A proximidade dos gatos pode alterar a nossa personalidade, diz um estudo recente. O toxoplasma gondii, um parasita que vive no intestino dos bichanos pode instalar-se no cérebro humano. Torna os homens desconfiados e as mulheres promíscuas. Trinta por cento da população mundial já está infectada. Objectivo: levar-nos à auto-destruição.
O convívio com os gatos torna as pessoas estranhas. É como uma hipnose, um feitiço. Quem tem gatos em casa fica esquisito, comporta-se como uma marioneta, cujos cordelinhos fossem puxados pelo próprio bichano, à distancia, enquanto ronrona no sofá. Assustador? Isso é dizer pouco. (...)
Comportamo-nos de forma alterada, mudamos de personalidade, falamos e é como se alguém falasse pela nossa boca, movemo-nos como robôs telecomandados, fazemos figuras tristes, metemo-nos e sarilhos, fazemos discursos brilhantes agredimos, tudo por culpa do gato, até nos levar à auto destruição.
Mas o mais terrível é que o próprio gato está inocente. Ele é apenas o veiculo de uma força mais poderosa e minúscula: um protozoário unicelular, um parasita, um chulo chamado toxoplasma gondii. Este escolheu como habitat o intestino do gato doméstico. Mas quem é afinal esta abantesma maquiavélica? Trata-se de um parasita, mas de um parasita refinado e a sua ambição é dominar o mundo.
O toxoplasma depois de alojado no nosso cérebro, através do bichano, altera o comportamento humano. E o mais estranho é que o faz de forma diferente caso se trate de um homem ou de uma mulher. Segundo estudos realizados, os homens infectados são mais agressivos, mais desconfiados e ciumentos e menos inteligentes. As mulheres, pelo contrario, são mais alegres, mais afectuosas, com mais tendência para a mentira e apresentam um Q.I. mais elevado.
Mas o que pretende o toxoplasma gondii fazer connosco? Trata-se de um erro de cálculo que leva o parasita a querer que sejamos comidos pelo gato? É bem mais sinistro...o objectivo é levar-nos à auto-destruição. Obviamente pouco preocupado em ser politicamente correcto, lá pensou que tornando os homens estúpidos e as mulheres inteligentes, conduziria os humanos a confrontos sangrentos e à morte.
Mas para nosso bem, parasitas sofisticados também falham! Não há portanto nada a temer. Trata-se de uma criatura unicelular, que diabo!
In Revista Pública nº 384, 5 de Outubro de 2003
(suplemento do jornal Público)
Adaptado e com supressões



