Aproveitei o titulo do outro tópico, fiz uma piquenina alteração e cá vai disto a ver se alguém se vai apaixonando.
Na 5a Feira, já tarde, fui almoçar uma tigela de sopa ao Super da esquina. Estava sentadinha a pensar no ontem, hoje e amanhã quando entra um amigo e pergunta: Tás a almoçar? Oras, estava sentada com uma tigela de sopa à frente à 1.30 H, sim, parecía-me óbvio que estava a almoçar. Estou... és servido? Não posso. Está ali um gatinho atropelado e não sei que fazer. Que faço? Apeteceu-me mandá-lo vir à arca e procurar pelo Gervásio, mas não, disse para ele ir ao Veterinário, ía dizer o quê?
Veterinário????? Não posso. Ainda não almocei e além do mais não me dou com gatos, muito menos gatos atropelados. A minha cara...






Deu meia volta e foi embora para o local onde estava o gato, olhando ora para o chão ora para mim!
Fiquei sentadinha a tentar engolir a sopa que de repente se tornou uma tarefa bem dificil. Comecei a olhar lá para fora e a ver gente de braços cruzados a olhar para o chão. Deixei de pensar no ontem, hoje e amanhã e passei a repetir para dentro: Não vais lá, não vais lá.... não é nada contigo, não vais lá... Estás proibida de lá ir...
É que tá-se mesmo a ver, deixei a sopa a meio e lá vou eu.
No meio da relva estava um gatinho malhadinho de preto e branco a ter convulsões. Uns davam chutinhos para ver se estava vivo, outros diziam Ai pobrezinho quando é que morre? E mais comentários assim felizes e apropriados.
Desatei a ralhar com aquela gente toda. Fiquei então a saber que o animal tinha sido atropelado às 11 da manhã e o tinham colocado na relva para apanhar sol e ficar mais bem disposto




Fui a casa buscar a transportadora, peguei no gato e lá vim pedir à empresa para me deixar ir ao Veterinário. Qualquer dia, internam-me. Lá fui eu a correr com um gato cheio de espasmos dentro da transportadora para, pensei eu, ser eutanasiado.
Lá chegada atenderam-me logo, em 10 minutos estabilizaram o animal e depois de vistoria total, tinha um severo traumatismo craniano e mais mazela nenhuma. Disseram que lhe devíamos 24 horas dado o que já tinha sofrido. Concordei, 24 horas.
Ficou internado nessa tarde na Clinica e à noite veio comigo dado que a Clinica não tem ninguém durante a noite e ele precisava de assistência. Lá vim eu de transportadora numa mão, saco de soro na outra e uma parafrenália de injecções e clisteres para lhe dar durante a noite.
Essa noite foi mesmo para esquecer até porque a minha cadela me acordava ao minimo som mais estranho vindo de dentro do cestinho onde ele estava. Curiosamente ou tinha xixi ou tinha colocado a cabeça numa posição impossivel e não conseguía que retornasse ao normal. A minha Kika é uma enfermeira de primeira categoria, sempre que me chamou o gato precisava de ajuda

No meio disto tudo passou uma noite tranquila e no dia a seguir já bufava à sua tão especial enfermeira.
Abreviando que isto já vai chato. Está na Clinica a tempo inteiro. Revela melhoras diárias muito positivas mas mantém-se com prognóstico reservado.
Tenho fotos mas esqueci-me do cabo. Amanhã já dou cara ao palhacinho. Foi o nome que adiantei para já, palhacinho. A correr tudo bem, que acredito que sim, vou precisar de quem se apaixone por este tontinho de 4 mêses. Os meus gatos estão velhos, muito velhos e é para mim impensável estragar-lhes o que lhes resta de vida com tal stress.
Para já a história do palhacinho, façam aí uma forcinha positiva por ele e se existir por aí alguém que queira um gatinho, vá pensando neste, apesar de ainda ter prognóstico reservado.
