Se lhe tento tirar o osso, ele rosna e tenta morder...

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Moderador: mcerqueira

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Guida__F
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quarta jan 14, 2004 6:50 pm

O meu primeiro cão só deixava a minha mãe mexer-lhe na comida, mas com isto refiro-me a mexer-lhe no prato quando ele estava a comer.

Isto não fez com que fosse um cão mau para com os donos, de facto era um cão mimado e super protector para com a sua família humana.

Ele só gostava de proteger aquilo que era seu: o seu pratinho de comida e a sua casota (que ficava na marquise) eram sagrados. Nunca demonstrou qualquer outra agressividade em relação aos seus donos e isto durante os 19 anos da sua existência.

Cada cão é um caso, cada um tem a sua personalidade, não vale a pena generalizar.

Guida
jcsousa
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Eu estou tentado a concordar com o Paulo C. Aliás, se fosse comigo, era o que eu faria. Ao fim e ao cabo trata-se de mostrar ao cão, clra e contundentemente, quem manda. Os únicos casos em que admito a brutalidade com um cão é por questões de dominância.

A Tchinho observou bem um dos principais displays que precedem um ataque: as orelhas para trás, junto à cabeça, o rosnar cada vez mais ameaçador. Nornalmente o franzir dos lábios para mostrar os dentes vem associado a estes sinais. Eu saberia o que fazer, mas...

O bicho pesa 30 Kg e a Tchinho 40 e poucos. Não tem forla para o levantar pela coleira. Não agiu correctamente na primeira vez (aproximou-se a pouco e pouco, recuou, desistiu, deixou-o ganhar). Pessoalmente acho que o melhor é não repetir a experiência para já. O bicho tem um alto sentido de posse e a coisa pode dar para o torto.

Conviria observar se ele apresenta o mesmo comportamento face a outras coisas que sejam dele : água, cobertores, casota, brinquedos. Do mesmo modo observar se ele é realmente um cão dominante noutras situações. Caso não se verifiquem estes pressupostos, o melhor mesmo é manter-se indiferente quando ele está a comer. Pedir ajuda pessoalmente a alguém experimentado também pode ajudar. É necessário conhecer bem o cão em todas as suas facetas para saber como agir e sobretudo evitar acidentes.

E sobretudo não partir para o confronto sem ter a certeza de que se ganha.

Cumprimentos

José Carlos
Tchinho
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quarta jan 14, 2004 7:35 pm

Obrigada a todos pela vossa ajuda ;)

Jcsousa voçê treina cães?
Tchinho
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quarta jan 14, 2004 7:35 pm

Obrigada a todos pela vossa ajuda ;)

Jcsousa você treina cães?
nel
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quarta jan 14, 2004 7:36 pm

jcsousa Escreveu: ... E sobretudo não partir para o confronto sem ter a certeza de que se ganha.
Ora aqui está sintetizado o que pretendi sugerir nas minhas mensagens anteriores.
Mas atenção, eu não sou teimoso nem me sinto muito seguro nesta área. De qualquer modo, um aspecto que me parece evidente é que não é absolutamente certo que o cão ceda. E isso pode ser o resultado não só do seu temperamento dominante, mas também ou essencialmente da incapacidade de a dona o domar. É que se está a partir sistematicamente do princípio (por isso é que o considerei teórico) de que o cão será sempre vencido nesse exercício de poder. Mas e se ele não ceder?

Sempre sugeri também que, noutras circunstâncias, se vá contrariando o cão em relação à sua dominância. É claro que se ele se manifestar de igual modo em relação ao brinquedo, à comida, ao sofá... bom, já aqui não está quem falou. Mas a questão colocada pela Tchinho era apenas em relação ao osso...
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Tchinho
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quarta jan 14, 2004 7:39 pm

Não Nel, é só em relação a ossos do talho.
Em relação à cama, manta, brinquedos, pratos da comida e água, trela, coleira e o resto das coisas dele, ele não faz nada e deixa-nos a todos mexer. Até com ossos de pele de vaca ele não faz nada.

Vou tentar falar com o treinador no sábado, para ver o que se pode fazer e falar com o vet amanhã.

Obrigada mais uma vez ;)
Welsh_Corgi
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quarta jan 14, 2004 7:47 pm

escrevo-lhe isto por experiência prórpia;
a Dreamy (como podem ver no meu album) é uma cadela bastante dócil e nunca mordeu em ninguém e dá-se bem com todos. Se não gosta de alguém, simplesmente ignora essa pessoa. Mas quando toca a comida ela também fica assim; mostra os dentes, ameaça morder (nunca mordeu, até à data:p ) e rosna enconlhendo-se tapando o osso ou a comida evitando que eu a tire. É claro que quando eu tenho mesmo que tirar algo que ela não possa comer, eu chamo-a à razão, mas este instinto está marcado em todos os cães, onde a primeira espécie mais parecida com o cão, procurava e comia tudo o que fosse para comer, e, como andavam sempre em grupo, tinham de comer apressadamente e tentar apropriar-se de mais quantidade de comida possível, na altura, uma presa. Estes dois instintos de comer apressadamente e evitar que lhe tirem a comida está marcado no seu instinto, agora também depende de nós evitar que em vez de um pequeno instinto se torne um grande hábito.
Cumprimentos
jcsousa
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Tchinho Escreveu: Obrigada a todos pela vossa ajuda ;)

Jcsousa você treina cães?
Apenas os meus. Não passo de um aprendiz cheio de boa vontade.
boerboelfan
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quarta jan 14, 2004 7:59 pm

Tchinho Escreveu:
Passado um tempo, fui ver se ele ainda estava entretido com o osso e estava a cerca de 3 metros dele e ele parou de roer o osso, levantou a cabeça, pôs as orelhas para baixo mas ao longo da cabeça e começou a rosnar. Aproximei-me mais um pouco e ia-lhe falando com calma, dizendo o nome dele, num tom calmo, nem muito baixo nem muito alto e ele sempre a rosnar. Aproximei-me mais um pouco e ele continuou a rosnar e começou-me a mostrar os dentes. Tentei-lhe fazer uma festa, mas ele rosnou mais alto e tentou morder a minha mão. Aí eu recuei. Ele continuou a rosnar, a olhar para mim de lado e as orelhas para baixo. Estiquei uma perna quase até ao corpo dele e ele tentou morder o meu pé, mas consegui tirar o pé a tempo. Continuou a rosnar e eu afastei-me....
roll roll roll
Pois é Tchinho não é agindo assim que você demonstra ao seu cão que é você que manda.A sua forma de aproximação só reforçou a dominância dele. Percebeu que ao agir assim consegue o que quer. Nestes casos tem que haver resolução : vai e vai mesmo. E se ele rosnar ou tentar morder há que nos impor e se for necessário á força seja.É evidente que se não tem experiência deve aconselhar-se e solicitar a ajuda de um treinador. Uma coisa é certa não pode ter medo do cão pois nesse caso fica tudo muito mais complicado e eles percebem-no com a maior das facilidades.
Só a título de exemplo o meu BB ( três anos e 70 Kg ) há uns meses atrás, e pela primeira vez, lembrou-se de arreganhar os lábios quando se lhe tentou tirar-lhe um osso, daqueles bem grandes ,da boca. Resultado levou com o osso no focinho e de certeza que enquanto se lembrar nunca mais sequer pensa nisso.Só que , se eu não agisse assim, ele pensaria que quando faz isso ganha e isso é de todo inadmissível.
Aos meus cães dou-lhes de vez em quando um osso para irem roendo mas, frequentemente tiro-lhes o osso e torno a dar.Isto para que eles percebam que eu quando quizer posso tirar-lhes o osso.
Normalmente todos os cães que têm carácter dominante testam os donos para verem até onde podem ir.Compete aos donos estabelecer-lhes os limites.

Saudações
Tchinho
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quarta jan 14, 2004 8:01 pm

O Tião quando apanha coisas no chão, às vezes até pode ser um guardanapo que deixamos cair na cozinha ou uma carica, por exemplo. Ele mete na boca e corre prá sala. Eu vou atrás dele para lhe tirar o que ele apanhou e ele corre à volta do sofá à minha frente até conseguir comer o que tem na boca.... nesta situação nunca me rosnou.

Na praia faz a mesma coisa com algas, conchas, comida que deixaram na areia, etc e corre pela praia fora até conseguir comer o que apanhou... bem eu posso correr e gritar por ele...
SarahKay
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quarta jan 14, 2004 8:37 pm

Pois é, o Real está sempre a morder (agora cada vez menos), eu penso que seja dos dentes. Mas dos dentes ou não, nós ralhamos-lhe sempre que ele o faz. E já houve vezes em que lhe ralhámos e ele ladrou (como que a refilar) e aí levou mesmo o palmada (nunca fica é muito convencido....).

Quanto ao fugir com coisas na boca, não faz isso, traz aos donos (mas depois não dá - ainda está a aprender essa parte :D )
ers
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quarta jan 14, 2004 11:00 pm

Boas

Da minha experiencia apenas como dono, acho que o ponto principal e como já foi dito neste topico é a dominancia, o meu epagnel breton nunca me mordeu mas tb não é que não seja um cão com vontade de conquistar o mundo mas apenas e simplesmente pk faço questão que ele se lembre de quem manda, quem lhe dá a comida e quem o recolheu na rua ! No que depende de mim muito raramente recebe algo sem que tenha de retribuir com o cumprimento duma ordem, quer seja um simples "dá a mauzinha" ou um "rebola", mas noto perfeitamente que basta os mimos de familiares meus, por exemplo a minha mãe, para que ele fique logo alterado e aí faço logo questão de lhe avivar a memória.

Concordo com o mal menor, é preferivel ser um pouco violento com o cão do que receber uma dentada, afinal de contas é a mais basica lei da natureza, os fortes acima dos fracos. Nunca recorri à violencia mas tb nunca foi preciso, além disso se ele faz algo que eu nao gosto, ralho e depois passo a ignorá-lo coisa que ele não suporta !!

Voltando ao nosso amigo de 30 kilos, segundo li frequentou uma escola, logo deve saber executar algumas ordens básicas e em caso afirmativo a meu ver acho que antes de receber o famoso osso do talho ele deve de ter que o merecer, saber esperar, cumprir umas quantas ordens por forma a saber que quem manda é o dono que por sua vez é quem tem o osso, se se recusar a cumprir as ordens é ignora-lo durante uns minutos e de certeza que se vai recentir disso ...

Não sei se o que escrevi é o mais correcto, é apenas uma opinião pessoal.
Já agora, alguem aqui já experimentou aquele teste de olhar olhos no olhos com o cão para ver quem desiste primeiro ? sendo o desistente o dominado e o outro o dominante (lider alpha).

Cumprimentos
CasadeAnaval
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quarta jan 14, 2004 11:08 pm

ers Escreveu: Não sei se o que escrevi é o mais correcto, é apenas uma opinião pessoal.
Já agora, alguem aqui já experimentou aquele teste de olhar olhos no olhos com o cão para ver quem desiste primeiro ? sendo o desistente o dominado e o outro o dominante (lider alpha).
Provocar um confronto ? Isso cada vez é menso aconselhado pelos treinadores.
<p><a href="http://www.antidoto-portugal.org">http://www.antidoto-portugal.org</a></p>
ers
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quarta jan 14, 2004 11:15 pm

[quote=CasadeAnaval]
[quote=ers]
Não sei se o que escrevi é o mais correcto, é apenas uma opinião pessoal.
Já agora, alguem aqui já experimentou aquele teste de olhar olhos no olhos com o cão para ver quem desiste primeiro ? sendo o desistente o dominado e o outro o dominante (lider alpha).

[/quote]

Provocar um confronto ? Isso cada vez é menso aconselhado pelos treinadores.
[/quote]

Atenção não me estava a referir à situação relatada no topico pois é um caso complicado, refiro-me a voçês todos em geral. Li isso num site e acabei por experimentar com o meu cão, mas como já disse ele nunca me deu problemas e sabe muito bem quem manda, apenas será uma forma de sublinhar a liderança .... digo eu, não sei, por isso peço que comentem.
topdown
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quinta jan 15, 2004 12:10 am

Não percebo muito de cães, realmente só tive um, rafeiro, que fui buscar à União Zoófila.

Este cão sempre foi muito dominante, em tudo, e muito amparado pelo meu pai, que lhe fazia as vontades todas. Bem, um belo dia, também com a questão de um osso, o meu cão rosnou-me ameaçadoramente. Tinha levado o osso para a sala e eu queria que ele o comesse na cozinha para não sujar tudo. Quando tentei tirar-lhe o osso ele rosnou mostrando os dentes e avançou para mim. Desculpem mas não hesitei, imediatamente avancei para ele, agarrei-lhe no cachaço, falei alto e grosso e sempre a olhá-lo nos olhos e obriguei-o a deitar-se e baixar a cabeça. Enquanto ele não o fez eu não o larguei. Quando ele baixou a cabeça eu apanhei o osso (sempre de olhos fixos nos dele), levei-o comigo e não lho dei mais. Enquanto não mostrou um olhar e postura mais humilde não lhe fiz festas nem lhe dei mais ossos.
Não sei se fiz bem, a verdade é que ele se tornou um cão algo agressivo para com os demais (excepto o meu pai mas principalmente com as pessoas que iam lá a casa) mas eu nunca tive mais problemas. Nunca mostrei medo, nunca recuei, mas hoje em dia tenho consciência do perigo que tem um confronto deste tipo...

Depois da minha experiência julgo que os conselhos do Paulo C são lógicos mas tenha em mente que não pode mostrar (ter) medo ou a situação pode tornar-se perigosa. Boa sorte e força!
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