Revisão da legislação sobre exóticas

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PauloMonteiro
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quarta fev 18, 2009 12:47 pm

Desculpa Fang, é a minha velha mania de falar de mais!

Mas percebi a mensagem e o Ninho vai decerto enviar os seus alertas para o email indicado!


O Ninho-Centro de Estudos e Investigação de Mamíferos Exóticos

O Mundo dos Petauros - Centro de Registo Mundial de Petauros
Thorgarth
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quarta fev 18, 2009 5:38 pm

PauloMonteiro Escreveu: O ICNB que me desculpe, mas se bem percebi e se essa proposta é deles, devem andar distraídos, pois mais uma vez vamos ter rios e lagos cheios de tartarugas abandonadas às escondidas, mas que depois lá ficam...

Não falo do ICNB, nem da ASAE, nem do SEPNA, nem do caraças: Falo dum Governo que assina coisas que não lê e que aprova leis sobre animais que nunca viu e cujo impacto ambiental desconhece completamente.

Lê dois relatórios? Lê as conclusões do ICNB, ou da DGV?

Isso é um Governo?

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Infelizmente, os Biólogos nunca se interessam por Política e os Mustela putorius furo, Furões Domésticos, continuam a ser proibidos porque alguns gajos têm uma LICENÇA LEGAL E LEGITIMA para MATAR ANIMAIS, mas não podem usar Furões...

Em relação ao primeiro ponto permite-me discordar frontalmente. Estamos a falar de órgãos políticos executivos que baseiam as suas decisões em pareceres e propostas elaboradas supostos especialistas nas mais variadas áreas pertencentes a entidades competentes na matéria.

Achas que é exigivel a um órgão político ter conhecimentos especializados em cada matéria? Não é exactamente para esse efeito que temos entidades como o ICNB e a DGV? Óbviamente qualquer projecto deverá e garantidamente é, criticamente apreciado, e acredita que é alvo de variadas alterações até ser finalmente aprovado. Passa por consultas e discussão pública, MAS quando tens relatórios e projectos de diploma elaborados por especialistas na matéria é algo complicado a revisão e alterações profundas , a não ser que no Gabinete tenhas alguém com conhecimentos na matéria e que não se apegue a estas "correntes" dogmáticas de pensamento.

E aqui toca no 2 ponto.

O problema é esse mesmo. É que as leias que temos são mesmo feitas com base em pareceres e projectos de "especialistas".

Não podemos dizer que, nem de perto nem de longe que tudo vai mal no quadro normativo referente à detenção, manutenção e reprodução de animais, MAS existem casos verdadeiramente caricatos .

No caso em análise claramente, e para evitar mais uma situação de hipócrisia aguda, o projecto de Decreto-Lei deverá contemplar uma regime transitório, devidamente estabelecido e claro no seu alcance. De outra forma, e mais uma vez, iriamos estar a fomentar não só a detenção ilegal nuns casos como noutros casos o abandono desses animais ora proibidos (SERES VIVOS sobre a nossa responsabilidade), que não só resulta no prejuízo para o próprio animal, como um atentado moral E um atentado para a fauna e flora local, bem que a norma pretende proteger.

Se vamos proibir a detenção de x espécies, ENTÃO que essa proibição seja eficaz, activa e acima de tudo fundamentada.
PauloMonteiro
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quarta fev 18, 2009 6:02 pm

Thorgarth Escreveu: Em relação ao primeiro ponto permite-me discordar frontalmente.
Claro que permito. Isto são fóruns de discussão pública, não é a minha casa.
Thorgarth Escreveu: Estamos a falar de órgãos políticos executivos que baseiam as suas decisões em pareceres e propostas elaboradas supostos especialistas nas mais variadas áreas pertencentes a entidades competentes na matéria.
Percebi o "supostos especialistas" e o "entidades competentes", etc, mas... agora digo eu (e é mais para os outros que para ti): Em que Mundo vives?
Thorgarth Escreveu: Achas que é exigivel a um órgão político ter conhecimentos especializados em cada matéria?
Essa sempre foi a minha posição desde puto. Nunca admiti um Advogado como Director de Informática de uma empresa onde também fui director, nem admito que o Ministro da Saúde não seja Médico, ou o Director da PJ não seja Polícia (neste momento e pela primeira vez, é. Felizmente)

Não têm que saber tudo, mas se o ICNB diz matem, o governo assina às cegas, sem ter ninguém que possa avaliar o que está a fazer, vai outra vez (passo a vida a dar este exemplo) assinar um documento que permite a livre circulação dos Furões domésticos em Portugal, quando já há uma Lei da Caça que proibe a sua detenção...

Que me desculpem, os mais sensíveis, mas isto é uma "palhaçada" governamental. Qualquer Veterinário teria feito um serviço melhor que o Sr. Ministro que assinou o Acordo Europeu...

Os outros dão, o Governo assina e aprova... Estes assuntos não vão à Assembleia, nem a nenhuma reunião com especialistas do outro lado, do lado dos Veterinários, Criadores, Comerciantes, Associações e Clubes, etc...

Este é que é o País em que vivemos!
Thorgarth Escreveu: Não é exactamente para esse efeito que temos entidades como o ICNB e a DGV?
Não. Deveria ser para Propôr e Executar acções Legislativas, para verificar o seu cumprimento (sem ser necessário haver denúncias), não ceder a cunhas e excepções, como a do facto da Esquadra do Calvário ter um Furão como Mascote...

Afinal, a lei quando nasce não é para todos? Claro que não!

Concordo PLENAMENTE e já o tinha sugerido, que a Lei entre em vigor, mas com as devidas nuances e transições... Senão, no dia em que entrar em vigor, corremos o risco de ter milhares de pessoas a correr ao rio mais próximo para largar a sua tartaruga...

Não é da Competência do ICN, preocupar-se com a Conservação da Natureza?

Como uma lei destas, vão mais uma vez largar cágados em todos os parques das cidades deste país... agora são é de uma espécie diferente.

Enquanto isso, NUNCA enviaram uma única circular destas proibições aos Criadores, Importadores, Lojas, Associações, Veterinários, etc...

Lá virá de novo a velha desculpa de que "somos nós que temos a obrigação de comprar o Diário da República todos os dias e lê-lo".

Há muito por fazer, sem dúvida. Querem que colabore? Estou disponível, mas meus senhores, vamos ser coerentes e razoáveis...

Eu, por via das dúvidas vou já a correr largar as minhas tartarugas no rio aqui em Alcochete, em pleno Estuário do Tejo, não vá a Lei ser Aprovada nos moldes em que está...

Antes isso que as ver morrer, ou ser MULTADO por ESTAR LEGAL! :twisted:


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PauloC1
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quarta fev 18, 2009 6:42 pm

Nesta discussão vou-me limitar à especie que me interessa, o Rouxinol do Japão - Leiothrix Lutea. É uma ave, mas é um exotico, por isso está na tal proposta e a discussao sobre a sua inclusão cabe também aqui.
Pela informação qe pude ler nos links que estão neste tópico, salvo alguma alteração posterior ou melhor entendimento, vai ser proibida a posse de algumas espécies, nomeadamente as constantes do Anexo III . Não me parece que esteja prevista alguma excepção a essa posse, salvo as excepções que são referidas relativamente a entidades como Zoológicos e outras similares. Por esta razão, qualquer ‘simples mortal’, quer tenha adquirido a ave a peso de ouro a um criador credenciado e a tenha legalizado no ICNB, ou quer a tenha adquirido na ‘candonga’ a quem a capturou na natureza (que pelo prisma da proposta deve ser agora um” Zeloso guardador da biodiversidade”, sempre que apanha ou mata uns quantos rouxinóis), quando a lei entrar em vigor fica sem a ave e ponto final. Se não é isso o que a proposta pretende fazer, e se eu a entendi mal, agradeço que aluém me esclareça e refira exactamente onde é que estão previstas mais excepções à posse destas aves para além das das instituições que referi.

Quanto à minha posição neste tema, obviamente que não sou contra a que se proteja a biodiversidade. Já acho que existem outros atentados à natureza, como sejam a construção de estradas e de edifícios, que causam danos suficientes e não são precisas mais ‘ajudas’ !
Simplesmente penso que o que está a atentar contra essa biodiversidade no que se refere a aves exóticas não são as aves que nós presentemente temos em casa, mas sim aquelas que ao longo dos anos (quando estas aves custavam mil escudos ou menos) foram sendo soltas na natureza. Como, infelizmente, conheço bem as instituições públicas do nosso país, não estou a ver o zeloso ICNB a gastar recursos e homens para fazer ‘armadilhas’ e capturas selectivas para apanhar rouxinóis ou outras aves da ‘lista’ na natureza! Isto até porque certamente iam fazer mais mal que bem, porque junto com rouxinóis iam certamente lesar outras aves autóctones e era pior a emenda que o soneto. Por isso vão certamente ‘atacar’ onde dá menos trabalho, ou seja, vão confiscar as aves que estão já sossegadinhas nas gaiolas dos donos, e também nas aves capturadas para venda (que vão direitas para o crematório em vez de centros de recuperação). Assim, não têm o trabalho de capturar aves, e nem a fama de fazer mal ao ecossistema e sempre conseguem eliminar uns quantos.
Mas o grosso vai continuar em liberdade e a provocar os danos na biodiversidade que tiver de provocar,isto ajudados por mais alguns que vão ser soltos por donos assustados por terem animais ilegais em casa.
Por isso eu digo e reafirmo que certamente legislação neste âmbito de protecção à biodiversidade são necessárias, mas não assim, a PROIBIR e pronto!
Controlem, inspeccionem condições de alojamento e de manutenção, cobrem licenças, regulem, e não o mais fácil que é a simples proibição genérica!
Vivemos num país onde se fazem Leis a torto e a direito, sem ninguém se preocupar em controlar ou fiscalizar, e quando finalmente se verifica que as coisas estão fora de controle….proibe-se!

Já agora será bom colocar sinais de fronteira no ar, porque as aves migram e mesmo sem ser por via do homem, há muitas aves a alargar habitats e a mudar de residência (as alterações climatéricas assim o determinam). A natureza é algo em constante mutação, e pessoalmente choca-me menos que uma ave tome o lugar de outra em determinado nicho (como tem acontecido desde sempre) do que desapareçam as duas por via da construção de uma auto estrada ou do crescimento das áreas urbanas! E olhando para casos como o Freeport, alteram-se zonas de importância fundamental para a biodiversidade em favor de interesses económicos e politicos, mas já a existência de um Nucleo de Rouxinois do Japão em Cascais/Sintra é causa para catastrofe ecológica e para proibir e transformar em criminosos umas centenas ou milhares de amantes da raça!
fang
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quarta fev 18, 2009 7:57 pm

PauloC1 Escreveu:Nesta discussão vou-me limitar à especie que me interessa, o Rouxinol do Japão - Leiothrix Lutea. É uma ave, mas é um exotico, por isso está na tal proposta e a discussao sobre a sua inclusão cabe também aqui.
Pela informação qe pude ler nos links que estão neste tópico, salvo alguma alteração posterior ou melhor entendimento, vai ser proibida a posse de algumas espécies, nomeadamente as constantes do Anexo III . Não me parece que esteja prevista alguma excepção a essa posse, salvo as excepções que são referidas relativamente a entidades como Zoológicos e outras similares. Por esta razão, qualquer ‘simples mortal’, quer tenha adquirido a ave a peso de ouro a um criador credenciado e a tenha legalizado no ICNB, ou quer a tenha adquirido na ‘candonga’ a quem a capturou na natureza (que pelo prisma da proposta deve ser agora um” Zeloso guardador da biodiversidade”, sempre que apanha ou mata uns quantos rouxinóis), quando a lei entrar em vigor fica sem a ave e ponto final. Se não é isso o que a proposta pretende fazer, e se eu a entendi mal, agradeço que aluém me esclareça e refira exactamente onde é que estão previstas mais excepções à posse destas aves para além das das instituições que referi.
Não sei ainda, como já disse anteriormente. Na proposta não está nenhuma excepção, mas trata-se da unica espécie de ave anexada na CITES. Todas as outras são actualmente de comercio e detenção livre (excepto aquelas já abrangidas por esta mesma legislação).
PauloC1 Escreveu: Quanto à minha posição neste tema, obviamente que não sou contra a que se proteja a biodiversidade. Já acho que existem outros atentados à natureza, como sejam a construção de estradas e de edifícios, que causam danos suficientes e não são precisas mais ‘ajudas’ !
Simplesmente penso que o que está a atentar contra essa biodiversidade no que se refere a aves exóticas não são as aves que nós presentemente temos em casa, mas sim aquelas que ao longo dos anos (quando estas aves custavam mil escudos ou menos) foram sendo soltas na natureza. Como, infelizmente, conheço bem as instituições públicas do nosso país, não estou a ver o zeloso ICNB a gastar recursos e homens para fazer ‘armadilhas’ e capturas selectivas para apanhar rouxinóis ou outras aves da ‘lista’ na natureza! Isto até porque certamente iam fazer mais mal que bem, porque junto com rouxinóis iam certamente lesar outras aves autóctones e era pior a emenda que o soneto.
Estás errado!! Eu capturo há mais de 10 anos aves para anilhagem científica e posso-te dizer que em mais de 8000 aves, as baixas resumem-se a 7.
Ora basta seleccionar as espécies que interessam eliminar após as capturas.
Numa época, praticamente se capturou quase todos os tecelões-de-cabeça-preta do paúl de Tornada. Basta capturar e não voltar a libertar. E a melhoria na abundancia de rouxinois-dos-caniços veio logo a notar-se.
PauloC1 Escreveu: Por isso vão certamente ‘atacar’ onde dá menos trabalho, ou seja, vão confiscar as aves que estão já sossegadinhas nas gaiolas dos donos, e também nas aves capturadas para venda (que vão direitas para o crematório em vez de centros de recuperação). Assim, não têm o trabalho de capturar aves, e nem a fama de fazer mal ao ecossistema e sempre conseguem eliminar uns quantos.
Agora és adivinho? Já sabes como vão funcionar os programas de erradicação? Eu ainda não...
PauloC1 Escreveu: Mas o grosso vai continuar em liberdade e a provocar os danos na biodiversidade que tiver de provocar,isto ajudados por mais alguns que vão ser soltos por donos assustados por terem animais ilegais em casa.
Por isso eu digo e reafirmo que certamente legislação neste âmbito de protecção à biodiversidade são necessárias, mas não assim, a PROIBIR e pronto!
É a tua opinião...
PauloC1 Escreveu: Controlem, inspeccionem condições de alojamento e de manutenção, cobrem licenças, regulem, e não o mais fácil que é a simples proibição genérica!
Epá... Mas ainda não percebeste que o rouxinol do japão é uma excepção em termos de supostos contlolos, licenças, etc, porque é uma espécie CITES? E o resto que não é obrigado a nada disso?
PauloC1 Escreveu: Vivemos num país onde se fazem Leis a torto e a direito, sem ninguém se preocupar em controlar ou fiscalizar, e quando finalmente se verifica que as coisas estão fora de controle….proibe-se!
Tens melhor solução? Que não seja aumentar ainda mais a carga burocrática e meios humanos e materiais? É que se a solução passar por aí, nem vale a pena falares com o ICNB, fala logo com o nosso 1º...
PauloC1 Escreveu: Já agora será bom colocar sinais de fronteira no ar, porque as aves migram e mesmo sem ser por via do homem, há muitas aves a alargar habitats e a mudar de residência (as alterações climatéricas assim o determinam).
Paulo, acredito que tens razões de sobra para estar chateado, mas não saias do sério por favor. Sabes perfeitamente que nenhuma espécie exótica establecida veio por expansão natural.
PauloC1 Escreveu: A natureza é algo em constante mutação, e pessoalmente choca-me menos que uma ave tome o lugar de outra em determinado nicho (como tem acontecido desde sempre) do que desapareçam as duas por via da construção de uma auto estrada ou do crescimento das áreas urbanas! E olhando para casos como o Freeport, alteram-se zonas de importância fundamental para a biodiversidade em favor de interesses económicos e politicos, mas já a existência de um Nucleo de Rouxinois do Japão em Cascais/Sintra é causa para catastrofe ecológica e para proibir e transformar em criminosos umas centenas ou milhares de amantes da raça!
Para mim, tanto o caso Freeport, como o nucleo dos Rouxinois-do-Japão de Sintra são suficientemente graves para se tomar medidas. Não tenho é culpa que num não lhe consigam chegar convenientemente.

No caso dos "rouxinois", se eles já estão na "lista negra" de Espanha (e os espanhois até costumam ser menos radicais ) é porque eles fazem mossa.

Eu não gostaria de ver o meu território com as espécies que sempre observei desde miudo (bem como os meus pais e avós) ficar aos poucos invadido por espécies de outros locais do planeta e ter que explicar aos meus netos que espécies existiam no meu tempo através de fotografias...

PS: Nestes posts não estou a reconhecer o PauloC, que não costuma falar com o coração mas sim com a cabeça...
<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
PauloC1
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quarta fev 18, 2009 8:31 pm

Numa época, praticamente se capturou quase todos os tecelões-de-cabeça-preta do paúl de Tornada. Basta capturar e não voltar a libertar. E a melhoria na abundancia de rouxinois-dos-caniços veio logo a notar-se.
Bem se a captura é assim tão facil e as baixas nas outras especies são minimas, então para quê o radicalismo? Pior, porque é que deixaram as coisas chegarem ao ponto de constituirem risco ecológico? Sinceramente a minha parte racional não entende!
Pior ainda é agir-se com base em dados espanhois (no site refere isso exactamente) simplesmente porque em Portugal nem sequer existem dados sufucientes para analisar o impacto! Isso são tudo coisas que a minha parte racional não percebe! Com o coração só me custa o facto de que me apaixonei pela especie e estou a construir um viveiro com condições a pensar nelas. E só porque a Espanha deu um 'trac' lá vamos nós a correr atrás à semelhança do que se fez com outras legislações que me irritam, sem se perceber sequer qual é a NOSSA realidade!
Lamento, não é o coração, é mesmo a razão que não percebe!
PauloC1
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quarta fev 18, 2009 8:39 pm

Paulo, acredito que tens razões de sobra para estar chateado, mas não saias do sério por favor. Sabes perfeitamente que nenhuma espécie exótica establecida veio por expansão natural.
Falhou-me isto ;)
Eu entendo e obviamente não pretendo dizer que se trata do mesmo, mas explica-me lá em termos práticos em que é que os efeitos são diferentes nas especies autoctones?! Querem ver que se se extingue uma especie porque o seu nicho foi ocupado por um 'primo' que se 'alargou' desde Africa, já podemos falar aos nossos netos das aves desaprecidas como uma coisa normal e aceitável? Ou nesses casos também se proibe e se começa a matar quem 'está a mais'? Não podemos como humanos ser responsáveis pela introdução, mas podemos ser responsáveis pela decisão de que pode ou não ficar mesmo que a introdução tenha ocorrido por meios naturais? Explica-me lá porque já agora gostava de saber o que se faz nestas circunstâncias.
fang
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quarta fev 18, 2009 9:20 pm

PauloC1 Escreveu:
Numa época, praticamente se capturou quase todos os tecelões-de-cabeça-preta do paúl de Tornada. Basta capturar e não voltar a libertar. E a melhoria na abundancia de rouxinois-dos-caniços veio logo a notar-se.
Bem se a captura é assim tão facil e as baixas nas outras especies são minimas, então para quê o radicalismo? Pior, porque é que deixaram as coisas chegarem ao ponto de constituirem risco ecológico? Sinceramente a minha parte racional não entende!
Pior ainda é agir-se com base em dados espanhois (no site refere isso exactamente) simplesmente porque em Portugal nem sequer existem dados sufucientes para analisar o impacto! Isso são tudo coisas que a minha parte racional não percebe! Com o coração só me custa o facto de que me apaixonei pela especie e estou a construir um viveiro com condições a pensar nelas. E só porque a Espanha deu um 'trac' lá vamos nós a correr atrás à semelhança do que se fez com outras legislações que me irritam, sem se perceber sequer qual é a NOSSA realidade!
Lamento, não é o coração, é mesmo a razão que não percebe!
As baixas nas outras espécies são praticamente nulas, não disse que a erradicação seja fácil. Mesmo em núcleos relativamente concentrados como o de Sintra, basta ficarem 2 ou 3 casais "teimosos" e a coisa descamba novamente.
Qualquer acção de erradicação irá ter custos bastante onerosos para o estado e não se fará num ano, provavelmente nem em 5 ou 10. Os métodos de captura mais seguros para toda a avifauna são as redes verticais utilizadas na anilhagem e exigem persistencia e mais persistencia. O material não é barato e a mão de obra (a não ser que o ICNB recorra aos seus anilhadores, o que minimizava) também não.

Por outro lado, só recentemente se chegou à conclusão que esta espécie representa realmente risco ecológico (porque existem por aí uma série de espécies exóticas naturalizadas sem representarem risco ecológico até à data...). Só recentemente se verificou ausencia de chapim-azul nas áreas de ocupação desta espécie na serra de Sintra, bem como o decréscimo de outras aves insectívoras.
É que esta espécie apenas tinha colonizado zonas da península ibérica (que convenhamos tem um microclima àparte da restante europa) e era necessário perceber qual o seu impacto para a catalogar. Não havia mais referencias de nenhum país como exótica.
Com a anexação da espécie na lista espanhola, juntamente ao constatado por cá, já formou uma base técnica sustentável de modo a agir pelo principio da segurança.
Faz mossa no ecossistema, não há dúvidas. Se é grave ou muito grave, convém se calhar não ficarmos a testar (caso a espécie tenham um "boom" e se expanda)...

Bom... tu tens uma propensão para te apaixonares por animais problemáticos, de uma forma ou de outra...
<p>Francisco Barros</p>
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fang
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quarta fev 18, 2009 9:30 pm

PauloC1 Escreveu:
Paulo, acredito que tens razões de sobra para estar chateado, mas não saias do sério por favor. Sabes perfeitamente que nenhuma espécie exótica establecida veio por expansão natural.
Falhou-me isto ;)
Eu entendo e obviamente não pretendo dizer que se trata do mesmo, mas explica-me lá em termos práticos em que é que os efeitos são diferentes nas especies autoctones?! Querem ver que se se extingue uma especie porque o seu nicho foi ocupado por um 'primo' que se 'alargou' desde Africa, já podemos falar aos nossos netos das aves desaprecidas como uma coisa normal e aceitável? Ou nesses casos também se proibe e se começa a matar quem 'está a mais'? Não podemos como humanos ser responsáveis pela introdução, mas podemos ser responsáveis pela decisão de que pode ou não ficar mesmo que a introdução tenha ocorrido por meios naturais? Explica-me lá porque já agora gostava de saber o que se faz nestas circunstâncias.
Conheces algum caso destes?

Pois eu não!
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Thorgarth
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quinta fev 19, 2009 10:34 am

fang Escreveu:
PauloC1 Escreveu:
Paulo, acredito que tens razões de sobra para estar chateado, mas não saias do sério por favor. Sabes perfeitamente que nenhuma espécie exótica establecida veio por expansão natural.
Falhou-me isto ;)
Eu entendo e obviamente não pretendo dizer que se trata do mesmo, mas explica-me lá em termos práticos em que é que os efeitos são diferentes nas especies autoctones?! Querem ver que se se extingue uma especie porque o seu nicho foi ocupado por um 'primo' que se 'alargou' desde Africa, já podemos falar aos nossos netos das aves desaprecidas como uma coisa normal e aceitável? Ou nesses casos também se proibe e se começa a matar quem 'está a mais'? Não podemos como humanos ser responsáveis pela introdução, mas podemos ser responsáveis pela decisão de que pode ou não ficar mesmo que a introdução tenha ocorrido por meios naturais? Explica-me lá porque já agora gostava de saber o que se faz nestas circunstâncias.
Conheces algum caso destes?

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Grifos no sul de Portugal, mais concretamente no algarve.... ou estarei errado?
fang
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quinta fev 19, 2009 4:00 pm

Thorgarth Escreveu: Grifos no sul de Portugal, mais concretamente no algarve.... ou estarei errado?
E o que é que isso tem de errado na fenologia dos grifos? :roll:
<p>Francisco Barros</p>
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Thorgarth
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quinta fev 19, 2009 4:07 pm

O numero de exemplares, pelo que tenho lido, têm vindo a aumentar exponencialmente, julga-se porque interrompem o seu percurso migratório para Africa. Pelo que se sabia não tinha-mos núvcleos residentes estáveis de gyps fulvus a sul do tejo. Quanto ao impacto que isso tem na ecologia local seria interessante saber. Se pudesses dar uma achega agradecia.

Pelo que parece até agora quem tem sofrido mesmo são os próprios grifos que cada vez mais se vêem forçados a entrar em contacto com o homem.
fang
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Thorgarth Escreveu:O numero de exemplares, pelo que tenho lido, têm vindo a aumentar exponencialmente, julga-se porque interrompem o seu percurso migratório para Africa. Pelo que se sabia não tinha-mos núvcleos residentes estáveis de gyps fulvus a sul do tejo. Quanto ao impacto que isso tem na ecologia local seria interessante saber. Se pudesses dar uma achega agradecia.

Pelo que parece até agora quem tem sofrido mesmo são os próprios grifos que cada vez mais se vêem forçados a entrar em contacto com o homem.
Eu sinceramente não estou a perceber onde esta conversa se encaixa no contexto das exóticas... ainda por cima relativamente a uma espécie que ocorre em Portugal (já ocorreu em muito maior número) e é um planador de longas distancias que pode cobrir todo o territorio nacional, sem grande esforço, desde que tenha térmicas de feição.

Não tem nucleos reprodutores a sul do tejo, mas já teve!

Desde sempre os grifos cruzaram os céus algarvios, sobretudo (e aqui em grandes quantidades) na dispersão de juvenis e imaturos pós-reprodução. Muitos vão até África passar o 1º inverno e por vezes o 2º.

O problema actual é que já não encontram as carcaças de animais que outrora encontravam no campo (imposições sanitárias da UE...) e acabam sem forças e esfomeados em cima de telhados, escarpas, postes, etc, ou mesmo no chão, ainda por cima tratando-se na sua esmagadora maioria de juvenis do ano. E isso não acontece apenas no Algarve, mas tambem em zonas como o Ribatejo, Estremadura e grande Lisboa...
Aqueles que sobrevivem a acidentes, acabam por passar o inverno, não em África, mas sim em centros de Recuperação.

Agora que impacto pode ter um necrófago na ecologia local??
E ainda para mais quando ele mesmo faz parte dessa mesma ecologia?
Sinceramente... esta conversa é absurda.

Pois é... parece que só começaram a reparar nos grifos quando começaram a ve-los poisados por lá cheios de fome e debilitados, mas eu sempre me lembro de ir às campanhas outonais em sagres na década de 80 e 90 e observar centenas em voo de cada vez.
Mas compreende-se... são raros aqueles que têm o hábito de andar a olhar para o céu...
<p>Francisco Barros</p>
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Thorgarth
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quinta fev 19, 2009 10:02 pm

De facto que impacto poderiam ter espécies necrófagas na ecologia local... pergunta estupida a minha!!!

Em qualquer caso já interiorizei o espirito das respostas dadas pelo user, e quanto a possiveis contributos para o projecto de diploma serão dados no momento e local exacto certamente.
fang
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Thorgarth Escreveu:Em qualquer caso já interiorizei o espirito das respostas dadas pelo user,.
Não percebi...
<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
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