Deus enviou um cão
A seita protestante dos Valdenses estava fazendo muitos prosélitos entre a gente pobre de Turim, atraindo-a com grandes recursos financeiros.
Não eram anos de "diálogo", mas de luta acesa entre católicos e protestantes. Dom Bosco, embora sobrecarregado de trabalho até os cabelos, fundou as Leituras Católicas: uma série de opúsculos leves e combativos que despertavam e fortificavam a fé dos católicos.
Quando os escrevia? A noite, durante a qual repousava pouquíssimas horas.
As Leituras Católicas atraíram sobre ele a ira dos protestantes, que fizeram de tudo para eliminá-lo.
Uma tarde, enquanto dava aula aos mais crescidos, um desconhecido disparou-lhe pela janela um tiro endereçado ao coração. A bala passou sibilando entre o braço e o peito, rasgando-lhe a batina. Os alunos ficaram muito assustados, mas Dom Bosco, sorrindo, lhes, disse:
- Nossa Senhora nos quer bem. Aquele sujeito é um péssimo atirador.
Olhou depois a batina rasgada e acrescentou com pesar:
- Sinto muito por você, pobre batina, a única que tenho!
Um dia, no pátio, surgiu um pobre infeliz armado de enorme faca. Procurava dom Bosco para assassiná-lo. Por sorte, como nunca o havia visto, confundiu-o com um clérigo, que fugiu espavorido gritando por socorro.
Embora a polícia tivesse sido avisada, o indivíduo mal-encarado reapareceu por três vezes, causando pânico no oratório.
Uma noite, quando a escuridão era mais densa, vieram alguns homens chamaram urgentemente Dom Bosco para que fosse confessar uma doente à morte. Mas assim que entrou da pretensa enferma alguém apagou a luz, e os homens atiravam-se sobre ele armados de cacetes. Dom Bosco teve apenas tempo de pegar um cadeira e levantá-la para proteger a cabeça. Recuando, debaixo de uma saraivada de golpes, conseguiu encontrar a porta e safar-se.
Uma outra tarde, Dom Bosco voltava tranqüilamente para casa, quando um homenzarrão, brandindo pesado cacete, barrou-lhe o caminho. Já estava para desferir-lhe um golpe à cabeça quando aparece um enorme cão cinzento, com focinho de lobo. Ganindo assustadoramente, o cão lançou-se sobre o assassino, e pô-lo em fuga. depois, bem mansinho, acompanhou Dom Bosco até a porteira de Valdocco, e desapareceu.
"Grigio", o misterioso cão cinzento, voltou muitas vezes para salvar Dom Bosco. Uma noite de muita neblina e escuridão, em novembro de 1854, dois assassinos surpreenderam o santo que seguia calmamente seu caminho. Atiravam-lhe um manto à cabeça e estavam para apunhalá-lo, quando o cão de súbito, apareceu. Lançou-se sobre eles com violência inaudita. Se Dom Bosco não chamasse, teria estraçalhado os dois desgraçados.
Um outro dia, Dom Bosco devia sair para tratar de assuntos urgentes, mas encontrou "Grigio" estendido à soleira da porta. Tentou afastá-lo, tentou saltar por cima dele. Mas o cão rosnava e o empurrava para trás. Mamãe Margarida, que já conhecia o cão, disse a Dom Bosco:
- É melhor que você em casa hoje. O "Grigio" não quer que você saia. Vê-se que a coisa não está cheirando bem.
E era mesmo assim. No dia seguinte Dom Bosco soube que um assassino armado de revólver aguardava-o numa curva da estrada.
UMa história que já me tinha esqucido dos meus tempos dos salesianos
Moderador: mcerqueira
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