Curiosidades

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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nel
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domingo ago 07, 2011 5:37 pm

Sabia que a cadela pode ser mais dominante do que o cão?

Na nossa sociedade, por preconceito de ordem social e cultural, muitos homens ainda não conseguiram interiorizar que a mulher com quem casaram pode, eventualmente, possuir um temperamento nato para ser a líder do casal. Quando tal acontece, em muitos casos, é difícil haver equilíbrio no seio familiar porque o homem não abdica do seu tradicional estatuto de líder, mesmo que para tal não tenha vocação.

Nos cães isso pode acontecer, a cadela pode ser mais dominante do que o cão, mas a coisa decorre naturalmente porque aí não existem problemas de ordem cultural ou social.

O que vou contar, às tantas, vai também para o capítulo das "Curiosidades Memória", porque não me lembro se contei o episódio neste tópico das curiosidades ou num dos muitos tópicos que abri em tempos idos ou ainda como participação num outro qualquer.

Quando o Guga tinha um anito, costumava conviver com uma boxer, a Nash, cujos donos viviam aqui perto. A Nash era bonacheirona, simpática, e tinha a mania de montar o Guga. Coitado do pequenito que, na altura, ainda era mais lingrinhas do que agora. Mas, por momentos breves, lá aguentava a custo aquela bisarma e acabava por ser uma cena cómica pela desproporção. Ele também tentava, porventura por imitação, não sei, mas ela reagia muito mal e ele desistia.

Ora isto era nitidamente uma afirmação de dominância da cadela.

Entretanto, a Nash entra no período do cio e o Guga apaixona-se por ela perdidamente, de tal forma que era difícil segurá-lo. Um dia, quando lhe tirei a trela na praia aqui à frente (P. dos Ingleses), ele dá uma corrida louca pela praia fora e só parou na outra praia (Gondarém), que fica contígua a esta, onde a "namorada" costumava ir àquela hora.

Eu ainda tentei chamá-lo à razão, Guga, olha que a Nash não é cadela para ti, aquilo é uma galdéria que vai com todos, tens um futuro à tua frente com muitas cadelinhas à tua espera, mas nada, isto de chamar à razão um adolescente apaixonadíssimo, estão a ver...

O que é curioso é que ele, num desses encontros durante o cio, tentava montá-la e ela já deixava. Como é óbvio, tanto eu como a dona da Nash, evitávamos que o namoro fosse perigosamente prolongado.
Ora o instinto sexual, neste caso, subrepunha-se ao instinto de dominância e os papéis invertiam-se.

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nel
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segunda ago 08, 2011 10:47 am

Sabia que a fidelidade do cão ao dono é inabalável?
Pois é, isto é outra verdade do senhor de La Palisse “vestida” de forma a parecer mais uma curiosidade.

Será que toda a gente sabe isso, ou não? Eu penso que sim. A fidelidade que nós temos às pessoas, familiares, amigos, etc., de um modo geral, fica muito àquem da fidelidade que o cão tem aos donos. É por isso que o cão nos dá aquilo que desejaríamos das pessoas em intensidade e em fidelidade. O afecto do cão pelo dono é “estúpido”, ou melhor, é estupidamente delicioso, porque é difícil encontrar um sentimento tão forte e principalmente tão seguro como o dele.

Embora o cão seja profundamente dependente do dono, o seu afecto e a sua fidelidade não provêm exclusivamente disso. O cão não é egoísta, nem interesseiro, nem hipócrita nem desleal como as pessoas. É por motivo destas características que ele nos cativa e o admiramos, e nós (nem toda a gente...) tentamos retribuir-lhe um afecto parecido. Parecido, nunca igual, porque nós somos mais egoístas e interesseiros. Somos racionais...
Por muito desprezo que um dono tenha pelo cão, mesmo que o maltrate, o animal será sempre “estupidamente” fiel.
A fidelidade entre pais e filhos não entra aqui nestas considerações. É muito complexa, tem muitas cambiantes e não é 100% inabalável. Passemos à frente.

A única situação que eu conheço em que o humano é de uma fidelidade inabalável, que pode assemelhar-se à que o cão tem pelo dono, é a fidelidade ao seu clube de futebol. Não estou a brincar, como é meu hábito neste tópico das curiosidades. Pode-se mudar de partido político, de parceiro/a, até de religião, mas, digam-me lá, conhecem alguém, uma só pessoa que seja, que tenha deixado de ser adepto de um clube para ser de outro?
Eu não conheço...

Sem querer ofender ninguém, não resisto ironizar, a fidelidade ao clube é mesmo uma fidelidade canina, é ou não é?

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nel
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terça ago 09, 2011 11:34 am

Sabia que, nos tempos de crise por que passamos, o cão é um luxo e só muito raramente é uma necessidade?

Este tema também vai para o "Curiosidades Memória", não por ter sido incluído na lista das curiosidades, mas por ter sido objecto de discussão num tópico que abri há muito tempo, pr'aí no fim do século passado :D
Foi uma questão colocada aos participantes dessa altura: "Ter cão é um luxo ou uma necessidade?". Eu julgo que, no momento presente, a questão não perdeu a actualidade e talvez até seja mais pertinente.

Na sua quase maioria absoluta, os cães de companhia podem considerar-se um luxo. Seja pelos custos inerentes à sua manutenção (alimentação, saúde...), seja pelo carácter em muitos casos supérfluo da sua posse. De facto, infelizmente, muitas pessoas possuem um cão de companhia porque sim. Nem sequer o afecto que o cão merece lhe dedicam.

Noutras circunstâncias, a dependência do dono pelo cão assemelha-se à que o cão tem pelo dono. Isto acontece em muitas situações de pessoas sós, por vezes com família, mas abandonadas à sua solidão, em que o cão é o único companheiro. Aqui o cão não é um luxo, é uma necessidade. Uma necessidade quase vital. Noutros casos, em situações de pessoas particularmente descompensadas emocionalmente ou simplesmente doentes, o cão de companhia tem um efeito terapêutico, como é sabido. O animal, sem ter sido treinado para tal função, pela empatia que se gera com o doente, produz naturalmente um efeito benéfico. Nestes casos, não se tratando propriamente de cães de trabalho, o cão é útil, é uma necessidade.

Outra forma de interpretar a dualidade luxo/necessidade tem a ver com o forte afecto que o dono vai criando e avolumando pelo animal à medida que vai lidando com ele ao longo do tempo. Há muito que os meus cães funcionam para mim como uma necessidade. É certo que foi uma necessidade criada por mim pelo único motivo de eu ter resolvido adquiri-los. Mas antes de os adquirir, certamente que não eram uma necessidade.

Seria bastante sensato da parte de muita gente não criar essa necessidade sem ter a certeza absoluta de que vai ter condições de proporcionar ao cão o que ele merece.

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TheOne
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terça ago 09, 2011 11:45 am

Eu rifava os cães :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:
"Eu sou responsável pelo que digo, não pelo que você entende." - Auto desconhecido

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anja-azul
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terça ago 09, 2011 12:30 pm

os cães são como as crianças. nunca mentem :P
nel
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terça ago 09, 2011 4:33 pm

anja-azul Escreveu:os cães são como as crianças. nunca mentem :P
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol:
É por isso que eu gosto deles :wink:
patanisca123
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terça ago 09, 2011 7:39 pm

Nel

Parabéns pelas suas mensagens e que o "motor" funcione por muitos anos.

patanisca
nel
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terça ago 09, 2011 8:14 pm

patanisca123 Escreveu:Nel
Parabéns pelas suas mensagens e que o "motor" funcione por muitos anos.
patanisca
O motor é novo, funciona muito bem e vou à revisão dele de seis em seis meses. :wink:
Pena é que não haja motores destes (pacemaker) para o Guga...
Muito obrigado pela simpatia, que é coisa que não se agradece, mas eu agradeço na mesma.
bjs
nel
nel
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quarta ago 10, 2011 5:46 pm

anja-azul Escreveu:os cães são como as crianças. nunca mentem :P
Obrigado pela dica, anja. Isso foi para me provocares, mas saiste-te com uma curiosidade, muito provavelmente, sem dares conta. Eu neste momento sou como uma esponja, absorvo tudo o que posso reciclar em curiosidade.

Sabia que os cães não mentem como as crianças?

Pois, mas não é bem assim. Depende um pouco da idade da criança. A partir da idade da inocência (não sei qual é porque já não me lembro :D), a criança vai aprendendo a mentir, seja por ter medo do açoite ou por querer levar a dela àvante, ou porque sim...

O cão nunca mente, isto é, não simula deliberadamente um acto qualquer para esconder um outro que é reprovável pelo dono. Quando muito, pode fazê-lo por omissão, isto é, “mete-se em copas”, fica caladinho e o dono que descubra a marosca.

Neste fórum já se fizeram listas de características do cão por comparação e oposição às pessoas. O cão não é desleal, não é hipócrita, não é falso, não é infiel, não é mentiroso...etc.,etc.
Imaginar as pessoas todas do mundo assim é uma utopia.

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Tumbleweed
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quarta ago 10, 2011 6:10 pm

nel Escreveu:
Pois, mas não é bem assim. Depende um pouco da idade da criança. A partir da idade da inocência (não sei qual é porque já não me lembro :D), a criança vai e oposição às pessoas. O cão não é desleal, não é hipócrita, não é falso, não é infiel, não é mentiroso...etc.,etc.
Imaginar as pessoas todas do mundo assim é uma utopia.

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Não precisa imaginar, pode ver o filme que é hilariante.

http://www.youtube.com/watch?v=yfUZND48 ... ata_player
LuluB
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quarta ago 10, 2011 7:18 pm

nel Escreveu:
anja-azul Escreveu:os cães são como as crianças. nunca mentem :P
Obrigado pela dica, anja. Isso foi para me provocares, mas saiste-te com uma curiosidade, muito provavelmente, sem dares conta. Eu neste momento sou como uma esponja, absorvo tudo o que posso reciclar em curiosidade.

Sabia que os cães não mentem como as crianças?

Pois, mas não é bem assim. Depende um pouco da idade da criança. A partir da idade da inocência (não sei qual é porque já não me lembro :D), a criança vai aprendendo a mentir, seja por ter medo do açoite ou por querer levar a dela àvante, ou porque sim...

O cão nunca mente, isto é, não simula deliberadamente um acto qualquer para esconder um outro que é reprovável pelo dono. Quando muito, pode fazê-lo por omissão, isto é, “mete-se em copas”, fica caladinho e o dono que descubra a marosca.

Neste fórum já se fizeram listas de características do cão por comparação e oposição às pessoas. O cão não é desleal, não é hipócrita, não é falso, não é infiel, não é mentiroso...etc.,etc.
Imaginar as pessoas todas do mundo assim é uma utopia.

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Segundo alguns, essa tal fabulosa idade da inocência em que não se sabe o que é a mentira vai até bem tarde... 8) É que há uma coisa chamada "maneiras de ver". :D
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
nel
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quarta ago 10, 2011 9:22 pm

LuluB Escreveu: (...) Segundo alguns, essa tal fabulosa idade da inocência em que não se sabe o que é a mentira vai até bem tarde... 8) É que há uma coisa chamada "maneiras de ver". :D
Tive que ler mais do que uma vez para atingir :roll: :oops: É que a observação é tão subtil que me fundiu os neurónios :lol:
Mas cheguei a uma conclusão brilhante e reconfortante: pelos vistos, eu ainda permaneço na idade da inocência, que é assim, como dizer, um estado virgem imaculado, em que se vê o mundo cor de rosa, com florzinhas e passarinhos :lol: Por favor, venha alguém que me tire a virgindade :roll: , salvo seja, queria dizer a inocência :lol: :lol: :lol:
LuluB
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quarta ago 10, 2011 9:44 pm

:lol: :lol: :lol:

A alusão não era para si, Nel. Estava a lembrar-me de uns certos processos de pedofilia em que dizia de uns matulões que "as crianças não mentem". Claro que não mentem, quando são muito pequenas. Não têm experiência de vida nem maturidade suficientes para construírem uma mentira, tal como dela se fala aqui. Mas, tal como disse algures no seu texto, podem ser influenciadas e levadas a mentir sem consciência do que fazem.

Os cães é que de facto não mentem. Só omitem aquilo que para eles carece de importância.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
xbigfoot
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quarta ago 10, 2011 10:31 pm

Parabéns nel, por este estupendo tópico!

Discordo é da tese de que os cães não mintam . . .

Não sou um estudioso do comportamento animal, mas observo frequentemente duas situações com os meus, que acho que se configuram como mentiras:

1 - Estou no sofá com dois dos meus 3 cães. O terceiro não cabe. Se esse 3º for o Lucas, é frequente que ele, depois de verificar que não tem espaço no sofá, desate a correr pela casa a ladrar, como faz quando alguém toca à campainha. Os outros 2, de boa fé, acreditam e correm atrás dele. No regresso ele é o primeiro a instalar-se no sofá.

2 - Apesar de não lhes faltar comida, os meus cães tentam sempre deliciar-se com uns snacks que encontram na rua. Eu reprimo esse comportamento, com um raspanete e tirando os ossos da boca deles.
Observei há pouco tempo, mas já mais que uma vez, que o Oscar por vezes apanha um osso, mas não o tenta roer de imediato. Guarda-o na boca e tenta passar despercebido. So uns bons metros mais à frente é que começo a ouvir os ruídos dele a mastigar o osso.
greenandme
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quarta ago 10, 2011 11:17 pm

xbigfoot Escreveu: 1 - Estou no sofá com dois dos meus 3 cães. O terceiro não cabe. Se esse 3º for o Lucas, é frequente que ele, depois de verificar que não tem espaço no sofá, desate a correr pela casa a ladrar, como faz quando alguém toca à campainha. Os outros 2, de boa fé, acreditam e correm atrás dele. No regresso ele é o primeiro a instalar-se no sofá.
:lol:

Não é bem mentir é... bem, ser mais esperto ;)
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