Já por diversas vezes, na minha vida, tive de juntar dois gatos, às vezes mais, ainda recentemente o voltei a fazer com os dois gatos que tenho actualmente. Claro que depende de gato para gato, mas nunca é fácil ou pacífico. Há bufadelas, rosnadelas, assanhamentos mas nunca, na minha experiência, vi passar daí. Pode demorar mais ou menos tempo, podem até nunca ser grandes amigos mas tolerar-se-ão entre si. Eles próprios estabelecem as hierarquias. Tem de estar atento, claro. Nesta última "reunião felina" passei a noite no hall de entrada e senti-me uma espécie de muro de Berlim, mas nunca houve confronto físico sequer, no entanto, apenas quis proteger o gato residente (sim porque a recém-chegada é que era dada a "pancadaria", aliás ficou com a alcunha de Kitty da Cova da Moura, apesar de ter vindo de Cascais. Mas de menina da Linha tem muito pouco).
Por mais difícil que pareça a situação e, no início, parece sempre que é uma causa perdida, que nunca se irão entender, é ilusão, eles entendem-se, tem de se lhes dar tempo, intervir pouco (a não ser que entrem em confronto físico) e ter muuuiiiiiita paciência. Ás vezes é desesperante, apesar de ter passado por esta experiência meia dúzia de vezes, comecei a achar que desta vez era mesmo impraticável porque a nova gata (apesar de vir de um sítio com mais gatos!!!!) era uma autêntica fera. Foi difícil manter-me calma, mas não pelo facto das bufadelas e dos assanhamentos, mas porque durante quase 48 horas, não comeu, não bebeu e não foi ao WC. E isso era, para mim, inédito. Mesmo que a colocasse sózinha, não fazia nada dessas coisas. Como era tão pequenina tive medo que se começasse a ressentir, mas estive sempre em contacto com a Associação onde a fui buscar e com a veterinária e fui sempre repetindo a mim própria que era uma fase e que haveria de passar. Hoje, passado um mês sensívelmente, são os melhores amigos. Inclusivé o Garfield passou a mãe adoptiva e dá-lhe mama

. Estão sempre juntos mas, apesar de ele ser mais velho um mês e de já lá estar em casa quando ela chegou, é ela a dominante, principalmente nas refeições. Mas são super amigos, muito próximos, com as arranhadelas, bufadelas e assanhamentos à mistura. A experiência que tenho é que nestas situações, fazem mais barulho que outra coisa, embora, como disse, deva ser uma situação vigiada.
Eu penso sempre, nesta fase inicial, que, quando ficam sózinhos, se vão matar um ao outro e sou sempre, agradávelmente, surpreendida.
Por isso, não desista. Eles entendem-se...
<p>"Os cães podem vir quando são chamados; os gatos anotam a mensagem e voltam a ligar mais tarde."</p>
<p> Mary Bly </p>