessoas que perguntavam se tinha-mos alguma cobra venenosa exposta. Em muitos casos via-se que era uma pergunta inocente, mas em outros tantos fiquei de facto com a impressão que o interesse ia um pouco mais além. Espero que a próxima “next best thing” não seja uma “euforia” por espécies venenosas, especialmente porque se via (obviamente decorrente do total desconhecimento das espécies expostas e tipo de pergunta) que os sujeitos não tinham qualquer conhecimento sobre a manutenção de répteis e muito menos a noção do risco envolvido.
A margem de progressão é ainda muito grande mas foi um salto qualitativo e quantitativo muito significativo desde a última edição.