“Parva da Geração Parva”

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marianamar
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domingo fev 27, 2011 5:07 am

Resposta ao artigo “Parva da Geração Parva” do editorial do Destak da Isabel Stilwell, por Gonçalo Morgado Marques, no seu Facebook

Artigo Original de Isabel Stilwell

“Acho parvo o refrão da música dos Deolinda que diz «Eu fico a pensar, que mundo tão parvo, onde para ser escravo é preciso estudar». Porque se estudaram e são escravos, são parvos de facto. Parvos porque gastaram o dinheiro dos pais e o dos nossos impostos a estudar para não aprender nada.

Já que aprender, e aprender a um nível de ensino superior para mais, significa estar apto a reconhecer e a aproveitar os desafios e a ser capaz de dar a volta à vida.

Felizmente, os números indicam que a maioria dos licenciados não tem vontade nenhuma de andar por aí a cantarolar esta música, pela simples razão de que ganham duas vezes mais do que a média, e 80% mais do que quem tem o ensino secundário ou um curso profissional.

É claro que os jovens tiveram azar no momento em que chegaram à idade do primeiro emprego. Mas o que cantariam os pais que foram para a guerra do Ultramar na idade deles? A verdade é que a crise afecta-nos a todos e não foi inventada «para os tramar», como egocentricamente podem julgar, por isso deixem lá o papel de vítimas, que não leva a lado nenhum.

Só falta imaginarem que os recibos verdes e os contratos a termo foram criados especificamente para os escravizar, e não resultam do caos económico com que as empresas se debatem e de leis de trabalho que se viraram contra os trabalhadores.

Empolgados com o novo ‘hino’, agora propõem manifestar-se na rua, com o propósito de ‘dizer basta’. Parecem não perceber que só há uma maneira de dizer basta: passando activamente a ser parte da solução. Acreditem que estamos à espera que apliquem o que aprenderam para encontrar a saída. Bem precisamos dela.”

Imagem


Resposta de Gonçalo Morgado Marques

“Cara Isabel Stilwell,

Antes de mais espero que este a-mail a encontre bem, se é que algum dia chegará aos seus olhos. Espero que sim!

Custa-me acreditar que alguém com o seu nível possa sequer pensar em fazer um artigo com este título e teor (o artigo encontra-se transcrito no post). É ridícula a forma como pensa e a falta de informação que pelos vistos tem, porque a demonstra, nos assuntos por si abordados no mesmo.

Primeiro de tudo, vou-me identificar e situá-la um pouco, para que possa ter uma noção do porquê desta minha reacção ao seu artigo. O meu nome é Gonçalo Morgado Marques, tenho 25 anos e sou formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Lusíada (sim, uma universidade privada! Que parvo que sou por gastar tanto dinheiro em estudos!). Trabalho desde os meus 15 anos, logo já conto com 10 anos de trabalho e respectivos descontos. Habituado a fazer a vida sem depender de ninguém, cedo me apercebi que era realmente importante ingressar numa formação superior, tentando assim, com o tempo, melhorar a minha condição de vida. Com grande sacrifício pessoal e também dos meus pais, consegui fazer o curso de direito e terminá-lo nos 5 anos (duração do curso). Digo sacrifício porque ao longo de todo o meu curso não fui só um estudante, fui também um trabalhador por conta de outrem! Se não tem noção, digo-lhe já que não é tarefa nada fácil e pouco ou nada compensadora para quem aufere 750€/mês (o que já é muito bom!). Tal não é o meu espanto que quando acabo o curso e sou obrigado a fazer um estágio profissional de 2 anos (inerente à profissão de advogado em que pretendia ingressar) e me dizem que não existe nenhuma obrigatoriedade de pagamento de tal estágio, ou seja, seria um escravo (é essa a definição que tenho).

Tentei vários escritórios de advogados e havia sim os que realmente pagavam aos seus estagiários (cerca de 5%), mas as funções eram sempre as mesmas e pouco ou mesmo nada se aprendia (o estágio serve para isso mesmo, aprender!). Optei por um escritório de advogados mais pequeno em que pudesse realmente aprender qualquer coisa, mas tal como 95% dos escritórios em que fiz entrevistas, este não pagava aos estagiários. TORNEI-ME UM ESCRAVO! Ou melhor, PIOR QUE UM ESCRAVO pois pagava para trabalhar (despesas de transporte, alimentação, telemóvel, entre outras). E no meio disto tudo, como pagava essas despesas!? Com outro trabalho, que me pagava e em que tinha funções que V. Excia certamente considera “inferiores”. Ou seja, para me sustentar e sustentar o meu estágio fui forçado a ter dois Trabalhos (muita gente diria empregos, mas eu digo TRABALHO!). Certo e sabido que a energia e o ânimo para manter esta situação foi-se desvanecendo, tornando-se a mesma, com o tempo, impraticável!

Tomei uma decisão, abdiquei dos meus sonhos e EMIGREI! Hoje, estou a viver em Maputo, Moçambique, trabalho num escritório de Advogados conceituado, em que sou Consultor Senior (imagine-se em Portugal ser senior com 25 anos, IMPENSÁVEL!). Tenho a minha vida de novo nos carris e não tenciono sair daqui.

Mas eu não estou a responder a este seu artigo para falar de mim, agora que já a situei, posso passar à minha crítica às barbaridades (peço desculpa, mas não encontro outro nome para definir) que escreveu neste artigo.

Sempre me disseram que para criticarmos alguém devemos primeiro colocar-nos nos sapatos dessa pessoa. Experimentou colocar-se nos sapatos de um comum jovem português? Digo comum, referindo-me aqueles, que tal como eu, não têm pais influentes que conseguem “cunhas” e “tachos” para os filhos! Não encare isto como uma crítica a esses jovens, porque não é.. nessa posição faria talvez o mesmo… Agora coloque-se nos sapatos de um jovem comum, recém licenciado, que procura desesperadamente o primeiro emprego e tudo o que lhe oferecem são estágios de curta duração que nem remunerados são. Não pensaria na mesma linha que a Ana Bacalhau (vocalista dos Deolinda)? Eu acho que sim! E mesmo aceitando essa proposta, na esperança de: “eu vou provar as minhas capacidades e irei ficar nesta empresa”, essa esperança irá, na GRANDE maioria dos casos, sair frustada. Pois qualquer empresa prefere contratar mais um “parvo” (como refere) que irá preencher aquele lugar e a quem não terá de dar boas condições, nem mesmo pagar o que quer que seja. Já se colocou nestes sapatos?

Como directora de um meio de comunicação era inteligente da sua parte informar-se sobre os assuntos sobre os quais escreve. Sabia que em termos proporcionais, são mais os desempregados com Formação superior do que aqueles que não a têm!? Ainda acha “parvo” o refrão da música dos Deolinda? Explique-me por favor o que se aprende num curso superior que nos possa fazer dar a volta a esta situação! Como, com o que aprendemos, podemos dar a volta à precariedade laboral, à ganância de gestores e empresas, à ganância política, ao aproveitamento de quem precisa e ao “desumanismo”. Ainda digo mais, vá para uma faculdade de hoje e, SEJA ELA QUAL FOR, veja se ainda mantém esta definição de ensino superior, face à realidade que hoje se vive.. Parva é esta sua frase: “aprender a um nível de ensino superior para mais, significa estar apto a reconhecer e a aproveitar os desafios e a ser capaz de dar a volta à vida”. Acho que não está totalmente ciente da realidade social dos dias de hoje nem àquilo que se passa à sua volta… Talvez tenha ficado perdida num dos seus romances históricos sobre raínhas e princesas…. OLHE À SUA VOLTA!!!

No seu “parvo” artigo, refere que 80% dos licenciados ganham duas vezes mais do que a média (comparando com aqueles que não têm licenciatura ou formação superior). Não duvido! Mas isso aplica-se aos licenciados que realmente têm um trabalho!!! Quando se faz um comentário destes deve-se ver “a coisa” por várias perspectivas e não só por aquela que mais nos convém! É “parvo” pensar e actuar assim! É ÓBVIO que a crise afecta-nos a todos e nós não somos as vítimas exclusivas! Mas tal como todos, temos o direito a demonstrar a nossa insatisfação! Não somos vítimas! Não somos os “Coitadinhos”… Mas como sabe, e certamente melhor que eu, é difícil um jovem ser ouvido, respeitado e entendido, porque pessoas como V. Excia têm ideias pré-concebidas e pouca ou nenhuma atenção dão. PARA SE APRESENTAREM SOLUÇÕES É PRECISO QUE QUEM AS TENHA SEJA OUVIDO! Não quer soluções? Não acha que deviam partir de nós (jovens)!? então oiçam-nos!! Estão à espera que apliquemos o que aprendemos!? Como? Para isso é preciso dar oportunidade aos jovens!! Onde está essa oportunidade? No trabalho precário? No trabalho escravo!? No trabalho a recibos verdes!? Essas coisas não foram criadas para nos escravizar, mas somos nós enquanto jovens que estamos a pagar por anos e anos de má gestão das gerações anteriores. Detesto generalizações e normalmente não as faço, mas como as fez, vou seguir a sua linha de raciocínio! Se estamos nesta situação a culpa é de quem!? Nossa!? Não me vai dizer que é da economia mundial!? Também é, é um facto, mas então e os anos de má gestão por parte dos políticos que pessoas da sua idade ajudaram a eleger? Então e se não estão contentes com a situação porque não se fazem ouvir? O nosso problema enquanto jovens é a vossa herança, são os problemas que vocês e mais ninguém ajudaram a criar! Ponha-se no “nosso” lugar de “parvos” e verá a sua atitude a mudar um pouco!

Esta resposta não tenta proteger aqueles jovens que pouca ambição e vontade têm, que os há! Mas sim defender aqueles, que como eu se sentiram ofendidos com aquilo que escreve.

Por isso, e em modo de conclusão, a única “parva” aqui, já ficou definida e dá pelo nome de Isabel Stilwell. Espanta-me que ainda esteja como directora do Destak e não como Directora de um Jornal Expresso, ou diria mesmo de algum conhecido jornal internacional! Ahhh, caso não tenha percebido, estou a ser irónico! Ponha um “parvo” (leia-se jovem) no seu lugar e verá que ele fará certamente um melhor trabalho ou, no mínimo, irá abster-se de escrever artigos de opinião “parvos”!

Lanço aqui um desafio. Vá para a rua nesse dia e fale com os “parvos”… verá que não são todos tão parvos como a Sra.


Os Melhores Cumprimentos,
Gonçalo Morgado Marques"


Limitei-me a citar os artigos como os encontrei.
Que desilusão, eu que seguia os artigos da Isabell no Notícias Magazine desde os dez anos... e vem agora chamar-me parva.
rsccoutinho
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domingo fev 27, 2011 7:28 pm

Se me permite opinião. O artigo da Isabel Stilwell não é nada mais, nada menos, que uma crítica àspera aos que se acham uns "coitadinhos" e uns "escravos" (mas que no fundo não o são, de todo) e o comentário desse Gonçalo não passa de uma forma de manisfestar a sua arrogância por assunto que, no fundo, e ao fim de tanto 'parlapié' apenas dá razão à autora do artigo. Quando se mete o dedo na ferida, arde...

Também eu sou uma futura-licenciada-desempregada mas não concordo com esse comentário exasperado.
Parecem não perceber que só há uma maneira de dizer basta: passando activamente a ser parte da solução.
marianamar
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domingo fev 27, 2011 9:06 pm

Se fiz tópico foi mesmo para ouvir opiniões, né? ;)

De que maneira é que o comentário do Gonçalo dá razão à Isabel? Não entendi.
Acena
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domingo fev 27, 2011 9:19 pm

Todas as gerações têm os seus problemas e o mundo está (e sempre esteve) em mudança. Isso não quer dizer que não devam lutar por uma vida melhor.
rsccoutinho
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domingo fev 27, 2011 9:28 pm

Hum, então, vou tentar explicar o meu ponto de vista sobre o artigo e respectivo comentário.

Então, o que me pareceu foi que o senhor Gonçalo, no fundo, ao fim de tanto desabafo do que lhe vai no peito, deu razão à Isabel.

Ele começa por dizer que sempre trabalhou, desde os 15 anos. (eu também, por isso, sei o que é.) Sempre teve habituado à sua independência económica. Viu-se muito aflito quando se encontrou na situaçao que descreve: procurar trabalho na área e não encontrar; ter de ser um 'escravo' de terceiros, dos quais dependia o seu futuro na advocacia, etc.
Mas ao fim ao cabo, o que o Gonçalo fez, foi realmente lutar pela vida, com o que aprendeu durante toda a sua experiência de vida, esta que se aprofundou, concerteza, quando ingressou no ensino superior!
O que o Gonçalo fez, foi dar a volta à vida e então? Para isso não é preciso penar um bocado? Não é preciso trabalhar e dar o melhor de nós? Não é preciso passar por experiências duras, para depois se dar mais valor à vida, ao dinheiro, aos custos, aos lucros?

O que o Gonçalo fez foi fazer pela vida, passando por momentos em que se julgou um escravo, mas sem esses momentos se calhar não estava agora onde está. Sem esse "trabalho precário" se calhar não tinha tido uma atitude de emigrar.

O que eu quero dizer é que a vida não é fácil, mas temos de saber construí-la, de baixo para cima. E construí-la de baixo para cima é passarmos de 'parvos' a pessoas importantes ainda que seja só para meia dúzia de pessoas. Sem o trabalho "não renumerado" e "de escravo", sem o estágio que ninguém queria renumerar, sem nada disso, O gonçalo não estaria onde está hoje e certamente não tinha a mesma experiência. Por vezes temos de nos deixar pisar para depois nos elevarmos, mais alto do que os que nos pisaram.

Resumindo, no fundo, o Gonçalo lutou pela vida dele, e, em vez de se queixar do trabalho precário e de tudo mais, podia antes vangloriar-se de que sofreu, penou, mas que agora é bem sucedido e que todas as derrotas transforam-se em grandes vitórias, tudo graças ao esforço e graças a ser um lutador que não desiste de nada.

Afinal, como disse Paulo Coelho "os sonhos dão trabalho".


E bem, a situação actual é muito má e assustadora para a sociedade do consumo, mas realmente querem falar de trabalho precário?!? De injustiças, de situações injustas?!?! De precaridade de vida!?...
xPauloSantos
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domingo fev 27, 2011 9:40 pm

Como sempre, as generalizações são um caminho perigoso e o artigo acima é exemplo disso.

No entanto, a minha experiência com licenciados, leva-me a crer que, por vezes, alguns deles julgam que um canudo nas mãos é mais do que suficiente para provarem o seu valor... mas não é.

Sou responsável por um departamento que, pela sua complexidade, necessita de pessoas pró activas, dinâmicas, capazes de pensar e tomar decisões.

Nos ultimos 2 anos recrutei 5 licenciados(as) exactamente com este objectivo... imprimir uma nova dinâmica ao departamento.

O resultado ficou muito aquém das minhas expectativas e 2 desses licenciados já saíram e os 3 que ainda se mantêm, para lá caminham.

Mais recentemente optei por dar oportunidade àqueles que, vá-se lá perceber porquê, o mercado de trabalho entende que atingiram o "prazo máximo de validade"

Pois é nestes que tenho encontrado as mais valias.

O empenho, a dedicação, um esforço imenso que, mesmo sem conhecimentos técnicos, superam em muito, aqueles que, a coberto de uma licenciatura, nunca conseguiram atingir tal nível.

Nada cai do céu, nem hoje, nem ontem, nem cairá amanhã.

Enquanto as pessoas não entenderem isto, não há licenciatura que lhes valha.
Última edição por xPauloSantos em domingo fev 27, 2011 9:42 pm, editado 2 vezes no total.
<p>"Cortas as unhas e aguentas"&nbsp; by PauloC
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VascoV2
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domingo fev 27, 2011 9:40 pm

Bem...esse rapaz foi para direito...um curso que quando eu entrei na faculdade nos anos 80 já se falava no gozo que havia mais advogados que ladrões ... e ele foi para direito...um curso saturado há mais de 25 anos...não será isso...parvo ?

De igual forma toda a gente queria ir para a sua vocação...mesmo quando se referia a areas em que estava tudo saturado...

Hoje em dia vemos que n rapazes como o que responde à Isabel continuam a ir para cursos sem saída...

Será isso opção sensata ?


Após me repetir...porque não há mecânicos, não há electricistas, não há pedreiros..enfim porque todo o tipo de formação que envolva trabalho braçal e que dá MUITO DINHEIRO, estão às moscas ?

Porque é que todos estes miudos da "geração parva" gastam o seu dinheiro precário atrás de casa propria carro, ferias nas caraíbas, noitadas em, bares, jantares em restaurantes ?

No meu tempo não era assim..saíamos para uns copos..mas não se falava em férias no mexico...nem se pediam emprestimos para a TV e para as ferias..nem se comia em bares da praia...

Esta geração não é parva..é a geração que erradamente assumiu que vivemos num país rico..onde há empregos para 3000 psicologos, 15000 sociologos e 79000 advogados...

mas enfim...sou um parvo e estes miudos são espertos.
<strong>As verdadeiras conquistas, as &uacute;nicas de que nunca nos arrependemos, s&atilde;o aquelas que fazemos contra a ignor&acirc;ncia </strong>
Terugkeren
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domingo fev 27, 2011 9:44 pm

O problema é que muitos jovens não se convencem que a licenciatura é um ponto de partida. Não é uma meta, não é o 'garante' de nada. Com a licenciatura é que realmente começa a 'luta' no meio laboal.
xPauloSantos
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domingo fev 27, 2011 9:44 pm

VascoV2 Escreveu: Esta geração não é parva..é a geração que erradamente assumiu que vivemos num país rico..onde há empregos para 3000 psicologos, 15000 sociologos e 79000 advogados...

mas enfim...sou um parvo e estes miudos são espertos.

Nem vás mais longe... é o País onde pouco ou nenhum emprego havia para os auxiliares de veterinária e agora temos aí o curso de enfermeiro veterinário, com meia dúzia de (é melhor não dizer) a correrem para lá, para depois se queixarem de desmotivação face à inexistência de saídas profissionais.

Só não vê quem não quer.
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VascoV2
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Terugkeren Escreveu:O problema é que muitos jovens não se convencem que a licenciatura é um ponto de partida. Não é uma meta, não é o 'garante' de nada. Com a licenciatura é que realmente começa a 'luta' no meio laboal.
Vou ser curto e grosso..os putos de hoje são arrogantes.Acham que sabem tudo. Antigamente um licenciado chegava a uma empresa e preocupava-se em aprender tudo...hoje são uns morgados...

Aliás já vi muitos pindéricos que tiraram um curso à conta do pai e mãe, pessoas humildes que o ajudaram com sacrificio e renegam a familia pura e simples.
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rsccoutinho
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domingo fev 27, 2011 9:56 pm

Eu concordo plenamente com tudo o que foi dito. Foram directos e objectivos.
Concordo plenamente!!! Até fiquei sem palavras!!!! Muito bom vascov2 e o outro forista (que agora não me lembro do nick).

Muito bom mesmo, concordo plenamente. Estou no ensino superior e tenho visto tanta gente assim... sem humildade, pensam que por estarem ali são os maiores e vão logo arranjar um empregozinho! São arrogantes, competitivos, não se importam de passar por cima de ninguém para atingir objectivos e pensam que sabem tudo. E o que é que realmente sabem estas pessoas? Eu diria... Nada.
rsccoutinho
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domingo fev 27, 2011 10:04 pm

Ah, mas tenho de referir uma coisa. Em relação às vocações, eu, por exemplo, estou num curso que sei que poderá não ter saida assim que o acabar.
Mas é assim, temos de fazer pela vida, não temos hoje temos amanhã, e se mostrarmos que somos boas pessoas, humildes e com vontade de trabalhar, conseguimos ir muito longe. Eu acho que no meu curso não aprendo nada. O canudo vai ser o passaporte para o trabalho e aí é que vou aprender realmente... enquanto não tiver trabalho na área... também não me vou pôr para aí a lamentar, é a vida! E além de tudo o resto. Fui eu que escolhi este caminho.
Acena
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domingo fev 27, 2011 10:05 pm

xPauloSantos Escreveu:Como sempre, as generalizações são um caminho perigoso e o artigo acima é exemplo disso.
Concordo.
Na verdade também não gosto de generalizar toda uma geração, que eu me lembre sempre houve "disputas" entre gerações. E a geração que agora critica já teve outra geração por trás a criticá-la também... E a tal geração parva foi educada por outra geração, que por sua vez foi educada por outra, etc. :roll:
Acena
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domingo fev 27, 2011 10:11 pm

rsccoutinho Escreveu:Eu acho que no meu curso não aprendo nada. O canudo vai ser o passaporte para o trabalho e aí é que vou aprender realmente...
Não aprende nada? Bem eu acho que um curso é mesmo para se aprender, e não é pouco.
xPauloSantos
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domingo fev 27, 2011 10:11 pm

Acena Escreveu:
xPauloSantos Escreveu:Como sempre, as generalizações são um caminho perigoso e o artigo acima é exemplo disso.
Concordo.
Na verdade também não gosto de generalizar toda uma geração, que eu me lembre sempre houve "disputas" entre gerações. E a geração que agora critica já teve outra geração por trás a criticá-la também... E a tal geração parva foi educada por outra geração, que por sua vez foi educada por outra, etc. :roll:
Nem mais.

Fugindo um pouco ao tema inicial, mas indo ao encontro destas disputas de gerações.

Não há muito tempo atrás tive uma discussão sobre o abandono de idosos em hospitais, em que alguém dizia que "esta nova geração não tem princípios"

Nova geração ????

Curiosamente os velhotes que vemos abandonados nos hospitais, ainda não são os "meus pais", mas sim os Pais dos meus pais.

Não estamos perante um fenómeno propriamente novo... talvez com mais visibilidade actualmente, mas não é novo.


Mas isto levava-nos a outras discussões...

Peço desculpa pelo off topic
<p>"Cortas as unhas e aguentas"&nbsp; by PauloC
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