Comento apenas alguns argumentos do último post que me foi dirigido, e que nem se prendem muito com o tema, antes com a filosofia de vida de cada um:
Bem, você até pode achar o intervencionismo do estado na nossa vida privada. Eu não. Como dizia o outro "p'ra pior já basta assim"...O Estado impor-lhe normas sobre algo que é sua propriedade?? Oh Zeca, mas isso é o "prato do dia": O Zeca compra uma casa, quando a vende, se ganhar algum dinheiro, vai ter que pagar a talhada ao Estado.
Julgo que não está a ver bem o problema. Criador ou não criador, uma ninhada deve ser planeada, e no plano deve constar a entrega dos cachorros a pessoas de confiança. Quem resolve cruzar uma fêmea deve ter sobretudo esta questão em consideração.O abandono é desprezível e ter ninhadas porque lhe apetece, não sendo criador e potenciando um possível abandono não é?? Ah pois, porque o Zeca só originou o problema, tratou muito bem da ninhada enquanto ela foi sua, agora que os cães já têm donos, o problema já não é seu...
Se eu planeio uma ninhada, tenho a quem entregar os cachorros, sei que serão bem tratados, não me peçam que aceite que venha o estado e me trate como um "matarruano"...
Acredito que aplauda. Há em Portugal muita gente que gosta de uma leizinha à medida para cada situação, até ao ponto de não podermos ir ao WC sem consultar o Código Penal...Se algum político tiver essa ideia peregrina eu vou aplaudir...já deve ser de bengala ou cadeira de rodas, mas...
Mas como gosta de ser regida pelo estado, deixo-lhe aqui duas sugestões de medidas que poderiam reduzir muito o problema do abandono dos cães:
- chipagem de todos os cães, fiscalizada a sério;
- notificar os donos dos cães abandonados para os recuperarem num prazo de 8 dias, findo o qual seriam sujeitos a uma multa pesada o suficiente para dissuadir o abandono;
- esterilização dos efectivos de cães abandonados actualmente existentes.
Estas são intervenções do estado que eu também aplaudiria, mas como custam dinheiro o estado é bem capaz de as substituir por leis como a que apontou... preserva-se a moral e os bons costumes, até podem render alguns votozinhos e, sobretudo, custam zero...
Esta é uma filosofia de vida que não me satisfaz. Pode a filipa sentir-se muito feliz com ela, mas o justo é o justo e o pecador é o pecador. Ou seja, nem todos queremos ser tratados como matarruanos...E sim, nestas situações, paga sempre o justo pelo pecador...como em tudo na vida!