LuluB Escreveu:Fiquei muito satisfeita por o Nobel de Literatura deste ano ter sido atribuído a Vargas Llosa. Há já muitos anos que "descobri" este escritor e ainda há bem pouco tempo reli os três primeiros livros dele que se publicaram em Portugal: A Cidade e os Cães, Pantaleão e as Visitadoras e Conversa na Catedral.
Eu tive grande sorte, na Rússia traduziram todas as obras do Vargas Llosa incluindo as mais pequenas. Havia uma revista mensal, chamada "Literatura Estrangeira", até hoje existe, creio eu. Em 1989 ela publicou um pequeno romance "¿Quién mató a Palomino Molero?". Li e fiquei apanhadíssima

comecei a procurar as obras do autor, fiz colecção completa, mas não pude levar os livros comigo para Portugal

. Agora quero reler tudo em espanhol para sentir como elas são em língua original.
LuluB Escreveu:Outros "nobelizados" que escreveram livros que amo de paixão são o incontornável "Gabo" -
Cem Anos de Solidão é uma obra-prima. Como também o é o
Memorial do Convento,
desculpem lá os que não gostam de Saramago. 
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De Gustibus Non Est Disputandum
LuluB Escreveu: Normalmente, não leio os escritores por terem sido premiados. Leio-os porque ou me falaram deles e de algum livro, levando-me a interessar e a ler, ou porque eu própria tive curiosidade de ler aquele livro em particular, descobrindo assim um autor. Depois, se gostei desse primeiro livro, leio tudo o mais que for saindo e poderei gostar ou não, mas não sou nada influenciada pelos prémios. Aliás, estou sempre a leste dos ditos cujos.
Também tento sempre - e tenho conseguido - fazer a destrinça entre a simpatia que a pessoa do escritor me possa despertar e aquilo que escreve, pese embora o facto de que aquilo que uma pessoa produz é sempre "feito" pela sua vivência, por aquilo que moldou a sua personalidade a sua sensibilidade.
Teoricamente eu concordo porque não pode ser outra coisa. Praticamente vejo que muitas vezes as pessoas mais estranhas produzem obras mais improváveis. Tenho inúmeros exemplos desde uma miudinha de 15 anos (agora já tem 21 ou 22 mas quando começou a escrever era uma adolescente) que desde sempre escreve como uma pessoa que viveu e sofreu mais que a maioria, e sem notas falsas, sem clichés, sem plágio ou imitação, como se realmente da vivência e da experiência dela se tratasse, até um bêbado bastante repugnante e escandaloso, promíscuo e pouco higiénico que escreve a poesia mais cristalina que jamais li.