domingo mar 01, 2009 5:06 pm
Já me fartei de falar disto aqui, mas como de costume só ouvem o que convém, voltarei a dizê-lo por uma última vez.
As condições dos animais de algumas explorações intensivas são, sim, algo preocupante, mas, (deja vu) não é não comendo carne que elas melhorarão, quanto muito será um motivo para a extinção desses animais. Por acaso, a solução para os assaltos a carros é deixar de haver carros? Por acaso a solução para os homicídios é deixar de haver pessoas? Por acaso a solução para o sofrimento animal é deixar de haver animais? Sim, de facto a filosofia de algumas pessoas aqui parece-me ser essa, mas como para esse peditório já passei avultados cheques, como disse, esta será a última vez que o mencionarei.
Creio que, por outro palavreado, e encriptação mais ou menos inconsciente de motivos, certos vegetarianos são-no porque os animais sentem dor. Reduzindo, parece-me que há vegetarinaos que são vegetarianos porque existem animais, e que, segundo os mesmos paladinos do bem-estar animal a solução para o fim do seu sofrimento passa por deixarem de existir de todo.
Se me disserem que a solução para os cães vadios, passa por não existirem cães vadios e pela nulificação da capacidade reprodutiva desses cães, concordo. Mas, às vezes quase que dão a entender que a solução para o sofrimento dos cães (ou outro animal qualquer) passa pela extinção de todos os meios pelos quais esses animais possam vir ao mundo, e (bi-deja vu) acho isso um extremismo completo.
As puppy-mills são preocupantes, assim como maus tratos em explorações, mas, pasmem-se arautos do activismo pró-destruição das secções de charcutaria dos hipermercados, se boicotarmos as puppy-mills os cães não acabarão porque há criadores, mas, se boicotarmos a carne das explorações, quem é que vai continuar a criar esses animais, quando deixa de haver interesses económicos nos bastidores?
Saudações omnívoras!