«
Lisboa, nova visita ao canil/gatil – Responsável técnico reconhece que condições do canil 1 não são minimamente aceitáveis
Dezembro 16, 2011
O Dr. Vasco Ribeiro, novo responsável técnico do canil/gatil, declarou perante uma delegação do BE em que se integraram os dois elementos do Grupo de Lisboa que tinham visitado o canil/gatil em 5/12, que as condições do canil 1 “não são minimamente aceitáveis”. Ora, continuando as obras paradas, e o vereador Sá Fernandes remetido ao mais absoluto silêncio sobre esta matéria, não se vê quando vai ser posto termo à tortura a que estão sujeitos os animais ali detidos. Recorde-se que as obras deviam estar terminadas em Fevereiro de 2012 e que muitas das imposições do tribunal se prendem com a necessidade de assegurar condições de bem-estar mínimas aos animais enquanto as obras não estão concluídas. Ora, pelos vistos, isto não vai acontecer tão cedo.
Desde logo, a área destinada a quarentena (alínea c)) continua a não existir. E esta é uma das decisões da sentença que devia há muito estar cumprida e que é de absoluta necessidade dada a proliferação de doenças contagiosas que vitimam particularmente os gatos. Assim como a cerca exterior, onde antigamente estavam alojados os animais propriedade do canil, não está a ser usada para colocar temporariamente os cães do canil 1 para fazerem exercício (alínea k)).
No dia 14/12 estavam 13 gatos no gatil e só havia duas jaulas com dois, que se percebia serem próximos. Perguntado ao Dr. Vasco Ribeiro a razão de haver agora muito menos gatos que no passado, este respondeu que estão a fazer menos capturas e que estas são mais criteriosas, o que só nos regozija, pois sempre defendemos que muitas das queixas feitas ao canil contra os animais são resultado de más relações de vizinhança e de vinganças pessoais, e não configuram reais situações lesivas da saúde ou da tranquilidade pública.
Relativamente aos cães, estavam ao todo no canil cerca de 55 (11 no canil 1, 11 no canil 3, 32 no canil 3 e um caniche branco novinho no gatil).
No canil 3 havia 15 boxes com 1 cão, 7 com 2 cães e 1 com 3 cães. A alínea e) da sentença determina que o destino dos cães que entram no canil deve ser prioritariamente o canil 3 e só depois o canil 1.
É impossível dizer até que ponto esta população coincide com os 34 do dia 5/12. Pode ter havido muitas movimentações (entradas, adopções, abates…) e o número residente nestes dias das visitas ser praticamente idêntico. Reconhecemos, por exemplo, os dois cães, um grande branco, parecido com pastor alemão, e um arraçado de rottweiler que estão nas boxes da esquerda do canil 1, e outros do canil 3, mas há uma evidente dificuldade de memória visual em relação à maioria dos animais.
Relativamente ao programa com vista ao bem-estar dos animais (alínea b) da sentença) e ao registo da observação clínica diária (alínea d)) e dos passeios dos cães (alínea j)), foi afirmado pelo Dr. Vasco Ribeiro que existem, mas não foram mostrados esses elementos.
Sobre as entregas de animais feitas, no canil, pelos donos, proibida pela alinea o), o canil tem interpretado os dois pontos iniciais da alínea p) como aplicando-se às entregas. Ora, casos de doença e detenção não pressupõem obviamente que o dono se desloque ao canil para entregar o animal, situação que seria um desmentido da pertinência do próprio impedimento. O canil terá de recolher o animal em casa do munícipe ou ser a polícia a proceder à entrega do mesmo no canil.
Ficou também a saber-se que o canil está a aceitar eutanasiar animais que lhe são entregues desde que por indicação do médico veterinário assistente.
O Dr. Vasco Ribeiro confirmou que não existe um regulamento do canil mas unicamente orientações superiores que vão determinando os vários aspectos da vida do canil, nomeadamente em relação às condições impostas aos munícipes nas suas visitas, tendo o deputado municipal do BE frisado a importância de existir um documento transparente e público.»
in http://campanhaesterilizacaoanimal.wordpress.com/
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke