Depois de chegar de um trabalho de campo intenso, deparo-me com esta troca de galhardetes supérflua e inútil
Concordo quase integralmente com o que o Fang afirma, acho que defendendo as suas ideias, quase defendeu o que eu penso...
Quanto aos comentários aos artigos que eu forneci, como é que a Cláudia pode relativizar o assunto só porque os estudos não foram feitos em Portugal?? O problema existe e como diz o Fang, com maior ou menos gravidade dependendo dos habitats e densidades de predadores domésticos nessas mesmas regiões... E o que eu costumo dizer: "Os cães e gatos portugueses não são mais 'bem comportados' que os do resto do mundo"
Não ponho em causa a importância do cão ou do gato no equilíbrio (a nível de pragas e doenças) das zonas semi-rurais ou citadinas, quando ao Homem diz respeito. Mas é inegável se verificarmos o impacte que estas espécies provocam na fauna autóctone quando as suas populações não estão devidamente controladas. Não estou de acordo com a irradicação total destes animais nestas zonas, uma vez que está documentado, por exemplo há relativamente pouco tempo numa cidade portuguesa (já não me lembro qual) ocorreu um grande surto de leptospirose e isso coincidiu com a irradicação dos cães e gatos dessa mesma cidade.
Agora a situação a que chegamos em certas zonas é completamente incomportável e por isso defendo uma redução desses animais exóticos dos nossos sistemas! E não me venham com coisas, estes animais mesmo bem alimentados caçam (sim, caçam... a simples perseguição de presa é um acto de caça!) e matam fauna autóctone!
Claudiaest, quer provas de matilhas de cães em cidade? Basta fazer este exercício: Vá a Aveiro e veja os sapais da Ria, pode comprovar matilhas de cães a tentarem caçar aves... Aconselho-a a ir lá entre Maio e Julho.
Fiquei também boquiaberto com a sua afirmação do comportamento grave:
Se já estudou a biologia comportamental canina, deve ter reparado que pertencem à mesma espécie do Lobo (na altura pode ter estudado como pertencente ao mesmo género, mas o efeito é o mesmo), como é que um animal que evoluíu (há cerca de 2 milhões de anos,
Canis etruscus) com instinto de caça em matilha ou mesmo em solo, pode deixar de ter hábito de caça com apenas 100.000 anos de domesticação? Tal é simplesmente impossível... Mesmo os cães de raça pequena têm esse instinto, só que com presas pequenas tipo insectos ou anfíbios.
Mais, lá por um cão tentar caçar um gato não quer dizer que o fará com uma criança... não são coisas comparáveis... São "presas" de dimensões e características distintas, já para não falar nos hábitos de cada uma delas.
Quanto aos artigos que me enviou, eu pedi que evitasse os artigos de opinião, porque esses para mim pouco ou nenhum valor tem... Pode ser interessante ver a opinião de X ou de Y, um
artigo de opinião a criticar os métodos de estudo é de baixo nível , ora vejamos:
Quando nos deparamos com estudos científicos, sabemos que estão sujeitos ao erro, é impossível ser-se 100% exacto, os métodos usados variam com:
- A pergunta a que se quer responder;
- Local a estudar;
- Comportamento do objecto de estudo;
- Orçamento disponível;
- Etc.
São muitas variáveis em jogo e aqui reside a escolha de quais as mais importantes... Mas normalmente um estudo razoável tem pelo menos 80% de fiabilidade (senão nunca seria aceite por uma revista científica) e um estudo excelente tem no máximo 95% de fiabilidade... Mas se reparar são vários estudos que indicam o mesmo... Existe predação em escala mais ou menos acentuada.
Agora se o método devia ser este ou aquele... Quem critica nestes termos porque não executa um estudo (credível!) na mesma área, com os métodos que acha mais correctos (os métodos têm que ter uma base científica e com peso estatístico), para demonstrar que estão errados? Não basta tentar tapar o sol com a peneira criticando isto ou aquilo apenas porque sim, tem que se dar mostrar qual a forma mais correcta... Assim se faz ciência! Porque criticar toda a gente sabe fazer, agora mostrar como se faz....
Uí!
Já para não falar da parcialidade do site... Intitulando-se como "advogados" de animais domésticos não falariam mal do "cliente" como é óbvio enquanto que um estudo científico credível tem que ser imparcial (ou pelo menos tentar sê-lo ao máximo... Como acima referi, as limitações dos métodos não conferem total imparcialidade por possuírem factores limitantes e não existem métodos perfeitos).
O único artigo que me mostrou foi uma review na qual eu não percebi bem qual o contributo para esta discussão... Os cães como nossos aparentados comportamentais? Isso é demasiada psicologia e filosofia para mim e que volto a dizer, nada interessa ao tema.
Cumprimentos e desculpem o longo texto e a ausência prolongada, mas teve que ser!
P.S.: Apenas quero afirmar que admiro imenso o trabalho do Fang, com as variadas limitações que tem, faz um trabalho extraordinário, por isso é de baixo tom que alguém venha sequer por isso em causa quando não está informada o suficiente! (e aqui está a minha opinião pessoal do que foi discutido "off-topic")
"<strong>O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano.</strong>" (Isaac Newton)
<strong>"Existem duas coisas infinitas: o Universo e a Estupidez Humana. Mas não tenho certeza acerca do universo." </strong>(Albert Einstein) <strong>
"Todos os Pássaros são Aves, mas nem todas as Aves são Pássaros!" </strong>(Máxima da Zoologia, que pode ter vários sentidos na vida)
<strong>- Nunca te esquecerei, meu pequenino... Estarás sempre comigo Cícero!</strong>