Eutanásia ou não? O poder das associações portuguesas?

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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VascoV
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quinta jul 11, 2002 6:59 pm

sumy Escreveu:
Tudo este controle pode parecer um sonho, claro que seria uma tarefa muito complicada quase impossivel, mas não seria melhor controlar á nascença em vez de se adormecer os bichos que não pediram para nascer e sofrer??? OK, já sei que vão dizer (OLHA O TIPO A FILOSOFAR!!).
Seria, mas sociedades muito mais avançadas do que a nossa ainda não o conseguiram.

A eutanásia acaba com o sofrimento. Muitas pessoas deixam animais em estado terminal morrer com dores atrozes por não quererem ter na consciência isso. Mas e o sofrimento? Negar uma morte digna não é quere ter a consciência tranquila?

Já eutanasiei um cão que esteve comigo 19 anos. Chorava como uma criança a morrer lentamente de cancro de tal forma eram as dores. Custou-me ? Claro. Mas voltava a fazê-lo na mesma situação.

Primeiro devem-se por os canis a funcionar e depois começar a mudar as mentalidades. Se começarmos a mudar as mentalidades antes de etr canis então lá para 2198 começaremos ( talvez) a construir os primeiros canis---
sumy
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sexta jul 12, 2002 8:03 am

Vasco, concordo com tudo o que disseste, eu proprio disse que estava a "FILOSOFAR".
Numa situação como a tua, é lógico que por muito que eu sofresse com o adormecimento do meu maior amigo, eu o faria, nem olhava para trás, se há algo que eu dou muito valor, assim como todos nós aqui, é o bem estar dos nossos bichos, e é claro que se eu soubesse, que nada, mas nada mais havia a fazer, é claro que o mandava adormecer. Não consigo imaginar o que tenhas sofrido na altura, porque? Porque nunca passei por isso. Mas, só de imaginar ou sequer pensar nesse dia de perder um amigo, sinto um arrepio na espinha enorme, deve ser horrivel e bastante doloroso.

Todo o tipo de sociedade que eu possa ter comentado é um modelo para mim, é logico que é uma utopia tudo o que eu disse, mas, se as mentalidades não começarem a mudar e se não existir uma grande unidade entre as pessoas que pretendem defender os seus ideais, então ai é que não vamos a lado nenhum. Podem disser estou novamente a ser utopico.

Grande abraço para todos,

Sumy
Ciska
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sexta jul 12, 2002 11:49 am

Se um dia eu puder optar por ficar "vegetal" e/ou ser eutanasiada, eu escolheria ser eutanasiada. Pode parecer cruel , mas dói-me menos o facto de saber que alguns animais são adormecidos, quando estes se encontram em sofrimento, do que saber que estão entregues à sua dor.
Aragao
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sexta jul 12, 2002 11:27 pm

Ora bem, muito me espanto.
Pensava eu que a minha opinião ia ser do contra, mas afinal vejo que estava equivocado, já que concordo com a maioria das opiniões. (é bom estar errado de vez em quando! :lol: )

Tal como a maioria, eu concordo com a eutanásia. Acho preferível que um cão vida feliz 6 meses, que 10 vivam infelizes 6 anos!
No mundo real os recursos são escassos e por tal devem ser geridos com a mente e não com o coração.

Mas, tal como o PauloC vou mais longe. Ouço muitas vezes pessoas falarem em pegar em cães vadios e levarem-nos para os canis. Pergunto-me como são esses canis? A vida deles vai melhorar ou piorar? Aqui ao meu lado existem vários cães vadios que se fartam de ladrar e que volta e meia o seu ruído me chateia. Mas prefiro que eles tenham uma vida de vadios que sejam colocados num canil, fechados num pequeno espaço. Acho que são mais felizes aqui na rua, mesmo que isso implique de vez em quando levarem pontapés das pessoas e até morrerem atropelados.

Existe no entanto um ponto que discordo do PauloC. Que é em relação a alguns cães gastarem recursos que dariam para suportar vários cães. Isto porque, no mundo real, as pessoas precisam de incentivos, esperança, símbolos. Esses cães fazem esse papel.
A Sandra falou da cadelinha que não têm as patas da frente, se não estou em erro até lhe fizeram umas "muletas" com rodas para ela poder andar, sem dúvida que o tempo, energia e dinheiro que foi gasto nessa cadela (que à partida está "perdida" pois ninguém a vai adoptar), daria para suportar 2 ou 3 cães. Mas neste caso prefiro que esses recursos sejam gastos nessa cadelinha e não em 3 cães. E não estou a pensar com o coração, mas sim com a cabeça. Essa cadelinha aumenta os espíritos das pessoas que lidam com ela, dá-lhes esperança.
Florinda
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sábado jul 13, 2002 11:24 am

Olá

Disse o Paulo:
"Recolhe-se o cão da rua, faz-te tudo para o recuperar e para lhe arranjar um lar de acolhimento e se ao fim de x tempo não se conseguir, o cão é adormecido! "

Passo a contar o caso de uma conhecidíssima associação de defesa de animais:
têm um canil pequeno (com muito espaço para crescer), mas com boas condições, não se recusam a receber cães, amontoam cãe e cadelas à mistura, não fazem absolutamente nada para evitar que as cadelas engravidem, quando os cachorros nascem, simplesmente matam-nos, não dão um passo que seja para arranjar donos para os animais, apesar de terem sempre cães lindíssimos que facilmente arranjariam dono. É uma associação muito bem vista e elogiada...

Como sei de tudo isto? Simples: conheço pessoas que alugavam lá boxes para alojar temporariamente cães que recolhiam. Essas pessoas, apesar de pagarem pelo alojamento dos cães e ainda se terem comprometido a tentar arranjar donos para os cães que não eram da sua responsabilidade, tinham que se deslocar uns bons quilómetros para fazerem elas próprias a limpeza das boxes. Como o canil ficava longe, quem alimentava os cães era uma voluntária que supostamente lá ia todos os dias. As pessoas acharam por bem dar uma pequena gratificação à moça pelo trabalho que tinha em alimentar os cães, mas a verdade é que chegavam lá muitas vezes e os cães estavam esfomeados e não tinham um só gota de água. Foi essa própria moça que lhes contou que escondeu uma ninhada de uma cadela que lá tinha engravidado e parido para que não matassem os cachorros. Quando os cahorros tinham idade suficiente, conseguiu arranjar donos para todos. Se tivesse ficado nas mãos da associação...

Agora digam-me: isto lá é maneira de gerir um canil?
Eu até percebo a lógica de sacrificar uns para salvar outros (embora me custe a aceitar que se sacrifiquem animais saudáveis). Mas no caso desta associação que descrevi, então mais valia matá-los logo todos. E quantos mais casos haverá assim?

Fiquem bem

Florinda Lopes

P.S. Como devem ter reparado, não identifiquei a associação. Não o fiz porque não me apetece entrar aqui em discussões inúteis como as que já se verificaram relativamente a outros canis, e até não é importante para o caso. Além disso, há lá pessoas empenhadas e que se esforçam bastante em prol dos animais, que merecem todo o meu respeito e que não têm culpa das políticas da direcção. Mas acrescento que soube dos factos por pessoas idóneas, por quem ponho as mãos no fogo (mesmo!) e que até se davam muito bem com a direcção do canil, embora não concordassem com o modo como ele era gerido.
JAntunes
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sábado jul 13, 2002 12:57 pm

Parte-se do principio que é preciso um canil para ajudar os animais. Mas para isso é preciso que quem gira o canil tenha cabeça. Ora, como ninguém a usa, não admira que os canis de Portugal sejam na sua maior parte uma má alternativa a viver na rua até ser atropelado.

Vejam a Gatus que é uma associação que trabalha em Lisboa, não tem gatil mas ajudar mais gatos do que as instituições como refere a Florinda que nem sequer os que estão lá ajudam

[quote=Florinda]
Olá

Disse o Paulo:
"Recolhe-se o cão da rua, faz-te tudo para o recuperar e para lhe arranjar um lar de acolhimento e se ao fim de x tempo não se conseguir, o cão é adormecido! "

Passo a contar o caso de uma conhecidíssima associação de defesa de animais:
têm um canil pequeno (com muito espaço para crescer), mas com boas condições, não se recusam a receber cães, amontoam cãe e cadelas à mistura, não fazem absolutamente nada para evitar que as cadelas engravidem, quando os cachorros nascem, simplesmente matam-nos, não dão um passo que seja para arranjar donos para os animais, apesar de terem sempre cães lindíssimos que facilmente arranjariam dono. É uma associação muito bem vista e elogiada...

Como sei de tudo isto? Simples: conheço pessoas que alugavam lá boxes para alojar temporariamente cães que recolhiam. Essas pessoas, apesar de pagarem pelo alojamento dos cães e ainda se terem comprometido a tentar arranjar donos para os cães que não eram da sua responsabilidade, tinham que se deslocar uns bons quilómetros para fazerem elas próprias a limpeza das boxes. Como o canil ficava longe, quem alimentava os cães era uma voluntária que supostamente lá ia todos os dias. As pessoas acharam por bem dar uma pequena gratificação à moça pelo trabalho que tinha em alimentar os cães, mas a verdade é que chegavam lá muitas vezes e os cães estavam esfomeados e não tinham um só gota de água. Foi essa própria moça que lhes contou que escondeu uma ninhada de uma cadela que lá tinha engravidado e parido para que não matassem os cachorros. Quando os cahorros tinham idade suficiente, conseguiu arranjar donos para todos. Se tivesse ficado nas mãos da associação...

Agora digam-me: isto lá é maneira de gerir um canil?
Eu até percebo a lógica de sacrificar uns para salvar outros (embora me custe a aceitar que se sacrifiquem animais saudáveis). Mas no caso desta associação que descrevi, então mais valia matá-los logo todos. E quantos mais casos haverá assim?

Fiquem bem

Florinda Lopes

P.S. Como devem ter reparado, não identifiquei a associação. Não o fiz porque não me apetece entrar aqui em discussões inúteis como as que já se verificaram relativamente a outros canis, e até não é importante para o caso. Além disso, há lá pessoas empenhadas e que se esforçam bastante em prol dos animais, que merecem todo o meu respeito e que não têm culpa das políticas da direcção. Mas acrescento que soube dos factos por pessoas idóneas, por quem ponho as mãos no fogo (mesmo!) e que até se davam muito bem com a direcção do canil, embora não concordassem com o modo como ele era gerido.
[/quote]
PauloC
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sábado jul 13, 2002 2:38 pm

Peço desculpa Florinda, mas não entendi qual é a relação entre a minha frase e a historia que contou a seguir!!! Importa-se de me esclarecer?

Obrigado
Paulo C.
spiral
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sábado jul 13, 2002 4:47 pm

Eu nao tenho opiniao formada.
Sei que nao era capaz de mandar matar um animal porque nao tinha conseguido arranjar dono para ele.

Mais facilmente o esterilizava (macho ou femea) e "abandona-lo-ia novamente, alimentando-o na rua, com consciencia que estaria sujeito a muitos riscos.

Acho que nao tenho o direito de decidir a morte de um animal sem lhe ter dado oportunidade para ele se "desenrascar" sozinho.

Talvez o que as associacoes poderiam fazer era talvez criar voluntarios de alimentacao de caes na rua. Esterilizavam os animais obviamente, e punham-nos no sitio onde os tinham encontrado.

Isto quando ja tivessem os canis cheios.

Nao concordo NADA com os canis sobrelotados. Sao uma especie de campo de concentracao.

Concordo com cuidar de animais que andem a solta nas ruas, pseudo-abandonados va la. Vacinados e esterilizados.
Nao os abatia.
Nao conseguia.


*********s
VascoV
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sábado jul 13, 2002 7:57 pm

Spiral
Hoje estamos do contra.
Uns exemplos

Há um mês encontro na mata onde costumo fazer jogging um cão cheio de cortes que deve ter sido usado num daqueles supostos rituais de bruxaria.

2 semanas atrás um gato a quem pegaram fogo em Vila Nova.

Há 6 meses corri com um servente de pedreiro que estava a erguer um muro na quinta que tinha como passatempo dar tiros de arma de ar comprimido aos gatos vadios que passam.

Todos estes animais estavam tão maltratados que tiveram de ser abatidos. Excepção aos gatos que levaram tiros ( um ficou cego de uma vista)

Concordo com esterilizar os animais. Andarem soltos é complicado. É que o bicho homem adora ser cruel.

Quanto ao não abate é a situação mais fácil em termos psicologicos para nós. Essa desculpabilização é a responsável por existirem canis sobrelotados e os animais que lá estão muitas vezes estarem em más condições devido a falta de meios das associações e de uma mão firme.

Não temos o direito de tirar a vida aos animais? De facto não, mas tendo em vista o estado real das coisas, e até que se evolua, como seres pensantes temos o dever de lhes dar um minimo de dignidade, nem que seja uma morte tranquila com um mão amiga após uma vida de dor, em vez de morrer debaixo de um carro ou espancado até à morte por animais de 2 patas.

Ex: O Canil da UZ já foi algo assustador mas com uma politica pragmática e lógica está totalmente diferente e a direcção actual tem todo o meu respeito e, sempre que o desejar, apoio.

É preciso usar a cabeça.
spiral Escreveu: Eu nao tenho opiniao formada.
Sei que nao era capaz de mandar matar um animal porque nao tinha conseguido arranjar dono para ele.

Mais facilmente o esterilizava (macho ou femea) e "abandona-lo-ia novamente, alimentando-o na rua, com consciencia que estaria sujeito a muitos riscos.

Acho que nao tenho o direito de decidir a morte de um animal sem lhe ter dado oportunidade para ele se "desenrascar" sozinho.

Talvez o que as associacoes poderiam fazer era talvez criar voluntarios de alimentacao de caes na rua. Esterilizavam os animais obviamente, e punham-nos no sitio onde os tinham encontrado.

Isto quando ja tivessem os canis cheios.

Nao concordo NADA com os canis sobrelotados. Sao uma especie de campo de concentracao.

Concordo com cuidar de animais que andem a solta nas ruas, pseudo-abandonados va la. Vacinados e esterilizados.
Nao os abatia.
Nao conseguia.


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fang
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sábado jul 13, 2002 11:40 pm

Olá,

Contra a mim falo!

Mas se deixasse-mos de lado o nosso antropocentrismo e o nosso egoismo, talvez as coisas andassem melhor neste país e deixasse-mos de ser conotados com fundamentalistas excentricos que não tem coragem sequer para por termo á vida de um animal em sofrimento.

Se nos pusermos no lugar do animal ( em termos de biologia e comportamento incluido) decerto pediriamos a morte ao invés de tortura, sofrimento ou calusura até ao fim dos dias.

Na minha opinião, acho que deveríamos tentar conhecer, pensar e agir "animal" consoante a espécie. Deveriamos perceber realmente o que seria melhor para eles ( atendendo á biologia da espécie) e deixarmos os nossos sentimentos de lado.
Sei que é dificil arranjar "sangue frio " para tal, mas talvez seja apenas uma questão de hábito e consciencialização.

A nossa maneira de gostar dos animais nem sempre se repercute no que é melhor para eles. Nós temos SEMPRE uma visão antropocentrica da questão. Mas será que eles "vêm" as coisas do mesmo prisma??
Não seremos demasiado EGOISTAS quando apenas temos "medo" dos nossos sentimentos e dos nossos "pesos" na consciencia??

Em suma, na minha modesta opinião, acho que deveríamos pensar, analisar, ponderar e perceber o sentido da vida de qualquer animal, seja ele doméstico ou selvagem, e agir SEMPRE de acordo com o que será de melhor para ele, não fugindo ou ignorando as situações, nem enterrando a cabeça na areia.
Resolver um problema emediato para causar outro mais grave e mais degradante não é solução. Tudo o que eles ( animais ) nos pedem é DIGNIDADE.

Acho que deveríamos ser realistas e não criar espectativas utópicas de uma sociedade ideal, pois não a temos!




VascoV Escreveu: Spiral
Hoje estamos do contra.
Uns exemplos

Há um mês encontro na mata onde costumo fazer jogging um cão cheio de cortes que deve ter sido usado num daqueles supostos rituais de bruxaria.

2 semanas atrás um gato a quem pegaram fogo em Vila Nova.

Há 6 meses corri com um servente de pedreiro que estava a erguer um muro na quinta que tinha como passatempo dar tiros de arma de ar comprimido aos gatos vadios que passam.

Todos estes animais estavam tão maltratados que tiveram de ser abatidos. Excepção aos gatos que levaram tiros ( um ficou cego de uma vista)

Concordo com esterilizar os animais. Andarem soltos é complicado. É que o bicho homem adora ser cruel.

Quanto ao não abate é a situação mais fácil em termos psicologicos para nós. Essa desculpabilização é a responsável por existirem canis sobrelotados e os animais que lá estão muitas vezes estarem em más condições devido a falta de meios das associações e de uma mão firme.

Não temos o direito de tirar a vida aos animais? De facto não, mas tendo em vista o estado real das coisas, e até que se evolua, como seres pensantes temos o dever de lhes dar um minimo de dignidade, nem que seja uma morte tranquila com um mão amiga após uma vida de dor, em vez de morrer debaixo de um carro ou espancado até à morte por animais de 2 patas.

Ex: O Canil da UZ já foi algo assustador mas com uma politica pragmática e lógica está totalmente diferente e a direcção actual tem todo o meu respeito e, sempre que o desejar, apoio.

É preciso usar a cabeça.
spiral Escreveu: Eu nao tenho opiniao formada.
Sei que nao era capaz de mandar matar um animal porque nao tinha conseguido arranjar dono para ele.

Mais facilmente o esterilizava (macho ou femea) e "abandona-lo-ia novamente, alimentando-o na rua, com consciencia que estaria sujeito a muitos riscos.

Acho que nao tenho o direito de decidir a morte de um animal sem lhe ter dado oportunidade para ele se "desenrascar" sozinho.

Talvez o que as associacoes poderiam fazer era talvez criar voluntarios de alimentacao de caes na rua. Esterilizavam os animais obviamente, e punham-nos no sitio onde os tinham encontrado.

Isto quando ja tivessem os canis cheios.

Nao concordo NADA com os canis sobrelotados. Sao uma especie de campo de concentracao.

Concordo com cuidar de animais que andem a solta nas ruas, pseudo-abandonados va la. Vacinados e esterilizados.
Nao os abatia.
Nao conseguia.


*********s
<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
Florinda
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domingo jul 14, 2002 7:56 am

Olá, Paulo

Tem razão, se calhar não fui muito explícita. O mau post original se calhar explicava melhor, mas como ainda não consegui perceber como evitar que a "Arca" faça um refresh antes de eu acabar de escrever, estou sempre a perder o que escrevo, e depois fico tão irritada que já nem consigo ordenar as ideias. :oops:

Então, é assim: pela forma como o Paulo falou, parece tudo muito simples e lógico:
"Recolhe-se o cão da rua, faz-te tudo para o recuperar e para lhe arranjar um lar de acolhimento e se ao fim de x tempo não se conseguir, o cão é adormecido."

O que quis mostrar é que depois, na prática, as coisas estão muito longe de funcionar da maneira ideal. Ainda que me custe a aceitar que um animal saudável seja abatido apenas porque não foi adoptado num determinado prazo, até o aceitaria se as coisas funcionassem mesmo como descreve. Mas está a ver o que isso significaria na associação que descrevi, em que nada fazem para tentar arranjar donos para os animais? O canil funcionaria como uma espécie de "corredor da morte", porque todos os cães teriam o mesmo fim, excepto os que fossem adoptados por alguma das raras pessoas que vai a um canil à procura de um cão. Acrescento que a associação que descrevi também esteve (ou ainda está, não sei bem) para ser apoiada pela tal associação inglesa com essas regras rígidas. Mas, curiosamente, a associação opunha-se a abater os animais. Muito estranho, se pensarmos que não têm qualquer problema em deixar as cadelas engravidar e depois matar os cachorros à nascença.

Fique bem

Florinda
ana888
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segunda jul 15, 2002 1:57 am

Só acredito na VIDA, com qualidade de Vida, ...é claro que depende da nossa filosofia e vida, do que estamos ou não preparados para optar, neste curto período entre o nascimento e a morte, quer de seres "humanos" ou animais, mas sei, que apesar da minha impotência para salvar todos os 4 patas que encontro no meu caminho, os que entram na minha casa, não são para sair, não consigo dar, os que aceito na minha intimidade, os que eu olho, nos olhos e comunicam comigo, não consigo separa-me deles! Recolho muitos animais de rua e procuro não comunicar, quando sei que não há mesmo hipótese de ficarem comigo, procuro um dono, que questiono e insisto para saber se vão mesmo ficar bem, dou sempre a hipótese às pessoas de os devolverem, se se fartarem, se forem de férias, se...qualquer coisa correr mal!!! Sei que faço qualquer coisa por eles, acima da minha própria vida, acima do meu "bem estar", faço questão, porque já vivi e trabalhei em meio mundo, conheci N pessoas e posso dizer que o "livro" é sempre o mesmo, só muda o Título. Cada vez mais próxima das "raízes" e do que realmente é importante, quando conseguimos pôr de lado as nossas limitações e lutar por algo verdadeiro, genuíno e puro... que me faz sentir viva e ÚTIL, é algo magnífico, temos a certeza que não nascêmos em vão.
Pessoalmente acredito que a morte é uma benção... espero que se não fôr capaz de me suicidar, em situações extremas, alguém tenha a "bondade", a possibilidade de o fazer por mim, se eu não puder, eu agradeço!
Penso também, que se eu tiver o privilégio de uma morte ANÚNCIADA, levo comigo todos os meus amigos e companheiros de 4 patas... só porque ninguém os pode amar tanto como EU, decididamente não os vou deixar à sua sorte embora tenha nas minhas relacções, gente interessada e digna, porém, acredito que na vida , nada acontece por acaso, e ..."Just in case"...é melhor! Ainda não sei bem como o fazer,... mas encontrarei a resposta na altura certa!
Passei há pouco tempo pela decisão difícil de Eutanasiar um grande amigo de 16 anos, errante durante 11 anos, e viveu comigo os seus últimos 5 anos, o melhor que eu lhe pude dar. Doeu muito a decisão, não só por ele, mas pela luta grande, que travei para o conservar comigo, um grande desespero todos os dias durante 4 anos, lutar contra tudo e todos
...e o vazio que ele deixou ficar, agora... cada vez tenho mais a certeza do que quero e procuro, independentemente, do que que pessoas pensam, dizem e fazem... o que conta é a verdae e os actos que são REALMENTE válidos!
ana888
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segunda jul 15, 2002 1:58 am

Só acredito na VIDA, com qualidade de Vida, ...é claro que depende da nossa filosofia e vida, do que estamos ou não preparados para optar, neste curto período entre o nascimento e a morte, quer de seres "humanos" ou animais, mas sei, que apesar da minha impotência para salvar todos os 4 patas que encontro no meu caminho, os que entram na minha casa, não são para sair, não consigo dar, os que aceito na minha intimidade, os que eu olho, nos olhos e comunicam comigo, não consigo separa-me deles! Recolho muitos animais de rua e procuro não comunicar, quando sei que não há mesmo hipótese de ficarem comigo, procuro um dono, que questiono e insisto para saber se vão mesmo ficar bem, dou sempre a hipótese às pessoas de os devolverem, se se fartarem, se forem de férias, se...qualquer coisa correr mal!!! Sei que faço qualquer coisa por eles, acima da minha própria vida, acima do meu "bem estar", faço questão, porque já vivi e trabalhei em meio mundo, conheci N pessoas e posso dizer que o "livro" é sempre o mesmo, só muda o Título. Cada vez mais próxima das "raízes" e do que realmente é importante, quando conseguimos pôr de lado as nossas limitações e lutar por algo verdadeiro, genuíno e puro... que me faz sentir viva e ÚTIL, é algo magnífico, temos a certeza que não nascêmos em vão.
Pessoalmente acredito que a morte é uma benção... espero que se não fôr capaz de me suicidar, em situações extremas, alguém tenha a "bondade", a possibilidade de o fazer por mim, se eu não puder, eu agradeço!
Penso também, que se eu tiver o privilégio de uma morte ANÚNCIADA, levo comigo todos os meus amigos e companheiros de 4 patas... só porque ninguém os pode amar tanto como EU, decididamente não os vou deixar à sua sorte embora tenha nas minhas relacções, gente interessada e digna, porém, acredito que na vida , nada acontece por acaso, e ..."Just in case"...é melhor! Ainda não sei bem como o fazer,... mas encontrarei a resposta na altura certa!
Passei há pouco tempo pela decisão difícil de Eutanasiar um grande amigo de 16 anos, errante durante 11 anos, e viveu comigo os seus últimos 5 anos, o melhor que eu lhe pude dar. Doeu muito a decisão, não só por ele, mas pela luta grande, que travei para o conservar comigo, um grande desespero todos os dias durante 4 anos, lutar contra tudo e todos
...e o vazio que ele deixou ficar, agora... cada vez tenho mais a certeza do que quero e procuro, independentemente, do que que pessoas pensam, dizem e fazem... o que conta é a verdae e os actos que são REALMENTE válidos!
Sandrara
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segunda jul 15, 2002 7:14 am

Olá


Aragão

A cadelinha que tem apenas as patas traseiras NÃO tem nada a haver com ahistória da prótese. São histórias distintas, esta cadelinha que falo está no canil da UZ e se ela se aguentar até ao ano que vem irá comigo para uma nova vida, a outra que já foi falada neste fórum penso ser de Sacavém e está numa clinica veterinária e não se adaptou à prótese.
aisd
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Localização: labradora retriever ZORRA
periquito FALCANITO

segunda jul 15, 2002 8:53 am

Caros foristas,

eu sei que aquilo que vou dizer vos vai soar mal.
Mas penso que transpôr para os animais a nossa valorização da vida e da morte está errado.
Mesmo em termos humanos é muito discutível.
Ao contrário do que pensam as pessoas novas e saudáveis, muita gente doente em último grau, cheia de dores, velha (de quem se diz 'mais valia que morresse') não quer morrer e agarra-se com unhas e dentes à vida e à possibilidade remota de melhorar e sobreviver.
Um amigo meu, médico, diz que gostaria de ver nos doentes novos a coragem e determinação em viver de muitos velhos !
Na minha própria família tive dois casos assim.
A minha própria mãe (que passou os últimos 20 anos de vida prácticamente paralizada do pescoço para baixo) e o avô do meu marido que sofreu de cancro da próstata até morrer.
Pensam que queriam morrer ? Pois enganam-se !
Até ao fim travaram uma batalha à partida perdida.Mas lutaram.
Já repararam que são mais os jovens que se suicidam do que os velhos ?
O que leva os velhos a desistirem é a falta de amor, a solidão, o desinteresse, o abandono !
É isto que é triste !
O mesmo penso eu dos animais.
Com que direito se afirma que é melhor para o animal x morrer do que viver ?
Eles não falam.Não nos podem dizer o que querem.
O certo é que é mais conviniente para nós !
Agora, não me digam que o animal prefere morrer !
Se tiver de ser (para salvar outros, para abrir lugar a animais com mais possibilidades de sobrevivência, etc) tem de ser feito e deve ser feito !
Mas nada de desculpas ! Nada de 'ele, coitadinho, até prefere!'
Às vezes temos de tomar decisões dificeis, que doem, que nos deixam problemas de consciência e uma dor na alma que dura para sempre (o meu 'Tejo', teve de ser eutanasiado e ainda hoje dói).
Mas , às vezes, tem de ser !
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