Acho que os porquinhos são desconfiados por natureza, mas a rapidez do processo de habituação não depende só dos donos mas da própria personalidade do animal.
Na minha experiência com os meus 2 porquinhos, tinha o Cuí, que era um animal muito curioso. Já o Y-toy é um bicho-do-mato que não se esforça por nada, mesmo que isso implique ficar sem comida
Mas o mais curioso é que mesmo sendo "bicho-do-mato", não se assusta com sons ou movimentos bruscos que já lhe são familiares.
Acho que muitas vezes eles resignam-se, apreciam as festas e o colo (a longo prazo acabam por gostar, mesmo que no início não queiram), mas de qualquer forma ficam mais felizes quando voltam para a gaiola, porque esse sim é o seu território e a sua zona de conforto. (como nós quando vamos passear, sabe bem , mas é bom regressar ao conforto do lar).
Mesmo o Cuí que se espreguiçava e esparramava no colo, quando era altura de o voltar a por na gaiola ia todo lançado
Então experimentei tirar-lhes a casita que têm na gaiola. Mas ficaram tão desorientados que não tive coragem de os deixar assim "desprotegidos". Não acham que é um bocado cruel deixá-los sem um sítio onde se possam sentir mais seguros? Ou eles habituam-se rápido e sentem-nos relaxados ao fim de pouco tempo? Um deles - o mais tímido - até se põe a tentar escavar uma toca no fundo da gaiola, tal o desespero de se sentir tão exposto!!
Neste caso, se foram habituados a ter casota, acho uma mudança muito radical tirar o esconderijo de repente, e pelos vistos procovou stress ao mais tímido.
Penso que pode substituir a casota por uma coisa mais a descoberto mas mantendo a sensação de refúgio. Eu por exemplo, pendurava uns panos. Eles sentiam-se mais protegidos, mas na verdade.. hehehe
Eu também pensava que devia poupar ao máximo a mudanças bruscas e proteger sempre, mas por vezes um "tratamento de choque" é o melhor remédio. Por exemplo (para que não haja mal entendidos):
No início, pegava no Y-toy e ele ficava muito assustado, não ficava quieto. - Ai coitadinho, mais vale deixá-lo em paz, pensei eu. Mas desde que ficou sozinho passei a pegar nele mesmo contra a sua vontade. Acabou-se o "coitadinho". E agora recebe muito bem as minhas festas, já fecha os olhos, já me presenteou com bocejos, por isso foi obrigado mas rapidamente deixou de ser "tortura"
É ter paciência, muito carinho e mimo e todos se tornam uns "mimados".
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