quinta mai 13, 2004 3:53 am
CONSIDERAÇÔES FILOSOFICAS SOBRE A CAÇA
DIREITOS DOS ANIMAIS
O ideal do ponto de vista dos direitos dos animais era que todos os animais que matamos, seja por que razão for, fossem caçados. era sinal que tinham vivido em liberdade e não debaixo do jugo humano.
A humanidade comete um grande pecado em relação à forma como trata os animais, mas não é pela caça, antes pelo contrário, é precisamente por aquilo que lhe permite que não cace: vacarias, pocilgas, aviários... isto é a produção industrial de carne.
outro assunto debatido em relação ao direitos dos animais é a forma como os caçadores tratam os cães.
Em principio um cão que cace é muito mais feliz do que um que não cace pela simples razão de que o cão é um predador e logo (dependendo da raça) com fortes instintos de caça. Se o caçador é um idiota e maltrata o cão isso é um assunto que tem a ver com as pessoas em causa e não com a caça. infelizmente à muitas pessoas que maltratam os cães, caçadores ou não.
CONSERVAÇÂO DA NATUREZA
Um dos argumentos anti-caça é o facto de prejudicar a conservação da natureza e poder extinguir espécies. De facto, devido à grande quantidade de homens e às armas que utiliza, a caça pode pôr em causa o equilíbrio natural mas por outro lado pode corrigir esse desequilibro (pois o desequilibro já existe em muitos locais). Por estes motivos é que hoje em dia se exige uma caça sustentada.
A caça contribui também de outra forma para a conservação da natureza.
Com o abandono da agricultura é, em muito graças às reservas de caça, que o nosso país não é apenas pinheiros e eucaliptos e portanto não arde ainda mais no verão.
É nas reservas de caça que nós naturalistas podemos observar maior quantidade de animais selvagens pois é aí que os caçadores se esforçam para manter boas condições naturais para que os animais se alimentem e se refugiem.
É devido ao grande implemento da caça maior, principalmente em Espanha, que o Lobo ibérico tem vindo recuperar as suas populações.
São os caçadores Espanhóis que estão a promover uma pesquisa para descobrir uma vacina para a micxomatose e para a febre Himorragica. Foram estas duas doenças que quase extinguiram o coelho bravo e consequentemente grande parte dos seus predadores, entre os quais o famoso lince ibérico.
ETICA NA CAÇA
O facto de caçarmos com armas cada vez mais evoluídas tecnologicamente põe em causa a igualdade de armas entre nós e as nossas presas. É por isso(e também por contribuir para a selecção natural) que eu defendo as praticas ancestrais de caça.
O GOSTO DE CAÇAR
É o gosto de caçar (e não o direito dos animais e a conservação da natureza) que incomoda verdadeiramente os críticos da caça. É ideia de que alguém gosta de matar que tanto revolta algumas pessoas.
Em primeiro lugar quero referir que para o animal que é caçado é totalmente indiferente que o seu predador tenha prazer ou não.
Quero também referir que, ao contrário do que muitos argumentam, prazer de caçar não é igual a prazer de matar. Se assim não fosse era ver os caçadores irem oferecer-se como voluntários para trabalhar no matadouro municipal.
O Homem desde que é conhecido como tal ( Homo Sapiens) viveu cerca de 90% da sua existência como caçador, portanto, por selecção natural, foi ganhando paixão pela caça (como todos os predadores). Este gosto pela caça não é bom nem é mau, pura e simplesmente é uma lei da natureza. O instinto pela caça não se manifesta só na paixão pela caça mas está também está disfarçado em muitos jogos e brincadeiras de crianças e adultos.
Fazer juízo de valores sobre o gosto pela caça é como fazer juízo de valores sobre outro qualquer gosto baseado nos instintos básico do homem. É condenável. Os instintos básicos não se racionalizam.
As criticas ao gosto pela caça baseia-se no simplismo ideológico do pensamento imperialista ocidental que se caracteriza por uma incapacidade para compreender o mundo que não encaixe nos seus padrões primários de analise.
Foi este pensamento simples e imperialista (de nos acharmos culturalmente e moralmente superiores) que nos levou a destruir a cultura e a ocidentalizar os povos que colonizamos, com o argumento de que eram bárbaros e selvagens.
É este pensamento simples e imperialista (de nos acharmos culturalmente e moralmente superiores) que nos leva a massacrar outras formas de cultura, como é a cultura muçulmana.
É este pensamento simples e imperialista (de se acharem culturalmente e moralmente superiores) que leva a sociedade ocidental urbana a massacrar a sua própria ruralidade, pois esta já não encaixa nos seus padrões primários de analise, também é considerada bárbara e selvagem.
Cumprimentos
Francisco Bica