Os cães hoje em dia não podem ficar sozinhos?

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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nicasxi
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terça nov 16, 2010 10:58 pm

Condessa Escreveu:Cada coisa que aquele povo diz e faz...... como se diz no Brasil: "Ninguém merece!". :lol:
:lol: :lol: :lol:
Desculpa, Condessa ! Mas há coisas que merecem , sim. Aquele George W. Bush.... mereceram-no.... Elegeram-no ! :lol:

Desculpe o off topic , Carlota. :oops: :oops:
Sobre cães que têm gatos de " estimação " : :oops: :oops:
O meu pitbull tem um ... :oops: :oops:

Imagem

:lol: :lol: :lol:
Dedico esta assinatura a quem lhe "acentar" a carapuça :
"Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré, por muito que se inche .... " By , um amigo muito querido ...



"Dogs are better than human beings because they know but do not tell."
— Emily Dickinson

À espera que os frangos que o Terug, o Paulo Santos e o Zefe andam a virar, fiquem prontos.
... e já agora tambem das courgettes da LuMaria!;)
catrules
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terça nov 16, 2010 11:02 pm

Não sei porquê mas estou mais inclinada para que seja o gatinho que tenha um pitbull de estimação :twisted: 8)
Sónia
joanaduarte
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quarta nov 17, 2010 12:23 am

Quero apenas dar a minha opinião sobre o treino com crate.

Se não quer humanizar os seus animais, não racionalize sob o que é melhor para eles e olhe para como uma cadela ou loba trata as suas crias... Basta ver um ou dois doc's no National geographic para perceber que na ausencia das progenitoras ou amas as crias estão... no covil! um espaço pequeno, fechado e confinado, tal como uma crate...

Um cachorro há solta dentro de casa é um perigo acima de tudo para si proprio, puxa uma toalha e cai-lhe algo pesado em cima, parte um bibelô e corta-se nos cacos, roi um cabo e leva um choque etc...

Dentro dos animais que tomam contam das suas crias até serem juvenis não se vê em especie nenhuma que deixe as crias a vaguear á sua vontade quando não estão presentes, ou as levam consigo ou as deixam nos ninhos/covis, e quando as crias desobedencem pagam geralmente um preço muito alto ou são severamente castigadas pelos seus cuidadores...

A minha modesta opinião é de que uma prefeita aberração é contrariar todos os ensinamentos da mãe natureza e deixar por sua conta e risco um cachorro, vuneravel, fragil e ainda por educar...
<a href="http://www.templardog.com">www.templardog.com</a>
Chamarrita
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quarta nov 17, 2010 12:58 am

joanaduarte Escreveu:Quero apenas dar a minha opinião sobre o treino com crate.

Se não quer humanizar os seus animais, não racionalize sob o que é melhor para eles e olhe para como uma cadela ou loba trata as suas crias... Basta ver um ou dois doc's no National geographic para perceber que na ausencia das progenitoras ou amas as crias estão... no covil! um espaço pequeno, fechado e confinado, tal como uma crate...

Um cachorro há solta dentro de casa é um perigo acima de tudo para si proprio, puxa uma toalha e cai-lhe algo pesado em cima, parte um bibelô e corta-se nos cacos, roi um cabo e leva um choque etc...

Dentro dos animais que tomam contam das suas crias até serem juvenis não se vê em especie nenhuma que deixe as crias a vaguear á sua vontade quando não estão presentes, ou as levam consigo ou as deixam nos ninhos/covis, e quando as crias desobedencem pagam geralmente um preço muito alto ou são severamente castigadas pelos seus cuidadores...

A minha modesta opinião é de que uma prefeita aberração é contrariar todos os ensinamentos da mãe natureza e deixar por sua conta e risco um cachorro, vuneravel, fragil e ainda por educar...
mas a mãe loba não ENCERRA os bebés dentro do covil, eles não saem porque temem o exterior. Além disso, estão SEMPRE com a mãe a partir do momento em que começam a sair, mesmo antes de serem desmamados. Não chamemos a Natureza para o ambiente urbano, há muito que o cão não sabe o que é viver num covil. O cão que puxa uma toalha ou derruba uma jarra, sujeita-se, é essa a forma de aprenderem. Um cão é o novo membro da família, e a casa deve ser preparada de acordo com a sua chegada; como os cãezitos chegam na idade de explorar, pouco mais há a fazer que não seja fechá-los numa divisão providenciando boas distracções (custa ver um cão a olhar tristemente pela janela, mas é bem pior se não houver janela...) e interagir bastante com eles quando se chega a casa. Eles habituam-se às rotinas. Se se estimam em demasia os objectos que temos, então o melhor é não ter nenhum animal ou pessoa a partilhar o mesmo espaço, porque podem estragar e magoar-se...
Acredito na Paci&ecirc;ncia, na Persist&ecirc;ncia, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!
hugoh2o
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quarta nov 17, 2010 1:34 am

A companhia, o calor de outro animal com quem interagir é uma mais valia na vida dum cão.
Acho que se possivel se deve ter mais que um cão pela companhia que se fazem um ao outro.

Tenho 2 cachorros,* um labrador chocolate e um pastor alemão que são o brinquedo favorito um do outro, o labrador adora chatear o PA e fugir para que este o persiga :lol:
Não entram em casa, ficam no pátio,mesmo assim o PA tornou-se mestre de fujas, já aprendeu a abrir o portão para saírem e o Lab abre as torneiras..e deixa-as a correr..e é terrível para engolir bocados do que estraga, como a mangueira por ex..
Como treino físico e mental, -os cães gostam de vadiar-dou umas voltas 1 ou 2 vezes por dia progressivamente maiores, antes a pé 1-2 kms/dia, neste momento 2-3 km de bicicleta a ritmo moderado (para eles andarem a trote), depois dos passeios, comem e dormem profundamente.

Para concluir, eu sou o "chefe da matilha" e respeitam-me -ordens basicas, tirar o osso da boca essas coisas..- mas se há como quantificar a ligaçao de um cão a outro "ser" nao sei se gostam mais de mim ou um do outro com quem passam 24 horas juntos!
a sensação deles de estar numa "matilha" também é benéfica.

Bom sorte com o Labrador, é uma raça com uma personalidade fantástica!


*Com 8 meses :roll:
LuluB
Membro Veterano
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quarta nov 17, 2010 1:51 am

Chamarrita Escreveu:
joanaduarte Escreveu:Quero apenas dar a minha opinião sobre o treino com crate.

Se não quer humanizar os seus animais, não racionalize sob o que é melhor para eles e olhe para como uma cadela ou loba trata as suas crias... Basta ver um ou dois doc's no National geographic para perceber que na ausencia das progenitoras ou amas as crias estão... no covil! um espaço pequeno, fechado e confinado, tal como uma crate...

Um cachorro há solta dentro de casa é um perigo acima de tudo para si proprio, puxa uma toalha e cai-lhe algo pesado em cima, parte um bibelô e corta-se nos cacos, roi um cabo e leva um choque etc...

Dentro dos animais que tomam contam das suas crias até serem juvenis não se vê em especie nenhuma que deixe as crias a vaguear á sua vontade quando não estão presentes, ou as levam consigo ou as deixam nos ninhos/covis, e quando as crias desobedencem pagam geralmente um preço muito alto ou são severamente castigadas pelos seus cuidadores...

A minha modesta opinião é de que uma prefeita aberração é contrariar todos os ensinamentos da mãe natureza e deixar por sua conta e risco um cachorro, vuneravel, fragil e ainda por educar...
mas a mãe loba não ENCERRA os bebés dentro do covil, eles não saem porque temem o exterior. Além disso, estão SEMPRE com a mãe a partir do momento em que começam a sair, mesmo antes de serem desmamados. Não chamemos a Natureza para o ambiente urbano, há muito que o cão não sabe o que é viver num covil. O cão que puxa uma toalha ou derruba uma jarra, sujeita-se, é essa a forma de aprenderem. Um cão é o novo membro da família, e a casa deve ser preparada de acordo com a sua chegada; como os cãezitos chegam na idade de explorar, pouco mais há a fazer que não seja fechá-los numa divisão providenciando boas distracções (custa ver um cão a olhar tristemente pela janela, mas é bem pior se não houver janela...) e interagir bastante com eles quando se chega a casa. Eles habituam-se às rotinas. Se se estimam em demasia os objectos que temos, então o melhor é não ter nenhum animal ou pessoa a partilhar o mesmo espaço, porque podem estragar e magoar-se...
Assino por baixo.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
CarlotaM
Membro
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Registado: segunda nov 15, 2010 1:03 pm

quarta nov 17, 2010 11:57 am

Para já a matilha vamos ser nós os 3 e o lab.
Hugo, ainda não sei se o chefe da matilha serei eu ou o meu marido, somos os dois de personalidade forte, a minha esperança é que, como provavelmente vou passar mais tempo com o cão, que seja eu! Quero ser eu a chefe da matilha! Por outro lado, os homens conseguem geralmente ter um certo distanciamento sentimental que eu pelo menos não tenho, e acho que os cães têm maior respeito por eles se calhar por causa desse distanciamento. Logo aí, não sei, se calhar vou ser afinal a parceira de brincadeira do cão. Concordo consigo em que, pela lógica, dois serão mais felizes do que um cão, mas se calhar não significa que um cão só em casa não possa ser mais feliz (?).
Confesso que essa parte de correr e pedalar infindáveis km.s por dia, para mim, é para esquecer, não faz nada o meu género de coisa, mas iremos fazer com que o animal tenha o seu exercício diário.

Nicasxi,o gato do seu cão e o cão do seu gato, os dois juntos, parecem dar-se lindamente. É prova de que o instinto muda conforme a vivência dos animais, afinal, desde quando é que cães e gatos se dão bem?!
Logo, Joana, não me parece que o covil dos lobos se aplique em comparação aos crates. Para já, precisamente, repare que como diz a Chamarrita, vivemos num meio urbano, os animais que estão em nossas casas, embora tenham instinto animal, perderam a maioria das suas características selvagens e ganharam outras, como o cão e o gato da nicasxi. Por outro lado, mesmo que assim não fosse, a minha opinião é que o covil de um lobo representa o amor de mãe e da família do animal, o seu ninho, sim, mas o crate não representa nada disto. É vazio, confinado e não tem amor lá dentro. No máximo o covil do cão é toda a nossa casa.
O crate é usado porque nos dá jeito como donos dos cães, só por essa razão, mas digo e repito, acho que temos bom senso e certamente gostamos dos nossos bichos, portanto, cada um sabe de si. Eu não uso crate mas isso sou eu porque vejo-o assim. Outros há (pelo menos nos EUA) que não deixam o cão sozinho em casa porque acham uma violência, e eu não acho. São opiniões divergentes, que se baseiam nos nossos sentimentos/bom senso.
Última edição por CarlotaM em quarta nov 17, 2010 2:52 pm, editado 1 vez no total.
hugoh2o
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quarta nov 17, 2010 1:16 pm

Acerca do chefe de matilha penso ser possível termos 2 níveis de hierarquia com vários elementos em cada nivel que é o que eu fiz, os cães no mesmo nível -assim também nunca brigam(são 2 machos) e eu e a minha companheira no nível de lideres, embora seja certo que ela deixa que eles a manipulem mais -por ex ao chama-los se eles não obedecem logo para ver o que ela faz ela vai ter com eles, eles aprendem assim que senão quiserem ir ter com a dona ela vai ter com eles :P
Nunca menosprezem a capacidade de aprendizagem e inteligência a nível social dum cão! Se o fizerem eles fazem de nos gatos e sapatos, tornam-se mimalhos e são menos felizes pois serão seres sempre excitados por terem novas responsabilidades -pensam-se os donos da matilha...

Anyway, eles respeitam-me mais E não há ninguém que lhes faça tantas festas como eu :wink:

Como respeito muito os animais e lhes quero dar o melhor nivel de vida possível esforço-me para que tenham a estrutura social bem definida.
�s as vezes apetece dar festas na hora errada (lá está o comportamento humanista a meter-se) por ex, uma choradeira por parte dos cães para pedir comida ou sair do canil/casa/crate/whatever mesmo que não seja atendida se lhes dermos umas festas para confortar, estaremos a dizer que o comportamento que estão a ter é o correcto e a encoraja-lo....
�s vezes temos de ver que as festas que damos ao animal é a terapia para nós mas temos de as aguentar para não o fazer nas alturas erradas, na teoria é muito facil, na pratica com os olhares ternorentos dum cachorrinho "mesmo a pedir festinha" é mais dificil recusar que o governo entregar o orçamento de estado a horas.

São esforços recompensadores vai ver ;) :wink:
aisd
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periquito FALCANITO

quarta nov 17, 2010 3:23 pm

Os cães tem uma hierarquia na matilha.
Eu, pessoalmente, acho que nós somos mais para os cães que um membro da matilha.
Somos uns quase-deuses.
Somos senhores do bem e do mal, do ponto de vista deles - os que providenciam alimento, proteção, abrigo, brincadeira, passeios, cuidados e maus-tratos, etc.
Para mim não faz sentido qualquer hierárquia.
A hierárquia establece-se intra-espécie e nós não somos cães.

Precisamos é de establecer regras para o convívio entre nós e eles.
Regras que os cães possam entender.
Regras simples e sempre as mesmas.
Se o cão não pode saltar para o sofá, pois, não pode nunca.
O cão não entende excepções - pode agora e depois não pode e depois já pode outra vez...

Quanto à crate, sou da mesma opinião que a CarlotaM.
As pessoas metem os cães em jaulas porque lhes dá jeito.
E são hipócritas quando o justificam dizendo que o cão se sente melhor ali.
Seria verdade se compararmos com a rua, mas, para mim, o cão sente-se melhor onde o dono estiver.
O pessoal não quer é ter trabalho.

Impôr regras dá trabalho.
Que o digam os pais de criancinhas pequenas - provoca angústias e dúvidas.
Neste assunto, temos de ser responsáveis - o cão que temos é o cão que educámos.
<p>"O auto-convencimento manifesta-se pela falta de cordialidade nas palavras" - Teofrasto</p>
CarlotaM
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Registado: segunda nov 15, 2010 1:03 pm

quarta nov 17, 2010 4:23 pm

Sobre a relação homem e o seu cão, lembrei-me disto
Há uns anos, talvez 2 ou se calhar foi no Verão passado, estávamos numa esplanada e vi chegar um homem com um cão que parecia ser arraçado com pastor alemão. Eu estava a olhar para eles e não consegui desviar a minha atenção porque senti entre os dois uma linguagem muito estranha, o cão estava demasiado submisso, cerca de um passo atrás do dono, encolhido, rabo entre as pernas, e o dono, quase altivo, parou e assim ficaram os dois a contemplar o mar e o homem a dar “cliques” com a língua para o cão.
Foi muito estranho, e até hoje não consigo tirar esta imagem da cabeça. Havia ali qualquer coisa de muito errado, e embora não queira explorar muito o assunto porque sinto que não era uma boa coisa entre os dois, ao mesmo tempo sinto que deveria de ter feito qualquer coisa. Não sei o quê, porque não vi nenhum mau trato, apenas um sentimento de anormalidade no ar que até hoje não consigo sacudir da minha cabeça. Parece que entre os dois havia uma tristeza muito grande, mas o homem estava acima do cão.
É muito estranho porque, embora evite, vejo imagens de cães mal tratados em sites mas esta imagem, ali, naquela esplanada no Verão marcou-me e nunca tinha falado disto, a minha esperança é que esteja a ser completamente anormal e que afinal se tratava simplesmente de um cão exemplarmente obediente.
colette
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quarta nov 17, 2010 5:50 pm

Era um cão exemplarmente aterrorizado.
<p>Au d&eacute;but, Dieu cr&eacute;a l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
moslie
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quarta nov 17, 2010 5:56 pm

Ainda estou para ver alguém a usar a crate para treinar um serra da estrela....

Toda a vida vi cães fantásticamente treinados, cães que não sabiam o que era a trela, que andavam com os donos lado a lado e bastava o olhar para entenderem, os donos não tinham nenhuma preparação, alguns até eram analfabetos, e tinham animais educados como não vejo na cidade: cães de rabanho, quer de guarda quer de condução, cães de companhia ou de caça.

Vi em casa de pessoas minhas conhecidas, animais apanhados na rua já adultos que ao fim de um mês parecia que sempre ali tinham vivido, sabiam as regras, não largavam os donos, obedeciam a pontos de se deixar uma porta aberta e eles não entrarem.
O segredo era muito simples: eram todos animais que estavam muito tempo com os donos, ou seja, não passavam a quase totalidade do dia sózinhos.

Não dá para ter animais em part time. Ou antes...dá, mas o resultado são animais com comportamentos problemáticos.

Se queremos cães equilibrados e bem educados, temos de dispender tempo com eles. Eu confesso com humildade: não sei treinar um cão estando com ele apenas 3, 4 horas por dia (ou menos...), mais o fim de semana.
Não sei ter um cão fechado na cozinha e que só vejo de manhã antes de sair e à noite.

Por isso simplesmente não tenho animais. E acredito que muitos, muitos animais que hoje estão para adopção resultam de experiências mal sucedidas de pessoas que quiseram á força um cãozinho mesmo sem tempo nem espaço.

Não é uma questão de hoje ser diferente de ontem. Nunca se investiu tanto no negócio dos animais de estimação como agora, por isso as pessoas são levadas a ter animais.

Também nunca houve tanto poder de compra cá em Portugal para ter animais como agora. Umas coisas levam a outras. O próprio relacionamento das pessoas com os seus cães é diferente agora de há uns anos. E isto tudo traduz-se em mais gente a querer ter um cão, mesmo sem tempo para ele.
CarlotaM
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quarta nov 17, 2010 6:18 pm

Concordo com o teor da sua mensagem, tem razão, por outro lado..

Eu sempre tive animais, cães, desde criança pequena. Os meus pais trabalhavam e eu ia à escola. Éramos uma família urbana perfeitamente normal, com os respectivos deveres a cumprir. Nunca tive nem sei o que é ter um cão neurótico dos cães que tive.

Quando viemos viver para Portugal trouxe o meu caniche, e tem razão, naquela altura não se via muito gente com animais, nas cidades. Foram aparecendo gradualmente, mas não vejo porque os animais da cidade hão-de ser menos felizes do que os animais do campo, embora a vida citadina não permita passar todo o dia uns com os outros. Nem pessoas, nem animais.
Não significa também que as pessoas da cidade não possam ter a felicidade de ter um animal de companhia. E também não sei se podemos dizer que os animas antigamente no campo tinham um boa qualidade de vida...
Como disse, eu sempre vivi em cidade, com cães. Para mim, não é novidade, e é perfeitamente natural.
Quem abandona o seu animal não se trata de uma pessoa citadina porque não tem tempo, é pura e simplesmente uma pessoa sem valores, e seja no campo, seja na cidade, em relação a isso pouco há a fazer.
Desculpe talvez a dureza das minhas palavras.
LuluB
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quarta nov 17, 2010 6:26 pm

Pelo meu lado, acho que essa história da falta de tempo não passa de desculpa para não se ter a maçada de treinar o animal em menos tempo do que aquele que os grandes técnicos da educação canina estipulam que se deva obrigatoriamente ter.

Tal como a Moslie conhece montes de pessoas com cães das mais diversas proveniências treinados comme il faut, porque tiveram tempo para os acompanhar, também eu conheço montes de pessoas que passam oito e mais horas por dia fora de casa e que têm cães belissimamente treinados, alegres e perfeitamente adaptados ao regime de vida dos donos.

Nestas coisas, conta mais a qualidade da relação com o animalo do que a quantidade de tempo que se tem livre. Um cão não é um passatempo para as horas vagas, é um ser vivo com capacidade de descernimento e de adaptação. É educável e sabe/pode compreender as necessidades do dono (e quantas vezes até melhor do que o próprio) e aquilo que este lhe pode dar. Desde que durante a ausência dos donos não o circunscrevam a uma única dependência da casa, das quais a cozinha e a casa de banho são precisamente aquelas em que não deve ficar fechado, e que lhe dêem alguma liberdade para se distrair, o cão aguenta bem as horas que tem de ficar sozinho.

Na inversa, também conheço muitas pessoas que estão todo o dia em casa, junto do cão, e que têm problemas com ele quando saem. Habituado a estar sempre acompanhado o animal sofre, então sim, as penas do Inferno com a ausência do dono. E então lá surgem as manifestações vocais incomodativas, as destruições e a famosa ansiedade de separação.

Quanto mais teorias, pior.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
LuluB
Membro Veterano
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Registado: segunda set 28, 2009 2:53 pm

quarta nov 17, 2010 6:29 pm

CarlotaM Escreveu:Sobre a relação homem e o seu cão, lembrei-me disto
Há uns anos, talvez 2 ou se calhar foi no Verão passado, estávamos numa esplanada e vi chegar um homem com um cão que parecia ser arraçado com pastor alemão. Eu estava a olhar para eles e não consegui desviar a minha atenção porque senti entre os dois uma linguagem muito estranha, o cão estava demasiado submisso, cerca de um passo atrás do dono, encolhido, rabo entre as pernas, e o dono, quase altivo, parou e assim ficaram os dois a contemplar o mar e o homem a dar “cliques” com a língua para o cão.
Foi muito estranho, e até hoje não consigo tirar esta imagem da cabeça. Havia ali qualquer coisa de muito errado, e embora não queira explorar muito o assunto porque sinto que não era uma boa coisa entre os dois, ao mesmo tempo sinto que deveria de ter feito qualquer coisa. Não sei o quê, porque não vi nenhum mau trato, apenas um sentimento de anormalidade no ar que até hoje não consigo sacudir da minha cabeça. Parece que entre os dois havia uma tristeza muito grande, mas o homem estava acima do cão.
É muito estranho porque, embora evite, vejo imagens de cães mal tratados em sites mas esta imagem, ali, naquela esplanada no Verão marcou-me e nunca tinha falado disto, a minha esperança é que esteja a ser completamente anormal e que afinal se tratava simplesmente de um cão exemplarmente obediente.
Horrível o que conta, Carlota. Era a aniquilação total da vida e personalidade de um animal em nome do grande treino... :? Para esse homem, tudo indica que o animal não passava de um objecto moldável e alienável aos seus desejos, como tantas vezes vemos aqui apregoado.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
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