Comunicado recebido por email da ANIMAL

[CasadeAnaval]

Passo a citar

Caras/os amigas/os,

Uma vez que a situação relativamente ao caso dos gatos da Crinabel não ficou exactamente esclarecida, sinto que é meu dever fazê-lo, pelo menos, tanto quanto isso diga respeito à ANIMAL e à intervenção que teve neste assunto, o que passo a fazer.

Depois de muitas denúncias e discussão acerca dos perigos que gatinhos bébés estariam a correr nos telhados da Crinabel - Lumiar, e apesar da ANIMAL não estar directamente vocacionada para resolver este tipo de problemas, uma equipa de activistas desta organização, com o apoio da PSP, do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa e do Canil Municipal de Lisboa, dirigiu-se ao local para tentar salvar os animais que estivessem em perigo.

Depois de informações contraditórias (como é óbvio, as informações que nos haviam sido prestadas antes por quem denunciou a situação não coincidiam com as que nos foram prestadas no momento pelo Director da Crinabel, e vice-versa), nós próprios, elementos da ANIMAL, tivémos oportunidade de subir aos telhados da Crinabel (com o aberto consentimento do Director da instituição, diga-se, que não estava obrigado por lei a ter esta atitude) e procurar animais em perigo. E assim fizémos. Eu e outros/outras activistas da ANIMAL subimos aos telhados da escola da Crinabel do Lumiar, por dois acessos diferentes, e pudémos verificar por nós mesmos que perigos estariam ali a afectar animais.

1. Constatámos que os gatos jovens e adultos que estão nos telhados da Crinabel têm total mobilidade e descem do telhado para a rua e sobem da rua para o telhado as vezes que querem, sem estarem fisicamente impedidos de o fazer. Estes, contudo, estavam bem e não eram apontados como estando sujeitos aos perigos denunciados.

2. Constatámos que os gatos bébés não têm a mobilidade que os gatos jovens e adultos têm, pois não lhes é fisicamente possível subirem e descerem da rua para o telhado e do telhado para a rua por não estarem ainda suficientemente desenvolvidos para isso. Estes eram dados como as principais vítimas da situação, pois estariam nos telhados do edifício sem terem comida nem água à disposição, alegadamente porque o director da Crinabel não permitia que eles fossem alimentados e abeberados ali (e convém dizer que, se a boa vontade o recomendaria fortemente, é também verdade que nenhuma lei o pode obrigar a aceitar isto). Devo dizer que só encontrámos um gato bébé - que, por sinal, estava morto (sendo de salientar que não estava magro, pelo que, aparentemente, não teria morrido de fome) -, embora seja possível que outros que lá estivessem se tivessem escondido dentro das telhas, onde ninguém os poderia ver ou alcançar.

3. Conclusão: tanto quanto a nossa busca o permitiu, não vimos nenhum gato em risco (o que não quer dizer que não estivessem lá, eventualmente escondidos), pelo que não nos foi possível salvar nenhum.

É importante dizer que compreendo a preocupação de quem denunciou o caso, pois, a confirmar-se a presença de gatos bébés naquele telhado, é óbvio que, sem serem alimentados e abeberados, não sobreviverão. Mas devo dizer que não me parece que haja ali um caso de crueldade diabólica da parte do Director da Crinabel, que, embora não revele ter muito boa vontade - nomeadamente porque não permite que os animais sejam alimentados e abeberados ali, no telhado -, também não lhes inflige um mal deliberado especialmente cruel, por muito lamentável que possa ser esta sua indisponibilidade para aceitar esta situação. Agora, o que convém dizer é que situações como esta (que, conhecendo como conheço os problemas que afectam negativamente os animais e tendo que lidar com eles todos os dias, não me parecem de gravidade extrema) se repetem por inúmeros telhados em Lisboa, sendo vários animais deliberadamente envenenados em muitos destes (estes casos, que são já bem mais graves, e que nada têm a ver com o que acontece ali).

A ANIMAL fez o que pôde e o que, mesmo não sendo esta a sua vocação (por ser uma organização com um tipo de actuação normalmente diferente), se afigurou como seu dever. Foi pelos animais que todos nos juntámos ali naquela tarde, para ajudar aqueles que precisassem da nossa ajuda e que nós pudéssemos ajudar. E as autoridades policiais, bombeiros e canil municipal - a quem agradecemos - prestaram uma colaboração imprescindível, mas - é bom dizê-lo - não nos fizeram nenhum favor, pois a legislação vigente obriga estas entidades a socorrer animais em perigo e a prestar apoio a associações zoófilas que o façam, tendo sido justamente este o caso. Não estamos, pois, arrependidos dos esforços e meios mobilizados, pois esta é a nossa missão e, para a cumprir, usamos os meios que se impuserem. E, embora o resultado desta intervenção possa não ter sido perfeito (pois, se estavam lá gatos bébés, não fomos capazes de descobrir nenhum, menos ainda de os salvar, no caso de precisarem de ajuda), foi aquele que nos foi possível. O que nos faz considerar este caso encerrado.

Saudações amigas,
P´la ANIMAL, pelos Animais,

Miguel Moutinho
Director Executivo da ANIMAL
[email protected]
www.animal.org.pt

[Kathleen]

Olá

Muito obrigado pelo esclarecimento.
Consigo compreender a situação. Acho que a única forma de a resolver era conseguir-se esterilizar a colónia de gatos que anda por aquelas paragens e que pode ou não escolher aquele telhado para ter as suas ninhadas...

Beijokas
kathleen

[Miadores]

(o que não quer dizer que não estivessem lá, eventualmente escondidos), pelo que não nos foi possível salvar nenhum.

E:

que só encontrámos um gato bébé - que, por sinal, estava morto (sendo de salientar que não estava magro, pelo que, aparentemente, não teria morrido de fome) -, embora seja possível que outros que lá estivessem se tivessem escondido dentro das telhas, onde ninguém os poderia ver ou alcançar.

Para mim, estas são as passagens fundamentais, porque me mostram claramente que a situação era/é real, nenhuma "invenção", o que me continua a deixar preocupada com a sobrevivência desses gatinhos! Aliás, o tom do relato do Miguel Moutinho, não tem nada a ver com o de cero forista que por aqui passou!

[leonildecarvalho]

Acabei de lêr...e tb acho estranho terem encontrado o cadáver de um gatinho bébé morto, que nem estava mágro... Ora, se não estáva magro, sería um gatinho, á partida, saudável... mt estranho... .

Qnt a não terem visto gatos, nos telhados : é mt NORMAL . Os gatos têm uma percepção enorme no que diz respeito a eventuais perigos de " predadores " ...

Qnt á minha opinião, abstenho-me prq nada de nada, até agora, fêz sentido ...td mt estranho !
Uma coisa é certa : Em tudo o que se diga, nem que mentira seja, há sempre um ponto de verdade...só falta saber qual...?!

Leo