segunda nov 05, 2007 12:20 pm
É recorrente a justificação do acorrentamento com os buracos que os cães fazem nos jardins.
E é um facto. Fazem-no à procura dos cheiros e fresco da terra ou à procura de uma qualquer largatixa ou ratito que viram por lá enfiar-se.
É desesperante, não hajam dúvidas, porque por muito que se ralhe não percebem porque não podem perceber. São necessidades intrínsecas que quem os respeite, compreende.
Ora eu consigo ter cães e jardim, desde há uns tempos, à custa do velho caminho da ciência: a experimentação para ter o que quero.
Aqui vão as minhas soluções:
. Circundo o pé da planta, trepadeira ou árvore com pedregulhos (não podem ser pedras pequenas - são as chamadas pedras de enrocamento), mas bem junto ao caule, não a fazer caldeira;
. Quando a planta ou àrvore está pequena, coloco, rede galinheira, que não se torna tão visivel e as plásticas eles roem, com 1m de altura (tenho cães altos), presa com estacas de metal (as de cana ou plástico são roídas) e, no solo, um pouco enterrada e com as pedras a prende-la;
. Quando a planta ou árvore já tem porte razoável retiro a rede, que guardo para a próxima, e ficam sempre os pedregulhos;
. Por essa altura já também perderam a curiosidade e habituaram-se à presença "daquela coisa" e não vão roer o caule;
. Nas laranjeiras e tangerineiras, que gostam de roer o tronco, a rede galinheira é mantida mesmo junta ao dito tronco;
. Os espaços sem plantas dos canteiros estão todos com esses pedregulhos e coloco plantas rastejantes e heras entre eles;
. Tenho canteiros/tufos encostados aos muros com canas índicas que são muito frescas e que eles utilizam para fugir do calor, destroem algumas porque fazem tipo toca, mas as que estão à frente "tapam" o estrago atrás;
. Nas zonas amplas, abandonei a ideia da relva, já que nem o escalrracho sobrevivia e substitui-a por casca de pinheiro, intervalada com estrados de madeira para as zonas de passagem;
. De quando em vez, inventam outra forma para me dar que fazer e eu...outra, para sobreviver feliz e eles soltos, obviamente.
Talvez umas sujestõezitas em tom amigável, porque tb penso que se censuramos temos de ajudar na solução, levem a mudar a situação do cão.
Tenho-me apercebido que os vizinhos com cães passaram a usar algumas das minhas engenhocas defensivas e até o jardineiro (desgraçado, foi ele que carregou com as pedras!) já sabe a solução jardim/cão.
Nos casos mais resistentes (falando dos donos), acedendo ao site da Pelos Animais, verão que, antes mesmo de pedir a sua intervenção o que só se justificaria em casos dramáticos, podemos pedir-lhes uns desdobráveis e postais que desenvolveram para pôr, sem conflito, na caixa de correio. Já tive resultados.
Água mole em pedra dura...
Quando vejo um cão acorrentado o que me angustia é que percepção terá ele da situação, já que um animal, depois da barriguinha cheia, estima acima de tudo a liberdade fisica. Tal como nós, por isso a prisão é punição.
Perceberá porque o dono que ele ama à exaustão, o coloca naquela situação? Até quando quer correr para o dono aquela coisa não o deixa.
Jardins bonitos, donos e cães felizes e, até, a vida correrá melhor!
Devagarinho, vai ser assim.