Picada de mosquito (atenção)!!!!

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Moderador: mcerqueira

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Mila
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Registado: quinta jan 16, 2003 9:11 pm

sábado dez 20, 2003 11:19 am

Muitos de voçês já devem saber...mas não custa divulgar.

Na segunda feira o Martim foi ao vet, levar a vacina da raiva, desparasitar e levar o chip, e o vet. confrontou-me com um problema existente, sobre as picadas de mosquito, que podem provocar doenças até à morte dos nossos bichinhos, se não forem precavidas...Neste momento o Martim está a ser medicado com uns super comprimidos (não digo a marca para que não haja tentações de fazerem esperiências :lol: ), apenas aconselho a todos os foristas que desconheciam o tipo de doenças que pode provocar para que, consultem o vosso vet. sobre este assunto:

A leishmaniose é uma doença infecciosa causada por um microorganismo (protozoário - leishmania), que é transmitida ao cão, a animais silvestres como roedores e também ao homem por um mosquito, o flebótomo, ao qual no Brasil - país detentor de um elevado número de casos - se deram vários nomes: “palha”, “asa dura”, cangalhinha”, etc. Este insecto é pequeno (2 a 3 mm) e tem uma coloração clara (cor de palha).

A doença pode desenvolver-se de duas formas distintas:

Tegumentar ou cutânea – que se caracteriza por feridas na pele, que não cicatrizam;

Visceral ou Calazar – que atinge determinados órgãos internos (baço, fígado e a medula óssea).

Sintomas da doença no cão

Queda de pêlo

Emagrecimento

Vómitos

Fraqueza geral

Apatia

Febre irregular

Feridas persistentes, que não cicatrizam (leishmaniose cutânea)

Dilatação do fígado ou do baço (leishmaniose visceral)

Aumento exagerado das unhas.

O grande problema desta doença é ser assintomática, isto é, os sinais surgirem quando a leishmaniose já atingiu um elevado grau de desenvolvimento. O cão pode ter um aspecto perfeitamente saudável e, no entanto, já estar infectado.

Por isso, estes sintomas surgem já numa fase terminal desta doença de progressão lenta.



Diagnóstico

O diagnóstico da leishmaniose é feito através de um exame clínico específico (despiste da doença), que se justifica apenas quando se verificam casos na zona. Normalmente este despiste é feito uma vez por ano, no fim do verão.



Prevenção

Actualmente ainda não existe nenhum processo eficaz de prevenção da doença, embora tenham sido feitas tentativas no sentido de se criarem vacinas para o efeito.

No entanto, a utilização de certos artifícios como coleiras e outros produtos antiparasitantes, minimizam a propagação, embora não a evitem a 100%. Normalmente estes artigos combatem simultâneamente as pulgas e as carraças, mas não deixe de consultar o veterinário sobre o produto mais indicado para este efeito.



Se vive numa zona de risco ou numa região onde existam charcos ou quaisquer outros meios propícios ao desenvolvimento de mosquitos, connvém estar-se sempre muito atento ao estado de saúde do cão. Ao mínimo sintoma deve consultar-se o veterinário.

Embora se trate de uma espécie particular de insecto, há outra doença – a dirofilariose – que também é provocada por um mosquito, neste caso, a vulgar melga, se evidentemente estiver infectada.



A forma mais eficiente de irradicação da doença seria eliminar o mosquito agente transmissor da leishmaniose. No entanto, isso não é fácil e obrigaria a um esforço conjugado com as autoridades através de uma desinfecção do território através das pulverizações tradicionais com insecticidas.

Dado que esta espécie de mosquito prefere o fim da tarde e o princípio da manhã para sugar as suas vítimas, deve evitar-se passear o cão nestas alturas e especialmente junto de zonas húmidas e locais com águas paradas, que são os locais onde eles vivem e se reproduzem.



Cura

No homem, quando a doença é diagnosticada a tempo, o tratamento e cura é possível. Aliás ela ocorre no homem especialmente em crianças, pessoas idosas, debilitadas ou indivíduoa imunossuprimidos.

No cão a doença é incurável, mas pode ser tratada se o estado geral de saúde do cão for aceitável e principalmente se a doença não tiver atingido um elevado grau de desenvolvimento. O cão, quando tratado a tempo, conserva uma boa qualidade de vida. O tratamento elimina os sintomas mas o animal continua portador. No entanto, depois de tratado, deixa de ser transmissor.


Houve um enorme extermínio de cães positivos, tido como única solução para a disseminação da doença, dado o cão efectivamente constituir um hospedeiro por excelência. No entanto, outros vertebrados como roedores podem igualmente servir como intermediários.



Ciclo da leishmaniose



A doença transmite-se através da picada de uma espécie de mosquito – o flebótomo. O mosquito, ao picar um ser infectado para se alimentar – que tanto pode ser o cão como um animal silvestre ou o próprio homem – absorve o parasita (agente causador da leishmaniose) que se desenvolverá atacando algumas células sanguíneas tornando-se infectante após cerca de sete dias. Ao fim deste tempo, quando o mosquito for picar outro vertebrado para se alimentar, vai deixar nele o parasita na sua corrente sanguínea, onde se reproduzirá e provocará a doença. E termina aqui o ciclo. O mosquito não passa de um hospedeiro intermediário que, ao picar este vertebrado doente servirá de veículo do parasita a outro ser (sadio) que vier a picar e assim sucessivamente.

Sem o mosquito não haverá o ciclo. Por isso, o contacto de um cão contaminado com um sadio ou o simples contacto do cão com o homem não constituem qualquer perigo de contágio da doença como frequentemente se pensa. O contágio cão-cão só poderia ocorrer se se usasse a mesma agulha de vacinação num infectado e noutro não infectado, por exemplo.

O período de incubação, isto é, desde a picada do mosquito até ao aparecimento dos primeiros sintomas da doença é muito variável e isso também dificulta o diagnóstico - de 10 a 25 dias, podendo chegar a um ano ou mais.



Pontos a considerar

Um cão só infecta novos mosquitos (e estes por sua vez infectarão novos cães) se estiver na fase activa e visivel da doença, ou seja, na fase terminal, com chagas na pele, as quais estão infectadas com leishmanias.

O cão tratado com medicamentos é portador mas NÃO é infectante para os mosquitos! Pode ter uma vida normal sem qualquer sintoma e sem infectar novos mosquitos.

A doença em humanos é controlável e muito menos perigosa do que nos cães. As pessoas que desenvolvem as formas mais severas de leishmaniose visceral são nomalmente crianças ou pessoas imunodeprimidas, mas mesmo nessas existe cura.
Os cães estão menos protegidos contra a leishmania, daí que os sintomas sejam muito graves acabando sempre por sucumbir á doença mais tarde ou mais cedo.

Os grandes disseminadores da leishmania acabam por ser os animais selvagens, os roedores e muitos dos animais abandonados, pois estes não estão sujeitos a tratamento como os nossos cães e estão completamente á mercê dos mosquitos.

Até agora, a única forma de nos defendermos do mosquito é recolhendo os cães á noite e evitando passeá-los em áreas húmidas, muito arborizadas e junto de águas paradas ao entardecer. Usar coleiras repelentes de mosquitos e pulverizar a área dos canis. Aplicar redes mosquiteiras nas janelas.

Se após um tratamento adequado se verificar que os sintomas persistem e o animal está condenado a um enorme sofrimento e a uma morte lenta, será preferível eutanaziá-lo. Isto poupa o animal do sofrimento e contribui para salvar outras vidas.

O despiste da leishmaniose em cães aparentemente saudáveis é o ideal, pois podem começar com o tratamento mais cedo e a sua esperança de vida aumenta considerávelmente.



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A dilofilariose é uma doença que ataca cães e gatos, relativamente pouco conhecida e à qual nem sempre se dá a devida importância. Esta doença é provocada pela picada de certos mosquitos.



Sinais da doença

A dirofilariose provoca lesões muito graves antes do aparecimento dos sintomas visíveis. Na altura em que estes se tornam evidentes a doença já está de tal forma avançada que as lesões nos orgãos internos podem ser irreversíveis.

Um cão com dirofilariose em estado avançado pode apresentar um ou mais dos seguintes sintomas:

Tosse, cansaço generalizado, falta de resistência a atividades físicas, apatia, dificuldade de respirar, perda da consciência, diarréia, vômito, falta de apetite, perda de peso, etc.



Causas

A infecção acontece da seguinte forma: Um mosquito ao picar um cão já contaminado com a dirofilária ingere os ovos deste verme juntamente com o sangue. Dentro do mosquito esses ovos vão desenvolver-se em larvas ainda em estado imaturo que, por sua vez, vão infectar um cão saudável quando este é picado pelo mosquito.

Estas larvas migram até ao coração e após a maturidade reproduzem-se lançando ovos na corrente sangüínea que serão ingeridos por mosquitos ao picarem esse animal. E assim sucessivamente. Pode dizer-se que o mosquito é o veículo, provocando a disseminação da doença dos cães infectados para os cães saudáveis.

Após a penetração das larvas, há vários desfechos possíveis. As larvas migram pelo corpo e acabam caindo na corrente circulatória estendendo-se desde as artérias pulmonares até ao coração. As dirofilárias causam lesão dos tecidos do organismo do animal e obstrução de vasos causando uma diminuição do fluxo sangüíneo em certos órgãos. Quando mortas, os fragmentos dessas dirofilárias causam uma grave obstrução e reação do organismo podendo inclusive causar um choque. Nesta ocasião a doença já se apresenta de forma grave e crónica, manifestando-se em tosse, cansaço e apatia.



Prevenção
A melhor forma de evitar a doença é preveni-la.

Se viver num local normalmente infestado de mosquitos é aconselhável efectuar análises ao sangue, mesmo antes de existirem sintomas da doença.

Esta medida é apesar de tudo mais barata e tem uma margem de segurança maior do que o tratamento que geralmente é cirurgico. Converse com o veterinário e discuta a necessidade de fazer um exame. O mais comum é o exame de sangue que pode inclusive avaliar o grau de infestação. Mas pode-se recorrer a exames complementares como radiografias, ultrassom cardíaco e ecocardiograma se os sintomas forem mais evidentes. Existem no mercado alguns medicamentos para prevenção da dirofilariose mas chamamos atenção que esses medicamentos não devem ser usados sem a prescrição e acompanhamento permanente de um médico veterinário. Sempre que levar o seu cão ao veterinário consulte-o sobre a dirofilariose. Há locais onde esta doença é menos disseminada e os cuidados de prevenção são por isso desprezados, não constando dos exames de rotina do veterinário. Mas mais vale prevenir do que remediar. A dirofilariose costuma ser "esquecida" e os exames preventivos nunca são feitos. Depois, na maioria das vezes, só quando o cão se queixa de tosse, cansaço e de outros sinais é que esta doença é lembrada.

Mas não se deve iniciar nenhum programa preventivo antes que o seu veterinário determine se o seu cão tem ou não vermes no coração.



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Mais vale prevenir que remediar, como diz o ditado...
Mila
Membro
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Registado: quinta jan 16, 2003 9:11 pm

sábado dez 20, 2003 11:22 am

Desculpem mas não tinha visto que já existia um post sobre este assunto.
Mila
Membro
Mensagens: 184
Registado: quinta jan 16, 2003 9:11 pm

sábado dez 20, 2003 11:27 am

Se bem que esse post só fala na leishmaniose, que é mais rara em Portugal.

Mas a dirofilariose, essa sim não é rara cá no nosso cantinho.

Malditas melgas.
aligra
Membro Veterano
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Registado: sexta out 24, 2003 5:01 pm
Localização: Dylan, epagneul breton

sábado dez 20, 2003 12:00 pm

Obrigada pela informação, Susana!
A veterinaria do Dylan tinha-me falado dessa doença e dos comprimidos para prevenção, mas eu, na minha ignorancia, não quis dar-lhe ao cão "qualquer coisa química para prevenir uma doença que se calhar nunca venha apanhar" (tales foram as minhas palavras :oops: ). Despois, já avisada do que a doença realmente é, preferi fazer o despiste e dar os comprimidos ao Dylan, dissera-me o vet que o Algarve é, infelizmente, uma zona onde a dilofilariose tem bastante presença.
Cumprimentos

Alicia
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