Acho que este tópico tem toda a razão de ser. Nunca tinha ouvido falar de abandono de iguanas, mas de tartarugas de faces rosadas sim, e já é prática comum infelizmente. Foi o primeiro "pet" que me foi permitido ter pelos meus pais e porque os meus tios insistiram para que ficasse com ele/a nas férias, isto já há umas duas décadas ou mais. Só existiam as tartarugueiras da palmeirita lol, acabou por ir ficando, não havia net naquela altura e muito pouca informação (ou nenhuma), por isso, a minha mãe colocou-a num local onde batia o sol quase todo o dia e ela foi crescendo até dar a volta à tartarugueira como se estivesse à janela, era super meiga, a minha mãe dava-lhe umas guloseimas (tipo carne crua, não massacrem, não sei se é apropriado ou não mas, como disse, não havia informação e um dia ela roubou um bocado de carne crua da bancada e tornou-se uma guloseima ocasional). Morreu de acidente e foi um desgosto para toda a família, nem voltei a ter nenhuma.
Em 1996, comprei uma iguana, por impulso, tinha 20 anos e na altura não medi os prós e os contras. No entanto, já sabia que em lojas não se confia e a informação dada na altura era que bastava uma lâmpada qualquer, ou uma rocha de aquecimento, algo difícil de encontrar na altura e folhas de alface e cenoura. Como disse, já na altura, achei básico demais e sendo uma "novidade", fui para casa e pesquisei na net até formar 3 dossiers largos de informação, provenientes, na sua maioria, do site da Melissa Kaplan. Mas não haviam cá lâmpadas UV's para répteis, nem granulados, suplementos, a maioria dos ingredientes que descobri ser adequados na altura, eram complicados de encontrar. Encontrei a lâmpada de cerâmica, tinha um terrário enorme, construído em casa, tipo aquário mas fez-se o que se pode. A net não era a fonte de informação que é hoje. Ela não cresceu muito no ano que esteve comigo, depois desenvolveu uma gengivite, os vets na altura não sabiam NADA de répteis, o que consultava os meus outros animais , tentou tudo, foi buscar livros franceses, americanos, etc... , tentámos o que estava ao nosso alcance mas foi enfranquecendo até morrer. Foi um desgosto horrível.
Agora ofereceram-me outra, de surpresa, fiquei logo de pé atrás, embora a informação agora seja um milhão de vezes superior ao que era em 96, e ela já tem terrário construído à medida, que servirá por enquanto, depois pensar-se-à noutra solução. Tem veterinário, porque a clínica onde vou actualmente, tem especialista em répteis e já foi consultada. Mas enquanto a minha primeira era um doce (comigo apenas, mas um doce) esta é muito arisca, mas vou tentando todos os dias, estou a dar-lhe tempo para se ambientar ao novo terrário, aos gatos que a observam, nos primeiros dias tapava as portas em vidro para que ela não se assustasse com eles, mas tem de se começar a ambientar a eles e a nós mesmo. Mas é má, vai dar trabalho. Abandonar não será nunca opção. É teimosa, eu também sou... havemos de chegar lá. Agora quero só que "destresse" do ambiente da loja, das mudanças de terrários, etc, etc.
O que me admirou mais foi ter de comprar tudo por encomenda (termómetro, higrómetro, casquilhos, lâmpadas), em todas as lojas onde fui disseram-me "ahhh sabe, isso já foi moda, mas agora não procuram répteis e acabámos por devolver esse tipo de equipamento", ou seja, comprei a primeira antes de "moda" e a segunda depois de "moda...
Quem me dera a mim chegar ao ponto em que me tenha de preocupar com o facto de mudar de terrário. seria sinal de que estaria saudável e a crescer.
Umas dicas de domesticação são bem vindas
. Como disse, esta tem um feitiozito diferente da primeira, não quero insistir muito com ela mas também não quero que perceba que basta dar ao rabo e eu deixo-a em paz....
A vantagem maior, para mim, é poder partilhar impressões com outros donos de iguanas o que em 96 era impensável. Aprende-se mais com a troca de impressões do que, muitas vezes, em pesquisas na net antagónicas e contraditórias...
, é a chamada "vingança do chinês": ou fazes o que quero ou solto a iguana!" he he he). Claro que estou ciente que, mesmo assim, corro o risco que adoeça e de que morra. Mas não será por falta de tentar salvá-la ou de ser negligente. Já com a anterior não o foi.