Olá,cpontos Escreveu:Então mas se a ideia é reconhecer a Natureza canina e jogar de modo a educar o cão dentro dos parâmetros que lhe são familiares, introduzir um novo conceito (de super-alpha) não vai tornar esta relação um pouco confusa? Na Natureza não há quem desempenhe este papel. Ou melhor, há: o Alpha propriamente dito. Que opiniões têm?zeca2 Escreveu:A discussão está a entrar por caminhos recorrentes e estafados. Vle a pena recentrar o debate sobre o tema: o de um cachorro de cerca de 3 meses que tem o habito de morder o dono...
Importa, antes de dar bitaites de qualquer espécie, saber os motivos que levam o cão a ter esse comportamento:
- morde por brincadeira?
- morde por agressividade?
No primeiro caso, admito que as soluções aqui deixadas por adeptos do treino positivo possam surtir efeito? Realmente acabar com a brincadeira é já por si um castigo para o cão (o dito "castigo negativo".
Pessoalmente acho que se pode acelerar o processo tomando uma atitude mais proactiva. Se o cão me morde as mãos na brincadeira, eu finjo alinhar na dita, só que lhe agarro a língua e não lha solto até que ele se mostre bastante aflito com a situação. Entretanto mostro ao cão que disfruto imenso com a brincadeira que ele começou... assim, ele não vê a minha atitude como um castigo, simplesmente como um jogo que passa a ser desagradável para ele, e normalmente perde esse hábito em poucos dias.
Em caso de mordidas por agressividade ( realmente raras em tão tenra idade) a solução que eu preconizaria seria diferente, e passaria por um castigo enérgico e contundente. Mas lá está, eu parto da permissa de que a dominancia inter-específica existe. Outros que a não admitam terão dificuldade em estar de aordo comigo...
Sejam, no entanto, quais forem as razões do comportamento do cachorro, e uma vez que tanto se fala de ciência ultimamente, eu aconselho vivamente a vermos o que se passa quando a situação acontece nesse verdadeiro laboratório natural vivo que é uma matilha de cães: vejam como reagem os adultos (e frequentemente a própria mãe) quando as brincadeiras dos cachorros ultrapassam os limites...
Por vezes a melhor forma de resolvermos prolemas com cães não está em os vermos de um ponto de vista humano, mas sim na nossa capacidade de descermos ao nível deles...
Uma última observação sobre as teorias do alfa e da matilha: acho um pouco perigoso impormo-nos como alfa perante um cão. Primeiro, porque os cães não são estúpidos e sabem perfeitamente que não somos cães... Depois, porque entrar nesse jogo pode levar-nos a afirmar a nossa dominância mais vezes do que seria desejável, uma vez que a relação alfa-omega envolve uma dialéctica em que a luta pelo poder está subjacente.
Penso que a soluçao é afirmarmo-nos não como alfa integrante da matilha, mas como super-alfa, pertencente a uma espécie superior, provedora de recursos. A manipulação adequada desses recursos estabelece a correcta hierarquia, normalmente sem recurso a situaçoes de conflito.
Não sei se vou dizer uma grande asneira, mas como é a minha opinião, acredito no que vou dizer.
Vamos voltar aos lobos ... O lobo não ataca o pastor , mas sim o rebanho, porque se atacasse o pastor, acabaria com aquele que lhe providencia alimentação ( o rebanho), assim poderemos considerar o pastor o super-alpha.
Tão simples como a história da galinha dos ovos de ouro.
Quanto às correcções e comparações com humanos, ainda não vi nenhuma cadela/cão a corrigir os restantes elementos à força de biscoitos.
Note-se que se um cão me está a rosnar e a preparar o ataque, não tenho tempo de ir buscar o biscoito e a alternativa é a chapada e ele pára com a atitude.
Há uns anos um actor de novela pequenito, foi entrevistado e perguntaram-lhe o seguinte:
P: Bates no teu irmão mais novo quando ele faz asneiras?
R: Sim !
P: Porque é que não lhe explicas que está a fazer asneiras ?
R: Como ele é muito pequenito, não ia perceber a explicação!
Um abraço