Epá, o que vou contar a seguir até parece mentira, mas não é.
Há cerca de 20 minutos atrás devolvi um cão a uma família que o havia perdido há 3 dias.
Estava eu a passear a minha cadela, quando (após ver o meu saldo no multibanco

) decidi dar uma volta maior, para espairecer. Atravessei a estrada, deixei a Nita guiar-me (às vezes faço isso) e... encontro um cão. O cão, mal viu a Nita, correu disparado na direcção dela, não para atacar, mas para "atacar" (if you know what I mean). Tive de pegar na Nita ao colo, até porque ela detesta outros cães e rosna muito (não fosse ela uma caniche). Sempre que a Nita rosnava, o cão rosnava também. No entanto, como eu vi que ele tinha coleira, com chapa, fiz de tudo para mantê-lo ali, ao pé de mim. O problema era que ele estava sempre pronto para se ir embora e por várias vezes esteve perto de ir para a estrada e ser atropelado. Felizmente ele vinha ter comigo sempre que eu assobiava. Ao ver que o cão me seguia, decidi atravessar a estrada quando não estivesse carro nenhum a passar e assim levá-lo para o lado mais seguro (com mais passeio). Isto tudo, com a Nita no colo, a rosnar e o cão, necessitado, a agarrar-se à minha perna (fiquei com as calças sujas, e não foi de terra) e de vez em quando a rosnar para a Nita. Liguei à minha mãe, para vir ter comigo, para que ela pudesse pegar na Nita enquanto eu via a coleira do cão. Vi a coleira, liguei para o número que estava na chapa e cerca de 10 minutos depois estavam lá os donos, que moravam por perto.
Conto isto porquê?
1º: Eu não conhecia o cão de lado nenhum
2º: Eu estava com uma cadela que detesta outros cães
3º O cão rosnava tanto quanto a cadela
4º: As pessoas que passavam, nem paravam para ajudar (riam quando viam o cão agarrado à minha perna)
5º: Foi difícil, mas consegui devolver o cão à sua família
Se eu consegui devolver um cão que não me conhecia de lado nenhum à sua família, apesar dos contratempos, como é que o Miguel não consegue dar um lar a um cão que até se põe de barriga para cima, para receber festas?
Se fosse eu (e infelizmente não posso ser, pois vivo na Amadora), dava muitas festas ao cão, estando por trás dele, com uma mão fazia com que ele fechasse os olhos de prazer (com as festas) e com a outra enfiava a coleira, com a trela já agarrada. Tudo isto feito por trás, para que ele não visse a coleira e não percebesse o que eu queria.
Acredito que o cão exista. Não acredito é que seja assim tão difícil resgatá-lo.