Amigas,
Não vão acreditar se lhes disser que ainda não me tinha dado conta de que as fotografias do «meu» passeio estonteante de ontem já aqui estavam há quase 24 horas.
Muito trabalho, a gataria, os passeios do Juca, hoje uma ida ao veterinário com o Lenny (parece estar tudo bem), enfim…
Em primeiro lugar, muito obrigada, Tiabela, por ter postado as fotografias. Eu ia fazer isso… um dia destes…
Agradeço também a todas os elogios ao maior minhau cá de casa…
Pronto, já que aqui estou, cá vão notícias.
O Juca já me tem pregado algumas partidas em termos de fugir. No outro dia partiu a trela, num repelão quando eu abri a porta do prédio. Desatou a correr como a Tiabela viu ontem (corria mais depressa que uma Weimaraner, por sinal linda, que estava também no parque, e com quem fez grande amizade) e pensei que ou nunca mais o via ou ficava atropelado. Por sorte dele e minha, que andava a correr atrás dele por sítios onde o tinha já só visto ao longe, às tantas regressou para o pé de mim. Ainda por cima, eu ia carregada, e antes que me desse um treco resolvi parar. Foi aí que ele voltou.
Da outra vez resolvi soltá-lo numa rua onde há muito canteiros, onde ele gosta de ir passear (e eu também). Praticamente não há trânsito. Pois o menino meteu-se por um portão e desatou a correr atrás duns gatos num terreno. Os gatos treparam por uma árvore acima, mas o Juca continuou a perseguir um desgraçado que não teve tempo de trepar, de quintal em quintal. Por fim lá foi dar a um que não tinha saída, e foi aí que o apanhei.
Apesar de tudo isto, e porque sei como ele gosta de correr e tem falta disso, resolvi soltá-lo ontem no parque ao lado do Fórum Lisboa, com a Tiabela aterrada, que só me dizia, «Ai, estou tão nervosa, estou tão nervosa…» e com a mão em cima do coração.
Foi um risco, mas ele estava felicíssimo, e eu fiquei feliz de o ver correr assim. Portou-se mal, claro, porque volta e meia desaparecia a perder de vista e chegou a ir para as ruazinhas que circundam o parque, e às tantas já me tinha a mim, à Tiabela e mais umas três ou quatro senhoras, que também andavam a passear cães, a gritar a plenos pulmões: «Juca! Juuucaaa!!!!»
Ou seja: o que fazer para que eu possa soltá-lo sem que ele me fuja? A Tiabela já me deu a sugestão dos «snacks» como recompensa. Gostava tanto de o poder soltar em certos sítios para ele correr e dar vazão à energia que tem, mas sei que, ao mesmo tempo, será sempre um risco.
Numa fotografia está uma cadelinha preta, a Uva, da Tiabela. É um amor, muito engraçada, simpática e bem comportada. Nada como o meu Juca…

Só estava lá ao princípio um cão-de-água com quem ele embirrou. De resto, deu-se bem com todos.
Arguida, havemos de combinar isso.

O Juca não se esquece das namoradas, nem eu. Por isso gostava de um destes dias ir com ele ao hotel. A responsável também há-de gostar de o ver.
Só sei que tive uma sorte enorme com ele e com os meus gatos. Se não tivesse sido assim, ele agora não estava cá. E ele fez por ficar, portando-se bem com eles, não fazendo nadinha em casa, não ladrando…
Sutra, o que é isso do halti? É que ele, qualquer dia, arranca-me o braço pelo ombro. Ele não costuma fazer isso com frequência, mas ontem, com tanto espaço e tanto cão, estava completamente desalvorado. É como as crianças. Como eu queria mostrar à madrinha Tiabela como ele era bem comportado, foi quando se portou pior.
Ah, falta dizer que é doido por sacos plásticos, tanto os que vão na mão das pessoas como os que estão com lixo nos passeios. Acho que já deve ter andado aos caixotes…

E ele, que nunca ladra, faz sempre um escarcéu quando nos cruzamos com os funcionários de limpeza das ruas, que andam com aqueles carrinhos e vassouras. Também deve ter tido alguma má experiência com eles.

«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke