Como um gato adoptou a minha família e algumas dúvidas

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Moderador: mcerqueira

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MiausRafa
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sexta dez 11, 2009 9:13 pm

Boa noite AmigodoOscar,

Só hoje vi o seu post e li-o na íntegra, fiquei deliciada com o inicio da história e triste com o seu desenrolar…mas como nos contos infantis, acredito que tenha um desenlace feliz.

Não quero deixar de o felicitar, por ter adoptado o animal e principalmente, por ainda não ter desistido dele….esta última parte é a que exige mais querer, mais paciência, mais vontade de entender aquele que não se sabe expressar, da mesma forma que nós, mas que sofre como nós humanos, quando têm alterações físicas ou emocionais….para nós, é mais fácil concluir de que o animal é agressivo, do que ponderar a hipótese de haver um motivo que o leve a ter determinado comportamento.

Felizmente na minha experiência com felinos ainda não encontrei um dos chamados "agressivos", tenho encontrado uns mais sociáveis, mais meigos, que gostam mais de interagir com humanos, outros menos e, que prezam mais a sua independência.
Já fiz festas a gatos e inclusivé peguei ao colo em alguns a que os próprios donos apelidavam de feras…por só morder, arranhar, não deixar chegar perto. etc.

Penso que a forma como falamos com eles, mais ou menos calma, o tom de vós que empregamos, ajudam a desenrolar determinados comportamentos.
Um dono nervoso ou agressivo só pode transmitir nervosismo ou agressividade para o animal….

Por vezes, inconscientemente nós humanos, temos comportamentos com os animais que nos parecem de todo normais, mas que para eles, por algum motivo lhes causam medo e a partir daí passam a defender-se com as suas armas " os dentes e as garras ".

A mim parece-me que o gato quando vos conheceu, se entregou totalmente e não só por ter fome…depois, algo se passou que vos passou despercebido e que fez com que ele alterasse a sua atitude perante vós….

Em determinada altura da sua narração diz:
Pior que tudo isto aconteceu duas vezes quando os miúdos estavam a dormir. O Óscar foi até ao quarto e mordeu-lhes a cabeça. Não com força para fazer grandes feridas, mas o suficiente para os assustar e levantar toda a gente cá em casa, e, provavelmente, nos apartamentos vizinhos…Será que o Óscar, mordeu a cabeça das crianças ou estava só a brincar com os seus cabelos e a dar dentadinhas, como tantos gatos adoram fazer?
Não terão sido as crianças a assustarem-se, pensando que era para morder e gritaram?


Esse comportamento das crianças, pode perfeitamente ter assustado o gato e a partir daí ter ficado, mais stressado…
Iimagine que o Óscar estava a brincar…e de repente gritam as crianças e o resto da família, acha que não há motivo, para o animal se assustar e se tentar defender, daqueles que afinal o estão a castigar sem ele ter feito nada de mal?

Não pense que estou a defender o gato e a condenar os seus filhos…só me estou a tentar pôr no lugar do animal. Todos sabemos que é comportamento normal de crianças, com as melhores das intenções, brincarem fazendo movimentos bruscos e dando gritinhos que assustam os animais.

Eu sou da opinião de que crianças pequenas e animais juntos só com supervisão…

Se está na disposição de ir a um especialista em comportamento animal, também o aconselho a ir à FMVL, não fica perto de sua casa, são uns bons Kms, mas se tiver transporte próprio, leva menos tempo a chegar lá, do que muitos de nós, a chegar diariamente aos nossos empregos. Os preços são acessíveis em relação a outras clínicas, acredito que iria ajudar a resolver a vossa situação para melhor.

Não conheço a Drª Esmeralda, já fui lá, à consulta da Drª Ilda Rosa.
Recomendo-lhe que faça um esforço e vá também. A primeira vez, ela vai querer ver o gato e a família que lida com ele. Posteriormente, certamente que o irá orientando através de e-mail ou telefone…sem necessitar de andar lá sempre a caminho.
Ela só receita medicação ao animal, se achar que há necessidade dele a tomar. Vai aconselhar, a melhor forma de procedimento para os diversos membros da família se relacionarem com o animal, assim como a melhor maneira de vocês pais, falarem com as vossas crianças de forma a que elas não saiam desta situação com traumas, mas sim que aprendam a ganhar a confiança do vosso gato e também ele, ganhar a vossa confiança que me parece, que faz tempo que a perdeu ou nunca a teve na totalidade.
Se o Óscar, precisar da ajuda de medicamentos ela os receitará, não tenham medo porque dados por prescrição e com orientação médica não vão deixar o animal a dormir ou causar outros transtornos, mas sim vão deixá-lo mais calmo.

Na situação em que consultei esta Vet foi para um canídeo, vindo de um canil, na chegada bastante submisso, e passados uns dias com uma agressividade que nos fazia medo. Não foi necessário recorrer a fármacos, mas sim seguir os conselhos prescritos pela Vet que resultaram, não de imediato mas com muita paciência e persistência…

Há precisamente dois anos adoptei um gato adulto que fora abandonado e posteriormente entregue numa Associação, com as pessoas era meigo, mas com os outros gatos usava de bastante agressividade, esperei meses que a situação melhorasse até que pedi ajuda Veterinária, foi medicado e em pouco mais de dois meses a situação alterou-se e hoje convivem todos bem já adoptei outros posteriormente que ele aceitou lindamente...

Espero que brevemente, possa vir aqui dar boas notícias de toda a família.

O Óscar pode ser um gato que nunca queira colo, nem grandes intimidades, terão que saber lidar com isso, é normal. O importante é que deixe de ser "agressivo" e que todos possam viver em paz…sem receios…

Mais tarde, com esta situação estável poderá estar disponível para ter o seu gatinho de colo que certamente encontrará, entre tantos que andam por aí, a pedir um Lar e uma família.

Boa sorte para toda a família humana e felina.
Tassebem
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sábado dez 12, 2009 4:38 pm

Olá, AmigodoÓscar, e como vai a situação aí por casa? Alguma melhoria? Espero que sim. :)
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
AmigodoOscar
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sábado dez 12, 2009 4:38 pm

chenri Escreveu:Bom dia :)

Em primeiro lugar, quero felicitá-lo por ter acolhido um gatinho que tanto precisava, ainda que o desenrolar da situação não seja o mais desejável.

Eu sou de Abrantes (a 25Km do Entroncamento) e há anos que oiço falar maravilhas duma clínica veterinária existente em Tomar, que é muito requisitada pelo pessoal daqui sempre que aparece um problema de difícil resolução.

Hoje à tarde, vou tentar falar com uma amiga que já recorreu aos serviços dessa clínica para tentar obter a informação das especialidades existentes, assim como o nome e contacto da clínica, e se houver alguma especialidade na área do comportamento, posso enviar-lhe os dados por PM, mas só à noite ou amanhã de manhã (não devo ter tempo antes).

Quanto à questão do segundo gato, não sou a mais indicada para lhe responder, uma vez que sempre tive gatos meiguíssimos e de fácil adaptação uns aos outros.

Boa sorte e felicidades :)

Olá Chenri, somos “quase” vizinhos. Obrigado pela ajuda, e quando falar com a sua amiga agradeço-lhe o envio da indicação da clínica que refere. Tomar não é assim tão longe, é um saltinho, e seja para a situação actual ou para qualquer outra que possa surgir, é sempre bom ter esse conhecimento.
Mais uma vez, obrigado e felicidades também para si e para os seus.
AmigodoOscar
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sábado dez 12, 2009 4:45 pm

cristies Escreveu:que tal darem tempo e espaço ao oscar.á cerca de oito meses recolhi duas gatas, mãe e filha, em estado "selvagem".Adultas,habituadas a viver no mato.A filha,teve de ser adormecida, para ser capturada.Tinha consigo 3 crias(tudo isto acompanhado por um veterinário).Ao entrarem em minha casa, dei - lhe um espaço, na despensa para ela estar na sua cama,sózinha, tranquila com as suas crias, que cresceram e foram adoptadas.Não aceitava festas, não aceitava as outras gatas da casa, quando via alguem fugia para a ultima prateleira da despensa. Obviamente que a solução não passava por po-la no mato outra vez... logo , dei-lhe tempo e os cuidados básicos , comida,agua e um areão. Hoje, é uma gata super linda,com um pelo lindissimo,já convive com as outras gatas, sem muito amor,já lhe faço festinhas no alto da cabeça e posso estar ao pé dela e conversar com ela.Já circula pela casa em especial á noite e acredito que com o tempo ela vai-se dando e quebrando as reservas.O tempo acho eu que é muito importante, até porque eles estando habituados á vida selvagem como era o caso da margarida, depois têm saudades dos cheiros e da vida lá fora.Além disso, existem gatos que não gostam de ser mexidos e pertubados.Tenho gatas que andam ao colo e dão beijinhos e tenho uma siamesa que só quando ela quer carinho é que vem para o pé de mim.Adora estar na sua cama a observar a vida em casa e a ver televisão...Espero ajuda-los com a história das minhas gordas.
Olá Cristies, obrigado pela resposta, e claro que a história das suas ajuda.
O dar tempo é relativo, nós estamos com o Óscar desde o final de Julho, portanto, há cerca de quatro meses e meio, o que pode ser muito ou pode não ser nada, dependendo da perspectiva. Mas admito que para uma família se habituar a um animal e vice-versa até possa ser mesmo muito pouco. E cada família é diferente e cada animal também.

Como refere em relação às suas, alguns gatos terão saudades da vida lá fora, também existem animais que não gostam de ser mexidos e perturbados. O nosso Óscar será assim também. Talvez com o tempo ele venha a ser mais meigo e a gostar dos nossos carinhos.

Mais uma vez obrigado pela resposta.
Tassebem
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sábado dez 12, 2009 4:51 pm

AmigodoOscar, não tinha reparado que já havia resposta à minha pergunta. Como estou há um tempão sem notificações, há respostas que me escapam. Continuação das melhorias!
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
AmigodoOscar
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sábado dez 12, 2009 4:57 pm

BetaPat Escreveu:Na minha opinião o Oscar tem saudades da rua e dos amigos que lá tinha. Ele desejaria o bom das duas coisas: a liberdade da rua quando lhe apetecesse e a comida e o conforto da casa quando quisesse.

No 1º dia foi tudo bom (tinha fome e teve comida) mas quando viu que ficava preso em casa e não voltava à rua começou a ansiedade e a revolta (e na cabeça dele os donos eram os culpados).

Há quem diga que os gatos felizes são os que têm as duas coisas. E esse já soube o que era a liberdade...

A bem dele e dos donos, siga o conselho de o levar a fazer tratamento à ansiedade. Vai ver que resulta e merece a despesa.

Olá BetaPat, obrigado pela sua resposta.

O Óscar é bem capaz de ter saudades da rua. Como moramos numa cidade e num apartamento que fica num quarto andar, não nos é possível deixá-lo circular na vizinhança para ele matar essas saudades.
Nós achamos que ele está melhor aqui do que com a liberdade que tinha quando o encontrámos, afinal, estava muito magro, mordido, com parasitas e de volta do caixote do lixo, mas se calhar ele não vê as coisas dessa forma. Como diz, então nós somos os seus carcereiros, pois somos nós que o mantemos aqui fechado. Somos os maus da fita.
Em relação ao tratamento, com as ajudas que têm dado por aqui no fórum, ele está a evoluir mesmo sem o recurso a medicamentos, e como os meus filhos, a nossa preocupação ainda maior do que a do Óscar, parecem estar também curiosos em ver a sua evolução e estão a começar aceitar melhor a ideia de ele por cá continuar, talvez ele possa ficar mesmo sem ter de passar por esse processo. Se virmos que a sua evolução não chegou a um “nível” desejado ou se houver retrocessos, poderemos então voltar a avaliar essa possibilidade.
Mais uma vez obrigado pela sua ajuda.
AmigodoOscar
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sábado dez 12, 2009 5:05 pm

anjjazul Escreveu:nenhum gato é irrecuperável. abandonaram , por aqui, um gato já há 2 anos. uma vizinha tem-lhe dado de comer. o fulano vai atrás dela e do cão, para todo o lado. rebola-se e implra festas. sempre que ela se aproximava, levava umas belas patadas. até que um dia, o rapazola se deixou tocar e agora não quer outra coisa.
o isaias é um pouco parecido com o óscar. encontrei-o muito pequenino e ele não me largou enquanto não o levei para casa. não sei se se tornou distante por ter ficado muito isolado com 2 gatinhas que eu tinha à parte. hoje, é o único gato arisco que tenho. comigo não é bravo, mas é agressivo com estranhos, nomeadamente com o vet. é o único que não quer colo e festas, mas quando está doente, é um chatarrão :lol:
sobre a medicação a dar ao gato só com consulta ao vet. tenho 1 ou 2 com problemas de comportamento, que nada tem a ver com agressividade. para lhes dar o medicamento que dou à cadela, tinha de o partir em 8 partes :o se já é difícil partir o comprimido num quarto :oops:
a maior parte dos vets não sabe nem se interessa por comportamento animal. é pena. evitavam-se muitas desgraças

Olá Anjjazul, obrigado pela sua resposta.

O seu Isaías terá uma personalidade semelhante à do meu Óscar. Em relação ao que diz sobre os medicamentos é bem verdade que se a dose pode ser assim tão mínima o caso tem que ser bem avaliado. Não sei o tamanho do comprimido, mas partir um em quatro partes deve ser bem complicado…
Cá em casa como somos pouco experientes com veterinários e animais, nem nos passou pela cabeça que estes também tratassem de problemas comportamentais, acho que assumimos que só tratavam da componente física, e, como tal, quando levei o Óscar as consultas nem abordei essa questão de forma concreta.
Mais uma vez obrigado pela sua resposta.
AmigodoOscar
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sábado dez 12, 2009 6:15 pm

MiausRafa Escreveu:Boa noite AmigodoOscar,

Só hoje vi o seu post e li-o na íntegra, fiquei deliciada com o inicio da história e triste com o seu desenrolar…mas como nos contos infantis, acredito que tenha um desenlace feliz.

Não quero deixar de o felicitar, por ter adoptado o animal e principalmente, por ainda não ter desistido dele….esta última parte é a que exige mais querer, mais paciência, mais vontade de entender aquele que não se sabe expressar, da mesma forma que nós, mas que sofre como nós humanos, quando têm alterações físicas ou emocionais….para nós, é mais fácil concluir de que o animal é agressivo, do que ponderar a hipótese de haver um motivo que o leve a ter determinado comportamento.

Felizmente na minha experiência com felinos ainda não encontrei um dos chamados "agressivos", tenho encontrado uns mais sociáveis, mais meigos, que gostam mais de interagir com humanos, outros menos e, que prezam mais a sua independência.
Já fiz festas a gatos e inclusivé peguei ao colo em alguns a que os próprios donos apelidavam de feras…por só morder, arranhar, não deixar chegar perto. etc.

Penso que a forma como falamos com eles, mais ou menos calma, o tom de vós que empregamos, ajudam a desenrolar determinados comportamentos.
Um dono nervoso ou agressivo só pode transmitir nervosismo ou agressividade para o animal….

Por vezes, inconscientemente nós humanos, temos comportamentos com os animais que nos parecem de todo normais, mas que para eles, por algum motivo lhes causam medo e a partir daí passam a defender-se com as suas armas " os dentes e as garras ".

A mim parece-me que o gato quando vos conheceu, se entregou totalmente e não só por ter fome…depois, algo se passou que vos passou despercebido e que fez com que ele alterasse a sua atitude perante vós….

Em determinada altura da sua narração diz:
Pior que tudo isto aconteceu duas vezes quando os miúdos estavam a dormir. O Óscar foi até ao quarto e mordeu-lhes a cabeça. Não com força para fazer grandes feridas, mas o suficiente para os assustar e levantar toda a gente cá em casa, e, provavelmente, nos apartamentos vizinhos…Será que o Óscar, mordeu a cabeça das crianças ou estava só a brincar com os seus cabelos e a dar dentadinhas, como tantos gatos adoram fazer?
Não terão sido as crianças a assustarem-se, pensando que era para morder e gritaram?


Esse comportamento das crianças, pode perfeitamente ter assustado o gato e a partir daí ter ficado, mais stressado…
Iimagine que o Óscar estava a brincar…e de repente gritam as crianças e o resto da família, acha que não há motivo, para o animal se assustar e se tentar defender, daqueles que afinal o estão a castigar sem ele ter feito nada de mal?

Não pense que estou a defender o gato e a condenar os seus filhos…só me estou a tentar pôr no lugar do animal. Todos sabemos que é comportamento normal de crianças, com as melhores das intenções, brincarem fazendo movimentos bruscos e dando gritinhos que assustam os animais.

Eu sou da opinião de que crianças pequenas e animais juntos só com supervisão…

Se está na disposição de ir a um especialista em comportamento animal, também o aconselho a ir à FMVL, não fica perto de sua casa, são uns bons Kms, mas se tiver transporte próprio, leva menos tempo a chegar lá, do que muitos de nós, a chegar diariamente aos nossos empregos. Os preços são acessíveis em relação a outras clínicas, acredito que iria ajudar a resolver a vossa situação para melhor.

Não conheço a Drª Esmeralda, já fui lá, à consulta da Drª Ilda Rosa.
Recomendo-lhe que faça um esforço e vá também. A primeira vez, ela vai querer ver o gato e a família que lida com ele. Posteriormente, certamente que o irá orientando através de e-mail ou telefone…sem necessitar de andar lá sempre a caminho.
Ela só receita medicação ao animal, se achar que há necessidade dele a tomar. Vai aconselhar, a melhor forma de procedimento para os diversos membros da família se relacionarem com o animal, assim como a melhor maneira de vocês pais, falarem com as vossas crianças de forma a que elas não saiam desta situação com traumas, mas sim que aprendam a ganhar a confiança do vosso gato e também ele, ganhar a vossa confiança que me parece, que faz tempo que a perdeu ou nunca a teve na totalidade.
Se o Óscar, precisar da ajuda de medicamentos ela os receitará, não tenham medo porque dados por prescrição e com orientação médica não vão deixar o animal a dormir ou causar outros transtornos, mas sim vão deixá-lo mais calmo.

Na situação em que consultei esta Vet foi para um canídeo, vindo de um canil, na chegada bastante submisso, e passados uns dias com uma agressividade que nos fazia medo. Não foi necessário recorrer a fármacos, mas sim seguir os conselhos prescritos pela Vet que resultaram, não de imediato mas com muita paciência e persistência…

Há precisamente dois anos adoptei um gato adulto que fora abandonado e posteriormente entregue numa Associação, com as pessoas era meigo, mas com os outros gatos usava de bastante agressividade, esperei meses que a situação melhorasse até que pedi ajuda Veterinária, foi medicado e em pouco mais de dois meses a situação alterou-se e hoje convivem todos bem já adoptei outros posteriormente que ele aceitou lindamente...

Espero que brevemente, possa vir aqui dar boas notícias de toda a família.

O Óscar pode ser um gato que nunca queira colo, nem grandes intimidades, terão que saber lidar com isso, é normal. O importante é que deixe de ser "agressivo" e que todos possam viver em paz…sem receios…

Mais tarde, com esta situação estável poderá estar disponível para ter o seu gatinho de colo que certamente encontrará, entre tantos que andam por aí, a pedir um Lar e uma família.

Boa sorte para toda a família humana e felina.


Olá MiausRafa

Obrigado pela sua resposta. Fico contente que tenha gostado do inicio da história, e acredite, cá em casa não desejamos mais nada do que um final feliz. Que seria o Óscar habituar-se a viver connosco e a gostar de festinhas e de colinho.

Sempre estivemos empenhados em não “desistir” do Óscar. Se fosse assim tão fácil para nós, isso teria acontecido logo quando as coisas começaram a correr menos bem, mas para além de queremos mesmo dar-lhe uma hipótese, não compreendemos como é que há pessoas para quem o animal é um objecto descartável. Para nós nunca foi nem será. Para além de tudo o que diz respeito ao bem estar do animal, que exemplo estaríamos nós a dar aos nossos filhos deixando “cair” um ser que acolhemos na nossa família?

Não foi assim tão fácil entender o Óscar porque não tínhamos qualquer experiência de lidar com gatos. Por isso não nos é fácil compreender o nosso. Infelizmente, demorei muito a pensar em pedir ajuda por aqui, felizmente, desde que o fiz muitas pessoas têm contribuído para que o compreendamos melhor.

Dizer que o animal tem ansiedade pode ser uma coisa óbvia para alguns foristas mais experientes, mas, sinceramente, para nos tal nunca nos passou pela cabeça. Tínhamos (temos) muito boa vontade mas pouca capacidade de perceber o animal, de nos colocarmos na sua posição, pelo que estas ajudas tem sido preciosas para nós.

O Óscar também nos terá baralhado, pois passou de parecer super meigo no dia em que o conhecemos para logo se tornar independente e pouco dado a contacto físico. Isso baralhou-nos, ainda nos baralha, porque ele encaixou num protótipo mental que fizemos do gato desejado e depois demonstrou afinal não o ser.

Estamos ainda a apreender a falar com ele, os adultos não são nervosos nem agressivos, mas as crianças já estavam a sofrer do primeiro destes males quando estavam perto dele. Eu próprio, sem me aperceber, e cheio de boas intenções, estava a contribuir para as coisas ficarem piores. Mas só agora tenho consciência disso. O que acontecia era que, todas as noites, após arrumarmos a cozinha, ele normalmente estava no seu cestinho e eu ia para o pé dele e tentava interagir, procurando fazer-lhe festinhas. Normalmente ele tentava morder (ou mordia mesmo) a minha mão, eu dizia-lhe não, voltava a tentar, ele voltava a morder e este processo repetia-se algumas vezes até ele se fartar e saltar dali para fora. Eu pensava que estava a fazer bem, procurando interagir com ele para ele se habituar. Afinal, só estaria a torná-lo ainda mais ansioso.

Refere que algo aconteceu nos primeiros tempos, talvez tenha sido o que acabei de referir, talvez as crianças estivessem demasiado curiosas e excitadas e não lhe tivessem dado o sossego necessário nos primeiros momentos.

O episodio que refere das mordidelas na cabeça durante a noite pode ter sido tão traumático para o Óscar como para as crianças, a intenção dele pode ter sido positiva, mas o resultado foi mau para ambos. Uma vez aconteceu pela uma da manhã, outra pelas cinco, com as crianças a acordarem pensado que ele as estava a atacar, (acredito na sua explicação, as mordidelas não foram graves), imagine a gritaria que foi. E eu também dei umas palmadas ao Óscar nessas duas ocasiões, o que não terá ajudado.

Mas também já vimos o Óscar atacar por estar contrariado, em pelo menos duas ocasiões, não consigo precisar se antes ou depois das noites complicadas, em que eu ralhei com o Óscar por qualquer motivo, ele saiu de ao pé de mim a correr e foi directo à sala morder a minha filha.

Em relação ao tratamento comportamental, neste momento dissemos às crianças para não se meterem nada com o Óscar, eu deixei de lhe tentar fazer festinhas “forçadas”, procuramos falar-lhe muito, num tom mais “abébézado”, e mesmo quando temos que ralhar com ele por estar em cima de um móvel qualquer ou a tentar saltar para o aquário, procurámos fazê-lo de forma mais suave. E a verdade é que, se ainda não é o gato meigo que queríamos, também não atacou ninguém nestes dias mais recentes, o que é muito positivo. Como também já disse noutra resposta, os meus filhos estão a aceitar continuar a tê-lo connosco, o que não acontecia, especialmente com a mais velha, mais massacrada pelo Óscar, pelo que a continuação do Óscar cá em casa está assegurada, desde que não ocorram grandes surpresas pela negativa, assim, se a evolução continuar, talvez não seja necessária essa consulta. Vamos ver como vai este processo decorrer.

Como diz, o Óscar poderá ser um gato que nunca queira colo nem grandes intimidades, e teremos que viver com isso, mas teremos muita pena, e, de certa forma, o Óscar não estará a ser o gato que desejávamos, pois causa desse “detalhe”. Aliás, é por isso que refiro num post anterior a questão de um segundo gato. Mas, pelo que percebi do final do seu post, não exclui essa possibilidade depois desta situação estabilizar, ou seja, estará a dizer que enquanto o Óscar não acalmar, um segundo gato não é aconselhado. Terei percebido bem?

Mais uma vez obrigado pela resposta, e boa sorte também para si e para os seus, humanos ou outros.
AmigodoOscar
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sábado dez 12, 2009 6:33 pm

Tassebem Escreveu:Olá, AmigodoÓscar, e como vai a situação aí por casa? Alguma melhoria? Espero que sim. :)

Olá Tassebem, obrigado pelo interesse. A situação está melhor. Através das vossas respostas às minhas dúvidas apercebi-me que, infelizmente, que o meu comportamento para com o Óscar também não estava a ser o melhor. Desculpa remeter-te para outro post, mas se tiveres paciência de ler o que acabei de escrever na resposta à cara forista MiausRafa está lá o ponto da situação.
Mais uma obrigado.
anjjazul
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sábado dez 12, 2009 7:04 pm

fazer festas ou forçar um gato a fazer o que não quer, é a melhor maneira de o tornar agressivo. se não quer colo ou festas, não leva. os meus gatos são super mansos, mas se os agarro ou faço festas quando eles não querem, começam logo a resmungar e tenho de os largar.
pode começar a interagir com ele, usando alguns dos brinquedos que se vendem nos hiper, tipo ratinho preso por um fio. mesmo os velhotes deliram com a brincadeira e começam a ganhar confiança
anjjazul
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sábado dez 12, 2009 7:12 pm

tb. é verdade que muitos gatos que vivem sozinhos, transferem para os humanos o comportamento que teriam com outro gato. tive um que se escondia no canto do corredor e se atirava às pernas de preferencia quando vinha enrolada na toalha do banho :oops:
muitas brincadeiras dos gatos revela grande agressividade. se não descarregam no outro, descarregam no humano.
arranjar outro gato seria optimo. provavelmente resolvia muitos problemas. mas se calhar é melhor esperar até as coisas estarem mais estabilizadas e terem mais experiencia com os bichanos. até porque os primeiros contactos entre gatos não costumam ser muitopacíficos e já chega de sustos :)
anjjazul
chenri
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sábado dez 12, 2009 8:47 pm

Boa noite :)

Venho dizer que só no início da semana é que conseguirei falar com a minha amiga, pois ela foi passar o fim-de-semana fora, mas assim que souber o contacto, envio-lhe.

Depois de ler o post da MiausRafa e também a sua resposta ao dela, consegui, mais ou menos "fazer o filme" dos "ataques" que o Óscar terá feito aos seus filhos, também sou da opinião que não passaram de brincadeiras do ponto de vista dele.

Os gatos são brincalhões por natureza, são felinos e muitas vezes essas brincadeiras são autênticos treinos de "caça" muito importantes para os que vivem na rua e que deles dependem para se alimentar.

Eles têm um sentido de audição apuradíssimo, imagine a meio da noite, o simples roçar no lençol seria um barulho apelativo à brincadeira.

Compreendo perfeitamente os seus receios pois também tenho dois filhos, uma menina de 5 e um menino de 2, no entanto, quando eles nasceram, eu já tinha 4 gatos (2 já morreram) que faziam parte da minha família e que felizmente nunca puseram em causa a integridade física das crianças.
Também tive de batalhar muito com as crianças, mostrando-lhes que os gatos não são brinquedos que se podem manipular conforme lhes apetece e que tem de haver muito respeito, alguns cuidados para não os assustar, de maneira a evitar as famosas "sapatadas" que são avisos de "chega para lá, já estás a abusar".

O meu filho demora uma eternidade a posicionar as mãos para fazer festas aos gatos. A minha filha tem um amor tão grande pelos animais que da última vez que foi desparasitada, fartou-se de chorar porque não queria matar eventuais lombrigas que pudesse ter. :lol: Nenhum deles consegue sair de casa sem se despedir dos amiguinhos.

Também concordo com o post da anjjazul.

Espero que consigam ultrapassar esta fase menos boa para ambas as partes e que com o tempo e muita paciência, o Óscar se revele um gatinho menos agressivo, e possam disfrutar da sua companhia como tanto deseja.

Muitas felicidades para toda a família :wink:
Mindless
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Localização: Sakura; Yuri

sábado dez 12, 2009 9:32 pm

chenri Escreveu:A minha filha tem um amor tão grande pelos animais que da última vez que foi desparasitada, fartou-se de chorar porque não queria matar eventuais lombrigas que pudesse ter. :lol:

:lol: :lol:
As crianças lembram-se de cada uma... Estou mesmo a ver a cena. Ensinar os miúdos a respeitar os animais e depois dzer-lhes que vamos matar os bichinhos que estão dentro do gato. :D
Fartei-me de rir a imaginar esta cena. :lol:
chenri
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Registado: domingo out 25, 2009 4:59 pm

sábado dez 12, 2009 9:43 pm

Mindless Escreveu:
chenri Escreveu:A minha filha tem um amor tão grande pelos animais que da última vez que foi desparasitada, fartou-se de chorar porque não queria matar eventuais lombrigas que pudesse ter. :lol:

:lol: :lol:
As crianças lembram-se de cada uma... Estou mesmo a ver a cena. Ensinar os miúdos a respeitar os animais e depois dzer-lhes que vamos matar os bichinhos que estão dentro do gato. :D
Fartei-me de rir a imaginar esta cena. :lol:
Não era o gato que ia ser desparasitado, era mesmo a minha filha :lol:. Para ela tomar o medicamento, tive de lhe dizer que se ela tivesse realmente lombrigas, elas sairiam quando ela fosse ao wc e iriam viver muito felizes para o mar. :roll:

Qualquer insecto que apareça cá em casa, tem de ser "caçado" ileso e posto em liberdade :lol:. (Acho que tenho aqui uma feroz defensora dos direitos dos animais :lol: )
Mindless
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sábado dez 12, 2009 9:53 pm

chenri Escreveu: Não era o gato que ia ser desparasitado, era mesmo a minha filha :lol:. Para ela tomar o medicamento, tive de lhe dizer que se ela tivesse realmente lombrigas, elas sairiam quando ela fosse ao wc e iriam viver muito felizes para o mar. :roll:
Agora é que quase chorava de tanto rir. :lol: Lombrigas felizes no mar...

Realmente os pais têm mesmo de ter uma imaginação muito fértil. :lol:
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