quinta out 30, 2003 12:33 am
Também me parece que os portugueses não estão nada preparados para este tipo de coisas, tal como não estão para muitas relacionadas com cães (que é o que estamos a falar).
A ideia que tenho é a seguinte:
Comprei. È meu e faço o que quero e muito bem entendo com o animal!
Até aqui estaria tudo muito bem, não fosse muitas vezes e apesar de todo o cuidado que se possa ter na escolha dos donos, o que as pessoas muito bem entendem fazer com o cão, não é o que está correcto.
O facto de os ditos frequentarem exposições, foi um mero exemplo. Muitas das vezes aparece alguém que quer o melhor da ninhada, pois é para exposição. Treta, o que as pessoas querem é o melhor só para dizerem que ficaram com o melhor.
Como criadora, e penso que todos nós, quando temos um pedido destes, tentamos o nosso melhor para escolher um dos melhores. Afinal, se vai para exposições, irá divulgar o nosso canil, irá ser bem cuidado, treinado, etc. A tristeza é grande quando, verificamos que tudo não passou de uma nuvem passageira, que o cão é bom, mas não vai a exposições porque não é convenientemente cuidado nem treinado. Aqui, a co-propriedade, poderia ajudar. Já não havia a desculpa do costume. A partir do momento em que passado o registo para o novo proprietário, pouco poderemos fazer, mesmo com um acordo inicial de compra e venda (por escrito).
O mesmo se passa com a reprodução. Não se trate de deixar todo o poder no criador, mas de evitar pelo menos que os cães criados por nós, muitas das vezes com muita pesquisa, fruto de cruzamentos muito caros, testes de saude caros, etc. , sejam cruzados com outros sem mais nem ontem e deitem abaixo a curto prazo todo um trabalho. A partir do momento que passamos o registo para o novo proprietário, nada podemos fazer para o evitar.
O facto de haver outra pessoa, neste caso o criador envolvido na propriedade, as coisas tendem a andar mais certas, pois as pessoas sabem que o controle é mais apertado e sabem tambem que se as coisas não correrem bem, o "È meu, faço o que quero", já não funciona, pois necessita sempre da aprovaçao do outro.
È claro, que, a esta hora muitos de vós estarão a perguntar "então e os outros?" os que não são vendidos para show e reprodução. Também são cães, merecem ser bem tratados e ter quem os supervisione. Claro que sim, mas isso poderá discutir-se noutro capítulo.
O que eu tentava com este tópico era realmente discutir o caso de caes de reprodução e exposição, e a melhor forma de evitar que bons caes fossem parar a maõs erradas, fossem mal utilizados, coisa que nada beneficia uma raça.
Visto que nada nem ninguém os protege, nem aos cães nem ás raças, restam os criadores que em meu entender têm o DEVER de o fazer. Como? Bem esta seria uma opção, que me parece estar a dar resultados lá fora. Aqui... é o que se vê.
Isabel