Quando os nossos animais põe em risco outros...

Histórias, sugestões e opiniões sobre a temática dos direitos animais em Portugal e no mundo...

Moderador: mcerqueira

AlunoBioGeo
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quinta ago 20, 2009 1:37 pm

Quem leu o titulo deve ter pensado na alimentação dos nossos animais e nos outros que morrem para que os possamos alimentar, mas não é a isso que me refiro...

Refiro-me aos animais autóctones que ficam em risco...

Existem vários casos nas diferentes classes de animais da nossa preferência, vou citar alguns exemplos:

Aves: "Tecelões", tais como os géneros Euplectes e Ploceus, que colonizaram certas zonas do nosso país, sendo uma espécie muito agressiva e que compete (com desvantagem para as nossas aves) pelos melhores locais de nidificação e caça. Foram fugindo das gaiolas e agora nidificam com regularidade;

Répteis: Tartaruga de orelhas vermelhas (Trachemys scripta elegans) que invadiram os nossos rios porque as pessoas compravam-nas e quando cresciam demais ou fartavam-se, largavam em tudo o que era curso de água. Sendo uma espécie muito adaptável e que atinge grandes dimensões, competem com as nossos quelónios nativos levando ao declínio destes últimos;

Anfíbios: A nova "vedeta" é a Rã-de-unhas africana (Xenopus laevis) que tem aparecido em grande número em algumas ribeiras de oeiras... Esta espécie tem um potencial de impacte ecológico enorme. Por trata-se de uma espécie com grande capacidade reprodutora e capaz de atingir grandes dimensões é capaz de dizimar espécies autóctones com muita facilidade;

Mamíferos: Aqui, o cão (Canis lupus familiaris) e o gato doméstico (Felis catus) possuem especial destaque não só porque são os mamíferos mais adorados, mas por serem dos que mais impactes (directos e indirectos) infligem nos nossos autóctones. Tudo porque as pessoas teimam em os abandonar ou soltar na rua (por umas "horinhas para poderem passear"), criando colónias assilvestradas que atacam tudo o que é espécie autóctone (na lista estão aves, répteis, anfíbios e outros mamíferos).

Além destes exemplos, existem muitos outros.

Além do alerta que pretendo fazer com este tópico, gostava de ler opiniões de como tratar destes problemas: sejam medidas a tomar para acabar com estes problemas ou medidas para que comece a ocorrer com menos frequência, seja através da consciencialização das pessoas ou através da execução de medidas punitivas já previstas na lei... Assim como outras opiniões ;)

Uma última pergunta: Que direito temos nós (e por inerência, os nossos pet's) de diminuir os "direitos dos animais autóctones"?
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quinta ago 20, 2009 3:15 pm

O mundo dos animais é assim, sempre foi e sempre será.
As espécies dominantes dizimam/reduzem as outras espécies.
Os selvagens, muito mais que os domésticos!
Mas você tem mesmo uma fixação quase doentia por estes últimos :?
AlunoBioGeo
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quinta ago 20, 2009 3:34 pm

Pronto, começou :evil: Pode cingir-se unicamente à questão em vez do que eu sou ou deixo de ser?

E não, não é a lei da natureza... É a lei do homem e de tudo o que atropela, nunca se pode falar em espécies dominantes de uma forma natural, quando existe a mão do homem nisso.

Os selvagens mais que os domésticos? Pode-me mostrar um caso onde uma espécie animal "selvagem" tenha dizimado alguma outra espécie, sem que a primeira tenha sido importada?

O que eu pedia são soluções para o problema e não voltar ao mesmo do outro tópico... Os problemas existem, mas também existem soluções... Eram estas ultimas que gostava de discutir.
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Charlie2
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quinta ago 20, 2009 6:48 pm

acho que se quis dizer que os selvagens são dizimados pelos domésticos, mas acho que todo este tópico não faz muito sentido :?
fang
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quinta ago 20, 2009 7:09 pm

Charlie2 Escreveu:acho que se quis dizer que os selvagens são dizimados pelos domésticos, mas acho que todo este tópico não faz muito sentido :?
Porquê?? :?

Por haver risco ecológico conhecido, é que as autoridades estão a estudar a revisão da legislação com a finalidade de proibir a detenção e tentar irradicar da natureza várias espécies alóctones no nosso país.
<p>Francisco Barros</p>
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<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
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quinta ago 20, 2009 7:21 pm

Charlie2 Escreveu:acho que se quis dizer que os selvagens são dizimados pelos domésticos, mas acho que todo este tópico não faz muito sentido :?
Em primeiro lugar, nestes casos será mais correcto falar de animais "domesticizados", pois trata-se realmente de animais selvagens criados em casa, e não tornados domésticos, nem domesticados.

Em segundo lugar, este tópico faz todo o sentido, pois está-se a falar do desequilíbrio ecológico causado pelos abandonos de pets adquiridos por uma questão de moda.

E não é só de animais que se trata, há também muitas espécies vegetais que invadem e liquidam pequenos ecossistemas, como os jacintos-de-água ou os chorões, por exemplo.
Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs!
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quinta ago 20, 2009 7:48 pm

fang Escreveu:
Charlie2 Escreveu:acho que se quis dizer que os selvagens são dizimados pelos domésticos, mas acho que todo este tópico não faz muito sentido :?
Porquê?? :?

Por haver risco ecológico conhecido, é que as autoridades estão a estudar a revisão da legislação com a finalidade de proibir a detenção e tentar irradicar da natureza várias espécies alóctones no nosso país.
Infelizmente há quem ache que não existe problema nenhum e que ache que é só alarmismos... Mas pelo menos que este tópico sirva para mostrar o que ocorre na realidade!

LucNun Escreveu: Em primeiro lugar, nestes casos será mais correcto falar de animais "domesticados", pois trata-se realmente de animais selvagens criados em casa, e não tornados domésticos, nem domesticados.

Em segundo lugar, este tópico faz todo o sentido, pois está-se a falar do desequilíbrio ecológico causado pelos abandonos de pets adquiridos por uma questão de moda.

E não é só de animais que se trata, há também muitas espécies vegetais que invadem e liquidam pequenos ecossistemas, como os jacintos-de-água ou os chorões, por exemplo.
A maior parte dos animais que falei são, de facto, animais selvagens já com algumas linhagens em cativeiro... Mas os cães e os gatos, como únicos domésticos reconhecidos, também são responsáveis por desequilíbrios graves.

Mas não é só os adquiridos por questão de moda e que são abandonados os responsáveis (verdade que esses são a maioria), mas os que mesmo voltando a casa todos os dias andam em plena liberdade pelos nossos habitats (em meios rurais ou semi-rurais), cães e gatos novamente.

Sim, eu não falei da flora invasora porque este fórum não trata o tema Flora, mas foi bom ter falado sobre isso, porque de facto existem... Mas não é só flora de "pequeno porte", na invasora/infestante contam também as acácias e os eucaliptos, por exemplo ;)
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LucNun
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quinta ago 20, 2009 9:24 pm

AlunoBioGeo Escreveu:
LucNun Escreveu: Em primeiro lugar, nestes casos será mais correcto falar de animais "domesticados", pois trata-se realmente de animais selvagens criados em casa, e não tornados domésticos, nem domesticados.

Em segundo lugar, este tópico faz todo o sentido, pois está-se a falar do desequilíbrio ecológico causado pelos abandonos de pets adquiridos por uma questão de moda.

E não é só de animais que se trata, há também muitas espécies vegetais que invadem e liquidam pequenos ecossistemas, como os jacintos-de-água ou os chorões, por exemplo.
A maior parte dos animais que falei são, de facto, animais selvagens já com algumas linhagens em cativeiro... Mas os cães e os gatos, como únicos domésticos reconhecidos, também são responsáveis por desequilíbrios graves.

Um esclarecimento: quando escrevi "domesticizados" era isso mesmo que queria dizer, embora o termo não faça parte do vocabulário habitualmente usado. Queira com ele indicar esses mesmos animais selvagens criados em cativeiro, não domesticados, mas sim tornados animais de casa. Não devia ter emendado a palavra, que meti entre aspas precisamente para destacar o seu uso fora do habitual e específico. :wink:

Mas adiante. Tradicionalmente, "animais domésticos" não são apenas os cães e os gatos, hoje em dia considerados "animais de companhia". Também entram nessa categoria os animais de quinta e todos aqueles que que foram domesticados pelo Homem com vista ao aproveitamento da sua carne, etc., ou pela sua capacidade como força de trabalho.
Mas não é só os adquiridos por questão de moda e que são abandonados os responsáveis (verdade que esses são a maioria), mas os que mesmo voltando a casa todos os dias andam em plena liberdade pelos nossos habitats (em meios rurais ou semi-rurais), cães e gatos novamente.
Não me consta que os gatos desequilibrem assim tanto o meio-ambiente (já totalmente alterado pelo Homem) e suas espécies. Pelo contrário, é conhecido o seu papel no controlo e equilíbrio de ratos, a maior praga das cidades, e de outros pequenos roedores do campo. Mas é claro que posso estar enganada ou mal informada.

Já quanto aos cães, concordo que as matilhas de assilvestrados podem constituir de facto um problema, mas que percentagem de cães abandonados se tornam realmente assilvestrados? Quantas matilhas dessas existem, e qual o seu impacto ambiental?

E, mesmo que não assilvestrados, não creio igualmente que tenham assim tanto reflexo no equilíbrio ecológico. Também eles podem ter o seu papel no controlo de pragas, como, por exemplo, de coelhos bravos, roedores, etc.
Sim, eu não falei da flora invasora porque este fórum não trata o tema Flora, mas foi bom ter falado sobre isso, porque de facto existem... Mas não é só flora de "pequeno porte", na invasora/infestante contam também as acácias e os eucaliptos, por exemplo ;)
Creio que seria interessante falar também dela, pois cabe-lhe uma elevada quota parte na alteração da fauna e da outra flora autóctones.
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quinta ago 20, 2009 10:38 pm

LucNun Escreveu: Um esclarecimento: quando escrevi "domesticizados" era isso mesmo que queria dizer, embora o termo não faça parte do vocabulário habitualmente usado. Queira com ele indicar esses mesmos animais selvagens criados em cativeiro, não domesticados, mas sim tornados animais de casa. Não devia ter emendado a palavra, que meti entre aspas precisamente para destacar o seu uso fora do habitual e específico. Wink

Mas adiante. Tradicionalmente, "animais domésticos" não são apenas os cães e os gatos, hoje em dia considerados "animais de companhia". Também entram nessa categoria os animais de quinta e todos aqueles que que foram domesticados pelo Homem com vista ao aproveitamento da sua carne, etc., ou pela sua capacidade como força de trabalho.
Eu percebi, LucNun ;) Não estava a corrigi-la, mas apenas usei a palavra que mais me é familiar :)

Nem me lembrei dos animais de quinta, foi uma falha minha e foi bom ter-me lembrado desse facto, obrigado.
LucNun Escreveu: Não me consta que os gatos desequilibrem assim tanto o meio-ambiente (já totalmente alterado pelo Homem) e suas espécies. Pelo contrário, é conhecido o seu papel no controlo e equilíbrio de ratos, a maior praga das cidades, e de outros pequenos roedores do campo. Mas é claro que posso estar enganada ou mal informada.

Já quanto aos cães, concordo que as matilhas de assilvestrados podem constituir de facto um problema, mas que percentagem de cães abandonados se tornam realmente assilvestrados? Quantas matilhas dessas existem, e qual o seu impacto ambiental?

E, mesmo que não assilvestrados, não creio igualmente que tenham assim tanto reflexo no equilíbrio ecológico. Também eles podem ter o seu papel no controlo de pragas, como, por exemplo, de coelhos bravos, roedores, etc.
Os gatos podem ser um perigo para a fauna autóctone (depende da zona) e não são apenas controladores de pragas (embora o possam se em pequeno número) como podem ser a causa de desequilíbrios graves nos ecossistemas, principalmente em zonas rurais e semi-rurais...
Across the three landscapes there were 800 to 3100 cats, which kill between 16,000 and 47,000 birds during the breeding season, resulting in a minimum of 1 bird killed/km/day.
Se quiser dou-lhe bibliografia cientifica que mostra isso mesmo. Tentei aqui na Arca e no local apropriado falar sobre isto, mas infelizmente fui muito mal recebido... Por isso não queria alongar-me muito mais sobre o gato.

Uma coisa que é preciso salutar: Nem todos os roedores são pragas, são até essenciais na manutenção de todo um ecossistema saudável. E os gatos não são os únicos controladores desses roedores, as cobras também o são... E eu prefiro os controladores naturais e autóctones ;)

Tanto os cães, como os gatos, podem ser problemáticos mas tal facto está dependente de vários factores como: dimensão da colónia/matilha, tipo de zona onde habitam, tipo de espécies que ocorram nessa zona, etc.

Não sei percentagens, mas sei que ocorre em Portugal em algumas zonas de forma preocupante... Por exemplo, na Ria de Aveiro (local importante de nidificação na região litoral-norte) tem havido alguns problemas com gatos e cães assilvestrados.
LucNun Escreveu: Creio que seria interessante falar também dela, pois cabe-lhe uma elevada quota parte na alteração da fauna e da outra flora autóctones.
Sim, seria extremamente interessante falar dela por essas mesmas razões que fala... Mas aqui a culpa volta a ser do Humano, que trás plantas exóticas que se dão extremamente bem aqui e provocam estes mesmos problemas.
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LucNun
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quinta ago 20, 2009 11:17 pm

AlunoBioGeo Escreveu:...Os gatos podem ser um perigo para a fauna autóctone (depende da zona) e não são apenas controladores de pragas (embora o possam se em pequeno número) como podem ser a causa de desequilíbrios graves nos ecossistemas, principalmente em zonas rurais e semi-rurais...
Across the three landscapes there were 800 to 3100 cats, which kill between 16,000 and 47,000 birds during the breeding season, resulting in a minimum of 1 bird killed/km/day.
Realmente, esses números são alarmantes e dizem muito sobre o perigo do excesso de animais, mas gostava de saber a que região se refere o estudo: foi feito cá?

Não que tenha grande importância, afinal de contas um pássaro por dia e por km2 é um número perfeitamente credível para qualquer região. Mas se para além de um pássaro com preferência por determinados insectos destruidores de culturas o gato ainda caçar também, na mesma média, um dos tais roedores não-pragas, então ao fim de algum tempo o impacte ambiental será de facto sensível.
Tanto os cães, como os gatos, podem ser problemáticos mas tal facto está dependente de vários factores como: dimensão da colónia/matilha, tipo de zona onde habitam, tipo de espécies que ocorram nessa zona, etc.

Não sei percentagens, mas sei que ocorre em Portugal em algumas zonas de forma preocupante... Por exemplo, na Ria de Aveiro (local importante de nidificação na região litoral-norte) tem havido alguns problemas com gatos e cães assilvestrados.

...
Pois, também sei que existem matilhas de cães assilvestrados (de gatos, não sabia) no Norte do país e que têm dado/dão problemas, suscitando a má vontade contra a espécie por parte das populações locais. :?
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quinta ago 20, 2009 11:58 pm

LucNun Escreveu:
AlunoBioGeo Escreveu:...Os gatos podem ser um perigo para a fauna autóctone (depende da zona) e não são apenas controladores de pragas (embora o possam se em pequeno número) como podem ser a causa de desequilíbrios graves nos ecossistemas, principalmente em zonas rurais e semi-rurais...
Across the three landscapes there were 800 to 3100 cats, which kill between 16,000 and 47,000 birds during the breeding season, resulting in a minimum of 1 bird killed/km/day.
Realmente, esses números são alarmantes e dizem muito sobre o perigo do excesso de animais, mas gostava de saber a que região se refere o estudo: foi feito cá?

Não que tenha grande importância, afinal de contas um pássaro por dia e por km2 é um número perfeitamente credível para qualquer região. Mas se para além de um pássaro com preferência por determinados insectos destruidores de culturas o gato ainda caçar também, na mesma média, um dos tais roedores não-pragas, então ao fim de algum tempo o impacte ambiental será de facto sensível.
Não, não foi cá... Esse estudo foi feito nos EUA, mas existem estudos na Europa que têm mais ou menos os mesmos resultados. Assim como sei que existe pelo menos um estudo (não publicado) em Portugal que indica o problema dos gatos para animais autoctones de várias ordens.
LucNun Escreveu: Pois, também sei que existem matilhas de cães assilvestrados (de gatos, não sabia) no Norte do país e que têm dado/dão problemas, suscitando a má vontade contra a espécie por parte das populações locais. :?
Sabe, quando lhes dói na carteira a população protesta (porque os cães atacam-lhes o gado, enquanto que o gato nem tanto) e tenta resolver, erradamente, as coisas pelas suas próprias mãos; mas quando não lhes dói (ou pensam que não) não querem saber... Infelizmente é assim.

Fugindo um pouquinho do assunto (mas não muito):
Eu tive a oportunidade de estudar morcegos e um certo dia enquanto recolhia ultra-sons num terreno agricola, aparece o agricultor... Perguntou-me o que eu fazia e respondi-lhe. Ele afirma o seguinte: "o menino queira-me desculpar, mas eu sempre que posso pego na minha caçadeira e mato uns quantos... Agora pouco os vejo por estas bandas".
Eu fiquei um pouco chateado (mas não quis mostrar) e perguntei-lhe: "E há quanto tempo faz isso? E pragas de insectos, tem tido muito?" Ao que me respondeu: "Há mais 25 anos. Insectos? Cada ano é pior, bem tento reduzir os pesticidas por causa do ambiente e tal, mas é impossivel". Com um sorriso nos labios (e dor pelos animais que decerto matou em tanto tempo) respondi: "Pois, você há mais de 25 anos que anda a matar quem lhe tenta ajudar com o problema dos insectos".
O homem depois da minha resposta só me disse: "Em 25 anos só fiz asneira! Garanto-lhe que não mato mais nenhum!"
A este homem também lhe expliquei a importância das cobras para o controlo dos roedores.
Muitas vezes, por ignorância e não ter quem lhes ensine, as pessoas não sabem quão importantes são certos animais e por estigma nada fazem por os preservar. Mais grave são aquelas pessoas que têm como aprender essas coisas, mas preferem continuar em fase de negação ou a assobiar para o ar.
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LucNun
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sexta ago 21, 2009 12:32 am

E, ainda continuando no off topic e dentro da linha do relato que reproduziu, temos também a história dos pardais e de Mao Tsé Tung.

Quando o grande político e guia da classe operária descobriu que os pardais comiam uma boa percentagem das colheitas de arroz, decretou que tal coisa não podia acontecer no seu país, onde ainda se morria de fome: a última Grande Seca havia matado vinte milhões de chineses.

Lançada uma vasta campanha de mobilização de massas, aprazou-se o dia e durante essas 24 horas ninguém dormiu na China: tudo o que podia fazer barulho que impedisse as aves de pousarem para dormir, foi usado. Há filmes desse dia: mete dó, faz doer o coração, ver os desgraçados dos pardais a caírem à velocidade de uma pedra a meio do voo e ver as cestas e longas fiadas de aves mortas exibidas com largos sorrisos de alegria...

Nesse ano acabaram-se os pardais na China, foi verdade. Mas as pragas de insectos de que eles se alimentavam, de preferência ao arroz, devastaram as searas - e nesse ano e no seguinte morreram de fome 25 milhões de chineses, mais ainda do que na última Grande Seca.

É o que acontece quando a ignorância se impõe à Natureza.
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sexta ago 21, 2009 12:47 am

LucNun Escreveu:E, ainda continuando no off topic e dentro da linha do relato que reproduziu, temos também a história dos pardais e de Mao Tsé Tung.

Quando o grande político e guia da classe operária descobriu que os pardais comiam uma boa percentagem das colheitas de arroz, decretou que tal coisa não podia acontecer no seu país, onde ainda se morria de fome: a última Grande Seca havia matado vinte milhões de chineses.

Lançada uma vasta campanha de mobilização de massas, aprazou-se o dia e durante essas 24 horas ninguém dormiu na China: tudo o que podia fazer barulho que impedisse as aves de pousarem para dormir, foi usado. Há filmes desse dia: mete dó, faz doer o coração, ver os desgraçados dos pardais a caírem à velocidade de uma pedra a meio do voo e ver as cestas e longas fiadas de aves mortas exibidas com largos sorrisos de alegria...

Nesse ano acabaram-se os pardais na China, foi verdade. Mas as pragas de insectos de que eles se alimentavam, de preferência ao arroz, devastaram as searas - e nesse ano e no seguinte morreram de fome 25 milhões de chineses, mais ainda do que na última Grande Seca.

É o que acontece quando a ignorância se impõe à Natureza.
Cá está um bom exemplo como quando se intervém, devemos ter imenso cuidado... Mesmo quando se trata de erradicar uma possível praga!

E quando se confirma ser uma praga, deve ser tudo feito para que não se erradique completamente de uma só vez, mas ir reduzindo o número com medidas ponderadas e muito bem pensadas e deixar isso para as entidades competentes. Porque um ecossistema desequilibrado necessita de mais atenção e a emenda poderá vir a ser bem pior que o soneto... Mas existe muita coisa que o comum cidadão poderá fazer para evitar que piore:

- Evitar soltar os nossos animais na "rua" e controlar ao máximo os seus passos evitando o seu contacto com qualquer animal selvagem;
- Evitar alimentar animais abandonados (custa muito, mas é preferível levar para um canil ou adoptá-lo e trazer para dentro de casa - isto se não for animal autóctone, claro!);
- Não alimentar ou capturar qualquer animal selvagem;
- Não matar qualquer animal autóctone, mesmo estando na nossa propriedade, porque muito antes de ser nossa propriedade decerto já foi o habitat destes animais (além de tal ser proibido por lei, seja onde for);

etc.
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MeninaPikena
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sexta ago 21, 2009 7:44 am

Pronto! Voltamos ao mesmo :S
Nazgul93
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sexta ago 21, 2009 9:22 am

MeninaPikena Escreveu:Pronto! Voltamos ao mesmo :S
??? :roll:
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