deadmmmannn Escreveu:vamos lá ver, a evolução de especies é de fauna e flora no seu continente de origem, os rings são africanos/asiaticos, não europeus
é como as tartarugas T.elegans, são americanas e já destruiram centenas de especies autónomas e isso não tem nada a ver com a evolução, e essa evolução que dizes é feita em centenas de anos e não em meia duzia, porque para a nossa fauna/flora se adaptar têm de ser lentamente e não bruscamente
Sim, ok. Só pessoalmente não concordo que a evolução apenas seja considerada no local de origem.
Do meu ponto de vista, evolução, não é mais que a adaptação das espécie ao contexto actual. Logicamente que não é num período curto. Contudo, por uma questão de sobrevivência, pelo menos do ponto de vista comportamental terá de existir evolução. Faz parte do processo.
Se as tartarugas estão a matar centenas de espécies, isso faz parte do ciclo natural. Os mais fortes sobrevivem, os mais fracos que se souberem adaptar também. Os que não souberem acabam por se extinguir. É a selecção natural.
Quanto aos ringneck e às aves autóctones a história pode dar muita volta. Espalhada pela Europa, a mesma espécie, pode divergir em termos comportamentais dependendo do contexto. O autor da tese prevê um aumento significativo e uma grande dispersão da espécie por toda a Europa, com incidência nos centros urbanos. O mesmo prevê ainda que o impacto nas espécies que fazem ninho em cavidades irá ser de cerca de 1/3 nas zonas urbanas e menos que isso em zonas pouco povoadas. Ora isto generalizando. Se por acaso numa certa região, os ringneck preferirem os ninhos de uma espécie especifica, talvez essa espécie fique seriamente em risco nessa zona.
Porém, a ver a coisa assim por alto, o impacto de tudo isto tenderá a ser reduzido, se apenas tivermos em consideração o impacto dos ringneck nas aves que fazem ninho em cavidades. Ora, os pica-pau por exemplo preferem florestas já feitas, pinhas, carvalhais, etc, o que contrasta com as colónias de ringnecks que preferem se estabelecer nos meios urbanos. Assim, e mais uma vez, do meu ponto de vista, o impacto que poderá ter, será na "fauna de parques de cidade" e consequentemente o impacto real nas aves autóctones será muito reduzido.
Denote-se que estou a supor apenas com o mínimo conhecimento das espécies e seus comportamentos. Sou doutorando em Ciências e Tecnologias de Informação, logo esta não é de longe a minha área de especialização. Porém, como investigador que profissionalmente sou, e criador/observador de aves que vou sendo, despertou-me bastante a atenção quando alguém apresenta um trabalho que junta os dois mundos e ainda por cima baseado na espécie de aves que mais admiro.
Seria no entanto bastante interessante ouvir outras perspectivas, mais profissionais, quanto ao conteúdo desta tese.
Com os melhores cumprimentos,
Ricardo Mendão Silva
www.psicopata.net