Dia 20 de Setembro, sábado, achei que ele estava muito chochinho, dei-lhe pinhões, ele pegou num e comeu metade, dei-lhe duas avelãs e duas amêndoas e ele não pegou em nada, achei estranho porque ele adorava amêndoas e principalmente avelãs. Fui pô-lo à janela e ele não ligou, voltei a achar estranho porque ele adorava estar a ver a rua.
Dia 21 de Setembro, domingo, fui para um baptizado todo o dia, saí de manhã e só regressei à noite. Quando cheguei as amêndoas e avelãs continuavam no mesmo sítio. Telefonei para as urgências veterinárias e a veterinária fez-me uma série de perguntas, se ele tinha apanhado corrente de ar, se tinha algum corrimento no nariz ou na boca, etc. Mandou-me dar-lhe comida de bébés em boião (frutos e cereais) com uma seringa e tentar mantê-lo quente e no outro dia para me dirigir ao veterinário que provavelmente teria que levar antibiótico. Fui comprar a papa à farmácia e fui tentado dar-lhe, não com muito sucesso, porque ele não queria e refilava comigo.
Dia 22 de Setembro, segunda, de manhã tentei de novo dar a papa sem grande sucesso. Fui com ele ao veterinário ao final da tarde quando cheguei do emprego. As veterinárias, pesaram-no, tiraram-lhe a temperatura, auscultaram-lhe e tiraram-lhe uma radiografia. Resultado não lhe conseguiram ver grande coisa na barriga porque ele tinha a barriga inchada, falaram na possibilidade de ser gordura, afinal estava na altura de ele armazenar gordura para enfrentar o inverno. Deram-lhe uma injecção de antibiótico, disseram para lhe continuar a dar a papa, receitaram-lhe um antibiótico e um outro medicamento para os gases. Falaram também na possibilidade de ele ter engolido uma pedra do fundo da gaiola e recomendaram que trocasse as pedras por umas que se desfazem com as necessidades. Disseram-me para nesse momento retirar da alimentação dele os frutos secos, deixando só a mistura de comida habitual. Vim para casa pô-lo e depois fui à farmácia comprar os medicamentos e ao supermercado comprar as tais pedras que se desfazem. Pediram-me para ir dando noticias sobre ele. Voltei de noite a tentar dar a papa, sem grande sucesso.
Dia 23 de Setembro, terça, de manhã tentei-lhe dar a papa, na mesma sem sucesso, dei-lhe os medicamentos e fui trabalhar. Dei noticias à hora de almoço à veterinária e disse-lhe que ele não comia grande coisa. Quando cheguei a casa voltei a tentar dar-lhe de comer e dei os medicamentos, a veterinária ligou-me a perguntar como ele estava. Durante essa noite (de terça para quarta) tentei por várias vezes dar-lhe de comer, sempre sem grande sucesso.
Dia 24 de Setembro, quarta, de manhã tentei mais uma vez dar-lhe de comer e dei-lhe os medicamentos e fui trabalhar. Quando cheguei do trabalho peguei nele e levei-o de novo à veterinária. Eu não conseguia que ele comesse nada de jeito, porque tentava sempre fugir da minha mão e não sei até que ponto estava realmente a ingerir os medicamentos, não via reacção dele e continuava a achá-lo chocho. Na veterinária tiraram-lhe a temperatura e viram que ele estava com a temperatura baixa. Quiseram que ele lá passa-se a noite para no outro dia ser observado por outra veterinária e ficou.
Dia 25 de Setembro, quinta, passei o dia com os nervos em franja para saber noticias dele, liguei à hora de almoço, mas a veterinária ainda não o tinha visto. Voltei a ligar ao final da tarde, tinham-lhe tirado outra radiografia, mas entretanto a veterinária tinha saído numa urgência e ainda não tinha dado um veredicto. Telefonaram-me quando estava quase a chegar a casa. Resultado, a segunda radiografia já era mais nitida porque lhe tinha desaparecido o inchaço da barriga, viram que os intestinos estavam até um certo ponto com fezes, mas desse ponto para baixo não tinha fezes nenhumas. Disseram que estaria alguma coisa a obstruir o intestino, podia ser a tal pedrinha que tinham falado, podia ser pêlos, de ele se lavar ou podia ser do cobertor dele, que ele metia na boca para fazer a cama como queria, solução: tinha que ser operado! Perguntei se podia ir até lá e disseram-me que sim, cheguei a casa e fui de imediato até lá. Estive com ele bastante tempo e sempre a conversar com as veterinárias. Podia traze-lo para casa ou deixa-lo lá para ser operado no outro dia de manhã. Como não tinha hipotese de o ir levar de manhã, optei por deixá-lo lá passar a noite. Este dia já não comeu nada, só levou injecções de soro. As hipoteses de ele sobreviver/morrer eram de 50%/50%, podia não acordar da anestisia, era a unica hipotese.
Dia 26 de Setembro, sexta, mais um dia com os nervos em franja, liguei à hora de almoço e ainda não tinha sido operado, a veterinária estava sozinha e tinha muitas consultas. À tarde por volta das 17h30 ligou-me, interrompeu a operação para me telefonar. Resultado: o Teco tinha um rasgo no intestino!



O Teco esteve quase 6 anos em minha casa, quando para cá veio já tinha o tamanho adulto, ou seja nunca cresceu, não sei ao certo que idade tinha e segundo a veterinária e média de vida dos machos é de 8 anos e fêmeas é de 12 anos.
As causas ao certo não as sei, a veterinária disse que os frutos secos são muito gordos e a verdade é que ele gostava muito de frutos secos e comia muitos, mas ela disse que no habitat normal deles eles estão habituados a isso, falei-lhe de uma madeiras que lhe comprei numa loja de animais, próprias para ele roer e que não largam farpas, mas ela continuou a dizer que no habitat normal deles eles estão habituados a isso. Pode até ter sido um tumor, qualquer coisa. Tal como as pessoas os animais com o avançar da idade tem problemas de saude.
Só quero com isto dar a conhecer o que pode acontecer aos nossos animais.
Nunca pensei que ele acabasse assim. Nunca teve doenças, nunca me deu preocupações, quando adoeceu a primeira vez, foi para morrer. Fiquei a saber pela vererinária que eles tem que ser desparasitados, coisa que nunca soube. Hoje em dia já vai havendo mais informação, mas há seis anos atrás quando mo ofereceram não havia informação, nem sequer havia mistura para eles, tinha que lhe dar mistura de coelho ou de hamster.
Aprendi muito com ele e com o que foi aparecendo entretanto na internet.
Espero que o meu testemunho possa ajudar alguém conhecer melhor os nossos animais.
Tinoco