MiausRafa Escreveu:Qualquer gato mesmo muito meigo, daqueles mesmo muito melgas agiriam da mesma forma que o Óscar, se se sentissem na mesma situação.
O que eles fazem é agir por instinto, defendem-se com as garras e dentes.
Sendo este episódio muito desagradável, acabou por ser o normal de qualquer gato e não o de um gato com problemas comportamentais.
Se o Óscar em situação normal já não tenta morder ou ser agressivo com vocês adultos e com as crianças, ou se já não está muito assustado, quer é estar sossegado no seu canto, come normalmente e aparentemente está tudo bem com a sua saúde, não me parece que alguma medicação no gato vá alterar o seu carácter, iria sim fazer com que ficásse mais relaxado ou só dormir mais. A medicação não transforma um gato mais arredio e independente no gato melado que anda sempre atrás de nós e sempre a querer festas e colo.
No início, também achei que deveria tentar ir com o Óscar a uma consulta à FML. A Vet de comportamento animal de lá, só lhe receitaria medicação em situação de necessidade absoluta, de resto o que vos ajudaria seria a compreender melhor o gato e a dar-vos dicas sobre como deveriam agir adultos e crianças de forma a todos terem a melhor convivência possível, sem danos fisicos ou psíquicos especialmente para as crianças. Baseada nas perguntas que vos iria fazer e com as respostas obtidas, ela faria o ponto de situação que o mais provável seria só o aconselhamento.
Eu fui lá com a minha cadela que quando chegou era muito agressiva para nós, eu andei meses de braços negros, ela não mordia mas abocanhava os nossos braços e pernas, rosnava, estáva-mos constantemente a ficar com roupa rasgada quando ela se amandava a nós, além das necessidades todas no chão, passámos um pequeno inferno. No entanto a Drª não medicou a cadela, visto que no entender dela, a cadela só tinha era falta de obediência, claro que associado a maus tratos, abandono e algum tempo passado da pior forma num canil municipal vieram agravar o comportamento. O que ela nos deu foi conselhos como lidar com ela, e a medicação disse-nos que só lha iria receitar se de todo ela não mudasse.
Na situação de dois gatos, em que o recém chegado era terrivelmente agressivo para a gata residente, a ponto de ela quase não sair da caminha dela com medo. Fiz-lhe medicação aconselhada por um Vet não especialista em comportamento e resultou. O gato ficou mais calmo ou seja mais parado, a gata perdeu mais o medo e voltou ao normal, no entanto não matou o "diabinho " que está dentro dele porque de vez em quando o malandro, faz uma espera à gata embora sem gravidade, tem alturas que fica só quieto a olhar para ela com a intenção de a intimidar.
Tudo isto para lhe dizer que caso possa ir à FMV a uma consulta com a Drª Ilda Rosa, não seria de forma nenhuma tempo perdido, antes pelo contrário, até porque com tudo o que vocês têm feito pelo Óscar seria só mais uma tentativa, para sentirem que não deixaram nada por fazer na esperança de alterar o comportamento do vosso gato.
Mas iria só com a expectativa de ter novos conselhos para pôr em prática para ajudar a convivência e nunca na alteração da personalidade do gato que provavelmente nunca será muito dado.
Apesar de seis meses parecer muito tempo, para situações destas muitas vezes não é, com a mesma paciência que têm tido até hoje quem sabe o Óscar não vos reserva uma surpresa boa para qualquer dia.
Não desanimem porque o vosso gatinho ainda não soube demonstrar, mas certamente vos está muito grato pelo que têm feito e continuam a fazer por ele.
Olá minha cara MiausRafa, obrigado pela sua resposta.
É claro que o recente encontro entre as unhas do Óscar e o meu braço resultaram da situação em que o Óscar se envolveu acidentalmente, também não creio que signifiquem qualquer problema comportamental, foi só o resultado da normal curiosidade do gato, que resultou em ficar preso e aflito.
Como refere, em situação normal o Óscar nunca mais foi agressivo ou atacou ninguém cá em casa, a única coisa que lhe podemos apontar é a sua falta de desejo de interacção, já que ele não nos procura nem gosta muito quando nos metemos com ele. Mas acho que é mesmo o seu temperamento. Como é costume dizer-se, não é defeito, é feitio. A sua personalidade será mesmo assim, apesar de nos ter “enganado” no primeiro momento em que os nossos destinos se cruzaram.
Portanto, se o Óscar é mesmo assim, temos que viver com isso. Se ele continuasse a ser agressivo, a atacar as crianças, é que teríamos forçosamente que encontrar alternativas, as quais poderiam passar pela tal consulta comportamental. Mas, nas circunstancias actuais, não creio que tal seja necessário. Sobre a medicação, cá em casa, em relação aos humanos, a postura passa por só recorrer a medicamentos em caso de absoluta necessidade, pelo que com o gato a nossa perspectiva deverá ser coerente.
Ao nível de conselhos, compreendo os benefícios que dai poderiam advir, certamente que poderíamos receber bons conselhos, mas como é difícil irmos até Lisboa em período laboral, vamos tentar viver sem isso, mesmo que, se calhar, continue a abusar por aqui das vossas simpáticas dicas e sugestões que tão gentilmente têm feito o favor de deixar. Gostaria que não pensassem que não vamos a uma consulta porque não nos interessamos, o que não é o caso, simplesmente, implica a perda de um dia de trabalho, com consequentes implicações a nível de remuneração e do regime de faltas não justificadas, a que acresce os cerca de 250 kms de deslocação inerentes à ida e regresso.
Já percebi por diversas respostas que por aqui foram colocando, que os gatos não mudam de um dia para o outro, que é necessário muito tempo tempo e paciência. Mas para nós o fim de Julho já foi a tanto tempo…
Em relação ao não desanimarmos, bem, já passamos por essa fase e recuperamos a tempo (com a vossa ajuda) sem que a situação tivesse conduzido à nossa separação do Óscar. Se nessa alturas não o “pusemos a andar”, passe a expressão, que seria o que talvez muita gente tivesse feito, também já não será agora, não obstante termos momentos de mais animo do que outros. Já agora, o facto de o Óscar ser extremamente regular a partir coisas cá em casa também não facilita nada a nossa tarefa…
Felicidades para si e para os seus.