Nem mais, acho que está no momento de aproveitar este periodo, poi numa crise á sempre uma oportunidadexPauloSantos Escreveu:Em parte é verdade, mas por outro lado e sempre que se falava nisto, nem que fosse esporadicamente, eles próprios estavam-se bem lixando.Bondage2010 Escreveu:Já todos sabiamos destas injustiças de pensões e roubos legais e sempre permitimos ou deixamos andar...só agora que nos querem comer o que já não temos é que andamos a bufar, mas até agora era deixa andar, e eles claro iam andando![]()
se não se tivesse levantado a lebre os outros tambem achavam bem terem o subsidio de alojamento e tendo casa embora não sendo residencia oficial em Lx
Não nos podemos é esquecer que estamos a atravessar um período especialmente sensível e que tudo pode servir de rastilho, daí que, eles próprios estão mais sensíveis a estas situações e ninguém quer ficar com a batata quente nas mãos.
Há pois que aproveitar este tempo, para expormos, bufarmos ou lá o que quer que seja, pois a sem vergonhice e a imoralidade tem de ter um fim.
De novo os funcionários públicos
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Bondage2010
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A DGCI tem um call center com outsourcing? Em que área?drilldown1 Escreveu:Não é só PT, ZON, TV Cabo, mas tb hospitais, bancos, ministérios e direcções como por exemplo a Direcção Geral de Contribuições e impostos, a EDP, CTT, CP e por aí fora.
A Gestão dos trabalhadores é feita por TTs e Outsourcings, que para apresentarem o produto final com lucros, os trabalhadores são tratados como outrora os escravos.
Esta é a realidade, não é por negar, que a situação é outra!
-
xPauloSantos
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Nem maisBondage2010 Escreveu:Nem mais, acho que está no momento de aproveitar este periodo, poi numa crise á sempre uma oportunidadexPauloSantos Escreveu:Em parte é verdade, mas por outro lado e sempre que se falava nisto, nem que fosse esporadicamente, eles próprios estavam-se bem lixando.Bondage2010 Escreveu:Já todos sabiamos destas injustiças de pensões e roubos legais e sempre permitimos ou deixamos andar...só agora que nos querem comer o que já não temos é que andamos a bufar, mas até agora era deixa andar, e eles claro iam andando![]()
se não se tivesse levantado a lebre os outros tambem achavam bem terem o subsidio de alojamento e tendo casa embora não sendo residencia oficial em Lx
Não nos podemos é esquecer que estamos a atravessar um período especialmente sensível e que tudo pode servir de rastilho, daí que, eles próprios estão mais sensíveis a estas situações e ninguém quer ficar com a batata quente nas mãos.
Há pois que aproveitar este tempo, para expormos, bufarmos ou lá o que quer que seja, pois a sem vergonhice e a imoralidade tem de ter um fim.
Ontem o Vasco Lourenço exortou os militares a ficaram ao lado da população caso haja repressão policial nas manifestações que se avizinham.
Sinceramente, ainda não consegui organizar muito bem as ideias quanto a estas declarações e sobretudo, quanto às suas consequências.
Uma coisa é certa, o governo já percebeu que está sentado em cima de um possível barril de pólvora e a qualquer momento, ele pode rebentar.
Cabe-nos a nós, saber de forma inteligente, aproveitar o momento de crise e alguns receios do próprio governo, para reivindicar e exigir moralidade a esta classe politica que não tem tido respeito algum por nós.
Última edição por xPauloSantos em terça out 25, 2011 7:30 am, editado 1 vez no total.
<p>"Cortas as unhas e aguentas" by PauloC
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<p>Eu vou já ali flagelar-me - com um molho de agriões - by Babaorum </p>
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<p>Eu vou já ali flagelar-me - com um molho de agriões - by Babaorum </p>
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xPauloSantos Escreveu:...
Ontem o Vasco Gonçalves exortou os militares a ficaram ao lado da população caso haja repressão policial nas manifestações que se avizinham.
...
<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun.
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar.
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar.
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Chamarrita
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- Registado: sábado jan 03, 2009 11:12 am
- Localização: Chamarrita, Kyikoo & outros nobres felinos, cadelas e o ouriço Eugénio.
Também li isso, e fiquei a olhar... então mas o "Companheiro Vasco" não morreu, até foi um dia à frente de Eugénio de Andrade e Álvaro Cunhal...LuluB Escreveu:xPauloSantos Escreveu:...
Ontem o Vasco Gonçalves exortou os militares a ficaram ao lado da população caso haja repressão policial nas manifestações que se avizinham.
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"Acerio"? O Vasco Gonçalves morreu há seis anos...
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Acredito na Paciência, na Persistência, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!
A sem-vergonhice é tanta que até os mortos indignados saem da cova para protestarem.
Não é nada do outro mundo - ou será? Já no tempo do Salazar se levantavam da cova e votavam na União Nacional.
E consta que mesmo agora ainda há muitos que votam.
Não é nada do outro mundo - ou será? Já no tempo do Salazar se levantavam da cova e votavam na União Nacional.
E consta que mesmo agora ainda há muitos que votam.
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
Sim, percebo o que quer dizer, andamos sempre com queixas e pouco fazemos. Mas considero que, nestes casos, falar entre amigos é mesmo muito importante, é maneira de se pôr a informação a circular e as pessoas vão-se interessando e juntas fazem pressão e não deixam o assunto ser esquecido. Há muita gente que não tem por hábito procurar informação da actualidade e essas conversas de amigos também ajudam a despertar consciências.LuluB Escreveu:O que só prova que há sempre algo que o cidadão, esmifrado ou não, pode fazer: denunciar, não ficar calado, e não se limitar a queixar-se entre os amigos.Acena Escreveu:...E pronto, já temos 3 governantes a renunciarem ao subsídio de alojamento (1 sem casa própria declarada em Lisboa), não chegaram à conclusão que era imoral, o que acho assustadormas adiante. Curioso é que Miguel Macedo fez questão de frisar que ele declarou tudo, eu fiquei a pensar se não estaria a mandar indirectas aos seus colegas…
Isto são migalhas, sabemos bem isso, mas para denunciarmos precisamos de dados concretos e só temos acesso à informação que nos vai chegando, pelo menos a essa devemos dar atenção.
É permitido aos grandes... A um reles "funcionário público" da base da cadeia diziam liminarmente que nãoxPauloSantos Escreveu:Continuo sem perceber como é que se permite a titulares de cargos públicos, receberem um ordenado e ao mesmo tempo, auferirem uma pensão de reforma.
Assunção Esteves, a actual Presidente da Assembleia da República reformou-se ao 42 anos, com a pensão mensal (14 vezes ano) de € 2.315,51.
Fica o Diário da República de 30/07/1998 para vossa informação.
Para que saibam ainda, a Senhora Assunção Esteves recebe ainda de vencimento mensal (14 vezes ano) € 5.799,05 e de ajudas de custas mensal (14 vezes ano) € 2.370,07. Aufere, portanto, a quantia anual de € 146.784,82.
Ou seja, recebe do erário público, a remuneração média mensal de € 12.232,07 (Doze mil, duzentos e trinta e dois euros, sete cêntimos).
Relembramos que também tem direito a uma viatura oficial de BMW a tempo inteiro!"
Mas todo o bom pão é composto de muitas migalhas.Acena Escreveu:...Isto são migalhas, sabemos bem isso, mas para denunciarmos precisamos de dados concretos e só temos acesso à informação que nos vai chegando, pelo menos a essa devemos dar atenção.
<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun.
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar.
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar.
Bingley Escreveu:A DGCI tem um call center com outsourcing? Em que área?drilldown1 Escreveu:Não é só PT, ZON, TV Cabo, mas tb hospitais, bancos, ministérios e direcções como por exemplo a Direcção Geral de Contribuições e impostos, a EDP, CTT, CP e por aí fora.
A Gestão dos trabalhadores é feita por TTs e Outsourcings, que para apresentarem o produto final com lucros, os trabalhadores são tratados como outrora os escravos.
Esta é a realidade, não é por negar, que a situação é outra!
Eu ainda não consegui perceber se o que está nesse texto sobre a Presidente da AR é verdade ou não.ambv Escreveu:É permitido aos grandes... A um reles "funcionário público" da base da cadeia diziam liminarmente que nãoxPauloSantos Escreveu:Continuo sem perceber como é que se permite a titulares de cargos públicos, receberem um ordenado e ao mesmo tempo, auferirem uma pensão de reforma.
Assunção Esteves, a actual Presidente da Assembleia da República reformou-se ao 42 anos, com a pensão mensal (14 vezes ano) de € 2.315,51.
Fica o Diário da República de 30/07/1998 para vossa informação.
Para que saibam ainda, a Senhora Assunção Esteves recebe ainda de vencimento mensal (14 vezes ano) € 5.799,05 e de ajudas de custas mensal (14 vezes ano) € 2.370,07. Aufere, portanto, a quantia anual de € 146.784,82.
Ou seja, recebe do erário público, a remuneração média mensal de € 12.232,07 (Doze mil, duzentos e trinta e dois euros, sete cêntimos).
Relembramos que também tem direito a uma viatura oficial de BMW a tempo inteiro!"![]()
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xPauloSantos
- Membro Veterano
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- Registado: sábado jan 19, 2008 9:21 pm
ahhh foi ? se calhar desceu à terra.LuluB Escreveu:xPauloSantos Escreveu:...
Ontem o Vasco Gonçalves exortou os militares a ficaram ao lado da população caso haja repressão policial nas manifestações que se avizinham.
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"Acerio"? O Vasco Gonçalves morreu há seis anos...
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Ó Lulub, diga lá que não percebeu o lapso para vir com esse ar de espantada
<p>"Cortas as unhas e aguentas" by PauloC
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<p>Eu vou já ali flagelar-me - com um molho de agriões - by Babaorum </p>
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<p>Eu vou já ali flagelar-me - com um molho de agriões - by Babaorum </p>
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“O Estado não tem o direito de pagar a uns e não a outros”
29-Out-2011
Antes de embarcar num avião para os Açores, onde vai estar este fim de semana no congresso dos juízes portugueses, o
magistrado António Martins teve tempo de explicar ao Expresso porque é que o corte dos subsídios de férias e Natal é ilegal -
não devendo ser cumprido mesmo que aprovado pelo Parlamento - e como é inadmissível que o Estado trate os seus credores
de forma diferente. Porque os funcionários públicos são tão credores como os donos da dívida pública.
- Porque é que o corte dos subsídios de férias e de Natal é ilegal?
- O património das pessoas só pode ser objecto de incorporação no património do Estado por vias legais. E elas são o imposto,
a nacionalização ou a expropriação. Não é possível ao Estado dizer: vou deixar de pagar a este meu servidor ou funcionário. O
que o Estado está a fazer desta forma é a confiscar o crédito daquela pessoa. Por força de uma relação de emprego público,
aquela pessoa tem um crédito em relação ao Estado, que é resultado do seu trabalho. Há aqui uma apropriação desse
dinheiro, que configura um confisco: isso é ilegal e inconstitucional.
- Mas não há excepções que tornem o corte legítimo?
- Há o estado de emergência e o estado de sítio, em que os direitos das pessoas podem ser comprimidos ou suspensos
durante algum tempo. Mas não foi decretado o estado de sítio ou o estado de emergência. E não o tendo sido decretado, o
Estado continua sujeito ao respeito dos direitos dos cidadãos. Pode-se dizer, e nós já o afirmámos, que vivemos um momento
difícil, em que é necessário salvar o país. E todos devemos ser mobilizados para essa salvação. Mas de forma adequada,
precisamente pela via do imposto.
- Quer dizer que a redução para metade do subsídio de Natal deste ano já não é ilegal?
- Não é um corte. É um imposto. O imposto é lançado sobre todos, ou seja, tem carácter universal, abrangendo todos aqueles
que têm capacidade contributiva, que advém dos rendimentos do trabalho mas também dos rendimentos do capital. E tem
ainda carácter progressivo, em que quem mais ganha mais paga. Essa é a via justa e equitativa que respeita o direito. É a via
adequada para salvar o país. Há um erro profundo na forma como se está a enquadrar esta questão. Porque há uma pergunta
que subsiste: onde pára o limite disto? Qualquer dia o Governo lembra-se de decidir que as famílias com dois carros vão ter de
entregar um. A situação é a mesma. Ficar com um carro de um cidadão ou ficar com o seu dinheiro é igual.
- E o que vai fazer para combater essa decisão?
- Da parte dos juízes, achamos que temos uma responsabilidade de cidadania e um imperativo de transmitir aos cidadãos
portugueses que esta medida, ainda que venha a ser aprovada pelo Parlamento e ainda que venha a ser lei, não é uma lei
conforme ao direito e à justiça.
- Será, portanto, uma lei ilegal?
- É uma lei ilegal e que não deve ser cumprida. Os cidadãos podem recorrer aos tribunais para salvaguardarem os seus
direitos. E no espaço dos tribunais, por enquanto, num Estado de direito, que se deve equacionar a legalidade das leis e o seu
cumprimento ou não. Cabe aos tribunais dizer se elas são conformes ao direito, à justiça e à constituição. Essa é a nossa
grande preocupação neste momento.
- Está a apelar para que se recorra em massa aos tribunais?
- Não se trata de um apelo. Caberá a cada cidadão fazer a sua opção. Não estamos a apelar a uma intervenção maciça das
pessoas juntos dos tribunais. Temos é um dever de fazer ouvir a voz dos juízes para que os cidadãos não se sintam
completamente desprotegidos e abandonados perante este poder fáctico do Estado e que tem apoio em comentadores e
opinion makers que aparentemente caucionam toda esta actuação.
- Mas, se a decisão é aprovada pela maioria do Parlamento, ir contra ela não é, de certa forma, um ato de
desobediência civil?
- Não se trata de desobediência civil. É um exercício de um direito. Mas queremos, antes que venha a ser lei, que os
parlamentares não sejam apenas deputados eleitos na lista de um partido. Queremos que debatam, como representantes das
pessoas que os elegeram, se esta é a forma de um Estado ser um Estado de bem. Porque é que o Estado opta por dizer que
não paga a estas pessoas e, em vez disso, não opta por dizer que não paga às entidades com as quais fez negócios ruinosos
nos últimos anos, celebrando parcerias público-privadas com contratos leoninos?
- Há cláusulas nesses contratos que obrigam, certamente, a pagamentos de multas pesadas…
- E para os trabalhadores públicos não há cláusulas? É obrigação do Estado pagar-lhes os vencimentos, incluindo o 13.º e o
14.º meses. Está na lei.
- Acharia mais legítimo não pagar parte das parcerias público-privadas?
- Um Estado de bem tem a obrigação de pagar a todos os seus credores. Se não tiver possibilidade de pagar a todos, também
não tem o direito de dizer que paga a uns e não paga a outros. Esta é a questão. O Estado não tem direito de dizer que paga
aos seus credores internacionais, aos seus credores das parcerias público-privadas, aos credores que defraudaram os
depositantes no BPN e no BPP, mas não paga às pessoas que trabalham no sector público.
Micael Pereira | Expresso | 29-10-2011

29-Out-2011
Antes de embarcar num avião para os Açores, onde vai estar este fim de semana no congresso dos juízes portugueses, o
magistrado António Martins teve tempo de explicar ao Expresso porque é que o corte dos subsídios de férias e Natal é ilegal -
não devendo ser cumprido mesmo que aprovado pelo Parlamento - e como é inadmissível que o Estado trate os seus credores
de forma diferente. Porque os funcionários públicos são tão credores como os donos da dívida pública.
- Porque é que o corte dos subsídios de férias e de Natal é ilegal?
- O património das pessoas só pode ser objecto de incorporação no património do Estado por vias legais. E elas são o imposto,
a nacionalização ou a expropriação. Não é possível ao Estado dizer: vou deixar de pagar a este meu servidor ou funcionário. O
que o Estado está a fazer desta forma é a confiscar o crédito daquela pessoa. Por força de uma relação de emprego público,
aquela pessoa tem um crédito em relação ao Estado, que é resultado do seu trabalho. Há aqui uma apropriação desse
dinheiro, que configura um confisco: isso é ilegal e inconstitucional.
- Mas não há excepções que tornem o corte legítimo?
- Há o estado de emergência e o estado de sítio, em que os direitos das pessoas podem ser comprimidos ou suspensos
durante algum tempo. Mas não foi decretado o estado de sítio ou o estado de emergência. E não o tendo sido decretado, o
Estado continua sujeito ao respeito dos direitos dos cidadãos. Pode-se dizer, e nós já o afirmámos, que vivemos um momento
difícil, em que é necessário salvar o país. E todos devemos ser mobilizados para essa salvação. Mas de forma adequada,
precisamente pela via do imposto.
- Quer dizer que a redução para metade do subsídio de Natal deste ano já não é ilegal?
- Não é um corte. É um imposto. O imposto é lançado sobre todos, ou seja, tem carácter universal, abrangendo todos aqueles
que têm capacidade contributiva, que advém dos rendimentos do trabalho mas também dos rendimentos do capital. E tem
ainda carácter progressivo, em que quem mais ganha mais paga. Essa é a via justa e equitativa que respeita o direito. É a via
adequada para salvar o país. Há um erro profundo na forma como se está a enquadrar esta questão. Porque há uma pergunta
que subsiste: onde pára o limite disto? Qualquer dia o Governo lembra-se de decidir que as famílias com dois carros vão ter de
entregar um. A situação é a mesma. Ficar com um carro de um cidadão ou ficar com o seu dinheiro é igual.
- E o que vai fazer para combater essa decisão?
- Da parte dos juízes, achamos que temos uma responsabilidade de cidadania e um imperativo de transmitir aos cidadãos
portugueses que esta medida, ainda que venha a ser aprovada pelo Parlamento e ainda que venha a ser lei, não é uma lei
conforme ao direito e à justiça.
- Será, portanto, uma lei ilegal?
- É uma lei ilegal e que não deve ser cumprida. Os cidadãos podem recorrer aos tribunais para salvaguardarem os seus
direitos. E no espaço dos tribunais, por enquanto, num Estado de direito, que se deve equacionar a legalidade das leis e o seu
cumprimento ou não. Cabe aos tribunais dizer se elas são conformes ao direito, à justiça e à constituição. Essa é a nossa
grande preocupação neste momento.
- Está a apelar para que se recorra em massa aos tribunais?
- Não se trata de um apelo. Caberá a cada cidadão fazer a sua opção. Não estamos a apelar a uma intervenção maciça das
pessoas juntos dos tribunais. Temos é um dever de fazer ouvir a voz dos juízes para que os cidadãos não se sintam
completamente desprotegidos e abandonados perante este poder fáctico do Estado e que tem apoio em comentadores e
opinion makers que aparentemente caucionam toda esta actuação.
- Mas, se a decisão é aprovada pela maioria do Parlamento, ir contra ela não é, de certa forma, um ato de
desobediência civil?
- Não se trata de desobediência civil. É um exercício de um direito. Mas queremos, antes que venha a ser lei, que os
parlamentares não sejam apenas deputados eleitos na lista de um partido. Queremos que debatam, como representantes das
pessoas que os elegeram, se esta é a forma de um Estado ser um Estado de bem. Porque é que o Estado opta por dizer que
não paga a estas pessoas e, em vez disso, não opta por dizer que não paga às entidades com as quais fez negócios ruinosos
nos últimos anos, celebrando parcerias público-privadas com contratos leoninos?
- Há cláusulas nesses contratos que obrigam, certamente, a pagamentos de multas pesadas…
- E para os trabalhadores públicos não há cláusulas? É obrigação do Estado pagar-lhes os vencimentos, incluindo o 13.º e o
14.º meses. Está na lei.
- Acharia mais legítimo não pagar parte das parcerias público-privadas?
- Um Estado de bem tem a obrigação de pagar a todos os seus credores. Se não tiver possibilidade de pagar a todos, também
não tem o direito de dizer que paga a uns e não paga a outros. Esta é a questão. O Estado não tem direito de dizer que paga
aos seus credores internacionais, aos seus credores das parcerias público-privadas, aos credores que defraudaram os
depositantes no BPN e no BPP, mas não paga às pessoas que trabalham no sector público.
Micael Pereira | Expresso | 29-10-2011
Eixo franco-alemão a liderar Europa
http://www.dn.pt/inicio/economia/interi ... id=2097570
E a Grécia trocou as voltas à Europa com um referendo
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... 16701&pn=1
http://www.dn.pt/inicio/economia/interi ... id=2097570
E a Grécia trocou as voltas à Europa com um referendo
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