quarta set 16, 2009 7:41 pm
Ora viva,
Eu sinceramente gostava que os nossos jardins e parques urbanos tivessem flora sobretudo autóctone (quer árvores, quer arbustos), potenciando a ocorrência e nidificação da nossa avifauna autóctone.
Embora as coisas estejam a mudar, o certo é que as zonas verdes urbanas mais antigas estão povoadas sobretudo com espécies exóticas.
Para espécies também exóticas de psitacídeos que fugiram de cativeiro (algumas delas do mesmo local de origem das plantas exóticas existentes nos parques urbanos), é lógico que prefiram e muitas vezes se confinem a esses espaços para alimentação.
Quanto às espécies de psitacídeos a viver e a reproduzir-se em liberdade, até ao momento não existe nenhuma espécie que estega registada como "nociva", ou de risco ecológico, para as populações de espécies autóctones.
A única espécie de psitacídeo que tem vindo a preocupar de certo modo, é o Psittacula krameri. Embora já esteja presente nas grandes cidades (sobretudo Lisboa) há bastantes anos, o facto é que se tem vindo a dispersar.
Já os vi em Ota, Rio maior, Cartaxo e Santarem.
Segundo vários relatos, já há vários anos que "atacam" campos de milho na zona de Alcácer do Sal, onde são abatidos com frequencia.
Segundo alguns ornitólogos britânicos, existem já problemas reais na Inglaterra com esta espécie a nível de territorialidade nas cavidades para nidificação para com algumas espécies autóctones.
Por cá é aguardar para ver... Por enquanto, não creio que seja preocupante, mas só o tempo o dirá...
Temos casos de exóticas que já estableceram populações há mais de 30 anos (como o Bico-de-lacre) e que nada interferem com a avifauna autóctone. Acabam por ser mais uma presa (e bastante prolífera) para predadores autóctones.
No entanto os tecelões, embora em liberdade há muito menos tempo, já causaram bastantes danos.
O facto de uma espécie ser exótica no nosso país, não significa que seja obrigatóriamente nociva.
Eu não vejo com bons olhos todas as espécies de exóticas que cada vez mais proliferam no nosso país ( princípio da precaução), mas também não ando a fazer campanhas de exterminação de exóticas porque sim.
Apenas apoio o extermíneo de exóticas em liberdade quando está provado que causam danos à nossa fauna, por investigação no nosso país ou noutros países europeus onde a mesma fauna ocorre.
PS: Andar a plantar diversas espécies florísticas exóticas apenas para manter alimento e estímulo de reprodução a espécies exóticas é que acho estupidez!
<p>Francisco Barros</p>
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