Os cães hoje em dia não podem ficar sozinhos?

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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Teffie
Membro Veterano
Mensagens: 973
Registado: sexta mai 11, 2007 5:51 pm
Localização: teffie

quinta jun 09, 2011 5:42 pm

Adorei ler o tópico. A história da vida do Leao e da sua familia teve um "final"(apesar de ser o inicio) feliz, e não foi o cão que mudou, foi a família.
Desejo-lhe carradas de paciência, boa disposição e força, pois tem muito trabalhinho para fazer com esse malandro.
Ele ainda lhe vai trazer muitas alegrias. :D

Espero pelas novidades (boas de preferencia)! :wink:

Cumprimentos,
Lena

Já agora vivo na cidade, num apartamento e tenho uma cockinhas adorável, e apesar de tudo nunca me arrependo de a ter incluido na minha família e vida! ^-^
CarlotaM
Membro
Mensagens: 157
Registado: segunda nov 15, 2010 1:03 pm

terça jun 14, 2011 4:58 pm

Por um lado também, neste tópico, para além de dar o meu testemunho, quis demonstrar a evolução dos acontecimentos e como nós os sentimos.

O tópico começa ainda nós não tínhamos o Leão, e não sei se repararam, quem leu, nas minhas excelentes intenções. Antes de eu ter o Leão achava que tudo tinha solução, mas não tinha a noção perfeita que a solução teria que ser sempre eu a ter para o cão. Pensava, também, que ia ser bastante mais fácil, ou antes, ia ser fácil, ponto final.
VS.
Depois de o Leão estar em casa, a realidade não é, sou sincera, a que imaginava. A destruição das coisas lá em casa e o comportamento dele foi muito menos bem gerido por mim do que eu achava possível. A parte boa, entre muitas, sim, é que, antes de eu me ter apercebido, a minha/nossa relação com o cão já estava firmada – chegado a determinado ponto, e sem nós nos termos apercebido, deixou de ser possível viver sem ele; os estragos que o Leão fez até à data são muito menores do que o estrago que ele deixaria nas nossas vidas se o tivéssemos dado.

Acho também que sentimos muito esta nova realidade, de passar de uma vida sem cão, para uma vida com cão, porque nos preocupamos (se calhar em demasia) com isso. Fossemos (se calhar, principalmente, eu) mais descontraídos e não teríamos visto as coisas da mesma maneira, talvez de uma maneira mais “prazerosa” e mais despreocupada.

Volto a ter as boas intenções, mas, agora, de uma forma muito mais realista, espero.
neiquel
Membro Júnior
Mensagens: 48
Registado: quinta nov 05, 2009 2:19 pm

quarta jun 15, 2011 12:06 pm

Não tinha lido este tópico anteriormente e por isso só tive conhecimento da sua história agora. Sem dúvida que o sucesso da relação com os nossos animais depende de nós, é verdade que existem animais mais calmos que outros e que todos eles têm diferentes personalidades, mas a maior fatia do bolo é nossa :)
Eu não cresci com animais de estimação e quando decidi ter um cão não fazia a mínima ideia da responsabilidade que era, tive momentos de muito pouca paciência e de grande irritabilidade mas posso dizer-lhe que hoje tenho mais do que um cão, um deles grandote, vivo num apartamento e ainda tenho um gato.
Isto implica escovagens diárias, tosquias (no meu caso), passeios vários, limpezas diárias... Mas eu passo o dia inteiro a contar o tempo à espera de chegar a casa e tê-los lá, à minha espera, com aqueles rabos a abanar, prontos para me darem miminhos e brincarem comigo. E isso... É sem dúvida a coisa mais reconfortante que tenho.
E quantos foram os tapetes, as decorações, as noites em que acordei com eles a fazerem uma rave no sofá, as vezes em que me esqueço do pão e da fruta no cestinho e o meu gato vai lá fazer a real bagunça... E quando estou com pressa e eles se escondem na despensa, no quarto e em todos os sítios em que é suposto não ficarem? E quando lavo o chão e olho para trás a está o meu gato a brincar ao 'escorrega que a dona lava outra vez'? :D
A paciência cresce à medida que o nosso sentimento por eles também cresce, a irritabilidade desvanece e quando olhamos para trás recordamos dos momentos bons que passámos juntos e sorrimos daqueles em que só nos apeteceu esganá-los.

Boa sorte com o Leão! :wink:
CarlotaM
Membro
Mensagens: 157
Registado: segunda nov 15, 2010 1:03 pm

quarta jun 15, 2011 3:28 pm

Penso que, no meu caso, a transição de sermos uma família sem animal de estimação (casa limpinha, cheirosa, sem “ter que levar a passear”) para uma família com um cão (dejectos, objectos estragados, pêlo pela casa, e preocupações com ele) tenha sido o mais difícil. Mas, é como diz, quanto mais cresce o nosso sentimento por eles, mais se desvanece a irritação que sentimos com as suas “asneiras”.

É engraçado, sabe, porque tenho vida (rotina) basicamente de cidade e passo a vida a suspirar por uma realidade que envolva mais os animais, as plantas, a natureza, o sítio onde moro, felizmente permite-me algum contacto com ela…mas, ao ver-me com um cão nas mãos, acho que realizei que embora não sejam incompatíveis (vida de cidade e ter-se cão), não será tão fácil assim, porque estabelecemos rotinas que não incluem animais.

Até um simples passeio se torna num “mata cabeças” porque agora apercebo-me obviamente que nem todos os sítios e nem todas as pessoas são “dog friendly”..e nós gostamos de levar o cão a passear.
Imagine-se que até à Lagoa Azul, um dos nossos locais predilectos, e dos que restavam onde o Leão pudesse nadar à sua vontade, deixámos de poder ir por causa das últimas notícias. Deixou, como se percebe, de ser um sítio apetecível.

Já agora aproveito para perguntar: sem ser sítios muito radicais (que incluam escarpas e montanhismos porque temos um filho pequeno e eu também não sou dada a grandes “ginásticas”) sítios giros onde possamos ir passear com o cão ( e de preferência onde ele possa nadar..com lagos)?
moslie
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quarta jun 15, 2011 8:03 pm

Tróia, fora da época balnear.
JackLab
Membro
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quarta jun 15, 2011 9:10 pm

Barragem de Castelo de Bode.....por exemplo....
CarlotaM
Membro
Mensagens: 157
Registado: segunda nov 15, 2010 1:03 pm

quinta jun 16, 2011 9:16 am

A dificuldade está precisamente na época balnear, em que das últimas vezes que levámos o Leão à praia, por exemplo, fomos informados que, durante a época balnear os cães são permitidos na praia apenas antes das 07h00 e depois das 22h00.

Há também os parques, e resta-nos um, novo e daí pouco frequentado, onde podemos ir. Os restantes parques no Verão, é impossível, estão apinhados, especialmente de crianças, e se há coisa que o Leão não resiste é de ir a cavalgar em direcção a uma criancinha para a cumprimentar. Geralmente, não é bem recebido e o entusiasmo não é recíproco nem da parte da criança e menos ainda dos pais. Compreendo, também tenho um filho e não acharia graça se me acontecesse o mesmo.

Como opção só conheço matagais, a maioria deles, cheios de lixo, pois onde ninguém vai, ninguém cuida.
JOtme
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segunda dez 26, 2011 11:32 pm

novidades do leão?
doglover80
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terça dez 27, 2011 1:23 pm

CarlotaM Escreveu:Obrigada pelas vossas respostas.

Gosto imenso de animais, especialmente de cães, e já sinto a falta de os ter lá em casa. Esperámos pelo momento melhor (reunidas as condições) para podermos receber um animal em casa. Neste momento, como disse no meu primeiro post, podemos preencher a lacuna que falta – ter o animal de estimação – em condições para todos, nossas e do cão.

Em nossa casa (dos meus pais) os cães sempre foram tratados com respeito e apreciados pelo que são : cães. Sabemos desde sempre que precisam, realmente, de um tecto, de comida e de carinho.
Tive um labrador em criança, embora tivesse ido para nossa casa já adulto, e sempre se deu muito bem connosco e com a vida que levava (mesmo estando parte do dia a “cirandar” sozinho pelo quintal).
Tive também uma cadela fox terrier, meiguíssima, chamada Shayka.

Sou, em teoria, contra a humanização dos animais de estimação, penso que não é adequado nem sequer digno para o cão ser tratado como pessoa (!), mas claro que sei que os cães são animais de matilha e logo, preferem, estar com a matilha /acompanhados (não gostamos todos?!). Em casa a família é a matilha, o que, não significa necessariamente que ele não tenha capacidade para se “entreter” e ocupar quando não está com a sua família. Todos têm os seus afazeres.

Vou evitar cair no que eu considero um erro – o de tratar o cão como se fosse uma pessoa, - porque acho que não é isso que ele espera de mim. Será tratado como o cão que é e com o respeito que merece (como qualquer criatura de Deus). Vou na linha do que diz o kriativo, o nosso cão terá tudo o que necessita para ser feliz, como cão, inclusivamente o seu próprio espaço e tempo a sós, e não me sinto na necessidade de o “recompensar” pelo tempo que fica em casa entregue a si próprio e aos seus caprichos caninos; o tempo que fica em casa é o momento para ele fazer o que lhe apetece, as suas coisas de “cão” e quando estivermos em casa ficaremos todos juntos e podemos usufruir da companhia e da brincadeira uns com os outros.
Não vejo porque isto há-de parecer minimamente traumatizante para um cão. Na prática, então, se levássemos isto à letra quem poderia ter cão: reformados e restante população inactiva? Não me parece fazer sentido, neste prisma. Por outro lado, noutro prisma, também não me parecer que um cão bem amado e com espaço para se poder movimentar à vontade seja infeliz e sofra horrores por estar sozinho parte do dia, desde que "saiba o seu lugar".

Continuo, repito, a achar que esta questão é fruto duma antropomorfização e talvez, no limite, até uma tendência de marketing de serviços de “pet-sitting” (o que até não vejo com maus olhos – o pet-sitting é um serviço que sou capaz de vir a utilizar quando pontualmente necessário).

Sou contra o crating – isto sim, acho uma abominação. Tenho lido bastantes artigos sobre não deixar um cão sozinho e na mesma frase o crating como opção ideal quando o cão fica sozinho.
Então, se o cão sofre com a solidão, já não sofre com o crating? Leva-me a pensar que, mais uma vez, estamos a adequar a vivência do cão apenas ao que nos dá jeito. Se, como o sobaka diz, antigamente pensava-se que o cão precisava “apenas” de água, comida e de tecto e entretanto, se evoluímos na nossa humildade… agora achamos que ele precisa de um crate?! – ele pode ficar sozinho em casa mas sofre, então pomo-lo num crate, que é simplesmente para não poder estragar a casa e não para se sentir melhor quando está sozinho.
Percebem o que digo? Não me parece que a nossa mentalidade vá ainda de encontro às necessidades do cão, mas antes apenas ás nossas próprias necessidades (o cão não estragar a casa = crating) e "frustrações" (o cão coitadinho não pode ficar sozinho porque é praticamente "gente") e para isso, damos a volta à verdadeira questão : do que precisa o cão de facto.
Não concordam?
A CarlotaM pode achar humanização e de facto é, porque ter um descendente do lobo em casa e querer que ele viva com regras de uma sociedade humana é de facto um tipo de humanização com toda a certeza. Nós estamos a ter esta discussão porque há milhares de anos atrás decidimos utilizar as faculdades do lobo em nosso proveito e essa subespécie do lobo tem evoluido também, não tem estado parada no tempo, os cães são diferentes do lobo, num estudo até se concluiu que um cão tem maior capacidade para ler as nossas expressões faciais e gestuais que um primata.
Mesmo quando se fala de lobos sabemos que vivem em grupos, não são animais solitários, e os cães também não. Sempre tiveram problemas em estar sozinhos, dai viverem em canis, presos a correntes, em quintais sem nada para destruir, ou numa divisão vazia da casa.
Se a CarlotaM quer ter um labrador do imaginário colectivo, que fica pela casa à solta, que a espera pacientemente quando regressa do trabalho e que é um hino às boas maneiras caninas vai ter de fazer muito mais do que ser contra a ideia de humanizar os cães, vai ter de aceitar que ele tem de ser direccionado para actividades adequadas na sua ausência, de forma a se manter ocupado e estimulado, sob pena de ter um labrador que se entretem sozinho com coisas desadequadas que estão por todo o lado na sua casa, móveis, comandos da televisão, fios electricos, com ladridos lúdicos para passar o tempo, etc.
Nós trouxemo-los para nossas casas, para viver com as nossas regras, não chega dizer que agora têm de ser apenas cães, é esperado que sejam mais que isso.

(Só li a primeira página do tópico, peço desculpa mas não tive paciência para ler as 11 páginas)
Cpts e felicidades com o novo membro da familia!
<p><strong><a href="http://www.bomcaopanheiro.blogspot.com">www.bomcaopanheiro.blogspot.com</a></strong>&nbsp;</p>
CarlotaM
Membro
Mensagens: 157
Registado: segunda nov 15, 2010 1:03 pm

quarta dez 28, 2011 3:59 pm

Olá todos,

Jotme, o Leão está óptimo, obrigada.

Para quem leu as 11 páginas do tópico (sim, que paciência que é preciso, eu não sei se tinha.. doglover80 !), sabe que houve muitas “tropelias” pelo meio da nossa história com o Leão, dado, nomeadamente, o facto que realmente nós tínhamos a ideia do labrador do imaginário colectivo. E aconteceu que, tal como disse, doglover, o Leão não correspondeu a esse imaginário.

Pelo menos no princípio foi muito difícil a nossa adaptação ao facto de ter o Leão em casa, e para ele imagino, coitado, que também não tenha sido fácil. Foram uns meses stressantes para todos, mas, já expliquei essa parte toda, e, como saberão, ultrapassámos.
Hoje, dia 28 de Dezembro, reafirmo que não imaginamos a nossa vida sem o Leão. Ele faz parte integrante da nossa família, com os seus defeitos e as suas virtudes. É extremamente teimoso, muito companheiro, está sempre na nossa sombra, é muito solidário para com os nossos sentimentos. Mas custou-nos um pouco até chegar a este ponto, em que conseguimos ter de novo uma zona de conforto cá em casa, com um novo membro canino.

Aproveito para desejar a todos um excelente 2012.
Com cumprimentos.
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