Boa noite Free:
Já alguma vez ouviu falar da raça de equinos Sorraia? Foi Ruy d’Andrade que em 1920 descobriu um pequeno núcleo de cavalos no Vale do Sorraia, cavalos esses que preservavam os traços primitivos. O cavalo do Sorraia possui as características necessárias para revelar a história evolutiva dos cavalos Lusitano, Andaluz e Pura Raça Espanhola, do Crioulo (Argentina, Brasil e outros países Sul-Americanos) e do Mustang (América do Norte). Por estes dados já se conclui que é realmente um cavalo muito primitivo, que apesar de ser selvagem foi domesticado e adaptado às nossas “exigências”.
O que eu quero dizer com esta breve história é que apesar de se pensar que é impossível domesticar o Touro Bravo devido às suas características, isso não é verdade. Eles são tão bravos como os da raça Mertolenga (tipicamente Alentejana). Tudo tem a ver com a maneira como são criados. Se são criados no meio das lezírias e raramente vêm pessoas, é normal que se sintam ameaçados e que sejam bravos para quem se aproxima. Isso é, aliás, o que faz qualquer animal que não esteja habituado à presença humana.
Desculpe mas não é verdade quando diz que a carne do touro bravo não serve para a alimentação. Então o que fazem ao touro quando o matam na arena ou depois no matadouro? Comem-no, certo? Não deitam a carcaça fora nem dão aos cães, logo, é “comestível”, tal como a raça Mertolenga. A raça Touro Bravo não existe só para ser lidada, quem definiu isso foram os humanos. É como dizer que o Pitt Bull só serve para as lutas (não sei se conhece a história de como apareceram os Pitt Bull, mas suponho que sim). Tudo depende do fim que os humanos decidem dar aos animais (isto soa-me mal…).
Então e o nosso burrinho, não é um bom exemplo? Hoje em dia já quase ninguém utiliza o burro como força de trabalho, e muito menos para comer, mas é uma raça protegida e é mantida para embelezar qualquer sítio. É muito importante manter e preservar todos os animais autóctones (e mesmo não autóctones) de Portugal, daí que mesmo depois de já ninguém usar o burro para trabalho ou como forma de satisfazer outras necessidades, houvesse interesse pela parte de muita gente de preservar esses belos animais. Tal como aconteceria com os touros chamados bravos. É importante preservar o nosso património genético seja animal ou vegetal.
Não estou tão ligada ao meio equestre como desejaria, mas tenciono vir a estar muito mais ligada a esse meio. De qualquer forma não conheço nenhum ganadeiro, mas também já sei qual seria a resposta… não lhe parece?
Como não tenciono criar conflitos com ninguém porque acho que neste caso é desnecessário, enquanto não me der razões em contrário eu entrarei sempre na conversa de forma civilizada pois considero que é a conversar que as coisas se resolvem, e é a única maneira das pessoas nos ouvirem. Até porque já reparei que o Sr. é maleável em relação a certos argumentos.
Respondendo à sua pergunta sobre qual é a minha opinião, eu sou 100% Anti-Tourada, mas sou das calmas pois como já disse, é a conversar que a gente se entende. Mas peço-lhe que compreenda a posição tomada por alguns membros, pois é difícil ouvir certos argumentos que vocês, pró-tourada, apresentam e ficar sereno, mas o contrário também se passa (infelismente).
Sem mais de momento, peço desculpa pelo “testamento” mas disse o que me veio à cabeça. Pode estar tudo um pouco confuso, mas as ideias estão lá.
Cumps também para si,
Andreia Lima
Boa noite Baiha:
Penso que a resposta que dei ao Free também responde às suas dúvidas.
Atentamente,
Andreia Lima