"Pets", a sua utilidade e o seu potencial invasor.

Histórias, sugestões e opiniões sobre a temática dos direitos animais em Portugal e no mundo...

Moderador: mcerqueira

AlunoBioGeo
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quarta mai 19, 2010 7:47 pm

O Reino Animal sempre despertou um grande fascínio no Homem, seja pela sua grande diversidade ou pelo comportamento, formas e cores que os animais exibem.

Alguns desses animais, pelas suas características mais próprias, foram sendo adoptados pelo Homem ao longo dos tempos, seja pela companhia que fazem ou mesmo pela utilidade no seu trabalho ou mantendo outros seres "indesejáveis" fora das suas habitações.

Ao longo destes milénios, animais de vários grupos foram sendo domesticados para variados fins.

- Mamíferos: Os mamíferos como bovinos, ovinos e caprinos (ideais para trabalhos na agricultura e pela sua carne ou mesmo o leite e seus derivados); carnívoros como o cão e o gato (ideais para animais de companhia ou guarda, assim como podem ser extremamente úteis em trabalho como acompanhamento de rebanhos ou no extermínio de animais prejudiciais à agricultura), ou mais recentemente o vison-americano (para a criação de "casacos femininos da moda"), etc devem ser o grupo de animais cuja utilidade é mais reconhecida pelo senso-comum;

- Peixes: os peixes são uma moda antiga, já no inicio do século passado eram vistos como um grupo animal de grande valor ornamental e muito popular. Recentemente, criam-se grandes viveiros para alimentação das populações, usam-se na pesca desportiva (a Perca-sol, p.e.) ou para o combate a pragas de insectos (como a Gambusia), etc;

- Répteis e Anfíbios: Os répteis e os anfíbios podem parecer que são uma moda muito recente como animal ornamental, mas existem muitas tribos e culturas globais que utilizam estes animais há alguns séculos, seja como afirmação de "status", como para a eliminação de pragas ou mesmo como reserva de veneno para a guerra, esta última utilidade suscitou grande interesse na medicina ocidental com várias aplicações de sucesso. No mundo ocidental são uma moda muito recente como animal ornamental, como é o caso de algumas espécies de cobra, tartaruga, sapos, rãs, salamandras, etc.;

- Aves: Pela sua enorme variedade de cores e cantos, sempre foram escolhidas como uma boa companhia de casa. São vários os exemplos de animais exóticos que nos aparecem nas lojas. Para quem ama estes animais, o seu uso é quase exclusivamente ornamental. São muito simpáticos e sempre dispostos a alegrar-nos com os seus cantos, como Canário, Piriquito, Rouxinol, Bico-de-lacre, Araras, etc. Tiveram também uma função muito importante na guerra como transmissores de mensagens, como os Pombos-correio;

- Invertebrados: Neste grupo podemos incluir imensos grupos de animais que despertam a curiosidade do Humano: Desde os anelídeos aos artrópodes, passando pelos moluscos, entre outros. Estes grupos super-diversos fornecem-nos tecidos (bicho-da-seda, p.e.), curas milagrosas para as nossas doenças (cnidários, p.e.), alimento (ameijoa e abelha, p.e.), assim como a crescente moda como animais ornamentais no mundo ocidental (aranhas, escorpiões, grilos, etc.);

Todos estes animais têm indiscutivelmente valor e devem ser respeitados enquanto espécies e enquanto indivíduos.

De todos os animais existentes no planeta Terra devemos ser aquele que não cumpre com as regras da Natureza: Temos uma população desproporcionalmente grande para a dimensão corporal que possuímos, temos uma mobilidade extremamente invulgar, cuja única concorrência que temos são com aves e animais marinhos migradores e sem dúvida o maior de todos os desvios: fazemos alterações enormes nos habitats em que pisamos.

Destes desvios que acima referi vem o problema que criamos às espécies locais (autóctones) quando introduzimos os animais que nos são úteis nos seus habitats: Aqui nascem as espécies exóticas invasoras e a sua grande grande força destrutiva, uniformizando os habitats mundiais (consequente diminuição da biodiversidade, palavra tão em voga mas tão pouco discutida).

Pergunta: Mas como é que uma espécie que não tem grandes populações no local onde é nativa (e que até é um animal fofo) se torna num animal invasor e destrutivo?

Resposta: Um animal que seja introduzido num dado habitat e que seja capaz de suportar as condições ambientais do meio, é um animal potencialmente invasor e por algumas razões: Não possui predador natural nesse mesmo local e os animais autóctones que ele predará não o vão reconhecer como predador. Como normalmente vêm de locais mais agrestes, possuem ciclos de vida que lhes propicia a produzirem grandes populações e maior agressividade.

Resultado: Num curto espaço de tempo temos uma população relativamente estável e de grande dimensão, competindo directa e indirectamente pelos recursos naturais com os autóctones, obtendo vantagem. Populações grandes têm tendência a alastrar-se e possuem maior capacidade de mobilização. Assim cresce um invasor de sucesso.

Deste modo é urgente, que as pessoas comecem a ter noção do quão nefasto é deixar os seus animais domésticos exóticos à solta, matando assim a grande diversidade que ainda possuímos no nosso Planeta, mas comecemos primeiro a fazer esta sensibilização localmente, no nosso pequeno País...

Se consultarmos qualquer "database" de animais invasores mundiais (como esta , entre outras) podemos encontrar muitos das espécies que detemos em casa ou que tiveram capacidade de mobilidade global por nossa causa, tais como:

Achatina fulica (molusco) - Originário da zona leste do continente africano, é um "caracol" que é muito utilizado na Europa na gastronomia e com grandes aplicações medicinais. Causador milhões de euros de prejuízo na Agricultura e transportador de doenças para algumas espécies de moluscos autóctones, etc.

Boiga irregularis (Réptil) - Originária da Papua Nova-Guiné (Oceania), é uma "cobra" que foi introduzida acidentalmente pelo Humano através do transporte de mercadorias e maquinaria nas Ilhas Marianas, especificamente na ilha de Guam, causando graves impactes na herpetofauna e aves nativas da ilha, causando extinções de inúmeras espécies;

Xenopus laevis (Anfíbio) - Também Africana, a rã-de-unhas-negras é/foi muito popular como Pet e é usada na industria farmacêutica. É extremamente competitiva, atingindo grandes dimensões. Preda anfíbios, invertebrados e peixes, criando grandes problemas para os animais nativos da região introduzida. Pode ser tóxica para alguns dos seus potenciais predadores, criando problemas em grupos tróficos superiores. Esta espécie já foi detectada em algumas ribeiras do nosso País.

Gambusia affinis (Peixe) - Originária do sudeste dos EUA, a gambúsia é um pequeno peixe foi introduzido globalmente nos habitat porque se acreditava serem excelentes predadores de mosquito, e em Portugal, foi introduzida a espécie Gambusia holbrooki para o combate da malária (LOL). No entanto, em vez de serem bio-controladores de mosquito, têm tido problemas uma vez que se alimenta quase exclusivamente de ovos e larvas de peixes e anfíbios nativos das regiões onde foi introduzida.

Felis catus (mamífero) - O nosso bem amado gato, domesticado há cerca de 3000 anos atrás na região oeste do Mediterrâneo, está globalmente distribuído e tem causado imensos problemas nas faunas nativas onde está inserido, causando declínio das populações nativas ou mesmo extinção local ou regional desses mesmos locais. Geralmente cria problemas a aves de pequeno e médio porte, assim como a mamíferos de pequeno porte. Pode provocar mortalidade em anfíbios e répteis. O hibridismo com o gato-bravo (Felis silvestris) é também um dos problemas associados a este mamífero.

Ploceus melanocephalus (ave) - O tecelão-de-cabeça-preta é um passeriforme originário de África, em Portugal foi introduzido como ave ornamental que com a fuga de indivíduos, estabeleceu populações em estado selvagem. É uma ave muito competitiva, sendo bastante agressiva na defesa do seu território, atacando espécies nativas e competindo por alimento e abrigo.

Além destas, existem muitos casos, tais como: O visão-americano (Mustela vison), Carpa (Cyprinus carpio), Perca-sol (Lepomis gibbosus), Ameijoa-asiática (Corbicula fluminea), Tartaruga-de-faces-rosadas (Trachemys scripta elegans), Bico-de-lacre (Estrilda astrild), etc.

Para todos estas espécies invasoras são investidos milhões de euros, todos os anos, em tentativas de erradicação ou contenção de populações.

Pergunto agora, o que é preciso para que haja uma maior consciencialização global sobre o efeito nefasto de deixarmos os nossos animais de estimação à solta? O que é preciso para que os animais autóctones deixem de ser animais de 2ª categoria?

Cumprimentos

Peço desculpa pelo testamento e qualquer erro de escrita :twisted:
Última edição por AlunoBioGeo em segunda jun 07, 2010 4:33 pm, editado 1 vez no total.
"<strong>O que sabemos &eacute; uma gota, o que ignoramos &eacute; um oceano.</strong>" (Isaac Newton)

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"Todos os P&aacute;ssaros s&atilde;o Aves, mas nem todas as Aves s&atilde;o P&aacute;ssaros!" </strong>(M&aacute;xima da Zoologia, que pode ter v&aacute;rios sentidos na vida)

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quarta mai 19, 2010 10:50 pm

parar de os vender em lojas?
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quarta mai 19, 2010 10:53 pm

Charlie2 Escreveu:parar de os vender em lojas?
Todos eles, mesmo os cães e os gatos? Impossível... Para isso tinha que se acabar com zoo's e começava a aumentar o mercado negro ;) Sabe quantos animais aparecem por ano no Porto de Leixões e depois vai parar ao Zoo da Maia?

Não é solução.

A solução está mesmo na consciencialização das pessoas para terem cuidado em não os deixar à solta e terem o cuidado para que não lhes fujam.
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quarta mai 19, 2010 11:25 pm

AlunoBioGeo Escreveu:
Charlie2 Escreveu:parar de os vender em lojas?
Todos eles, mesmo os cães e os gatos? Impossível... Para isso tinha que se acabar com zoo's e começava a aumentar o mercado negro ;) Sabe quantos animais aparecem por ano no Porto de Leixões e depois vai parar ao Zoo da Maia?

Não é solução.

A solução está mesmo na consciencialização das pessoas para terem cuidado em não os deixar à solta e terem o cuidado para que não lhes fujam.
Eu sei AlunoBioGeo, mas enquanto eles forem vendidos em loja, logo um negócio, não entra a consciência. Aliás onde entre dinheiro sia a consciência, isso infelizmente é certo.
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quarta mai 19, 2010 11:33 pm

Charlie2 Escreveu:
AlunoBioGeo Escreveu:
Charlie2 Escreveu:parar de os vender em lojas?
Todos eles, mesmo os cães e os gatos? Impossível... Para isso tinha que se acabar com zoo's e começava a aumentar o mercado negro ;) Sabe quantos animais aparecem por ano no Porto de Leixões e depois vai parar ao Zoo da Maia?

Não é solução.

A solução está mesmo na consciencialização das pessoas para terem cuidado em não os deixar à solta e terem o cuidado para que não lhes fujam.
Eu sei AlunoBioGeo, mas enquanto eles forem vendidos em loja, logo um negócio, não entra a consciência. Aliás onde entre dinheiro sia a consciência, isso infelizmente é certo.
Mas acha que impedindo a comercialização legal se resolvia? Iamos piorar o comércio em mercado negro (o que eu falei do porto de leixões é mercado negro), com piores condições e menor controlo.

Volto a dizer que não é por aí, mas pela consciencialização e maior fiscalização.
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quarta mai 19, 2010 11:40 pm

e onde é que a maioria das lojas vão buscar os seus animais?
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element
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quinta mai 20, 2010 9:54 am

A maioria das lojas compra a criadores colectados. As lojas precissam de comprar os animais com factura.
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quinta mai 20, 2010 10:11 am

Nem mais, element. Não digo que certas lojas não comprem em mercado negro, mas a maior parte não o faz.

Mas se não houver consciencialização do público em geral, não é por se encerrarem lojas de animais que as pessoas vão deixar de adquirir animais (e em mercado negro). Pior ainda, de certeza que iria aumentar a captura ilegal de animais autóctones, criando um problema ainda maior para essas espécies.

Volto a perguntar: O que é preciso para que os animais autóctones deixem de ser animais de 2ª categoria?

Ao que junto: O que é preciso para que tenham por parte das populações o mesmo tipo de investimento (seja monetário ou mesmo de "preocupação")?
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quinta mai 20, 2010 12:32 pm

AlunoBioGeo Escreveu:Volto a perguntar: O que é preciso para que os animais autóctones deixem de ser animais de 2ª categoria?
A maioria dos répteis e anfibios sempre foram encarados como não desejados ao longo da história. Bem como alguns roedores e até pássaros. Será muito complicado mudar mentalidades, ainda mais com a total ausência de campanhas de sensibilização. Nunca vi em lado nenhum uma campanha que nos diga que, por exemplo, as lagartixas são benéficas. Não há qualquer campanha para a nossa fauna e flora. Zero, népia.
A generalidade das pessoas não quer intrusos rastejantes em casa. Até mesmo as que vivem no campo. Penso que já é genético e procurando bem ainda se encontra um géne anti-rastejantes.
AlunoBioGeo Escreveu:Ao que junto: O que é preciso para que tenham por parte das populações o mesmo tipo de investimento (seja monetário ou mesmo de "preocupação")?
Campanhas de sensibilização, pedidos massivos, nem percebo qual a dúvida. As pessoas não acordam e dizem: Hoje vou ajudar a nossa fauna... Hoje vou contribuir para os morcegos. Olha, hoje vou partilhar o meu ordenado com os linces. Olha, hoje acordei a amar osgas.
Há muito desconhecimento por parte das pessoas em geral e porquê? Porque não se fala. Não se sensibiliza. Não se ensina.

Imaginando que por qualquer motivo as moscas entrariam em processo de extinção. Vão lá convencer as pessoas a deixá-las em paz lá em casa porque fazem falta.
<p> At&eacute; Sempre... A quest&atilde;o n&atilde;o &eacute;, eles pensam? Ou, eles falam? A quest&atilde;o &eacute;, eles sofrem!&nbsp;</p>
<p>Tourada n&atilde;o &eacute; tradi&ccedil;&atilde;o, &eacute; crueldade- Assine aqui, divulgue e ajude a acabar com esta viol&ecirc;ncia</p>
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quinta mai 20, 2010 9:48 pm

LuMaria Escreveu:
AlunoBioGeo Escreveu:Volto a perguntar: O que é preciso para que os animais autóctones deixem de ser animais de 2ª categoria?
A maioria dos répteis e anfibios sempre foram encarados como não desejados ao longo da história. Bem como alguns roedores e até pássaros. Será muito complicado mudar mentalidades, ainda mais com a total ausência de campanhas de sensibilização. Nunca vi em lado nenhum uma campanha que nos diga que, por exemplo, as lagartixas são benéficas. Não há qualquer campanha para a nossa fauna e flora. Zero, népia.
A generalidade das pessoas não quer intrusos rastejantes em casa. Até mesmo as que vivem no campo. Penso que já é genético e procurando bem ainda se encontra um géne anti-rastejantes.
AlunoBioGeo Escreveu:Ao que junto: O que é preciso para que tenham por parte das populações o mesmo tipo de investimento (seja monetário ou mesmo de "preocupação")?
Campanhas de sensibilização, pedidos massivos, nem percebo qual a dúvida. As pessoas não acordam e dizem: Hoje vou ajudar a nossa fauna... Hoje vou contribuir para os morcegos. Olha, hoje vou partilhar o meu ordenado com os linces. Olha, hoje acordei a amar osgas.
Há muito desconhecimento por parte das pessoas em geral e porquê? Porque não se fala. Não se sensibiliza. Não se ensina.

Imaginando que por qualquer motivo as moscas entrariam em processo de extinção. Vão lá convencer as pessoas a deixá-las em paz lá em casa porque fazem falta.
Campanhas de sensibilização existem, infelizmente a maior parte das pessoas prefere é ficar em casa a ver a novela ou ir passear para a praia, porque está um dia bom. Na verdade não faltam dessas campanhas. Infelizmente nem todas são bem feitas e em vez de ajudar têm o efeito oposto, como eu já vi.

Pedidos massivos de dinheiro sou contra, nada disso... O único pedido massivo que deve existir é o apelo ao bom senso. A manutenção da fauna autóctone (seja na intervenção nos habitats ou centros de recuperação de fauna) deve partir do Estado e subsidiada pelo mesmo.

Ah, as moscas não entram em extinção. Mas temos animais que já entraram em fase descendente com muita preponderância nos nossos ecossistemas, mas que cujo argumento para nada se fazer foi esse mesmo...
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quinta mai 20, 2010 10:40 pm

As moscas não entram em extinção porquê?
E pode dar exemplos das muitas campanhas que são feitas.
E outra questão, porque deve ser apenas o Estado a subsidiar? Não é o mundo um bem de todos nós a preservar?
<p> At&eacute; Sempre... A quest&atilde;o n&atilde;o &eacute;, eles pensam? Ou, eles falam? A quest&atilde;o &eacute;, eles sofrem!&nbsp;</p>
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quinta mai 20, 2010 11:07 pm

LuMaria Escreveu:As moscas não entram em extinção porquê?
E pode dar exemplos das muitas campanhas que são feitas.
Porque moscas existem muitas espécies, mas mesmo assim volto a dizer que é quase impossível (no contexto actual) as moscas comuns que conhecemos entrar em extinção:

O tipo de estratégia reprodutora (Tipo R) assenta em indivíduos de pequena dimensão com longevidade baixa, no entanto possui uma taxa reprodutiva altíssima, com muitos descendentes. A descendência está sempre assegurada pelos milhões de descendentes que uma só geração cria e muitos irão sobreviver para gerar ainda mais descendentes. E alimentação para as mesmas não falta, nós fazemos por isso...

Quer exemplos de campanhas? Embora não concorde da forma como são feitos algumas delas, aqui vai um programa que obtive em alguns segundos de pesquisa:

http://www.bonjoia.org/files/rotas_da_c ... ograma.pdf

E não esquecer das actividades Ciência Viva, como a "Biologia no Verão":

http://www.cienciaviva.pt/veraocv/biolo ... /index.asp

Veja os planos do ano passado...

Acções não faltam, nem todas com a qualidade desejada e nem todas com os objectivos cumpridos, mas isso são contas de outro rosário...

O desinteresse das pessoas é que é muito!
Última edição por AlunoBioGeo em quinta mai 20, 2010 11:19 pm, editado 1 vez no total.
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quinta mai 20, 2010 11:13 pm

element Escreveu:A maioria das lojas compra a criadores colectados. As lojas precissam de comprar os animais com factura.
precisar precisam, agora se o fazem...
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sexta mai 21, 2010 7:15 am

AlunoBioGeo Escreveu:(...)
http://www.bonjoia.org/files/rotas_da_c ... ograma.pdf

E não esquecer das actividades Ciência Viva, como a "Biologia no Verão":

http://www.cienciaviva.pt/veraocv/biolo ... /index.asp

Veja os planos do ano passado...

Acções não faltam, nem todas com a qualidade desejada e nem todas com os objectivos cumpridos, mas isso são contas de outro rosário...

O desinteresse das pessoas é que é muito!
Mais um programa de campanha
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sexta mai 21, 2010 1:21 pm

Bondage2010 Escreveu:
AlunoBioGeo Escreveu:(...)
http://www.bonjoia.org/files/rotas_da_c ... ograma.pdf

E não esquecer das actividades Ciência Viva, como a "Biologia no Verão":

http://www.cienciaviva.pt/veraocv/biolo ... /index.asp

Veja os planos do ano passado...

Acções não faltam, nem todas com a qualidade desejada e nem todas com os objectivos cumpridos, mas isso são contas de outro rosário...

O desinteresse das pessoas é que é muito!
Mais um programa de campanha
Pois, mais um... Mas como eu digo, campanhas não faltam. Pena algumas delas serem uma desgraça na mensagem que passam ou outras serem feitas por empresas de "turismo ambiental" (esta prática já foi banida dos EUA pelas consequências que trazem! Mas ainda existem "grupos lupinos", que ganham prémios chorudos, e que promovem coisas destas) que continuam a fazer folclore (e muito dinheiro) em vez de sensibilização!
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