Como um gato adoptou a minha família e algumas dúvidas

[Sado]

sim, sim queremos novidades deste novo membro do forum.
E já agora, Nita como vai o osky?

[Nita77]

Que me perdoe o AmigodoOscar por aqui falar noutro Oscar...

O Osky está lindoooo, traquina e ternurento. Os engasgos passaram e o pequenito tem uma energia que só visto.
Também já não está tão caprichoso, ou seja, já vai dividindo atenção pelos 2 donos. Criou rotinas com cada um de nós. Foi, sem dúvida, uma lufada de ar fresco nas nossas vidas.

Já desenvolveu confiança e até mesmo cumplicidade connosco. Sem palavras, aprendemos a ouvir o seu silêncio e a interpretar os miados que de vez em quando faz mais por mimo que por qualquer outro motivo.
Acabei de actualizar o petsite com mais fotos do menino
E a Ziggy? Para quando novas fotos da lindinha? Deve estar crescida e traquina!

[AmigodoOscar]

Novidades deste gatito?

Olá Nita.

Peço desculpa a si e a todos os que ajudaram por não ter dado mais novidades. Passo por aqui de vez em quando, porque o tempo tem sido muito curto por motivos profissionais, e não tive tempo de responder condignamente a mais algumas ajudas que por aqui deixaram. Mais uma vez peço desculpa.

Logo que seja possível coloco as prometidas fotos e farei um relato completo. Por agora, posso dizer que o Óscar está muito bem, com um bonito aspecto, e já come uma comida melhor. Acho que está feliz por cá.

Até breve

[Sado]

cá espera-mos nóticias e fotos do novo oscar. Felicidades.

[Nita77]

Caro AmigodoOscar:

Folgo muito em saber novidades deste menino. Não tem nada que se desculpar. As "ajudas" foram fruto de uma boa cooperação entre os usuários do fórum, acreditando eu que, esse é também um dos propósitos do mesmo.

A sua capacidade em transcrever emoções levou-me a visualizar a história. Tal como quem lê um bom livro e no final sente falta das horas preenchidas por aquelas personagens, também eu sinto vontade de saber novidades do herói desta história real.

Felicidades para o menino e cá estamos à espera das fotografias. Afinal, um herói tem que ter um rosto

[AmigodoOscar]

Este é o Óscar





Peço desculpa pela qualidade das imagens mas o "modelo" nunca está quieto com a máquina por perto.

[AmigodoOscar]

Nas fotos acima deixei imagens do Óscar há muito prometidas. Infelizmente, o tom positivo com que escrevi o meu primeiro post há muito que foi abandonado. As coisas com o Óscar cá por casa não correm nada bem.


Este post é um desabafo, e, mais uma vez, um pedido de ajuda e de sugestões. Tenho consciência de que muitas pessoas do fórum poderão não gostar do que vou escrever e poderão culpar-nos por termos levado um gato para casa, de forma precipitada, sem pensar devidamente no assunto. E terão razão. Em nossa defesa podemos somente argumentar que o Óscar ultrapassou largamente todas as nossas piores expectativas e que mesmo assim continuamos a tentar fazer o nosso melhor, quase seis meses após o inicio desta aventura.


Mas, afinal, o que é que se passa?

Logo no meu post inicial refiro a determinada altura “O Óscar agora já não nós passa tanto cartão, nem salta para o nosso colo como quando cá chegou, nem parece apreciar tanto as festas … … será que os gatos são mesmo assim? Andou-nos a dar graxa nos primeiros dias?” As coisas não melhoraram. Pensando bem, o saltar para o nosso colo durou um dia, aceitar as nossas festinhas nem uma semana.

Também disse "por vezes atira-se as pernas", o que está sempre a acontecer e por vezes magoa mesmo.

"Muitas vezes, quando lhe tentamos fazer festas, por vezes ele aperta os nossos dedos com os seus dentes. Não morde com força, mas também não larga" O tentar-mos fazer festas já não acontece tanto, quase desistimos, mas o morder sempre que a mão de alguém cá de casa se aproxima dele passou a ser a regra.


Pior que tudo isto aconteceu duas vezes quando os miúdos estavam a dormir. O Óscar foi até ao quarto e mordeu-lhes a cabeça. Não com força para fazer grandes feridas, mas o suficiente para os assustar e levantar toda a gente cá em casa, e, provavelmente, nos apartamentos vizinhos…
O Óscar passou a dormir fechado na cozinha, mas, mesmo assim, quando os miúdos estão no sofá a ver televisão já fez o mesmo mais algumas vezes.


Tudo isto significa isto que qualquer tipo de interacção física com o Óscar passou a ser quase impossível. A única excepção consiste num breves momentos antes de ser alimentado, em que não reage tão ferozmente. Procurar dar-lhe festinhas é muito complicado, os miúdos cá de casa, o principal motivo para termos um animal de estimação, há muito tempo que desistiram de tentar interagir com ele. A minha filha já tem medo dele e inclusivamente, ontem, depois de mais uma mordidela, pediu-nos para trocarmos o Óscar por um gatinho “amigo”.



Considerando isto, os restantes problemas são insignificantes. Os sofás todos arranhados, os bibelots partidos, numa determinada fase, a um ritmo quase diário, são questões menores. São aborrecidas, mas nem de perto tanto quanto o resto.



Quanto às nossas estratégias para lidarmos com esta situação variaram mas os resultados foram sempre os mesmos. Começamos com a fase do não sonoro com cara má a acompanhar, mas bastante tempo depois os resultados continuaram nulos, ou pior ainda, algumas vezes, quando ralhamos com ele mais à sério, já aconteceu sair de ao pé de nós e ir morder as crianças.
Depois da fase do não veio a fase do castigo, quando mordia ficava um bocado fechado na casa de banho. Também não resultou. Um dia ficou sem comer de manhã até à noite, mas à noite estava exactamente na mesma. Por duas vezes já levou alguma palmadas, (não me orgulho, mas na altura em que ele acordou os meus filhos a meio da noite com uma mordidela na cabeça foi mesmo essa a minha reacção). O meu filho, que fez agora quatro anos, também já lhe bateu, sem provocação da parte do gato naquele momento, mas certamente pensando nas vezes em que este o mordeu e quiçá, no meu mau exemplo. É claro que censurámos o comportamento da criança e dissemos para o não fazer novamente.
Hoje em dia continuamos a ralhar ou a prender o Óscar na casa de banho, mas os resultados continuam sem ser visíveis. Será que alguma vez o irão ser?


Conforme a sugestão de diversos foristas o Óscar foi castrado no inicio de Outubro. Tínhamos a ideia de que poderia ajudar a ficar mais calmo, mas, temos a impressão de que ainda ficou pior. Eu segurei-o enquanto a veterinária lhe deu a injecção anestesiante, e como ele não gostou nada de ser picado, não sei se ele me culpa disso e se, em consequência, se tornou mais feroz cá em casa. Mas, mesmo que pior não tenha ficado, melhor não ficou de certeza.



Em relação ao que ao Óscar recebe da nossa parte, creio que faria muitos outros gatinhos bastante felizes. Tínhamos quatro pessoas prontas a dar mimos e carinhos, mas ele não os quer receber. Foi três vezes ao veterinário em cerca de dois meses. Fizemos tudo o que segundo e o terceiro veterinário recomendaram. Em relação à alimentação, começou por comer Friskies, mas como aqui me sugeriram não ser essa a melhor, passou para Purina One. Tem água fresca todos os dias, dois pequenos arranhadores, embora ele prefira os sofás… e dorme numa cama almofadada. A casa de banho dele está dentro da nossa e está sempre a ser limpa.


Como disse no final de Setembro, fisicamente, comparado com o gato que recolhemos, o Óscar está óptimo. As feridas são passado, os intestinos regularizaram-se, deixou de estar magríssimo, o pelo parou de cair e passou a ter um bom aspecto. Só é pena a parte psicológica não estar tão boa.


Portanto, estamos na fase do desânimo. O arrependimento já mora por cá. Mas não sabemos o que fazer. Não sabemos se ainda poderemos ter esperanças sobre o comportamento do Óscar mas torna-se cada vez mais complicado acreditar nisso, e o pedido da minha filha não me deixou dormir esta noite. Muitos amigos também nos dizem que se ele andava na rua era porque já era agressivo e por isso alguém se livrou dele. Não sei se assim será, mas é uma explicação possível.


Considerando tudo o que atrás ficou, se alguém poder dar conselhos ou sugestões agradeço.


Criticas também serão aceites. Mas recordo que o Óscar andava de volta de um caixote do lixo quando o encontramos. Creio que ele está bem melhor aqui. Nós é que nem por isso.

[Miboki]

Que lindo que é o Óscar !
O Óscar porta se melhor? Não era ele que se atirava ás pernas dos seus filhos para brincar?

Edito a minha resposta, pois não tinha lido o novo desabafo.

Fico triste por as coisas não estarem a correr bem, e por o Óscar estar a portar se mal quando sabemos que muitos gatos que andam por ai pelas ruas estariam agradecidos se tivessem uma familia.

Compreendo o desabafo da sua filha, ela queria um gatinho meigo que pudesse fazer lhe festinha e sai lhe um terrorista!!
Percebo que tenham medo que o Óscar volte a atacar os seus filhos enquanto eles estão a dormir.
No entanto, louvo a vossa atitude de quererem mudar as coisas, muitas pessoas na vossa situação já tinham abandonado o gato, o que deve ter sido o que o anterior dono do Óscar fez.

Há gatos que são mais difíceis que outros, conheço o caso de uma gata que já tem os seus 10 anos, que está com os donos desde os 2meses e que antes teve contacto com humanos, mas ela não gosta de festas, de ser agarrada e quem ousa tocar lhe leva uma mordidela !

No seu caso, nem sei que dicas lhe dar, nunca tive um gato mais independente e dono do seu nariz, sempre tive a sorte de ter gatinhos meigos como a sua filha quer.

Como não sabemos o passado do Óscar, também pode ser possivel o comportamento dele ser derivado a maus tratos que tenha sofrido e que reage agora assim, mas também pode ser feitio, e mau feio por sinal.

Não se sinta culpado de ter lhe batido nas situações em que ele se portou mal, acho que todos os donos de gatos fazem isso e é normal, só assim se educa; eu também já deu tau tau nos meus quando se portam mal, custa mas tem que ser para eles perceberem.

Sempre pode consultar algum especialista no comportamento felino, talvez ajude o Óscar e vocês.

Quando eu tiver mais ideias digo.

[Chamarrita]

parece-me que há uma espécie de "braço de ferro" entre o gato e as crianças. Ele, provavelmente, tem ciúmes. Ou então talvez precise de uma companhia felina - ele tinha um amigo na rua, não era?

acho que o primeiro gato de quem nunca teve gatos antes fica sempre um pouco "estragado". Eu tb tenho uma q me escolheu com 2 mesitos e foi "filha única " até aos dez. Foi educada quase como um cão e foi com ela que apredi a conhecer os gatos. É tricolor e tem "mau feitio" - ou seja, é felina dos bigodes à ponta da cauda e só faz o que quer. A vinda de outros gatos tornou-a um pouco "bipolar"; o primeiro ela adorou, um gato adulto e muito meigo, ficaram logo amigos, mas com a vinda de outros o "mau feitio" acentuou-se... estava habituada a ter todas as atenções e não gosta de as dividir.

Apesar de tudo, nunca me magoou. A única vez que me arranhou foi porque lhe dei uma palmada e jurei de nunca mais, ficou muito, muito sentida. É extremamente importante não mostrar nem ter efectivamente medo deles, e ter muita paciência. Deve explicar à sua filha que os amigos não se podem trocar e na verdade somos nós que temos de nos adaptar ao gato; se ele não vos faz feliz, é porque ele não se sente feliz.

Era bom adoptar outro gato, mas antes disso tente perceber o que leva o seu Óscar a apresentar esse comportamento, porque pode não ter sido ele a mudar, mas vocês...

[June76]

O Oscar é um gatinho muito bonito. Parece ter traços de Siamês. É pena que seja agressivo para os donos. Compreendo que esteja a ser muito dificil conviver com ele num apartamento, quando agride os seus filhos. Ainda se fosse numa vivenda... Se estivesse no seu lugar também não sei o que faria.

Há uns anos atras também convivi com um gato assim. A mãe rejeitou-o quando ele tinha apenas 3 semanas, não sei se porque tinha ficado sem leite ou se simplesmente não tinha vocação para a maternidade. A minha avó começou então a dar-lhe leite de vaca com um biberão improvisado. A verdade é que o leite provocou-lhe diarreia e eu tive a ideia de dar-lhe agua de arroz cozido. A diarreia passou e ele como já tinha 4 semanas começou também a comer arroz e peixe cozido. Acabou por sobreviver, mas nessa altura já mostrava sinais de agressividade. Bufava quando estava a comer e outros animais se aproximavam.

Com umas 6 semanas foi para casa da minha tia que vivia perto e tornou-se um gato forte. No entanto, tornou-se cada vez mais agressivo. Algumas vezes aparecia na nossa casa para nos visitar, mas sempre que eu tentava fazer-lhe uma festa levava um dentada. Para conseguir tocar-lhe tinha que usar luvas almofadadas. Baptizei-o de Feroz. Uma vez ficou esquecido na nossa casa durante uns 2 dias e destruiu duas cadeiras da mobilia de jantar, um cortinado, etc. Depois disso os meus pais proibiram as visitas dele.
Mas eu como o tinha criado continuava a gostar dele. Fiquei muito triste quando soube que ele tinha desaparecido (tinha uns 3 anos).

Eu acho que o comportamento do Oscar é semelhante ao do "Feroz". Ele gosta de pessoas, pois se não gostasse não se aproximava delas. O problema é que a sua forma de demonstrar afecto é morder. Talvez não tenha noção que está a magoar.

[Chamarrita]

E também há gatos que adoram as suas pessoas mas também adoram viver na rua. Isso é possível em lugares tranquilos e seguros para eles - seguros até um certo ponto, já que a liberdade implica riscos, como tudo na vida. Ele pode estar a deprimir por saudades da rua. porque não arranja uma rede para colocar na parte aberta da varanda? é baratinho, põe uns vasos com ervas para eles, arranja um tronco ou um banquinho com almofada, faz um espaciho para ele. Os gatos aborrecem-se se não podem expandir a sua energia, ou expandem-na de forma errada para nós, por isso devemos adaptar a nossa casa, ou criar um espaço onde eles possam dar largas à energia felina. Brincar com ele tb é importante, estimula-o afectivamente e reforça laços. Uma simples lanterna ou ponteira laser pode dar uma hora de diversão. Uma caixa de cartão, nozes, berlindes, bolinhas, cordas, são brinquedos baratos, fáceis de obter e com resultados garantidos.

Se não conseguem mudar o gato... tentem mudar vocês.

[leonildecarvalho]

Caro AmigodoOscar:

1 - Um gato de rua, so porque veio da rua, nao tem que, propriamente, alterar o seu caracter que, percebi que nem era mau de todo na altura em que foi recolhido, so porque...
Retirei imensos gatos da rua que foram posteriormente adoptados e que sao dum caracter maravilhoso!!! O actual Santana, em Topico e apelo de adopcao neste forum e no das adopcoes, e prova do que referi...!
O que acontece com o Oscar acontece com muitos outros gatos e ha e que perceber e aprender a conhecer o animal, com a finalidade de conseguir saber qual o factor que lhe espoleta todo o comportamento indesejavel.
Sei que e uma tarefa nada facil, contudo, quando nao ha tempo ou o "know how" para tal feito, recorre-se a um Vet vocacionado em comportamento animal ou ate a um outro Vet que esteja disposto a medicar o gato para uma ajudinha...
Falou em 2 Vets... mas nao especificou qual o diagnostico que fizeram nem se foram da opiniao duma ajudinha a nivel de medicacao...?!

Gatos e criancas pequenas, sao seres imprevisiveis e como tal, por vezes, ha coisas que nos escapam mas que interfere no comportamento dos animais... sejam ate de que especie forem mas, mais nos felinos ja que sao animais que requerem um maior ambiente de calma porque "nervosos/ansiosos" ja eles sao, por excelencia.

2 - Se o gato foi castrado so em Outubro, seria um milagre haverem ja notaveis alteracoes, para uma melhor calmia, em tao pouco tempo.
O sistema hormonal do animal demora ainda mais algum tempo a neutralizar...! E, cada gato e uma gato...!

Um conselho valido e que va mesmo a uma consulta a FMVL, com a Vet de comportamento animal que, se nao estou em erro e se estiver, alguem me corrija, por favor, penso que e a Dra Esmeralda.

Desculpe a falta de acentos mas o teclado nao os tem.

Leo

[AmigodoOscar]

Que lindo que é o Óscar !
O Óscar porta se melhor? Não era ele que se atirava ás pernas dos seus filhos para brincar?

Edito a minha resposta, pois não tinha lido o novo desabafo.

Fico triste por as coisas não estarem a correr bem, e por o Óscar estar a portar se mal quando sabemos que muitos gatos que andam por ai pelas ruas estariam agradecidos se tivessem uma familia.

Compreendo o desabafo da sua filha, ela queria um gatinho meigo que pudesse fazer lhe festinha e sai lhe um terrorista!!
Percebo que tenham medo que o Óscar volte a atacar os seus filhos enquanto eles estão a dormir.
No entanto, louvo a vossa atitude de quererem mudar as coisas, muitas pessoas na vossa situação já tinham abandonado o gato, o que deve ter sido o que o anterior dono do Óscar fez.

Há gatos que são mais difíceis que outros, conheço o caso de uma gata que já tem os seus 10 anos, que está com os donos desde os 2meses e que antes teve contacto com humanos, mas ela não gosta de festas, de ser agarrada e quem ousa tocar lhe leva uma mordidela !

No seu caso, nem sei que dicas lhe dar, nunca tive um gato mais independente e dono do seu nariz, sempre tive a sorte de ter gatinhos meigos como a sua filha quer.

Como não sabemos o passado do Óscar, também pode ser possivel o comportamento dele ser derivado a maus tratos que tenha sofrido e que reage agora assim, mas também pode ser feitio, e mau feio por sinal.

Não se sinta culpado de ter lhe batido nas situações em que ele se portou mal, acho que todos os donos de gatos fazem isso e é normal, só assim se educa; eu também já deu tau tau nos meus quando se portam mal, custa mas tem que ser para eles perceberem.

Sempre pode consultar algum especialista no comportamento felino, talvez ajude o Óscar e vocês.

Quando eu tiver mais ideias digo.

Muito obrigado pela resposta minha cara Miboki. Percebeu perfeitamente os nossos receios e o problema com que nos deparamos. Obrigado pelas suas palavras.

O desabafo da minha filha é o que mais me preocupa, pois demonstra a falência do nosso “projecto” quando levamos o Óscar para casa. Pensando nas crianças, queríamos um animal que fosse amigo e companheiro, ressalvando obviamente, espaço para as suas especificidades, mas que respeitasse tanto como é respeitado. Queríamos que fossem responsáveis e que respeitassem o animal como alguém com características específicas. O Óscar pareceu encaixar nesse papel, mas nem durante uma semana essa ilusão se manteve plena, e se formos a olhar para trás e pensarmos que nessa altura ele passou três dias na varanda sozinho porque estava cheio de carraças, vemos que afinal, bons momentos, foram mesmo muito poucos.

Embora o desabafo da minha filha seja recente, há muito tempo que tanto ela como o irmão mais novo passam o mais longe possível do Óscar, as sucessivas más reacções, mordidelas e arranhadelas (ainda que ligeiras) que foram recebendo foram-nos deixando cada vez mais afastados, e há muito tempo que eles não tentam chegar perto dele porque têm medo.

Portanto, queriam um amigo e tem o oposto. Em vem de um companheiro de brincadeiras, tem uma ameaça a sua integridade física e psicológica. Desenvolveram medos que não tinham, vêm o animal como um atacante imprevisível. E a culpa nem é do Óscar, é mesmo nossa. Que andávamos distraídos e muito enganados. Andamos a dar tempo ao Óscar para ver se ele se tornava o gato que desejávamos, e só agora nos apercebemos que quem estava a sofrer com isso eram as crianças. Finalmente, percebemos agora que há cinco meses que estas sofrem e que nos andamos somente a adiar o problema. Eles têm agora quatro e seis anos, não queremos que fiquem marcados para a vida toda por causa de um mau gato.

Como cremos não ter feito nada para que o Óscar mudasse completamente de comportamento depois de ter deixado de ter fome, excepto o já referido tê-lo fechado na varanda enquanto o desparasitante externo fazia efeito, tal era a quantidade de carraças que ele trazia, temos mesmo que considerar que o gato já tinha passado por muito e o seu comportamento / feitio é o resultado disso.

Repito que sempre o tratamos como um membro da família no que concerne aos cuidados necessários, alimentares, conforto, médicos, etc. Se não tem mais carinho é porque não quer, pois nos bem gostaríamos de lho ter dado.

Mais uma vez obrigado.

[AmigodoOscar]

parece-me que há uma espécie de "braço de ferro" entre o gato e as crianças. Ele, provavelmente, tem ciúmes. Ou então talvez precise de uma companhia felina - ele tinha um amigo na rua, não era?

acho que o primeiro gato de quem nunca teve gatos antes fica sempre um pouco "estragado". Eu tb tenho uma q me escolheu com 2 mesitos e foi "filha única " até aos dez. Foi educada quase como um cão e foi com ela que apredi a conhecer os gatos. É tricolor e tem "mau feitio" - ou seja, é felina dos bigodes à ponta da cauda e só faz o que quer. A vinda de outros gatos tornou-a um pouco "bipolar"; o primeiro ela adorou, um gato adulto e muito meigo, ficaram logo amigos, mas com a vinda de outros o "mau feitio" acentuou-se... estava habituada a ter todas as atenções e não gosta de as dividir.

Apesar de tudo, nunca me magoou. A única vez que me arranhou foi porque lhe dei uma palmada e jurei de nunca mais, ficou muito, muito sentida. É extremamente importante não mostrar nem ter efectivamente medo deles, e ter muita paciência. Deve explicar à sua filha que os amigos não se podem trocar e na verdade somos nós que temos de nos adaptar ao gato; se ele não vos faz feliz, é porque ele não se sente feliz.

Era bom adoptar outro gato, mas antes disso tente perceber o que leva o seu Óscar a apresentar esse comportamento, porque pode não ter sido ele a mudar, mas vocês...

Olá Chamarrita, obrigado pelas suas respostas e sugestões.

As suas sugestões vêm de acordo com coisas parecidas que já experimentamos, mas os resultados não foram os esperados.

Quanto aos braços de ferro, creio que não existem, até porque as crianças não têm ciúmes do Óscar. Se este tem delas, e penso que não, a verdade é que ele também não nos procura a nós, nem mesmo quando as crianças já estão a dormir.

Não sei se o “estragamos” ou não. Demos-lhe tempo e espaço para vir a nós quando queria, após os primeiros dias ele deixou de vir. Quando íamos até ele afastava-nos, pelo que as coisas não mudaram muito desde os primeiros momentos. Quanto à falta de companhia felina, talvez, mas, considerando o seu feitio, nem queremos pensar em colocar outro gato cá em casa. Podia ficar igual a ele ou pior, ou então não se darem bem.

Se o seu só a arranhou uma vez, está com sorte, o nosso às vezes morde com força qb só porque passamos perto e arranhava sempre que lhe tentamos fazer uma festinha. Deixou de arranhar porque desde há muito tempo que raramente tentamos passar-lhe a mão pelo pélo. Mas quando experimentamos, a menos que estejamos com o comer na mão, a reacção é a mesma.

Em relação ao Óscar, não posso explicar de forma coerente à minha filha que os amigos não se podem trocar. Ela pode-me dizer, com razão, que o Óscar nunca foi amigo. Quanto ao adaptamo-nos a ele é o que temos tentado desde Julho. Primeiro demos-lhe espaço, depois tentámo-nos aproximar. Mas se ele não brinca, não deixa fazer festinhas, se morde, arranha e sai de ao pé de nós quando nos aproximamos, não dá para fazer muito mais. Quando compramos as coisas para ele compramos também bolinhas, um rato de corda, e os meus filhos tentaram brincar com ele mandando-lhe essas coisas ou folhas de papel amarrotadas para o pé dele, mas ele não liga muito excepto as folhas, mas só brinca se nos não estivermos a mexer nelas. Isto é, se as mandar-mos, ele não vai lá. Nós vamos embora e passado um bocado ele está a brincar com ela.

Quanto ao nosso comportamento, nós não mudamos excepto afastar-nos. É chato andar com as mãos sempre arranhado, no meu trabalho as minhas colegas até já brincavam comigo por causa disso.

Os motivos que farão o Óscar comportar-se assim, para mim, já virão de traz, tenho que assumir que ou passou por muita coisa que o marcou de forma negativa.

Quanto à falta da rua, é possível, mas antes de considerar os perigos que por aqui me destacaram em relação à varanda estar com acesso livre, ele tinha a casa de banho na varanda e ia lá quando queria, e o seu comportamento já era o referido. Às vezes, quando não chove, a porta da varanda de vez em quando está aberta e ele vai lá espreitar, embora desde que está frio parece-me que ele já não o faz tanto.

Mais uma vez, obrigado pela ajuda.

[AmigodoOscar]

O Oscar é um gatinho muito bonito. Parece ter traços de Siamês. É pena que seja agressivo para os donos. Compreendo que esteja a ser muito dificil conviver com ele num apartamento, quando agride os seus filhos. Ainda se fosse numa vivenda... Se estivesse no seu lugar também não sei o que faria.

Há uns anos atras também convivi com um gato assim. A mãe rejeitou-o quando ele tinha apenas 3 semanas, não sei se porque tinha ficado sem leite ou se simplesmente não tinha vocação para a maternidade. A minha avó começou então a dar-lhe leite de vaca com um biberão improvisado. A verdade é que o leite provocou-lhe diarreia e eu tive a ideia de dar-lhe agua de arroz cozido. A diarreia passou e ele como já tinha 4 semanas começou também a comer arroz e peixe cozido. Acabou por sobreviver, mas nessa altura já mostrava sinais de agressividade. Bufava quando estava a comer e outros animais se aproximavam.

Com umas 6 semanas foi para casa da minha tia que vivia perto e tornou-se um gato forte. No entanto, tornou-se cada vez mais agressivo. Algumas vezes aparecia na nossa casa para nos visitar, mas sempre que eu tentava fazer-lhe uma festa levava um dentada. Para conseguir tocar-lhe tinha que usar luvas almofadadas. Baptizei-o de Feroz. Uma vez ficou esquecido na nossa casa durante uns 2 dias e destruiu duas cadeiras da mobilia de jantar, um cortinado, etc. Depois disso os meus pais proibiram as visitas dele.
Mas eu como o tinha criado continuava a gostar dele. Fiquei muito triste quando soube que ele tinha desaparecido (tinha uns 3 anos).

Eu acho que o comportamento do Oscar é semelhante ao do "Feroz". Ele gosta de pessoas, pois se não gostasse não se aproximava delas. O problema é que a sua forma de demonstrar afecto é morder. Talvez não tenha noção que está a magoar.

Olá June76

Obrigado pelas suas palavras. De acordo com o que a veterinária escreveu na sua ficha, o Óscar é “Cruzado Siamês”. Nós não percebíamos muito de gatos mas também nos parecia.

Lamento que também tenha tido uma experiência menos feliz, o Feroz ficou bem baptizado. Vejo que ele ficou violento desde pequeno, talvez pelo abandono da mãe, mas isso marcou-o para a vida. Algo semelhante terá acontecido ao meu Óscar, e certamente não serão casos únicos.

Acho que o Óscar gosta de pessoas porque para ele estas significam acesso a comer bem. Sinceramente, acho que é só isso que nós significamos para ele, somos só os tipos que fazem tudo para lhe agradar e significamos “mesa, cama e roupa lavada”.

Quanto ao morder ele bem sabe o que está a fazer. Quando nos apanha a mão ele começa com força média. Se tentarmos tirar ele aumenta, se ralhar-mos ele aumenta progressivamente. Se deixar-mos estar ele prende um bocado e depois larga com um olhar tipo “vai-te embora e não me chateies mais”

Mais uma vez obrigado pela resposta.