Um dos pequenitos, estava com um olhito doente. Estava sem carro mas apesar de não ter onde o transportar, resolvi tentar apanhá-lo para o levar ao Veterinário. Ao contrário de alguns irmãozinhos este fugia mas sem se afastar muito. Foi entretanto apanhado por uma senhora que mora ali perto e que já os conhecia.
Trouxe o gatinho meio dentro de um saco de plástico, cabecinha de fora, aconchegadinho a mim. Veio sempre calminho e aceitou a minha mão na cabecita, pois estava com algum receio que se escapasse.
Chegados à minha garagem, coloquei-o numa transportadora. O pequeno ficou muito ofendido comigo e muito bufou a caminho da clínica.
Já na Clínica, verificou-se que é uma menina, uma tricolor muito bonita mas muito zangada comigo, com o Veterinário e com todos. Está com coriza e como na rua é impossível tratá-la ficou em internamento.
Ontem voltei à Clínica com a Alice e fui saber notícias da rapariga. O Veterinário diz que até a assistente tem medo dela: bufa e "ataca", que até comer tem que ser ele a pôr-lho. Diz que é mesmo fera e que ninguém vai querer um bicho assim.
Continuo a não acreditar que a gatinha seja tão "feral" como quer parecer, estará é muito assustada, de repente viu-se privada de liberdade, da mãe e dos irmãos. Um gato bravio não se deixa apanhar com tanta facilidade, mesmo sendo pequenino.
A minha intenção seria, já que teve que ser retirada da rua, tentar não voltar a pô-la lá. Tentar uma FAT ou ainda melhor encontrar donos.
Se a bichinha continuar com este comportamento, só vai estar na Clínica o mínimo de tempo necessário para se restabelecer. Em casa não a posso ter.
Voltar a colocá-la no local onde a encontrei acho demasiado arriscado, não só por ser perigoso mas também pela possibilidade de ser rejeitada pela mãe e pelos outros.
Será que alguém, quer ou pode aceitar o desafio de acolher este doce "agora um bocadinho amargo"?

