Como criar tenebrio
Olá pessoal. Como já devem ter reparado, estar permanentemente a comprar alimento vivo para os nossos animais fica um pouco caro, principalmente para pessoas que têm muitos animais e se podemos resolver parte do problema em nossa casa, porque não o fazer ? Deste modo, e porque mealworms é algo que se gasta muito por estes lados, apresento-vos uma interpretação de uma das formas como fazemos a criação de tenebrio aqui na Puzzle Reptiles. Não é a forma mais simples de o fazer, mas é aquela que permite ao Calsonic ter tudo bem organizado.

Bem, todos nós como herpetocultores temos ou tivemos em algum momento de alimentar animais com larvas. O primeiro passo que qualquer novo keeper dá é comprar uma dose de tenebrio ou outros insectos em qualquer loja de animais. Mas é no tenébrio que nos vamos focar neste tópico.
O tenebrio chega a nós desta forma. São larvas de tamanho médio/grande que podemos manter em casa, basta juntar um substracto base (farelo) que servirá de alimento às larvas durante todo o processo.

No entanto, aqui por estes lados damos uma alimentação mais completa, que consequentemente resultará numa melhor nutrição para os nossos animais. Optamos por juntar Cenouras, couves, feijão verde e outras verduras que são rapidamente devoradas em poucas horas. Basta colocar estes elementos sobre as larvas e o farelo. Não é necessário "enterrar" ou "penetrar" no substracto.

Com o passar dos anos, e o vício sempre a crescer, começamos a adquirir novos animais para melhorar/aumentar a nossa colecção e o preço da alimentação começa a sentir-se cada vez mais. Está na altura de fazer um pequeno plano de criação para atenuar um pouco as despesas. É então que estudamos as fases da vida de um tenebrio.
Chega a nós em forma de larva que mal conseguimos pegar nos primeiros dias pois ainda não estamos familiarizados com a "coisa".

Depois de algumas semanas a comer aquilo que lhes dermos e de mudar algumas vezes de "casca", transformam-se naquele que é o momento mais nojento para muitos. A pupa.

Nesta fase (pupa), não é necessário qualquer tipo de alimentação ou substracto, basta deixar o tempo passar até que o novo escaravelho sai do interior da pupa.
Na imagem em baixo estão dois escaravelhos diferentes, no entanto são iguais. O que faz deles ter cor diferente é o facto de o escaravelho da esquerda ter saído do seu "casulo" (a pupa) pouco tempo antes da fotografia, enquanto que o escaravelho da direita (preto) já tem alguns dias e está preparado para acasalar com outro escaravelho.

Na próxima imagem temos 3 escaravelhos. Ao centro um branco (recente), à direita um castanho (fase intermédia) e sobre a esquerda um preto (adulto).

Todos acabarão por chegar a este aspecto. Escaravelhos pretos, praticamente todos do mesmo tamanho e com vontade de acasalar. É muito difícil distinguir um macho de uma fêmea, na verdade nem vale a pena tentar, Pense é em recolher a maior equipa possível.

A imagem abaixo está dividida em 3 partes obvias. Em baixo temos farelo, o substracto base onde os escaravelhos irão colocar os ovos depois de acasalarem. Recomendo uma caixa de plástico completamente coberta com uma altura de cerca de 5/10 cm de farelo. Na secção escura ao centro temos os escaravelhos adultos, prontos a reproduzir. Não necessita de qualquer tampa pois estes insectos não conseguem trepar o plástico liso da maioria das caixas. Em cima temos as pupas, que podem ser "atiradas" para a caixa dos escaravelhos onde acabarão por se transformar e começar logo a reproduzir. No Entanto, se não quiser correr o risco de um escaravelho comer uma pupa, pode juntar os escaravelhos quando estes estiverem fora da pupa, mas não levemos o caso ao extremo, a vida é mesmo assim e não é grande a diferença de algumas centenas de ovos no meio de tantos milhares produzidos por esta equipa.

Passadas algumas semanas, temos os escaravelhos quase todos mortos. Chegou a altura de peneirar todo esse "lixo" e ficar apenas com um monte de farelo, excrementos e ovos.
Chegamos à fase terminal do preçesso. Temos as nossas colónias a renascer. Nestas caixas estão milhares de ovos invisíveis. Cada um deles resultará numa nova micro larva que eclodirá passado alguns dias/semans dependendo da temperatura que usar.
Nas nossas modestas instalações temos uma divisão que está a uma temperatura constante que ronda os 25ºC e por isso não sentimos necessidade de proporcionar calor individual para cada colónia, no entanto uma temperatura a rondar os 28ºC é uma boa opção. Neste caso nem sempre se aplica a situação do "quanto mais quente melhor".
Na figura abaixo pode ver duas caixas contendo a maravilhosa mistura (farelo, excrementos e ovos).

O tão esperado momento chega passadas algumas semanas. Temos micro larvas que já se conseguem ver a olho nu, embora com alguma dificuldade.

Nunca espere que toda a colónia evolua ao mesmo ritmo. É obvio que as larvas não vão eclodir todas no mesmo dia e por isso, numa fase inicial notará a diferença entre elas, até estas chegarem ao tamanho médio. Na figura abaixo pode ver mais micro larvas, embora estas um pouquinho maiores que as da imagem anterior.

Passadas largas semanas, terá larvas de tamanho considerável, e poderá começar a dar alimentação variada em maior quantidade pois estas novas aspirantes a "super larvas" ja darão conta do recado.


Em baixo tem imagem de um tenébrio de tamanho médio (tamanho suficiente para alimentar a maioria dos répteis insectívoros).

Recomendo que tenha especial atenção à grossura do substracto que usa pois nem todos são faceis de peneirar. Se usar um substracto grosso de mais, não passará ao peneirar.
O substracto que usamos é "farelo fino" que podemos peneirar facilmente, ficando com a peneira cheia de larvas limpas prontas a servir.



Agora que temos muitos tenébrios como os da imagem em cima, podemos "colher" alguns para cumprir a missão (alimentar os nossos animais). Peneiramos alguns tenébrios e colocamo-los num recipiente de metal.

É dia de dar o suplemento de cálcio? Se sim, então é muito fácil. Veja o nosso truque!
Em primeiro lugar cobrimos os tenébrios com o pó mágico, não tenha medo de exagerar.

Em segundo lugar, vamos fazer com que todos os tenébrios fiquem polvilhados.
Para isso basta abanar a taçinha até os vermos todos esbranquiçados.

Agora que temos a refeição pronta a servir basta distribui la pelos nossos amigos. A tarefa continua simples. Vamos "verter" alguns para cada taçinha e dividir as mesmas pelos respectivos terrários.

Posto isto, ficamos com o fundo do recipiente metálico cheio de cálcio, recipiente esse que usámos para polvilhar os tenébrios. Esse cálcio que sobrou, pode ser usado sem problemas na próxima vez sem ser desperdiçado. Recomendo que cubra a taça com algo que impeça o contacto de moscas e outros visitantes não desejados.

Depois é dada a tarefa como concluída e deixar que os animais façam aquilo que mais gostam, comer.

Fica aqui um overview sobre o uso dos tenébrios. A meu ver é uma boa alternativa que se pode ter sempre em casa sem estar permanentemente a gastar dinheiro. dá um pouco de trabalho ocasionalmente, mas fora isso é tudo vantagens.
Tudo o que aqui foi "dito" foi tirado da minha experiência com repteis e consequentemente com tenébrio, por isso, ignorem qualquer conteúdo científico pois não foi feita qualquer pesquisa para a criação deste tópico. Agradeço a quem teve tempo, paciência e vontade para ler tudo até ao fim.
Este tópico foi criado por mim originalmente num outro fórum, mas optei por o colocar aqui para que outros users o possam ver também e assim usufruir das suas/minhas dicas

Cumprimentos.