Como são reproduzidas em todo mundo, encontram-se com a maior das facilidades á venda por preços acessíveis, dependendo da coloração que apresentam.
Distribuição geográfica
Estas serpentes são oriundas da América, mais precisamente desde o sul dos Estados Unidos até á Florida.
Descrição
Esta espécie tem uma estatura um pouco esguia, podendo crescer, normalmente desde 60cm até 140cm, sendo que há relatos de cobras que cresceram até 180cm. São cobras crepusculares sendo, por isso, mais activas ao anoitecer.
O habitat desta espécie é caracterizado por uma grande variedade incluindo bosques soalheiros, campos de cultivo (principalmente de milho, daí o seu nome) até ruínas de casas ou terrenos rochosos.
Existem variadíssimas colorações nestes animais. A normal é acastanhada com manchas avermelhadas circundadas de preto. Aqui está um exemplo (a minha



Porém existem outras fases, ou colorações disponíveis á venda, desde cobras com tons de cinzento e preto, vermelhas, alaranjadas, até as albinas brancas e rosadas. São inúmeras as colorações, umas mais atractivas que outras.
Temperamento
Enquanto pequenas, estas cobras estão sujeitas a um grande número de ameaças, como por exemplo, uma enorme gama de predadores. Por este facto, enquanto pequenas, estas cobras podem, por vezes, exprimir um comportamento mais volátil e defensivo, mas que não deixa de ser raro entre esta especie. Quando assim é, normalmente colocam-se em posição de defesa (em “S”), e simulam uma mordida sem, geralmente, abrirem a boca.
Apesar disso, são de certeza, das cobras mais calmas existentes e toleram com enorme facilidade o manuseamento. Enquanto adultas, muito raramente se colocam em posição de defesa e muito menos mordem.
Longevidade
Quando adquirimos uma cobra, temos de ter em conta que ela vai ficar connosco uma grande parte da nossa vida. Esta espécie pode viver até 20 anos em cativeiro!
Cuidar em Cativeiro
Terrário
As cobras não necessitam de terrários muito elaborados e embelezados. Na verdade, desde que se proporcionem as devidas condições, a parte estética é para o tratador apreciar e não a cobra.
Para cobras do milho bebés, é aconselhado (entenda-se, quase obrigatório!!!) um faunário médio (40cm) (que não é mais que uma pratica e higiénica caixa de plástico) no primeiro ano de vida, e nunca um terrário definitivo para a serpente. Isto porque por um lado, enquanto pequenas, estas cobras podem stressar se o espaço que lhes proporcionamos for demasiado amplo e uma cobra stressada foge constantemente, passa todo o tempo escondida e, o pior, pode deixar de se alimentar levando mesmo á sua morte. Por outro lado, um terrário pequeno ajuda-nos a controlar melhor todos os parâmetros (actividade da cobra, períodos de defecação, etc), permite-nos vigiar a cobra e ver se está livre de parasitas.
Já para uma cobra adulta deve ser usado um terrário com um mínimo de 80cm*50cm*40/50cm, para respectivamente o comprimento, profundidade e altura.
Exemplos de faunarios:

Cortezia de jpmf (obrigado):



Cortezia de MiguelWind, forum colubridae:


Aquecimento
Os répteis são animais de sangue frio, o que significa que controlam a temperatura do seu corpo pela temperatura do meio ambiente. Desta forma, o aquecimento num terrário deve ser feito de modo a proporcionar um gradiente térmico com várias temperaturas ao longo de todo o terrário para que a cobra se possa posicionar na zona cuja temperatura seja a que ela pretenda.
Assim, no lado mais quente, a temperatura deve rondar os 28-30ºc e a temperatura do lado mais frio deve ficar em torno dos 25ºc.
Estes parâmetros podem ser conseguidos de diferentes formas. A mais prática, provavelmente, é usar por baixo do terrário um tapete de aquecimento ou cabo de aquecimento conectado a um termóstato que o mantém a 28ºc. Este tapete deve ocupar metade ou um terço da base do terrário. Deste modo, a zona abrangida pelo tapete mantém-se a 28ºc e as zonas não abrangidas ficam com uma temperatura inferior, proporcionando o gradiente térmico desejado.
Este método só funciona em terrários de vidro/acrílico e faunários.
Para terrários construídos em madeira, o aquecimento terá de ser feito a partir do interior do terrário. Para isso coloca-mos o tapete ou o cabo de aquecimento no interior e teremos de o proteger para não entrar em contacto directo com a cobra, provocando-lhe graves queimaduras. Essa protecção pode ser uma simples folha de cortiça prensada, por exemplo, sobre o aquecimento e, por cima dessa, o substrato do terrário.
Pedras de aquecimento são PROIBIDAS uma vez que o animal se posiciona em cima delas, não tendo noção da temperatura e acaba por ficar gravemente queimado podendo mesmo acabar morto!
Importante: Para esta espécie de serpentes, que são terrestres, a temperatura deve ser lida ao nível do solo! Isto significa que o nosso termómetro deve estar colocado directamente no solo do nosso terrário. Se se tratar de um analógico, podemos deitá-lo no solo, ou colocá-lo na parede do terrário a 2cm do solo. Se for digital com sonda, coloca-mos a sonda em contacto directo com o solo, na zona quente do terrário.
Cabo de aquecimento:

Tapete de aquecimento (nesta caso, flexwatt):

Pedra de aquecimento (PROIBIDAS):

Termostato:

http://www.leiritronica.pt/electronica/ ... s_id=12155
Adornos
Alguns adornos estéticos do terrário são estritamente para embelezar. Porem, existem outros que devem ser necessariamente proporcionados.
Assim sendo, um terrário deve conter dois esconderijos para a cobra. Um na zona quente e outro na zona fria. O esconderijo pode ser simplesmente uma caixa de cartão virada ao contrário com uma entrada, ou um vazo de barro virado ao contrário com uma abertura para a cobra entrar. Existem também á venda no mercado esconderijos feitos em material polimérico imitando rochas, ou mesmo outros tipos, que são esteticamente mais bem conseguidos que os primeiros.
Deve ser também proporcionado um bebedouro no qual caiba a totalidade da cobra dentro.
Para além disso, o terrário deve conter um material abrasivo, como uma rocha, mas não tão abrasivo que possa provocar injúrias no animal. Este objecto irá ser usado pelo animal como zona de atrito na altura da muda de pele, para facilitar a remoção da pele velha.
Troncos tratados e desparasitados podem também ser adicionados uma vez que esta espécie adopta esporadicamente comportamentos arborícolas e, deste modo, proporcionamos uma zona de exercício físico para a cobra.
NUNCA devem ser usados troncos de madeira resinosa como cedros, pinheiros, eucaliptos, uma vez que emitem vapores tóxicos para o animal. Troncos de videira são bem contorcidos e bastante estéticos e indicados, assim como os troncos de sobreiro, por exemplo.
Substrato
Enquanto a cobra viver no faunário e for pequena, aconselho a ser usado como substrato papel absorvente de cozinha. É muito pouco estético mas tem diversas vantagens: Permite-nos controlar o tempo de defecação do animal, bem como o aspecto das fezes para garantir que o animal se encontra saudável, permite-nos garantir que a cobra se encontra livre de parasitas, não proporciona riscos de ingestão de substrato aquando a alimentação (que poderia levar á morte por impactação), absorve as fezes não permitindo a propagação de cheiros (apesar disto, deve ser removido o papel o mais rápido possível após a defecação) e é muito fácil e simples de substituir por um novo e limpo.
Quando a cobra se tornar maior, podemos usar outro tipo de substrato, mais estético e agradável á vista. Neste capítulo encontramos diversos produtos, como aparas de madeira, areias coloridas, húmus/fibra de côco, etc.
Como estas cobras habitam bosques soalheiros, os substratos mais indicados serão o húmus ou fibra de coco, forest bark, entre outros como chips de faia, por exemplo. Areia não é aconselhado dado que esta espécie não habita, propriamente, num deserto...
O uso de substratos pode acarretar riscos! Se o animal ingerir, aquando da alimentação, uma porção de substrato este pode-se acumular no trato digestivo do animal e causar obstrução desse mesmo, levando á morte do animal.
Deste modo, um animal que viva num terrário com substrato particulado, deve ser alimentado fora do terrário, ou então deve ser criada uma zona limpa dentro do terrário (como uma grande pedra de xisto, por exemplo) em cima da qual não ocorra substrato e o animal possa ser alimentado.
Alimentação
Esta espécie de cobras em cativeiro alimenta-se sobretudo de roedores, e a maioria delas aceita roedores mortos.
Assim sendo, podemos adquirir ratos congelados em qualquer loja de animais exóticos ou empresa especializada e ficar com eles no congelador em nossas casas.
Sempre que quisermos alimentar o nosso animal, nada mais cómodo que retirar um rato do congelador, colocá-lo a descongelar num recipiente com água tépida, e dá-lo ao nosso animal.
As cobras recém nascidas devem ser alimentadas com um rato recém-nascido (pinkie) um vez por semana.
Á medida que a cobra cresce, aumentamos o tamanho do rato para ratos de primeiro pêlo, desmamados e por aí em diante.
A largura do rato nunca deve ser superior á largura da parte mais larga da cobra (desculpem a redundância

Uma cobra adulta pode seguir o mesmo esquema de alimentação – um rato por semana – ou então dois ratos a cada duas semanas.
Períodos mais importantes:
Chegada do animal:
Quando recebemos o nosso animal, devemos ter em conta alguns pontos:
> O animal deve ficar instalada num faunario com papel de cozinha como substrato de quarentena para verificação da existência de parasitas
> Não devemos alimentar o animal durante a semana de chegada, para ele acalmar e desstressar, eventualmente.
> Não devemos manusear o nosso animal, pelos motivos referidos em cima.
> A palavra “devemos” é bem explícita neste capítulo. O segundo e terceiro ponto não são “obrigatórios” mas sim “aconselhareis”.
Muda de pele:
Todos os répteis são cobertos por escamas que não crescem e, portanto, não acompanham o crescimento do animal. Ao longo do tempo, esta “roupa” vai ficando apertada para o animal, assim como gasta e velha devido á locomoção deste. Por este motivo, as cobras em particular, em determinados períodos da vida mudam a sua pele velha e ficam com uma nova bonita e resplandecente.
A muda nestes animais, ao contrario dos lagartos, é feita de uma só vês, como se retirassem uma “meia”. Este período é crucial pois se a pele velha se rompe em algum sitio, o animal pode não conseguir desfazer-se da totalidade e ficarem vestígios que o irão afectar no futuro.
Preparação:
Existem diversos sinais de muda. Ao aproximar-se esta fase, os animais ficam quase a totalidade do tempo no seu esconderijo, deixam de se alimentar (nem todos), ficam mais agressivos devido ás escamas oculares velhas não lhes permitirem ver com nitidez. Para além disso, apercebemo-nos devido ao tom baço que a pele velha toma e, principalmente, os olhos ficam com uma cor aleitada.
Após este período, é habitual a cobra voltar ao seu estado normal, no que diz respeito á cor aleitada dos olhos, fazendo-nos crer que já efectuou a muda, e não virmos pele velha nenhuma no terrário. Não se assustem, quando isto suceder, dentro de dois a tres dias, geralmente, ela mudará.
Durante este período temos de garantir duas coisas:
>Uma zona de fricção no terrário (pedra ou tronco) se ainda não existir
>MUITO IMPORTANTE: borrifar o terrário uma a duas vezes ao dia para aumentar a humidade até em torno dos 80%, que será mais que suficiente, para a cobra proceder a uma muda perfeita.
Final:
No final da muda devemos verificar se toda a pele velha saiu do nosso animal.
Neste capítulo, temos de verificar algumas zonas criticas que são:
> Olhos
> Cabeça em geral
> Cloaca
> Ponta da cauda
Para verificarmos os olhos, pegamos na pele velha e verificamos se na zona dos olhos ficaram duas escamas com forma de meia-bola. Se ficaram na pele velha, tudo bem, senão, teremos de pegar no nosso animal dar-lhe um banho em água tépida, com muito jeito, e com a ajuda de um bocadinho de fita cola, tocar no olho do animal que ainda tem a pele velha para a remover.
Cabeça, cloaca e ponta da cauda, verifica-se no próprio animal. Se ainda restarem peles velhas nestas zonas, dá-mos um banho em água tépida ao animal e tentamos retirar a pele no sentido cabeça-cauda, como se estivéssemos a tirar uma meia a uma senhora.
Período pós alimentação:
Após o nosso animal se alimentar, deve ser deixado em paz total no seu refúgio as 48horas que se seguem, o que quer dizer que não deve ser importunado e muito menos manuseado, caso contrario poderá regurgitar (vomitar) o alimento que lhe fornece-mos.
Aconselho a passarem nestes tópicos, que certamente irão fazer falta:
Construção de terrario, by velliki:
http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=48909
Tecnica para apanhar cobra fugitiva:
http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=45919
Converter aquecimentos antigos em termoestatos, by Angelico:
http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=46148
As cobras e a nossa disciplina com elas, pelo TiCold!
http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=48896
Opções económicas, iniciado por guezmo:
http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=49688
Transformação de aquário em terrário, mais uma vez pelo TiCold:
http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=50423
Decoração de terrários por phuzer:
http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=51741
Mais alguma coisa, duvida ou ajuda, a gente está cá para ajudar e dar na cabeça se for preciso (devido ao tão famoso e cobiçado estatuto de veterano... LOOOl)
Abraço a todos, e alguma coisa a apontar digam! Ninguem sabe tudo e toda a gente erra!

Acrescentem aquilo que acharem necessario, principalmente as coloraçoes que eu nao tenho mais pachorra pa isso

Pedro Ribeiro (P_R)