Eutanásia ou não? O poder das associações portuguesas?

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Moderador: mcerqueira

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bastet1
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terça mar 09, 2010 4:36 pm

Charlie2 Escreveu:
deveria de ser imposto aos canis um limite de idade para adopção ( por ex: a partir dos seis anos de idade todos os animais seriam adormecidos ).

esta selecção deixaria espaço e recursos livres para melhorar a vida de todos os animais de companhia no nosso país.
Sabe que um cão rafeiro pode viver até aos 18/20 anos, se bem tratado e estimado? Isso é uma crueldade. E penso que nunca passaria pela cabeça de nenhuma associação fazer uma bestialidade dessas. É a minha opinião.
quantas pessoas adoptam a partir dos cinco/seis anos? quantas preferem cachorrinhos?

sim, é uma crueldade. mas é um mal necessário.

tem que haver forma de seleccionar, sem apelo às emoções, pelos mais velhos, pelo doentes, pelos gravemente feridos...


a eutanasia em massa vai acontecer, já está a acontecer.

situações extremas pedem medidas extremas.

e claro a esterilização de todos os animais sem pedigree é fundamental para esta miséria acabar.
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TheOne
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terça mar 09, 2010 5:05 pm

bastet1 Escreveu:deixei este post num outro tópico
:
http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopi ... 1&start=75

mas como o tema é similar cá fica também:


penso que não é dificil perceber que somos um país demasiado pequeno para absorver através de adopções tantos animais de rua.

a capacidade de procriarem exponencialmente só vem dificultar mais ainda as coisas.

a solução para estancar esta miséria passa obrigatoriamente por esterilização de todos os animais sem pedigree ( com ou sem dono) o que ficaria a cargo das autarquias e o segundo passo seria eutanásia massiva de todos os animais abandonados que se encontrem doentes ( sem prognostico de recuperação satisfatória ) estropiados, com problemas de agressividade, etc


deveria de ser imposto aos canis um limite de idade para adopção ( por ex: a partir dos seis anos de idade todos os animais seriam adormecidos ).

esta selecção deixaria espaço e recursos livres para melhorar a vida de todos os animais de companhia no nosso país.

já foi feito noutros paises com sucesso.

e o melhor de tudo... daqui a dez anos deixavamos de precisar de forum de adopções.
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Por acaso eu concordo com este post... mesmo sendo de inspiração eritgselgbvdilfgbviersgvbsdil... 8)
Paulo5antos
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terça mar 09, 2010 5:07 pm

Charlie2 Escreveu:
deveria de ser imposto aos canis um limite de idade para adopção ( por ex: a partir dos seis anos de idade todos os animais seriam adormecidos ).

esta selecção deixaria espaço e recursos livres para melhorar a vida de todos os animais de companhia no nosso país.
Sabe que um cão rafeiro pode viver até aos 18/20 anos, se bem tratado e estimado? Isso é uma crueldade. E penso que nunca passaria pela cabeça de nenhuma associação fazer uma bestialidade dessas. É a minha opinião.

Admito que fico sempre baralhado com isto.

Permita-me a pergunta.

Então e não é uma bestialidade ainda maior, permitir que um cão viva anos a fio, confinado a uma box feita à medida para 4, onde habitam 10 e em condições que, nalguns casos, valha-me deus ?
<strong>Paulo Santos

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PauloC1
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terça mar 09, 2010 5:21 pm

De acordo com a Bastet acabem-se com os rafeiros.
Esterilizem-se todos os cães independentemente da vontade dos donos - quem são esses tipos para mandarem alguma coisa - abatam-se cães saudáveis com mais de 6 anos e todos os doentes, com problemas de agressividade, e blá, blá, blá.
E, sobretudo, isto já foi feito noutros países....

Ó Bastet, por acaso não se inspirou no Mein Kampf ?
Porque democrata é que você não é.
Considero esta sua intervenção, de que tanto se orgulha, como um insulto não apenas a todos os que realmente gostam de cães (e não de pedigrees) como a todos os defensores da liberdade, do individualismo, da solidadariedade e do direito à autodeterminação.
E mais não digo que seria expulsa.
Não sei porque raio o facto dos cães estarem obrigatoriamente esterelizados os torma menos cães, ou menos capazes de serem alvo do afecto dos seus donos. A esterelização apenas os torna incapazes de procriar, nada mais! Por isso esta observação da AISD acerca dos pedegrees e mais não sei quê é completamente despropositada. Obviamente que se o cão não tiver raça, não faz qualquer sentido que seja reproduzido. Já sendo de raça, poderá fazer sentido serem reproduzidos ou não. Obviamente que se os donos não quiserem fazer reprodução, os de raça podem ser esterelizados também.
E essa de “acabar com os rafeiros”, é de um ‘alarmismo’ extremo, só compreensível á luz da comparação absurda com o Nazismo que fez de seguida. Infelizmente, e sublinho o infelizmente, pode diminuir-se o número de cães abandonados, rafeiros e de raça, mas eles nunca vão acabar. Aliás, enquanto existirem pelo menos duas raças diferentes, nunca deixará de existir a possibilidade de existirem rafeiros. ;)
PauloC1
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terça mar 09, 2010 5:29 pm

Sabe que um cão rafeiro pode viver até aos 18/20 anos, se bem tratado e estimado? Isso é uma crueldade. E penso que nunca passaria pela cabeça de nenhuma associação fazer uma bestialidade dessas. É a minha opinião.
É a sua opinião, e infelizmente a de muita gente também. Aliás essa é uma das razões pela qual foi criado este tópico. Em consonância com o que está aqui a ser discutido em termos de racionalização de recursos, parece-me que não faria qualquer sentido manter uma associação cheia com 100 cães de idades entre os 6 e os 18/20 anos, á espera de uma hipotética adopção ‘caridosa’, enquanto lá fora estivessem cachorros, juvenis e outros animais sem abrigo, sem apoio e sobretudo sem a chance de serem adoptados!
Paulo5antos
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terça mar 09, 2010 5:36 pm

Quanto a conversas de rafeiros vs raças.... bem....

Eu compreendo que há pessoas que gostam de cães, não é de raças, é de cães.

Eu, também faço parte desse grupo, embora prefira um cão de raça. Não por uma questão de vaidade, mas por uma questão de opção e porque entendo que, salvaguardando os eventuais desvios, eu sei o que posso ou não esperar de determinada raça.

O argumento do coitadinho do rafeiro tanta vez aqui utilizado, nunca me convenceu.


Até hoje, ajudei ou pelo menos tentei ajudar alguns animais em situação dificil, e não o fiz de rabito sentado no sofá.

Curiosamente (ou não), 90% desses animais, eram rafeiros, mas sobretudo, eram cães em risco e que mereceram a minha atenção.


Vou-me permitir fazer aqui uma inconfidência e falar de uma situação que, julgo eu, nunca aqui falei, até porque, não faço destas situações o meu estandarte.


Aqui há uns anos atrás, apareceu na arca, um tópico/apelo para um cão que vivia num género de buraco/poço, há mais de 6 anos paredes meias com uma universidade em lisboa.

Era uma situação vergonhosa. O animal vivia num espaço com pouco mais de 4 mts2, numa imundice tremenda, onde até cogumelos cresciam no meio das suas fezes.

Era alimentado (água e comida) atravéz de um balde e uma corda, que alguns estudantes da universidade, faziam descer até àquele vergonhoso buraco.

A situação era do conhecimento de algumas associações de defesa dos animais, que sempre se escudaram na questão da propriedade privada... na necessidade de intervenção policial... da necessidade de apoio juridico e mais uns quantos blá, blá, blás.

Muitos dos activistas de sofá, se insurgiram contra aquele degredo, mas enquanto isso, o animal mantinha-se e agonizava naquelas miseráveis condições.

Face à passividade com que se continuava a olhar para o assunto, um grupo de pessoas, que não irei revelar, se elas entenderem fazer que o façam, encontrou forma de, legalmente, aceder ao local mais próximo do animal e roubá-lo à vida miserável que até então viveu.

Um dos intervenientes, grande apaixonado dos cães de raça, veio de lá todo mordido, porque o animal era, obviamente, bastante agressivo.


Esta situação não serve para provar absolutamente nada, a não ser, dizer que, encaixo muito mal as contantes investidas a coberto do argumento do coitadinho do rafeiro, que esta malta só gosta de cães de raça.

Juro, isto cansa-me, revolta-me, mas sobretudo, enoja-me.
<strong>Paulo Santos

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TheOne
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terça mar 09, 2010 5:57 pm

Paulo,

O tópico é este: http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=30958 mas está todo editado por razões óbvias. Depois a maior parte da mobilização foi feita via telemóvel, e não via Arca :wink:
Paulo5antos
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terça mar 09, 2010 6:25 pm

TheOne Escreveu:Paulo,

O tópico é este: http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=30958 mas está todo editado por razões óbvias. Depois a maior parte da mobilização foi feita via telemóvel, e não via Arca :wink:
Sim, obrigado, era esse.

Mas havia outro onde a conversa voltou a ser puxada à baila.

Na altura e pelos motivos que sabemos, ele foi editado e posteriormente, pediu-se para bloquear esse tópico.

Mais tarde voltou a surgir outro, que entretanto, também, se bem me recordo, a pedido, foi apagado... o outro era mais tipo muro das lamentações.
<strong>Paulo Santos

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dinodane
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terça mar 09, 2010 7:09 pm

Voltando ao tópico: racionalizando o assunto vou ao encontro do que a Bastet escreveu e outros secundaram. Principalmente acho que todos os cães de companhia, com pedigree ou sem, deviam ser esterilizados, noutros países já existe a mentalidade de spay & neuter e campanhas massivas de sensibilização e educação das pessoas, bem como n criadores que colocam os cães nesta base, cá a mentalidade é demasiado retrógrada para isto andar para a frente. Emocionalmente é complicado lidar com estas questões...

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bastet1
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terça mar 09, 2010 7:38 pm

TheOne Escreveu:

Por acaso eu concordo com este post... mesmo sendo de inspiração eritgselgbvdilfgbviersgvbsdil... 8)


a fonte de inspiração é mesmo a sanidade mental. :)

coisa que infelizmente anda deficitária, pelos vistos em muitas cabecinhas.
gente que prefere ver o amontoado de animais confinado a boxes minimas, sem salubridade , em panico pelo abandono , pelos maus tratos que sofreram, pela doença, pela fome, sim que muitas vezes nem dinheiro para ração existe.

mas o que importa é ir "resgatá-los" como se de uma demanda insana se tratasse. o que importa é acarinhar o ego, sentirmo-nos uteis e salvadores da pátria.
e o efeito catártico da coisa? dá para chorar baba e ranho pela miséria dos animais que resgatamos tão heroicamente.

isto é gostar? isto é estimar? isto é normal?

submeter animais a cirurgias sucessivas para remediar o irremediavel, com sequelas para toda a vida, mancos , tortos, completamente estropiados?!


escoar rios de dinheiro para estas causas perdidas? siiiim.

limpar a casa e investir em esterilização e castração? naaaaao.

investir só na adopçãp dos jovens e saudáveis? naaaao.

claro que sem (inumeras ) desgraças para resolver, deixavam de ser precisas tantas heroínas salvadoras!! e depois era vê-las em depressão sem ter para onde projectar a sua senda salvadora e com o ego mirrado.
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aisd
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periquito FALCANITO

terça mar 09, 2010 7:51 pm

obrigatoriamente por esterilização de todos os animais sem pedigree ( com ou sem dono)
segundo passo seria eutanásia massiva de todos os animais abandonados que se encontrem doentes ( sem prognostico de recuperação satisfatória ) estropiados, com problemas de agressividade, etc
E que tem isto a ver com a esterilização ?
Eu sou ferrenha defensora das esterilizações, mas não compulsórias.
Na minha experiência a esmagadora maioria os donos adeririam a esterilizações sem problemas.
O grande problema é o preço e a ideia feita de que uma cadela tem de ter uma ninhada e isto ultrapassa-se pela educação e pelo exemplo.
Quanto a matar cães em massa debaixo de critérios pessoais e subjectivos, não concordo.
Nada impede um cão estropiado ou deficiente de ser adoptado.
Querem exemplos ?
Basta procurar...
Eu própria tenho uma vizinha com um cão adulto e cego que foi adoptado.

E o que são problemas de agressividade ?
Adere-se à ideia que todos os pits e rotts são agressivos ou analisa-se caso a caso ? (muitos cães são agressivos apenas porque são maltratados e tornam-se recuperáveis com um mínimo de esforço)

[Editado pela moderação]

E as associações - não interessa nada o que pensam essas pessoas que andam a limpar a caca dos cães.
Têm mesmo é de aceitar e calar.
Aliás vão deixar de haver cães para adopção e associações.
Vai ser só pedigrees.
É o mundo perfeito.
<p>"O auto-convencimento manifesta-se pela falta de cordialidade nas palavras" - Teofrasto</p>
aisd
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periquito FALCANITO

terça mar 09, 2010 8:06 pm

Desculpem a aparente agressividade - que é mesmo aparente.
Sou particularmente sensível a tudo o que toque nos direitos individuais.
A democracia não é meter um voto de x em x tempo.
A democracia é o respeito pelos outros, pela sua individualidade e aceitar as diferenças.
Isto só se consegue pela educação em várias gerações.
Neste assunto - das esterilizações e alguns tipos de eutanásia - penso que se consegue uma aderência da maioria das pessoas.
Mas se não aderirem todas, pois temos que aceitar.
Impôr só aceito o que seja relativo à segurança do cidadão.
O que me revolta é esta tendência paternalista a obrigar os outros a serem qualquer coisa, seja ela uma opção religiosa, sexual ou outra.
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Charlie2
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terça mar 09, 2010 8:23 pm

PauloC1 Escreveu:
Sabe que um cão rafeiro pode viver até aos 18/20 anos, se bem tratado e estimado? Isso é uma crueldade. E penso que nunca passaria pela cabeça de nenhuma associação fazer uma bestialidade dessas. É a minha opinião.
É a sua opinião, e infelizmente a de muita gente também. Aliás essa é uma das razões pela qual foi criado este tópico. Em consonância com o que está aqui a ser discutido em termos de racionalização de recursos, parece-me que não faria qualquer sentido manter uma associação cheia com 100 cães de idades entre os 6 e os 18/20 anos, á espera de uma hipotética adopção ‘caridosa’, enquanto lá fora estivessem cachorros, juvenis e outros animais sem abrigo, sem apoio e sobretudo sem a chance de serem adoptados!
nem eu disse isso em lado nenhum, simplesmente acho que todos os animais merecem uma segunda oportunidade, independentemente da idade. E obviamente que a todos terá de ser dado um prazo( e aí sim estabelecer prioridades tendo em conta idade e estado de saúde.. No meu percurso de adopções imensos cães mais velhos foram adoptados, sobretudo como animais de companhia por já se desenvencilharem bem. Enquanto que os cachorros são muito fofos e tal mas são abandonados assim que começam a dar demasiados problemas. Para mim a questão da idade não se põe, e muito menos aos seis anos...
«que idade tem este? Seis anos? Então mata»: não, obrigada.
Charlie2
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terça mar 09, 2010 8:52 pm

mas o que importa é ir "resgatá-los" como se de uma demanda insana se tratasse. o que importa é acarinhar o ego, sentirmo-nos uteis e salvadores da pátria.
e o efeito catártico da coisa? dá para chorar baba e ranho pela miséria dos animais que resgatamos tão heroicamente.
Ainda bem que não conheço ninguém assim :| aidna bem que estamos a discutir animais e não seres humanos.
Paulo5antos
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terça mar 09, 2010 9:45 pm

Charlie2 Escreveu:
mas o que importa é ir "resgatá-los" como se de uma demanda insana se tratasse. o que importa é acarinhar o ego, sentirmo-nos uteis e salvadores da pátria.
e o efeito catártico da coisa? dá para chorar baba e ranho pela miséria dos animais que resgatamos tão heroicamente.
Ainda bem que não conheço ninguém assim :| aidna bem que estamos a discutir animais e não seres humanos.

Mas é uma realidade, charlie2.

Infelizmente, algumas pessoas, perderam completamente o discernimento e a capacidade de avaliar determinadas situações e então, lançam-se de cabeça a "salvamentos" desnecessários, rementendo depois os animais, para uma situação, em nada, melhor do que a se encontravam anteriormente.


Há uns meses atrás, uma "maluquinha" minha conhecida, veio ter comigo porque precisava de ajuda urgente para retirar 3 animais que estavam numa fábrica aqui perto e que se encontravam muito mal tratados.

Decidi, sozinho, ir avaliar a situação, até porque só me meto nestas coisas acompanhado por pessoas de confiança, e não era o caso dela.

Quando cheguei à dita fábrica, deparei-me com uma situação extremamente violenta.

Eram 3 cães, de pêlo lindissimo, um deles de pêlo comprido (provavelmente um cruzado de Serra) fantástico e que, fazia inveja ao meu Serrita.

Os 3 animais estavam gordos, aparentemente bem de saúde e curiosamente, tinham uns abrigos (canis) feitos em madeira, com o telhado coberto de tela de alcatrão, que impedia que a chuva lá entrasse.

Estava estupefacto com tanta violência e ainda incrédulo, tentei vislumbrar o estado de higiene e, salvo um "montinho aqui e outro acolá" pouco ou nada vi.


Resolvi então voltar a falar com a tal "maluquinha", como se não soubesse de nada e questionei-a sobre o motivo pelo qual ela estava tão preocupada ao ponto de querer de lá retirar os animais.

A resposta:

"Os animais estão ali abandonados, ninguém lhes liga. A fábrica está desactivada e serve apenas de armázem... não consigo ver animais naquelas condições."

Voltei a questionar

Onde os queres colocar ?

"Pá, não sei, mas em ultimo caso, entregamo-los ao canil, certamente que lá estarão melhor."


A dada altura não aguentei e abri o jogo.

Disse-lhe que tinha ido ao local e que, o que tinha visto, era somente 3 animais muito bem tratados, em condições de salubridade impecaveis e que, decididamente, não estavam negligênciados a nivel algum.

Sei que não a convenci e sei que ficou de "bico torcido" comigo.


Qual foi afinal a violência com que me deparei ?

A violência foi o extremismo da pessoa em causa e a falta de capacidade de avaliar uma situação, correndo o risco de remeter os animais para uma situação de sobrevivência num canil e eventual abate, quando afinal de contas, estavamos perante uma situação que em nada merecia este tipo de atenção e muito menos, qualquer tipo de intervenção.

Este é o extremo a que estamos a chegar e com este extremo, que não é caso raro, não pactuo.
<strong>Paulo Santos

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