CarlotaSMAR Escreveu:Tassebem apesar de ...muita coisa que nunca vou entender, pode crer que lamento profundamente a ausencia do seu menino, sublinho algumas passagens suas pois deste lado existem 2 feridas iguais ou muito semelhantes abertas que nunca vão fechar,apenas os meus tesourinhos apesar de tudo dormiam sempre na postura do seu Saminha, 1 delas foram 14 anos,a outra ternura apenas 2 anos mas aqui estão e conto sim de me cruzar com muitos tesouros perdidos,mantenha essa esperança pois a coragem para continuar consegue-se apesar de tudo e sei que apesar de não os vermos eles continuam "presentes".
Apenas isto:todos somos "feitos" do mesmo material e assim sendo os sentimentos existem por igual para quem ama animais.
Fica bem lindo Saminha.
Tassebem Escreveu:Quando vos juntei aos gatos que já cá residiam, passaste horas esquecidas, dias, a dormir ao meu colo, dentro da minha roupa, enquanto eu trabalhava ao computador. E, se tinha de me levantar para ir fazer alguma coisa rápida, segurava-te com uma mão por debaixo da barriga como fazem as grávidas.
De todos os meus gatos, e tenho muitos bastante meigos, tu eras o mais chegado a mim. O que as pessoas diziam é que era uma verdadeira paixão. Por tua vontade, estarias sempre ao meu colo, agarrado ao meu pescoço, com uma patinha de cada lado, um verdadeiro coala. Eras também dos poucos que não tinham autorização para dormir comigo, por uma única razão: não me deixavas dormir. Antes de adormeceres, era meia hora a passar por cima da minha cabeça, a mordiscar-me o queixo, o nariz, o cabelo, a entrar e a sair da cama, doido de alegria e de mimo… Se eu me virava, acordavas e recomeçava tudo, e quando finalmente adormecias outra vez era sempre virado para mim, muito encostadinho.
CarlotaSMAR, eu sei que lamenta. Quando há dores ou alegrias comuns, as pessoas esquecem-se do que é acessório (e, por vezes, tão pouco importante) e concentram-se no essencial: no caso, o que nos traz aqui a todos e que é o amor aos animais. Por já termos passado por situações semelhantes, ou por as temermos, ou por imaginarmos o que sentiríamos se elas se passassem connosco, sentimos em maior ou menor grau o que o outro está a sentir.
O Lenny desapareceu mas a esperança, apesar de extremamente ténue, nunca morre. E o facto de ainda haver pessoas atentas vem reavivar um bocadinho a chama pequenina. Ainda na passada sexta-feira me ligou um senhor do Algarve a dizer que tinha encontrado um gato muito parecido com ele -- só que ele não tinha reparado muito bem no anúncio que tinha visto, e afinal era uma gata e não um gato.
Em cima desse desgosto veio o da Mimi, mas, apesar de ela ser ainda novinha (6 anos), eu aceitei de uma forma diferente. O que ela teve foi uma doença fatal, não havia nada a fazer e tive ainda o consolo de ter sido um processo muito rápido -- talvez um maior choque para mim, mas ela não sofreu o que muitos animais com PIF sofrem.
Mas a morte do Saminha foi um choque tremendo, absolutamente inesperado. A operação não envolvia risco de vida -- a não ser o da anestesia, que realmente constitui sempre um risco, como sabemos, apesar de estatisticamente baixo. Mas eu já passei por muitas anestesias dos meus animais, e tudo tinha sempre corrido bem. Ainda por cima, receber aquela notícia um quarto de hora depois de eu ter respirado fundo porque tinha corrido tudo bem (antes estava a ficar um pouco ansiosa com a demora nas notícias)... Foi muito brutal. O próprio veterinário que o operou estava consternadíssimo, as veterinárias que o seguiam antes estavam em lágrimas, foi também um grande desgosto para a minha mãe e a minha filha... foi um caso terrível.
Mas enfim, vamos tendo de andar em frente com as nossas feridas, embora com dificuldade...