domingo out 10, 2010 3:32 pm
Boa tarde, boas amigas e boas inimigas (que também as há).
Dolfa, espero bem que o cãozinho tenha dono. Nem sabe o que se passa nesta zona. E essa sua "muçe", como dizia o meu Poldo, que só podia comer "muçes" por causa das "úrçulas na bouca", tem um aspecto muito apetitoso. Aceito uma tigelinha.
LuMaria, é bruxa? Que também as há.
Vou escrever um livro:
A Volta da Liza
Introdução:
Vinha eu, hoje de manhã, não muito de manhã, diga-se, já perto das 11h, embora me tivesse levantado às 7 damatina, de regresso com as três (Des)Graças, Antónia, Daisy e Bárbara, sinto um puxão nas trelas de deslocar, descolar e desconjuntas a "calúnia" vertebral e de causar hérnias "fiscais" a qualquer um. Olhei para cima, para um alto, e lá estava a Liza a vasculhar o solo, provavelmente em busca de comida. Viu-me, desceu o outeiro e, a despeito de as minhas estarem danadas com ela e me arrastarem, veio atrás de mim até a casa; abri a porta e ela entrou. O Jorge entrou a seguir com o Sansão, Chance, Timbo e Dora e eu disse:olha quem voltou.
E ele disse:oh!
Fui-lhe dar de comer: Lamb&Rice misturada com lata. Não quis. Abri uma
lata de gato e ela comeu metade.
Capítulo I
E agora?
E agora vou passear as pequeninas Magda, Doris, Telma e Alzira e vou abrir a porta e ver o que sucede.
Abri a porta, nós saímos, ela saíu. E lá fomos, as 6, cantando e rindo, levadas, levadas, sim... Chegadas ao terreno soltei as 4 como habitualmente. A Liza sentadinha ao pé de mim enquantos as outras corriam, se esfregavam nas ervas, e cheiravam. Voltámos para casa. A Liza coladinha aos meus calcanhares.
Abri a porta por duas vezes e ela não saíu.
Atrelei a ViVi para o passeio da manhã. Saímos. Desta vez ela não saíu. Que esperta! Apanhámos uma tal chuvada que até os gorgomilos estavam encharcados e voltámos para casa a correr. Limpei a ViVi, mudei de roupa. Limpei o chão pela ducentésima vez, almoçámos. Ela sempre coladinha; enquanto comíamos deitou-se debaixo da minha cadeira. Ela e os outros todos. Tenho a maior cadeira do Mundo. Com a Margarida a resmungar e a lançar botes serpentários de fazer inveja a qualquer naja, a quem lhe passava ao alcance. Uma festa. Aliás, as minhas refeições são sempre festivas.
Capítulo II
Disse: agora não chove, vou passear a ViVi que o passeio da manhã foi uma jana, e vamos ver o que ela faz (a Liza).
Juntando o gesto à palavra, pus-lhe uma coleira lindecissima e, à cautela, levei uma trela, que hoje o movimento por aqui é muito por causa dos caçadores. Mas não a atrelei.
E lá fomos, as três da vida airada, cantando e rindo, escavando buracos, farejando lagartixas - a ViVi - e a Liza colada aos meus calcanhares, eu a repetir o nome para ela se habituar, Liza, Liza, levadas, levadas sim.
Fomos e voltámos. Todas.
A ViVi, insatisfeita com o banho de chuva da manhã, foi tomar banho na banheira das ondinhas e secou-se no sofá, que tinha um belo cobertor polar. Querida ViVi, não sei o que seria a minha vida sem ti.
Capítulo III
Agora vou abrir a porta da casa das traseiras, a ver o que acontece.
Não aconteceu nada. Fomos as duas lá fora, andámos a passear no terreno, coisa que eu não fazia desde que o Jorge partiu a perna, e voltámos. Não parti nada.
Não aconteceu nada? Aconteceu sim senhora: avistei outro abandonado, mais um "podengo", que se enfiou pelas brenhas. Maldita cocaína! Estes caçadores, que saem às centenas de milhares nos dias de caça, para darem vazão aos instintos de macho men, aniquilando uns pobres coelhinhos passarinhos, nem sei o que mereciam. Ou melhor, sei: olho por olho, dente por dente; quem com ferro mata com ferro deve morrer, e outras penas quejandas. Não há paciência, não há saco, não há estrutura para aguentar estas acções.
Epílogo:
A Liza aqui está deitada no sofá. Roubou o lugar à Naná, que está tão velhinha.
A primeira coisa a fazer é secar-lhe o leite. Amanhã vou à vet comprar os comprimidos, porque ela tem as têtas cheias de leite. E depois, fazer o habitual: ovh.
Última edição por
colette em domingo out 10, 2010 3:48 pm, editado 1 vez no total.
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>