Não obedeceu à chamada!

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

Arcanjo
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quarta nov 12, 2003 5:41 pm

Boas!!!

Depois de ler este tópico e me ver em muitas destas situações....também eu quero se possivel essa receita!!!!!!!!

Abraços!!!!

Arcanjo
isabelpo
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quarta nov 12, 2003 5:52 pm

isabelpo Escreveu: Mas pelos vistos há muita gente com cães "surdos" e teimosos...e ninguém se queixava!!! :lol:
Hummm! Pelos vistos confirma-se!!! ;) ;) ;)
KROZ
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quarta nov 12, 2003 6:34 pm

A explicação do josé carlos está completa com a excepção de uma coisa que a não ser que não tenha visto (leio muito rápido...) não está lá.
Nunca se chama um cão se ele está distraido a cheirar qualquer coisa, pois ele poderá não responder e habitua-se a tal comportamento. Espera-se que o cão acabe de cheirar ou olhar e então chama-se.

Em relação ao castigo quando apanhamos o cão, que alguém perguntou, não há castigo... simplesmente o ignoramos. Ao castigarmos ele começa a não se deixa apanhar.
jcsousa
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quarta nov 12, 2003 6:51 pm

Ok, a pedido de várias famílias, cá vai o meu método, mas antes duas ressalvas:

1. Não estejam à espera de nada mirabolante. Eu sou apenas um curioso do adestramento, e na verdade os unicos cães que treino são os meus. 2. Estou certo que haverá aqui no forum gente com mais bagagem e métodos diferentes qye por certo utiliza métodos mais efectivos.

Cá vai:

1ª fase - mostrar ao cão o que significa o "hier" ou "aqui" (os cães não percebem linguas..."

Começo na idade de cachorro. Só dou o comando quando ele já se dirige para mim, ou provoco situações em que ele esteja danado para vir e não possa (preso por outra pessoa, por exemplo). Depois de o chamar e encontrando-se o cão ansioso por juntar-se a mim, o ajudante solta-o e ele vem rapidamente. Confirmo com a voz e muitas carícias, felicitando-o efusivamente.
Utilizo nesta fase alguns truques, como por exemplo:
-ao brincar com ele com o churro ou bola, e estando o cão bem motivado, afasto-me de repente ao mesmo tempo que dou o comando em voz forte. Quando ele chega, confirmo com voz e brincadeira
´- em todos os passeios, sempre que vejo que o cachorro se aproxima, aproveito para dar a ordem, confirmando sempre e libertando-o depois com um OP!, para que ele vá entendendo que vir à chamada não significa ficar preso após obedecer
- aproveito a hora de dar-lhe de comer para dar a ordem, confirmando com a comida;
- quando passeio com ele e ele está distraído, escondo-me. Quando o vejo inquieto e já um pouco assustado por estar sozinho, dou a ordem mas não me mostro, para que o cão me procure activamente. Quando me encontra, confirmo com elogios e contacto físico.
Com estes truques repetidos algumas dezenas de vezes, o cão aos 6 ou 7 meses já sabe o que significa o comando e sobretudo associa-o a uma coisa gratificante.

2ª fase Sensibilizado o cão apenas por motivação, passo a ensinar-lhe que tem que obedecer sempre. Para isso, levo-o para um sítio com fortes distracções (outros cães, por exemplo) e, em vez de trela, prendo-o com uma corda de escalada aí de uns 20 metros. Liberto-ocom um OP! e logicamente o que ele faz é ir atrás dos outros cães a correr. Quando a corda está quase a acabar chamo-o com voz muito forte. É claro que ele não liga nenhuma, e então a corda chega ao fim, estica e na outra ponta o cão levará um grande esticão na coleira, cambalhota incluida. Nessa altura repito a chamada, aproveitando a activação do instinto de sobrevivência e, quando ele chega, confirmo.Deixo-o acalmar-se e pouco depois repito a operação - é quase certo que desta vez não haverá esticões Termino sem trela, quando ele está a 3 ou 4 metros, chamando-o com voz forte e acraiciando-o à chegada.
Trata-se, nesta fase, de provocar no cão um sentimento de insegurança que o faça perceber que a melhor solução é obedecer à chamada.
O nº de repetições depende da evolução do cão. A recompensa (brincadeira, voz, contacto físico) deve estar sempre presente quando obedece.
Depois da aprendizagem concluída, é preciso provocar situações como as anteriores mais ou menos frequentemente, fazendo-lhe pequenas reciclagens.

Como veem, não descobri a pólvora... perdi (ganhei?) um bom par de horas a levar a água ao moinho, mas este método dá-me, digamos, uma segurança à partida de ser obedecido em quase todas as situações (já tive duas ou tres situações em que não fui obedecido - tenho de ser sincero...)

Lamento desiludi-los se estavam à espera de um passe de mágica... o segredo é seguir uma linha lógica e repetir, repetir, repetir. Não conheço outrop método, e bem que gostaria.

Desculpem o testamento, mas na verdade foram vocês que insistiram.

Cumprimentos

José Carlos
nel
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quarta nov 12, 2003 7:55 pm

Olá José Carlos

Obrigado pelo testamento :lol:
Seria óptimo que todos fossem assim.
Mas a propósito, gostaria de colocar uma dúvida. É aconselhável ou não usar como recompensa uma guloseima do tipo biscoito?
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jcsousa
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quarta nov 12, 2003 8:08 pm

O que interessa é que o cão se sinta recompensado. Carícias, brincadeira, voz, comida, não importa, desde que seja um reforço positivo para o cão. Eu uso apenas comida nos treinos de pistagem, na obediência evito, mas com cães que não foram motivados para a bola ou o churro pode resultar, sobretudo se quanto à comida forem do tipo "aspirador".Como os seus são do tipo magrinho, não sei que apetite terão...
Já agora que falamos do apetite, uma história: um PA magricelas participa numa exposição. Acabada esta, uma senhora acerca-se do dono e diz-lhe:
- O sr. tem um lindo cão, mas está tãio magrinho... ele não come?
Resposta do dono:
- Ai não que não come!!! Eu é que não lhe dou!!
nel
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quarta nov 12, 2003 9:08 pm

Eu fiz a pergunta da guloseima por simples curiosidade e também por já ter ouvido dizer que a guloseima como treino não é aconselhável. Deve ser mais um mito.
Os meus cães comem bem e têm muito apetite.
Já que estamos em maré de histórias, quando os meus eram pequenos e ainda muito pouco conhecidos aqui na zona, uma senhora ficou a olhar para eles e disse em voz bem alta para eu ouvir bem:
- Ai coitadinhos, tão magrinhos!
- Pois olhe, minha senhora, eles até comem muito.
- Hummmmm....
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KROZ
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quarta nov 12, 2003 10:29 pm

nel Escreveu: e também por já ter ouvido dizer que a guloseima como treino não é aconselhável. Deve ser mais um mito.

Não é um mito... a "velha escola" alemã não usa guloseimas. Segundo alguns o cão tem de obedecer ao dono porque quer. Não porque vai comer ou porque vai brincar. Se ele tem de se viciar em algo é no dono e nos comandos dele. Não em churros ou salsichas. Na rua não andamos com salsichas no bolso para o cão obedecer, e com o tempo ele apercebe-se que nem sempre come, e se nem sempre come, nem sempre é preciso obedecer.
O método dos biscoitos é eficaz e o cão obedece com alegria, mas lá está... obedece ao biscoito...
O método do churro é igual ao biscoito, mas preferivel pois antes viciado no churro (brincadeira) do que em comida.
O método alemão... vou agora receber formação. Pelo que já vi, super eficaz, de fazer inveja a muitos cães de pessoas conceituadas... totalmente perfecionista, mas reparei um pouco menos de excitação em obedecer. E é normal pois obedecer ao dono é menos excitante que obedecer ao biscoito. Mas lá que o cão trabalha e bem... trabalha. E neste caso as recompensas são apenas carinho do dono.
jcsousa
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quarta nov 12, 2003 10:51 pm

Pelo menos com esse nome, não conheço o método alemão. Mas presumo que, a não utilizar estímulos positivos, terá de utilizar o contrário. Só a voz garanto que não funcionará com a maioria dos cães.

O tipo de reforços a utilizar, qualquer que seja o método, varia com o tipo de cão e o seu nível de instintos - bola, churro, comida - servem apenas para condicionar o cão numa primeira fase do treino, fixando comportamentos. Todos fazem apelo ao instinto de presa.

Um cão trabalhado com estímulos positivos tem uma maior alegria a trabalhar e velocidade de execução. A introdução de pressões nesta fase em que se fixam as condutas desejadas vai certamente produzir respostas menos entusiásticas por parte do cão. E, como saberá, a evolução do treino faz-se com a diminuição da frequência das recompensas e a sua substituição progressiva por outras de menor intensidade: pode começar com o churro a cada resposta correcta, passar para 2, 3, 6 ou mais respostas correctas e só então recompensar, passar ainda para a carícia e finalmente para um "bravo" dito a meia voz e uma festa ocasional - não vejo que nesta fase do treino o cão continue à procura do churro.

Espero que, finda a formação sobre o método alemão, nos aprofunde a sua filosofia e técnicas utilizadas.

Cumprimentos

José Carlos
KROZ
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quarta nov 12, 2003 11:01 pm

Também não posso falar muito de como as coisas são na alemanha pois ainda não sei. Talvez daqui a uns mesitos. Mas há recompensas. É só festas e voz.
jcsousa
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quarta nov 12, 2003 11:07 pm

Oi, Pedro.
Se calhar está a referir-se a adestramento específico para agility, não?
É que, se o método se aplica por exemplo para obediência, das duas, uma: ou o usam a cães com grande disponibilidade para trabalhar, ou então têm muitos fracassos...
Vá dizendo qualquer coisa sobre o assunto. Deveras fiquei curioso.
Um abraço

José Carlos
tome
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quarta nov 12, 2003 11:28 pm

olá!

Pois....na realidade tb estava a precisar da receita para por ordem na cabana!!!

Obrigada ;)

Tomé
Última edição por tome em quarta nov 12, 2003 11:38 pm, editado 1 vez no total.
KROZ
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quarta nov 12, 2003 11:35 pm

Não, os métodos de agility são mais ou menos iguais, variam mais é no equipamento de treino disponivel.

Estou mesmo a referir-me a obediência. Mas tocaste num bom ponto, as raças. Realmente as raças que me vão acompanhar nesta formação são pastores alemães (5), um boxer e um labrador. Fiz uma sessão com o Spot e ele rápidamente mostrou que estava farto de andar para um lado e para o outro sem comer nada :D. Daí que vou treinar com uma PA que está sob o meu cuidado.

A grande novidade que eu vou ter é a condução nuclear, ou seja, a condução de um cão à distância. Isto não é comandos à distância estilo senta ou deita. Vou dar o exemplo que vi:
5 saltos de agility. O dono disse o comando de frente para que o cão andasse em frente sózinho, depois deu o comando para cada salto e ele saltou à distância. Depois deu o comando de volta, e ele virou-se para trás, ou seja, para o dono. Depois deu ordem de regressar, mas salto sim, salto não. No salto não dava ordem para contornar o obstaculo. Fez o mesmo com um túnel, dando o comando de frente e lá ia o cão olhando de vez em quando para trás para saber se era mais à frente ou não. Quando chegou perto do tunel, o dono deu a ordem baixo e ele entrou. Isto tudo a vários metros de distância.
Não havia nenhum comando para contornar o obstaculo, apenas o comando negativo, unico, e o cão sabia que se era o negativo, então não era para saltar.

Por exemplo, no agility o cão até faz obstaculos com um pouco de distância, mas é preciso estarmos posicionados em locais especificos para que ele perceba a direcção. Na condução nuclear, a direcção é dada somente pela voz do dono, seja qual for a sua posição.
isabelpo
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quinta nov 13, 2003 12:53 pm

Olá a todos!

Antes de mais quero agradecer as vossas respostas! Mas fiquei com algumas dúvidas que queria colocar. Não sei se são muito válidas, mas como é a primeira vez que tenho cães unica e exclusivamente à minha responsabilidade, fiquei um pouco sem saber por onde começar!
Então é assim, eu tenho duas cadelas, uma srd com 9 meses (Meggy) e outra schnauzer com quase 8 semanas (Luna). Devo treiná-las juntas ou, uma vez que a diferença de idades é grande, devo fazer os treinos da mais velha primeiro e separadamente com a mais nova! Como é que consigo captar a atenção delas? Elas são muito diferentes, mas ambas distraídas. A Meggy cansa-se depressa de estar com atenção. Os treinos da Meggy têm de ser mais "fortes", ou seja, com a idade dela tenho de insistir mais para que aprenda o que quero dela? A Luna tem uma personalidade mais forte, apresenta alguma submissão em relação a mim mas não muita. Penso que, apesar de só ter 8 semanas, está na altura de começar a ensinar-lhe algo também! Ela abedece bem ao nome e percebe o "não", mas é presistente quando quer alguma coisa. Por vezes acho que vai ser complicado "vergar" a Luna!

Eu não sei se as minhas dúvidas estão um pouco confusas, mas dentro do possível gostava que me ajudassem!
jcsousa
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quinta nov 13, 2003 3:28 pm

Olá, Isabel.

Parece-me que a Luna (a mais nova) está na idade ideal para a ir sensibilizando para vir à chamada. Repare que numa primeira fase não se procura que o cão obedeça sempre - apenas que entenda a ordem e a associe a experiências positivas. No tempo que passam as duas juntas deve procurar situações do género daquelas que eu descrevi, você poderá imaginar algumas diferentes. O que interessa nesta fase é que NÃO A CHAME QUANDO NÃO TIVER A CERTEZA QUE ELA VEM À CHAMADA. Isso associado sempre a recompensas (verbais ou outras) por forma a que ela tenha prazer em vir à chamada. à medida que a Luna fôr evoluindo, você poderá passar aos exercícios seguintes.

Quanto à srd, talvez fosse bom começar com os exercícios dentro de casa, em divisões em que apenas estivessem as duas (você e ela), e ver qual o tipo de recompensas que lhe prendem mais a atenção. Aos poucos ir praticando em locais com mais distracções.

E treine sempre uma de cada vez. A atenção ao dono é fundamental, e as duas juntas distrair-se-iam fàcilmente.

Cumprimentos

José Carlos
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