LuMaria Escreveu:
Adoro este argumento. Não sei muito bem o que significa nem para que serve, mas utilizam-no para tudo. Deve ser um argumento e pêras mas eu ainda não tive a capacidade mental necessária para o entender.
Sabe sim o que significa. O que está a fazer é o mesmo que todos os que defendem a equitatividade de vida entre humanos e animais: é que quando se diz que se dá igual valor à vida de um periquito e à humana, esquiva-se com o seu argumento, LuMaria, porque ser-se confrontado com a hipótese de estar-se perante uma situação igual à que eu referi, em que o seu princípio do "valor" de vida igual entre periquitos e humanos é posto em prática de forma brutalmente simples, e dizer ironicamente que não a percebe é a prova que esse príncipio que se diz defender não se defende nada, porque fugir com "é sempre o mesmo argumento" ou como você fez "usam-no para tudo, mas não percebo para que serve" é só a forma de suster essa tese a todo o custo, mas de uma forma precária, pois não se pode dizer que se poderia salvar um periquito em lugar de um humano, pois disso não seria capaz nem de dizer nem muito menos de fazer, apesar de que a partir do momento que se diz defender esse princípio (e vale para qualquer princípio) está-se a dizer sim a tudo o que ele implica quer se queira quer não se queira, mas também não se pode dizer que, postas as coisas nesses termos, se escolheria obviamente a pessoa, pois desse modo estar-se-ia a contradizer.
LuMaria Escreveu: Mas faço a mesma pergunta: Pergunte à mãe Leoa, à mãe baleia, à mãe cadela, gata ou formiga se salva as crias ou o piriquito?
A mãe leoa escolheira obviamente salvar as suas crias, pois tem um instinto que a obriga a perpetuar a espécie . Não vejo de que forma isto pode ser aplicado à situação de que temos vindo a falar, e para além disso a leoa não tem nem de a complexidade mental de um ser humano e portanto nunca fica perante problemas existenciais e “transtornos de Hamlet”.
LuMaria Escreveu: Pergunte também à Natureza, aquela coisa que nós tentamos mas não conseguimos controlar, se atribuí mais importância ao Ser Humano?Tirando nós, com o nosso gigantesco intelecto que nos deu um gigantesco ego, ninguém nos dá mais importância.
Sim, é óbvio que ela não nos dá mais importância. E porque nos damos importância? Se calhar porque somos uma espécie e como tal temos de sobreviver como as outras. Talvez o nosso antropocentrismo não seja mais que a consciência e exageramento, admito, do nosso instinto de sobrevivência, ou do que resta dele.
LuMaria Escreveu: A nossa importância biológica é igual à de qualquer outro ser vivo. Aliás, neste momento, para a mãe natureza somos um alvo a abater, tornámo-nos num fungo devorador.
Não digo que a nossa importância biológica seja inferior à de nenhum outro ser vivo. Aliás, não somos sequer mais imporatntes biologicamente que nenhum outro ser vivo apesar de sermos sres vivos biologicamente superiores. O conjunto é indispensável para a bio-dinâmica do planeta.
E sim, somos uma praga, mas não se preocupe que não vamos durar para sempre.
LuMaria Escreveu: Sabe onde reside o perigo? Em nós e no nosso ego. Eles é que nos encaminharam para a situação ecológica actual. .
O que nos encaminhou e encaminhará para a situação ecológica actual e futura e para muitas outras situações foi o fosso que existe entre o brutal conhecimento que adquirimos e o grau de manipulação da Natureza que conseguimos adquirir e a impossibilidade de prever, na totalidade, as falhas e as consequências dos produtos desse conhecimento e manipulação.