Agradeço comentários.
A PROTECÇÃO AOS ANIMAIS - Será que somos protectores?
Escutar o termo "protecção aos animais" para muitas pessoas soa a sensibilização para pessoas idosas, sós ou frustradas e a realidade é bem diferente. Não é fácil ser protector de animais e são muito poucos os que podem considerar-se como tal. O próprio termo "protector" é muito complexo e contempla muita entrega e autenticidade.
Para compreender a complexidade do termo devemos analisar qual a verdadeira essência da protecção animal.
As raízes da protecção aos animais baseiam os seus princípios no direito, no respeito e na moral. Não podemos dizer que somos protectores de animais sem respeitarmos o direito de todos os seres vivos que nos rodeiam, ao dizer todos os seres vivos estou-me a referir ao animal humano e ao animal não humano.
Ao falar de direito, estou a referir-me ao direito à vida, direito à justiça, direito de viver nas condições propícias a cada espécie sem nenhuma alteração.
Ao falar de respeito, estou-me referindo ao respeito que merecemos enquanto seres vivos deste planeta. Todos nós, animais, temos direitos. A inteligência e o grau de raciocínio de uma espécie não a excluem do direito a uma vida sã, em paz e harmonia.
Ao falar da moral, muitos podem interrogar-se se os animais tem ou não moral, se sabem ou não de moral, mas para esclarecer estas dúvidas primeiro decifremos … o que é a moral? A moral é a atitude ou conduta que no conceito da ordem jurídica está logo após o âmbito da consciência pessoal. É o conjunto de faculdades do espírito que nos leva a uma conduta correcta e harmoniosa entre toda a Criação.
Com esta descrição demonstra-se que a moral não distingue os seres que a possuem pelo grau de inteligência ou raciocínio, nem muito menos por raças, religiões ou nível social. Portanto, observando a conduta dos animais, bem podemos assegurar que possuem atitudes naturais de moral. Entre eles respeitam-se pela idade, formam os seus próprios grupos sociais muito solidários, não matam por prazer, não destroem o habitat de outras espécies, não invadem territórios alheios, não mentem, etc. etc. A todas estas atitudes que muitos cientistas chamam "instinto" bem poderemos chamar moral, o que acontece é que custa muito reconhecermos que em muitos casos os animais possuem qualidades que muitas vezes o homem carece.
Estamos então de acordo que as raízes da protecção animal se baseiam no direito, no respeito e na moral. Isto significa que para ser um verdadeiro protector e lutar pelos direitos dos animais, devemos começar por reconhecer esses direitos, respeitá-los e ser leais a estes princípios como uma atitude moral ou ética.
Não podemos ser protectores de animais senão amarmos os seres humanos.
Não podemos ser protectores de animais senão demonstrarmos compaixão e compreensão pelo próximo.
Não podemos ser protectores de animais senão tivermos consciência ecológica e contaminamos o meio ambiente, desperdiçamos e contaminamos a água dos mares e dos rios, derrubarmos arvores, desperdiçarmos energia eléctrica e continuarmos a colocar em cativeiro animais silvestres retirando-os do seu meio natural etc.
Não podemos ser protectores de animais se não deixarmos de nos alimentar de animais cruelmente sacrificados em matadouros, mercados ou quintas onde a morte é uma tortura antes de chegar à nossa mesa. Estamos a ser cúmplices dessas mortes.
Não podemos ser protectores de animais se não nos preocupamos em ler as etiquetas dos produtos químicos que usamos para não comprarmos aqueles que são testados em animais.
Não podemos ser protectores de animais se assistirmos a espectáculos onde os animais são torturados para nossa diversão. (circos, corridas de toiros, de galgos etc etc.)
Não podemos ser protectores de animais se permitimos que um animal sofra e nos negamos a dar-lhe uma morte humanitária pela pena que nós sentimos sem pensar na pena do animal.
Não podemos ser protectores dos animais senão lutarmos de viva voz pelos direitos dos animais.
Em resumo se analisarmos os requisitos para ser um bom protector de animais, pode parecer utópico ou difícil, mas a chave consiste unicamente em evitar o sofrimento dos animais e sermos melhores seres humanos.
Porquê os animais e não as pessoas?
Esta é uma pergunta que nos fazem constantemente. É feita por aqueles que nada fazem e que vêem superficialmente as acções em prol do bem-estar animal. A esta pergunta nós podemos responder com outra pergunta: Porquê as pessoas e não os animais?.... Simplesmente nenhuma delas marca a diferença, são estes os argumentos que podemos responder:
. Um animal é tão sensível ou mais que um ser humano.
. Um animal também faz parte da Criação.
. Um animal é muito mais racional que um bebé recém-nascido, o qual goza de direitos ainda antes do seu nascimento.
. Um animal faz parte do equilíbrio da natureza.
. Ao defendermos os direitos de um animal estamos a promover a defesa dos nossos próprios direitos.
. Ao defender os direitos dos animais não ficamos impossibilitados de defender os direitos dos seres humanos.
. Simplesmente defendemos os animais porque a raça humana com a sua sapiência e astúcia invadiu o planeta terra violando e negando o direito à espécie animal não humana, evitando assim a sua evolução e posição de igualdade dentro do nosso planeta.
Rosário Quintanilla - Presidente de Amigos de los Animales (Lima-Peru)