Torre dos Tombos

Conversas sobre outras temáticas e o que não se enquadrar em nenhuma outra secção.
sobaka
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sábado out 23, 2010 12:25 am

LuluB Escreveu:
O pior é que os autores nem sempre aceitam isto. Muitos têm um Ego tão dilatado que não admitem nenhuma contestação nem correcção de um profissional que conssideram ao nível da mulher a dias ou do contínuo.
Isso é um assunto bastante complicado. Tenho uma amiga minha que é professor-doutor-membo-de-academia-de-ciências-bla-bla-bla, tem um nome de tamanho de Universo embora deteste mostra-lo. Ela escreveu um artigo que entregou a uma revisora experiente para "limpar" o texto das gralhas e erros ortográficos. A revisora, toda entusiasmada, atirou-se ao trabalho e na véspera da publicação entregou à minha amiga o texto... completamente estragado. Mexeu incluindo nas tabelas de dados e trocou todos os termos técnicos por "sinónimos" para embelezar o texto! A minha amiga teve que reescrever o artigo todo :evil:
Tenho inúmeros exemplos deste tipo. E também inúmeros exemplos contrários :) quando os autores teimam estupidamente. Eu também teimo quando não se trata de ortografia :lol:
sobaka
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sábado out 23, 2010 12:27 am

Tassebem Escreveu:Sobaka, não tem de pedir desculpa, mas a minha opinião é diferente. Um escritor tem de ter talento, criatividade, algo a transmitir... e tem de dominar a língua em que escreve. Se não o fizer, pode estar a rebentar de ideias, mas não as transmite capazmente.
Um escritor tem a obrigação de ser um cultor da língua em que escreve. Se não a domina, como pode transmitir a riqueza do que tem a dizer?
Dominar sim. Sentir a língua profundamente, sim. Ser gramatista - não :)
As escritas dos génios literários do sec. XIX (estou a falar da lit. russa) tinham erros ortográficos, até existem histórias engraçadas sobre isso, mas nenhum dos autores se tornou menos génio por causa disso :)
cockinhas
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sábado out 23, 2010 9:10 am

Chamarrita Escreveu:adoro este tópico. :D

A propósito de Nobel, n'A História do Cerco de Lisboa, de José Saramago, há um revisor (Raimundo? acho que é esse o nome...) que, após longa explicação sobre o "deleatur" ( é assim que se escreve?), não resiste a alterar a história de Portugal, negando que os Cruzados tivessem ajudado... como castigo, foi obrigado (era Raimundo, era...!) a reescrever a história, e ainda comeu a chefe... :P

Já agora, quem é o tal escritor dos erros ortográficos?
Era o Raimundo, sim :), Raimundo Benvindo da Silva, de sua graça :wink:, apaixonado por Maria Sara. O protagonista da história é revisor e, depois longa de batalha interior, não resistiu à tentação e introduziu um “NÃO” no texto, que alterou completamente o sentido! A nossa ministra da cultura fez referência a este "não", na homenagem fúnebre de Saramago.

Os revisores têm o difícil trabalho de corrigir os erros do autor sem mexer no estilo. Existe um livro com a correspondência trocada, em meados do século XX, entre José Rodrigues Miguéis, (a viver nos EUA) e José Saramago, que por essa época era revisor na editora de Miguéis. O conteúdo da maioria das cartas versa precisamente as impressões trocadas entre ambos e ilustra bem as dificuldades da revisão.
cockinhas
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sábado out 23, 2010 9:47 am

LuluB Escreveu:Isso é luxo a que a quase totalidade dos editores não se dão cá na terrinha.
E dúvidas, cabem neste tópico? :P

Não devia escrever-se "Isso é luxo a que a quase totalidade dos editores não se dá cá na terrinha." ?
A ser assim, seria pela concordância com o "Isso é luxo" ou por causa do "se" ser reflexo?

Na mesma linha de raciocínio, depois de Se, o verbo não vai sempre para o singular? Por exemplo: "junto se remete duas fotografias de... "

Vivo em guerra com as concordâncias verbais!
drilldown1
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sábado out 23, 2010 10:00 am

sobaka Escreveu:
Tassebem Escreveu:Sobaka, não tem de pedir desculpa, mas a minha opinião é diferente. Um escritor tem de ter talento, criatividade, algo a transmitir... e tem de dominar a língua em que escreve. Se não o fizer, pode estar a rebentar de ideias, mas não as transmite capazmente.
Um escritor tem a obrigação de ser um cultor da língua em que escreve. Se não a domina, como pode transmitir a riqueza do que tem a dizer?
Dominar sim. Sentir a língua profundamente, sim. Ser gramatista - não :)
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Lindo!
<p>&nbsp;Sou respons&aacute;vel pelo que digo, n&atilde;o pelo que os outros entendem - By Ziggyma</p>
<p>Quer lutar comigo pela Net? For&ccedil;a... ESCREVA TUDO EM MAI&Uacute;SCULAS AT&Eacute; QUE ME CONSIGA MATAR!!!</p>
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LuluB
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sábado out 23, 2010 10:21 am

cockinhas Escreveu:
LuluB Escreveu:Isso é luxo a que a quase totalidade dos editores não se dão cá na terrinha.
E dúvidas, cabem neste tópico? :P

Não devia escrever-se "Isso é luxo a que a quase totalidade dos editores não se dá cá na terrinha." ?
A ser assim, seria pela concordância com o "Isso é luxo" ou por causa do "se" ser reflexo?

Na mesma linha de raciocínio, depois de Se, o verbo não vai sempre para o singular? Por exemplo: "junto se remete duas fotografias de... "

Vivo em guerra com as concordâncias verbais!
Tem toda a razão, Coquinhas. Meti a pata na poça, mea culpa.

Estava cheia de sono e já não me lembro muito bem do que e como escrevi, mas creio que tinha escrito a frase de outra maneira e depois a alterei, mas só parcialmente. E pronto, dei um erro de palmatória.

Portanto, dez palmatoadas à antiga para mim, já! :twisted:
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
LuluB
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sábado out 23, 2010 10:33 am

cockinhas Escreveu:
Chamarrita Escreveu:adoro este tópico. :D

A propósito de Nobel, n'A História do Cerco de Lisboa, de José Saramago, há um revisor (Raimundo? acho que é esse o nome...) que, após longa explicação sobre o "deleatur" ( é assim que se escreve?), não resiste a alterar a história de Portugal, negando que os Cruzados tivessem ajudado... como castigo, foi obrigado (era Raimundo, era...!) a reescrever a história, e ainda comeu a chefe... :P

Já agora, quem é o tal escritor dos erros ortográficos?
Era o Raimundo, sim :), Raimundo Benvindo da Silva, de sua graça :wink:, apaixonado por Maria Sara. O protagonista da história é revisor e, depois longa de batalha interior, não resistiu à tentação e introduziu um “NÃO” no texto, que alterou completamente o sentido! A nossa ministra da cultura fez referência a este "não", na homenagem fúnebre de Saramago.

Os revisores têm o difícil trabalho de corrigir os erros do autor sem mexer no estilo. Existe um livro com a correspondência trocada, em meados do século XX, entre José Rodrigues Miguéis, (a viver nos EUA) e José Saramago, que por essa época era revisor na editora de Miguéis. O conteúdo da maioria das cartas versa precisamente as impressões trocadas entre ambos e ilustra bem as dificuldades da revisão.
Os revisores bem merecem homenagens, mas até hoje, e que eu saiba, só o Saramago as prestou. É um trabalho difícil, minucioso e por vezes muito chato, que requer uma grande bagagem em todos os sectores: línguas, literatura, artes, ciências e no fim, tipografia, pois a eles lhes cabe também corrigir os erros de composição e paginação. Nem passa pela cabeça a uma pessoa alheia a este trabalho a quantidade de regras que existem para compor um texto e as páginas de um livro. Nem a minúcia que esse trabalho exige, nem o que custa em termos físicos: colunas tortas por longas horas sentados a ler e corrigir, problemas de olhos, etc.

No fim de tudo isto, ainda são amesquinhados por todos e pagos, como diz a Tassebem, ao preço da uva diurética... :?
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dinodane
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sábado out 23, 2010 11:38 am

Tassebem Escreveu:Sobaka, não tem de pedir desculpa, mas a minha opinião é diferente. Um escritor tem de ter talento, criatividade, algo a transmitir... e tem de dominar a língua em que escreve. Se não o fizer, pode estar a rebentar de ideias, mas não as transmite capazmente.
Um escritor tem a obrigação de ser um cultor da língua em que escreve. Se não a domina, como pode transmitir a riqueza do que tem a dizer?
E um tradutor tem de ter uma sólida cultura geral para não se ver a miséria de tradução de expressões idiomáticas que se v~e nomeadamente na legendagem de canais como o Travel, os NG, etc, etc... leio cada coisa que até dói.

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

Tassebem
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sábado out 23, 2010 11:42 am

sobaka Escreveu:
Tassebem Escreveu:Sobaka, não tem de pedir desculpa, mas a minha opinião é diferente. Um escritor tem de ter talento, criatividade, algo a transmitir... e tem de dominar a língua em que escreve. Se não o fizer, pode estar a rebentar de ideias, mas não as transmite capazmente.
Um escritor tem a obrigação de ser um cultor da língua em que escreve. Se não a domina, como pode transmitir a riqueza do que tem a dizer?
Dominar sim. Sentir a língua profundamente, sim. Ser gramatista - não :)
As escritas dos génios literários do sec. XIX (estou a falar da lit. russa) tinham erros ortográficos, até existem histórias engraçadas sobre isso, mas nenhum dos autores se tornou menos génio por causa disso :)
Então estamos praticamente de acordo, embora para mim dominar a língua seja dominar também a sua gramática. Alguns erros ortográficos, OK, estou careca de dizer que ninguém está livre da sua escorregadela (e é para isso que existem os revisores :wink: ); agora, um livro cheio deles, para mim, não é de um bom escritor.
&laquo;Ningu&eacute;m cometeu maior erro do que aquele que nada fez, s&oacute; porque podia fazer muito pouco.&raquo; Edmund Burke
LuluB
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sábado out 23, 2010 11:58 am

Tassebem Escreveu:
sobaka Escreveu:
Tassebem Escreveu:Sobaka, não tem de pedir desculpa, mas a minha opinião é diferente. Um escritor tem de ter talento, criatividade, algo a transmitir... e tem de dominar a língua em que escreve. Se não o fizer, pode estar a rebentar de ideias, mas não as transmite capazmente.
Um escritor tem a obrigação de ser um cultor da língua em que escreve. Se não a domina, como pode transmitir a riqueza do que tem a dizer?
Dominar sim. Sentir a língua profundamente, sim. Ser gramatista - não :)
As escritas dos génios literários do sec. XIX (estou a falar da lit. russa) tinham erros ortográficos, até existem histórias engraçadas sobre isso, mas nenhum dos autores se tornou menos génio por causa disso :)
Então estamos praticamente de acordo, embora para mim dominar a língua seja dominar também a sua gramática. Alguns erros ortográficos, OK, estou careca de dizer que ninguém está livre da sua escorregadela (e é para isso que existem os revisores :wink: ); agora, um livro cheio deles, para mim, não é de um bom escritor.
Estou de acordo consigo, Maria Tassebem. Quando uma pessoa se mete a escrever já tem atrás de si uma formação na língua, pois interessa-se por ela. Por isso quer escrever, porque a aprendizagem da língua lhe abriu portas de comunicação. Os erros acontecem, pois, como se diz na tropa, só não erra quem não mexe com o material. :D

O pior é quando se apanha com aqueles escrevinhadores que enchem chouriços sem olharem à língua de que se servem... Aí, o desgraçado do revisor sua as estopinhas e também lhe é fácil, porque é mal pago e pouco considerado, remeter-se ao papel de mero mata-gralhas. Mas que custa ler e emendar coisas sem valor e que deviam ir para o caixote do lixo, isso é.
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sábado out 23, 2010 11:59 am

cockinhas Escreveu:
LuluB Escreveu:Isso é luxo a que a quase totalidade dos editores não se dão cá na terrinha.
E dúvidas, cabem neste tópico? :P

Não devia escrever-se "Isso é luxo a que a quase totalidade dos editores não se dá cá na terrinha." ?
A ser assim, seria pela concordância com o "Isso é luxo" ou por causa do "se" ser reflexo?

Na mesma linha de raciocínio, depois de Se, o verbo não vai sempre para o singular? Por exemplo: "junto se remete duas fotografias de... "

Vivo em guerra com as concordâncias verbais!
Aqui cabe tudo... ou melhor, quase. :lol:

No primeiro exemplo, eu acho que o verbo pode estar no singular ou no plural, consoante quisermos fazer a concordância com «a quase totalidade» ou com «editores».

Quanto à segunda frase, é bicuda... :roll: Eu diria, por instinto, «junto se remetem», porque é o mesmo que dizer «junto são remetidas». Mas esta questão não é líquida: depende se considerarmos o «se» como apassivante ou indeterminado, como fui agora ver num sítio (custa-me a habituar-me a esta) que consulto muitas vezes, o Ciberdúvidas:

http://www.ciberduvidas.com/index.php
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cockinhas
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sábado out 23, 2010 12:18 pm

Esta minha dúvida é antiga e a sua resposta não me esclarece em relação à questão essencial dos verbos a seguir ao SE. Se eu hesitar ponho o verbo no singular, caso contrário "soa-me" mal. Gostava de saber a explicação gramatical (é gramatical?) ou o instrumento certo para a encontrar.
Tassebem
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sábado out 23, 2010 12:20 pm

cockinhas Escreveu:
Chamarrita Escreveu:adoro este tópico. :D

A propósito de Nobel, n'A História do Cerco de Lisboa, de José Saramago, há um revisor (Raimundo? acho que é esse o nome...) que, após longa explicação sobre o "deleatur" ( é assim que se escreve?), não resiste a alterar a história de Portugal, negando que os Cruzados tivessem ajudado... como castigo, foi obrigado (era Raimundo, era...!) a reescrever a história, e ainda comeu a chefe... :P

Já agora, quem é o tal escritor dos erros ortográficos?
Era o Raimundo, sim :), Raimundo Benvindo da Silva, de sua graça :wink:, apaixonado por Maria Sara. O protagonista da história é revisor e, depois longa de batalha interior, não resistiu à tentação e introduziu um “NÃO” no texto, que alterou completamente o sentido! A nossa ministra da cultura fez referência a este "não", na homenagem fúnebre de Saramago.

Os revisores têm o difícil trabalho de corrigir os erros do autor sem mexer no estilo. Existe um livro com a correspondência trocada, em meados do século XX, entre José Rodrigues Miguéis, (a viver nos EUA) e José Saramago, que por essa época era revisor na editora de Miguéis. O conteúdo da maioria das cartas versa precisamente as impressões trocadas entre ambos e ilustra bem as dificuldades da revisão.
Tem graça que acho que li este livro do Saramago, há já muito tempo, e não me lembro de nada disto. Se calhar, não li. Ai a PDI... :roll:

Hei-de ver se encontro o segundo livro, deve ser bem interessante.
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Tassebem
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sábado out 23, 2010 12:24 pm

cockinhas Escreveu:Esta minha dúvida é antiga e a sua resposta não me esclarece em relação à questão essencial dos verbos a seguir ao SE. Se eu hesitar ponho o verbo no singular, caso contrário "soa-me" mal. Gostava de saber a explicação gramatical (é gramatical?) ou o instrumento certo para a encontrar.
cockinhas, vá ver ao Ciberdúvidas. Como disse, estas questões são controversas e não estão definidas (o «se» nem sempre tem as mesmas funções), mas lá encontrará as diversas fundamentações.
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Tassebem
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sábado out 23, 2010 12:35 pm

dinodane Escreveu:
Tassebem Escreveu:Sobaka, não tem de pedir desculpa, mas a minha opinião é diferente. Um escritor tem de ter talento, criatividade, algo a transmitir... e tem de dominar a língua em que escreve. Se não o fizer, pode estar a rebentar de ideias, mas não as transmite capazmente.
Um escritor tem a obrigação de ser um cultor da língua em que escreve. Se não a domina, como pode transmitir a riqueza do que tem a dizer?
E um tradutor tem de ter uma sólida cultura geral para não se ver a miséria de tradução de expressões idiomáticas que se v~e nomeadamente na legendagem de canais como o Travel, os NG, etc, etc... leio cada coisa que até dói.
Tem, sim. Para além de um bom domínio da língua de partida e um muito bom domínio da língua de chegada.
Mas tem de ter, sobretudo, uma coisa que falta muitas vezes e cuja ausência me faz espécie: senso comum.
Se uma coisa não me soa, é porque está mal. E vou à procura. Tendo hoje, então, a Internet à nossa disposição, chega-se sempre lá.

Há um exemplo muito engraçado, mas que eu acho que não posso pôr aqui. Mas vou experimentar. Nele se vê a tal falta de cultura geral e, sobretudo, a falta de senso comum.

Numa legenda de um filme, lia-se «Seu Moby *** de m****!».

Tratava-se de uma cena em que um fulano descompunha outro, que era gordo.

Sabem qual era a fala em inglês? Pois bem, era «You f****** Moby Dick!» :lol: :lol: :lol:

Mas este assunto também nos levaria muito longe... Pelo preço a que as televisões pagam e com os prazos que dão, eu já me contento em não ver erros de português nas legendas. As condições que são oferecidas não são dignas de tradutores como deve ser.
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