Pascalle,
Tive uma experiência semelhante á sua. É uma história uma bocado longa...espero que ajude.
O meu vizinho da frente deixava o seu cão preso a uma casota na horta. A horta fica em frente à minha casa, separada da casa do vizinho (esta zona é aldeia, portanto a divisão de habitações é um pouco atípica). O cão chorava imenso, e logo que tive oportunidade, quando encontrei o vizinho na rua, dei-lhe uma palavrinha sobre o cão que não estava bem ali, preso, e que chorava e que para além disso, não nos deixava dormir, até porque os cães não gostam de estar assim presos.
Ele concordou comigo mas disse-me que não havia lei que proibisse barulho durante o dia pelo menos, lá lhe expliquei que já não era bem assim, e tal, e para ele tentar resolver até por causa do sofrimento do animal. Foi uma conversa a bem, que não levou a lado nenhum. O cão continuou lá.
Numa Sexta de madrugada (2h00 da manhã) liguei para a GNR a fazer queixa que o cão gania e não deixava ninguém descansar e que além disso era uma crueldade. O GNR respondeu-me que estava sozinho na esquadra, tinha mais que fazer e se eu queria que ele fosse lá dar uma palavra ao cão (?!).
Fiquei com o nome dele “cabo X” e de seguida telefonei para a PSP que me disse para ligar para a Polícia Municipal que é quem resolve estes assuntos. Assim fiz. Expliquei à Polícia Municipal a situação e de como eu já tinha falado a bem com o vizinho e também contei a atitude do GNR. A Polícia Municipal ficou espantada com a resposta da GNR, disse que a GNR tinha que agir, mas que a Policia Municipal podia fazê-lo, se fizesse era para ir buscar o cão para entregá-lo a um canil. Eu fiquei de verificar de novo a situação com o vizinho, até para ele não ficar sem o cão, e de informar de seguida a Polícia Municipal.
Ainda nessa mesma madrugada voltei a ligar para o mesmo GNR “cabo X” e confrontei-o com a atitude da GNR face à atitude precisamente contrária da Policia Municipal, disse-lhe que os seus colegas Polícias tinham ficado muito espantados com a atitude da GNR, o que o deixou envergonhado/constrangido e ele disse-me que não me tinha dito que não ia resolver, mas antes que me disse que tinham casos prioritários nesta noite e que depois disso passavam pela minha casa. Eu disse-lhe que ele não me tinha dito nada disso, pois se tivesse eu teria percebido, não sou analfabeta, e não teria telefonado aos colegas dele das outras polícias, e para a próxima vez que uma cidadã ligasse para a GNR com uma queixa para ele atender como é obrigação da GNR que é para isso que ela existe.
Ainda lhe disse que talvez telefonasse para falar com o seu chefe no dia a seguir para lhe apresentar o atendimento do sr.”cabo X”.
Bom, tanto refilei, até que o cabo me disse que já tinha mandado uns GNR que estavam a caminho, e é verdade, pouco depois apareceram os GNR e tomaram nota da ocorrência. Embora na altura o cão já não estivesse a ganir, diziam os GNR (é preciso ter paciência para levar essas coisas, e ás vezes até fazer-mo-nos de "desentendidas"), eu respondi que de facto, assim que lá chegou a GNR o cão calou-se, deve ter sido de propósito certamente!!! O que aparentemente os deixou satisfeitos como ordem da lei.
No dia seguinte de manhã fui a casa do meu vizinho e expliquei-lhe tudo o que eu tinha feito e que a Polícia Municipal estava à espera da minha informação para ir lá buscar o cão e falar com os donos do mesmo, se a situação continuasse. Eu não tinha agido por mal mas antes para meu bem para poder descansar e para bem do cão, expliquei-lhe isto, e para ele não levar a mal, até porque já tinhamos conversado sobre o assunto.
O cão foi tirado de lá e puseram-no em casa deles (que eu saiba).
Espero que ajude – insista sempre até chegar a uma autoridade que a oiça, mesmo quando não querem ouvir - faça-se ouvir. Se tem esse objectivo - siga em frente.
Boa sorte.