Oh, morangos, mas a Susy está há quanto tempo aí em casa? Nem chega a três dias, se não estou enganada. Ora este lapso de tempo, no que diz respeito à readaptação de um gato, não é nada. Admira-me que pessoas experientes com gatos lhe tenham dito isso (do vet já não tanto, porque alguns não percebem nada de comportamento animal em geral ou felino em particular).
A Suzy está triste, por ter sido retirada do sítio seguro e das pessoas que ela já conhecia e por ter ficado sem o Simão, mas daí a deprimida… para isso teríamos de estar a falar de mais tempo. Além disso, não se sente ainda segura, daí que ainda não deixa que lhe toquem ou façam festas, mas tudo isso virá com o tempo, com paciência, com dedicação, com carinho. E com persistência, mas sem insistência no sentido de se querer forçar muito uma aproximação mais física logo às primeiras impressões (e dois ou três dias, para muitos gatos, são mesmo primeiras impressões).
Falem com ela com ternura e em tom de brincadeira, brinquem com ela, vão-se aproximando a pouco e pouco. Mas dêem-lhe também alguns intervalos, para ela não se sentir demasiado pressionada. Como em tudo, no meio é que está a virtude.
Ofereçam-lhe também uns petisquinhos, vão ver que ela acaba por comer. E o sítio onde ela dorme está quentinho? Isso também é importante, para ela se sentir confortável para descontrair e descansar. Ponham-lhe um peluche pequeno na caminha, para lhe fazer companhia.
Quanto ao resto, também me parece que talvez tenha havido aí algum forçar da vontade do seu marido, e isso normalmente não dá muito resultado... Adoptar um animal é um compromisso e uma responsabilidade, e os membros de uma família têm de compreender um pouco a natureza dos animais e estar dispostos a enfrentar os processos de adaptação previsíveis.
Essa atitude triste e derrotista é má para vocês e má para a Suzy, que, para além de ainda não estar à vontade, vai sentir a tensão existente no ar. Descontraiam, dêem tempo ao tempo, empenhem-se de uma forma positiva…
E, depois, gatos brancos ou às bolas ou às riscas é indiferente, acredite, apesar de nos poder parecer que gostamos mais de uns ou outros à partida. O amor que se tem aos animais e que vai ganhando a um animal em particular, seja gordo, magro, feio, bonito, perfeito ou deficiente, é que interessa e acaba por nos dar gratificação.

«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke