Desplasia...

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Moderador: mcerqueira

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Teresam
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quarta set 24, 2003 8:10 pm

Boa noite a todos.

Parece que estou a passar pelo mesmo que o(a) amg... Tenho uma cadelinha com 6 meses a quem foi diagnosticada displasia da anca. Do lado esquerdo, grave. Não se põe em duas patas, tem dificuldade a levantar-se, hoje pela 1ª vez mancou um bocado...

A verdade é que agora estou mto preocupada pois não sei até que ponto ela poderá sofrer... Vai começar a tomar uns medicamentos (que são caríssimos) e para já a opção cirurgia foi apenas falada como uma possibilidade no futuro.
Tenho uma pergunta: O criador disse-me que tinha sido o feito o despiste da displasia, o que percebi mais tarde é que os pais não têm displasia (o que não quer dizer que os filhotes não venham a ter (ou quer?). Ele disse que me devolve o dinheiro do cão... não sei se falou por falar...

Deverei recorrer a outro médico? O exame de rastreio (com anastesia enerente) não é violento para uma cachorrinha tão novinha?

Peço a vossa ajuda.
Obg
CasadeAnaval
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quarta set 24, 2003 8:19 pm

Boas.

Deve sempre recorrer a segunda opinião.
<p><a href="http://www.antidoto-portugal.org">http://www.antidoto-portugal.org</a></p>
aisd
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periquito FALCANITO

quarta set 24, 2003 8:21 pm

Esqueceu-se de dizer qual é a raça.
Alguns cães muito grandes (tipo grand danois ou rott) sofrem de dores de crescimento que depois passam.
Alimenta-a com uma boa ração ?
Mas se fôr displasia, pela sua descrição e tão cedo, é muito elevada.
Se fosse comigo procurava uma segunda opinião.
O tratamento e a operação são muito caros.
Por outro lado, nesta altura você já se afeiçoou à cadela...
É o diabo ...
jcsousa
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quarta set 24, 2003 8:22 pm

Boa noite.
Realmente no tópico que referiu poderá tirar já muita informação.
No entanto presumo que a sua cadela não foi radiografada, pelo menos com anestesia geral que permita uma posição adequada para o diagnóstico ser consistente.
De modo que o que eu faria se estivesse no seu lugar era:
- procurar uma clínica com experiência neste tipo de casos;
- fazer-lhe o exame radiológico sob anestesia geral (não +e grave já que a anestesia é dada segundo a idade/peso do cão);
- saber o diagnóstico do veterinário e a sua opinião sobre as possibilidades de cirurgia e resultados desta.
A displasia não tem cura por medicação; esta apenas pode diminuir a dor e retardar o desgaste da articulação.

Cumprimentos e boa sorte

José Carlos
Teresam
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quarta set 24, 2003 8:29 pm

Ela foi radiografada e anastesiada... Não sei é se tornar a repetir o processo será violento.

E quanto aos pais não terem displasia? Poderá a cadela ter mesmo assim?

Poderá a cadela vir a ficar paralisada?
amarg
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quarta set 24, 2003 9:10 pm

[quote=Teresam]
Tenho uma pergunta O criador disse-me que tinha sido o feito o despiste da displasia, o que percebi mais tarde é que os pais não têm displasia (o que não quer dizer que os filhotes não venham a ter (ou quer?). Ele disse que me devolve o dinheiro do cão... não sei se falou por falar...

Deverei recorrer a outro médico? O exame de rastreio (com anastesia enerente) não é violento para uma cachorrinha tão novinha?

Peço a vossa ajuda.
Obg
[/quote]

Boa noite Teresa,

Em relação à doença não sei grande coisa. Quando à responsabilidade do criador, se a displasia é uma doença congénita (acho que sim) o criador é responsável. Foi-lhe data alguma garantia escrita quando comprou a sua cadelita? A questão é que não existe legislação especifica para este tipo de questões. A maioria dos criadores não dão qualquer garantia e quando o fazem os prazos não ridiculos, por ex. um prazo de 6 meses para doenças que só se manifestam entre os 5/8 meses. Obviamente também existem criadores que assumem as suas responsabilidades sempre que necessário. E ter casos de doenças congénitas nas suas ninhadas não é nada agradável porque afinal estão a procriar com cães que estão doentes ou são portadores de doenças.
O conselho que lhe dou é arranjar um óptimo Veterinário, pedir-lhe ajuda na determinação das causas da displasia, e se chegar à conclusão que foi transmitido pelos pais, apresente a conta ao criador. Não se esqueça que pagou o preço pedido pelo criador e que estava a comprar uma cadelita saudável. :!:
Pedra
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quinta set 25, 2003 12:04 am

A displasia da anca não é uma doença congénita. È hereditária e tem contornos muito complexos.
Nenhum criador honesto pode garantir que um cachorro vendido aos 2 ou 3 meses NÃO virá a ser displásico. O mais que o criador pode garantir é que os progenitores foram testados e classificados aptos para criar.
De 2 caes ISENTOS de displasia podem nascer cachorros displásicos. È isso que as pessoas precisam saber. O facto de os pais estarem isentos não garante nada a 100 p.c., o mais que pode é minimizar o risco dos cachorros serem displásicos.
Isabel
sararp
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quinta set 25, 2003 1:09 am

Oi!

Tenho um serra da estrela com 3 anos e meio e quando era pequeno foi-lhe diagnosticada displasia. Foi operado no Hospital Veterinário do Porto e hoje tem uma vida completamente normal.
Isto para dizer que nem o pai nem a mãe do meu cão tinham displasia, nem nenhum dos irmãos (pelo menos da mesma ninhada). POr isso, penso que seja difícil o criador poder garantir que o cão não terá displasia.

Boa sorte para a cadelinha!

Sara
boerboelfan
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quinta set 25, 2003 9:23 am

Pedra Escreveu: A displasia da anca não é uma doença congénita. È hereditária e tem contornos muito complexos.
Nenhum criador honesto pode garantir que um cachorro vendido aos 2 ou 3 meses NÃO virá a ser displásico. O mais que o criador pode garantir é que os progenitores foram testados e classificados aptos para criar.
De 2 caes ISENTOS de displasia podem nascer cachorros displásicos. È isso que as pessoas precisam saber. O facto de os pais estarem isentos não garante nada a 100 p.c., o mais que pode é minimizar o risco dos cachorros serem displásicos.
Isabel
Na realidade a displasia é uma doença genética e não de um mas de multiplos genes por isso tem contornos muito complexos.Com efeito de 2 cães isentos de displasia podem nascer cachorros displásicos bem como de 2 cães displasicos os cachorros , ou algum deles , pode não vir a manifestar a doença.Isto porque apesar de ser uma doença genética a sua manifestação é muito influênciada pelas condições de vivência do cahorro isto é tipo e quantidade de alimentação ( por isso ela tem mais incidência em raças médias/grandes que são mais pesadas) , tipo de piso onde o cachorro se move ( pisos lisos e duros exigem mais esforço das articulações). quantidade e qualidade do exercício do cachorro, etc.
Quando se exige os certificados de isenção de displasia dos progenitores do cachorro não é porque se obtenha a prova 100% segura de que o cachorro não vai ser displasico mas apenas que a probabilidade de isso vir a suceder é menor.Pode perfeitamente suceder que os avós do cachorro sejam displasicos , os pais não e os netos sim. A genética não é própriamente uma ciência exacta como a matemática ( e mesmo esta...:)).

Saudações
jcsousa
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quinta set 25, 2003 11:18 am

Na verdade um cão pode ser assintomático e ser portador do gene responsável pela displasia; se a cadela com quem o cruzamos é também portadora do mesmo gene, é maior a possibilidade de formação de alelos com essa característica, o que aumenta as possibilidades de os cachorros nascidos dessa monta contraírem a doença.

Voltando ao caso do Clube de Pastores Alemães da Alemanha (SV), este desenvolveu mais um instrumento de consulta, para além do despiste obrigatório, que permite aos criadores minimizarem esse risco - é o HD Zuchtwert, que pode ser entendido como índice de transmissibilidade. A descendência de cada cão é contabilizada estatísticamente, e quantos mais desendentes displásicos um cão tiver maior é o seu índice de transmissibilidade. Considera-se como base o nº 100: quanto maior fôr o indice, maior a taxa de transmissibilidade do cão. Assim, o criador ao planear uma monta deve preocupar-se que os índices do macho e da fêmea, somados, sejam inferiores a 200.

Há casos de PAs com A normal com um índice de 116 (transmitem bastante) enquanto outros com a fast.normal têm índice de 75 (reduzem o risco de transmissão).

Este simples dado leva-nos a compreender a dimensão da cinofilia no nosso país...
Cumprimentos

José Carlos
amg
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quinta set 25, 2003 11:40 am

A displasia é uma doença genética, de múultiplos genes e recessiva, o que explica porque é que dois cães sem quaisquer sinais de displasia podem ter filhotes displásicos. No entanto, a probabilidade de dois cães displásicos terem filhotes normais tende para zero.

Alguns artigos sobre o assunto:
http://alunos.lis.ulusiada.pt/11084000/ ... a_anca.htm

http://www.hospvetporto.pt/v1.0/paginas ... a_anca.htm

http://www.hospvetprincipal.pt/displais.htm

Na minha cadela foi detectado um angulo de Norberg-Olsson de 90º com sinais de subluxações articulares e artroses, o que classifica com E.

Para saber o que fazer terá que submeter o cachorro a um exame radiográfico com anestesiaq, o que obviamente tem alguns riscos, mas suficientemente baixos que não colocarem em causa a realização do exame.
Pedra
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quinta set 25, 2003 10:07 pm

amg Escreveu: Na minha cadela foi detectado um angulo de Norberg-Olsson de 90º com sinais de subluxações articulares e artroses, o que classifica com E.
:cry: :o
Com 6 meses e isso tudo? Não estou a duvidar de si, mas... fez esse exame num local como deve ser?
Isabel
amg
Membro
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sexta set 26, 2003 9:48 am

A vet que fez o diagnóstico tem apresenta excelentes credenciais e é bastante conhecida. Agora pelo sim, pelo não, vou hoje à fmv da unt para ouvir uma segunda opinão.

Espero que não se confirme....
Pedra
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sexta set 26, 2003 10:18 am

òptimo, e espero bem que NAO se confirme.
Tudo de bom.
Isabel
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